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Globo critica Bolsonaro, mas trata Moro como filigrana

É curioso esse comportamento da Globo que critica cada vez mais o governo Bolsonaro, esquecendo-se que está falando de um governo em que Moro ocupa o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ideia que se tem é de que Moro é um ambulante, um empreendedor individual que se inspira nos heróis de revista em quadrinhos para, como vingador, combater os vilões que põem em risco o planeta. Ou seja, para a Globo, Moro é um terceirizado não tem nada a ver com o governo que ele, praticamente, colocou no poder e desse mesmo poder se servir.

É admirável essa cara de pau dos Marinho com a própria cria que não param de lamber.

A cena pintada pelo jornalismo da Globo com críticas aos horrores promovidos por Bolsonaro e alguns dos seus ministros mais fascistas, não inclui Moro. Na verdade, Moro, nessa hora nem faz parte do elenco de apoio, e a tradição da Globo de ser mais nefasta sobre o que não noticia do que o que inventa, mantém-se firme, fixando como marca o jornalismo de filigranas.

Ora, se a Globo mostra que Bolsonaro protege o filho Flávio para proteger Queiroz e, consequentemente a si próprio, de uma fieira de crimes, a mesma Globo, descaradamente, suprime a informação ou a lembrança de que Moro é o Ministro da Justiça e Segurança Pública dessa organização criminosa. Esse processo criminoso em que Bolsonaro destrói as instituições brasileiras para aparelhá-las a modo e gosto para que não chegue a seus crimes, tem logicamente o aval de seu Ministro da Justiça e Segurança Pública sistematizadamente formando duas vozes no mesmo soneto.

A Globo, com uma originalidade jornalística formidável, revoluciona e, dentro dos estúdios de sua redação, hipnotiza a sociedade com o comportamento individual de Bolsonaro e de alguns de seus ministros olavistas, fechando a boca na hora de citar que essa maravilha toda só ocorreu porque o atual Ministro da Justiça, Sergio Moro, foi quem prendeu Lula, sem provas, para que Bolsonaro chegasse aonde chegou.

Não se sabe até quando a Globo vai ignorar o que imagina que está conseguindo barrar, que são os vazamentos do Intercept. As evidências de que a Globo quer se manter distanciada da Vaza Jato para não comprometer Moro, ficam cada vez mais escancaradas, o que acaba colocando-a na contramão do que ela diz denunciar na mesma cena, o que torna a natureza de suas críticas a Bolsonaro uma mula manca, sem começo, meio e fim, porque simplesmente Moro, junto com a própria Globo, é responsável por toda a política miliciana praticada por um governo de milicianos.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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