Ano: 2019

Dilma contesta e cobra prova das declarações do General Villas Boas

Dilma: “O Senhor General deve à República, a bem do Estado Democrático de Direito, esclarecimentos“.

15/12/2019 3:12

As declarações do General Villas Bôas, em entrevista ao jornal O Globo, exigem dele uma atitude responsável e, para tanto, é necessário que:

1. Apresente os nomes dos “dois parlamentares de partidos de esquerda” que, segundo ele, “procuraram a assessoria parlamentar do Exército para sondar como receberíamos (o Exército sic) a decretação de um Estado de Emergência”. Se isso ocorreu é imprescindível o nome dos deputados pois que eles devem esclarecimentos ao País. Caso contrário, a responsabilidade cabe ao general e à sua assessoria parlamentar.

2. Explique por que, se ficou preocupado, não informou as autoridades superiores, Ministro da Defesa e Presidente da República — Comandante Supremo das Forças Armadas — sobre o fato de dois integrantes do Legislativo sondarem a assessoria parlamentar do Exército sobre um ato contra a democracia, uma vez que contrário ao direito de livre manifestação? Por que não buscou esclarecer se a iniciativa dos deputados contava com respaldo da Comandante das Forças Armadas? Não respeitou a hierarquia?

A intervenção militar contra a democracia é um golpe. A minha vida é prova do meu repúdio político e repulsa pessoal a essa etapa da história do País. Jamais pensei, avaliei, considerei, fui sondada para qualquer possibilidade ou alternativa, mesmo que remota, a esse tipo intervenção antidemocrática.

Os golpistas são aqueles que apoiaram a nova forma de golpe, ou seja, um processo de impeachment, sem crime de responsabilidade e o meu consequente afastamento da Presidência da República.

O Senhor General deve à República, a bem do Estado Democrático de Direito, esses esclarecimentos.

Dilma Rousseff

http://dilma.com.br/sobre-as-declaracoes-do-general-villas-boas/

 

 

 

Perfil do Movimento “Jair me arrependi” revela detalhes dos crimes do comitê mineiro de Bolsonaro

Perfil do “Movimento Jair Me Arrependi” desmontou todo o argumento de Bolsonaro de que ele não tinha conhecimento do comitê não declarado de mais de 3 mil metros quadrados em BH; um dos administradores tem relação próxima com o presidente e membros do governo.

O perfil Movimento Jair Me Arrependi no Twitter, que ganhou repercussão por fazer um compilado das pessoas que se declaram arrependidas de votar no presidente Jair Bolsonaro, fez uma sequência de postagens detalhando diversos crimes eleitorais cometidos pela equipe de Bolsonaro e aliados no pleito de 2018. O então candidato à presidência teria montado um comitê de campanha clandestino.

“Perdoem-me pela insistência sobre esse assunto, mas é que ele é bom demais para ser esquecido, passar batido e consegui pegar mais umas coisas curiosas sobre o comitê clandestino. Vamos de mini-thread?”, é como inicia a sequência publicada neste sábado (14).

O ponto principal da denúncia envolve a criação de um “comitê clandestino do Bolsonaro não declarado ao TSE” em Belo Horizonte, chamado QGBH17. Segundo a defesa do ex-presidente, ele não foi declarado porque a sua existência era “desconhecidas”, mas os comandantes do gabinete aparecem em fotos e vídeos com figuras centrais da campanha do ex-capitão, como o ex-senador Magno Malta (PL-ES), o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o próprio Jair Bolsonaro.

O principal nome do QG era Rafael Almeida Guerra. Este homem aparece em fotos com o então candidato à presidência e também em vídeo de entrevista coletiva “escoltando” o ex-capitão. Outro nome central é Júlio Hubner, autodenominado “laranja do bem”. Hubner foi candidato à deputado pelo PSL de Minas Gerais, mas “abriu” mão e “cedeu” seu CNPJ para produzir material de Bolsonaro em nome do QG, em um prática de laranja.

Confira a sequência de postagens:

 

 

*Com informações da Forum

Bolsonaro diz que vetará indulto de Natal se policiais não forem contemplados

O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer neste sábado (14) que pretende incluir policiais condenados no benefício do indulto natalino, que ele deve assinar até o final deste ano.

O que mudou na instrução de Bolsonaro, que já eleito em 2018, disse que não daria indulto de natal a ninguém?

Até seus eleitores mais aferrados se dizem decepcionados com essa atitude. Muitos, inclusive em comentários no blog de direita, O Antagonista, dizem que Bolsonaro quer beneficiar milicianos. Mas Bolsonaro parece mesmo irredutível, mesmo que corra nas redes sociais a denúncia de sua própria milícia digital acusando Wilson Witzel de forjar diálogos entre milicianos que implicaria o clã Bolsonaro, matéria que está para estourar no Fantástico deste domingo, segundo seus robôs digitais.

Certamente, se ocorrer os dois fatos, irremediavelmente causará um curto circuito no governo, mesmo que a grande mídia não queira dar destaque a essa questão extremamente delicada.

Bolsonaro é corporativista, passou sua vida trabalhando nessa linha em defesa de interesses muitas vezes pouco republicanos de policiais e militares. Atualmente enfrenta a revolta de militares de baixa patente porque, segundo eles, Bolsonaro traiu quem trabalhou incessantemente por sua eleição.

Nesse assunto, Bolsonaro caminha sobre um pântano. Se parar, afunda, se andar, também afunda.

Segundo Bolsonaro, há um processo de “criminalização” de policiais no país.

“Não podemos continuar, cada vez mais, criminalizando os policiais no Brasil. Eles fazem, como regra, um excelente trabalho, e têm que ser reconhecidos. Ou tem indulto para todo tipo de gente ou não tem pra ninguém. Sou eu que assino”, disse.

Abaixo segue o twitter de Bolsonaro de 2018, quando afirmou que não daria indulto a ninguém. A pergunta é inevitável, por que ele mudou de ideia?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Erika Kokay denuncia “escárnio” sobre os R$ 24 milhões em compras de fim de ano de Bolsonaro

Enquanto isso, o povo troca o consumo da carne pelo ovo. É um grande desrespeito, desprezo, sarcasmo, zombaria, insulto, seja lá que nome for. É abominável.

Como disse a deputada Erika Kokay:

“Enquanto a maioria do povo brasileiro vai passar o Natal sem um churrasquinho sequer, a presidência gasta R$ 24 milhões em compras para as festividades de fim de ano? A familícia acha mesmo que está vivendo numa monarquia!”

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) classificou como “escárnio” os gastos com compras para as festividades de fim de ano da Presidência da República, que custarão mais de R$ 24 milhões entre os últimos dias de 2019 e início de 2020.

Foram lançados 13 processos licitatórios para pagar itens como remédios, combustível, ração animal, rede de internet, distintivos, contratação de serviços de limpeza, entre outros.

Entre os serviços mais caros estão a contratação de uma empresa para serviços de limpeza (R$ 11,3 milhões), compra de aparelhos de raios X (R$ 4,2 milhões), locação de carros (R$ 3,71 milhões) e aquisição de combustível (R$ 1,41 milhão).

 

 

*Com informações do 247

Num condomínio com milicianos, estelionatários, traficantes de armas e assassinos, Moro manda investigar o porteiro

Moro, atual Ministro da Justiça, (pode rir), que anda zanzando pelos corredores do Congresso para ver se consegue prender Lula novamente com a volta da prisão após condenação em 2ª instância, não para de ser esculachado pelos fatos.

Ultimamente, tem sido difícil até destacar um fato que seja mais grave que o outro.

Agora mesmo, a revista Época relata que Moro foi ao TSE tentar salvar a senadora Selma Arruda, a Moro de Saias, cassada por corrupção. O interessante é que a Época é das Organizações Globo e, no entanto, talvez porque Bonner não leia a revista da própria casa, essa notícia não tenha chegado ao Jornal Nacional, o que mostra a gravidade do fato.

A mesma revista, hoje, mostra Moro em uma posição completamente invertida, dizendo que vai dar de ombros ao assassinato de Marielle porque a família da mesma não quis federalizar o caso.

Caso porque Moro só se interessou depois que o nome de Bolsonaro foi citado no depoimento do porteiro, para pressionar o mesmo a mudar de versão, mas acabou mudando também de condição, a de testemunha para investigado.

Esse rapaz é uma sumidade. Imagina alguém do PT, na época da Lava Jato, fazendo lobby no TRF-4 pela absolvição de Lula. Aliás, confirmada a denúncia da ida de Moro ao TSE, Ivan Valente, do Psol, já cobrou explicações da justiça pela nítida tentativa de obstrução da justiça do, veja só, Ministro da Justiça, cometendo crime de responsabilidade por lobby dentro do próprio TSE.

O que, convenhamos, abre imediatamente um enorme caminho para que se indague se ele não fez o mesmo com os desembargadores do TRF-4 pela condenação de Lula, inclusive pela inexplicável sentença unânime nos dois julgamentos, parecendo o que realmente é, missa encomendada pelo ex-juiz da Lava Jato.

é intrigante como, com vários agentes da Polícia Federal dentro do condomínio de Bolsonaro para dar segurança ao Presidente e à sua família, esses agentes da PF, comandados por Moro, não perceberam o perigo que corria Bolsonaro morando a 50 metros da casa de Ronnie Lessa, miliciano assassino de Marielle e traficante internacional de armas pesadas que detinha, no momento de sua prisão, a posse 117 fuzis, explosivos e uma quantidade de munição que dava para fazer uns cem quadros como os que Moro e Bolsonaro foram agraciados por um artista que usou uma espécie de bico de pena para desenhar com cartuchos de balas de alto calibre os rostos dos dois, numa das obras mais macabras de que se tem notícia.

Mas o enredo macabro envolvendo Moro e a família Bolsonaro não se esgota aí. Agora se descobre que um outro morador do condomínio Vivendas da Barra é estelionatário e passou batido pela mesma segurança do Presidente da República.

Lembre-se, estamos falando de um presidente que, segundo consta no folclore político brasileiro, quase morreu no episódio em que Adélio Bispo furou a segurança de uns cinquenta agentes para, sozinho e com um físico minguado, elevar a mão por cima da barreira de segurança que cercava Bolsonaro e desferir uma facada sem sangue.

É muita comilança de mosca dessa gente que zela pela segurança do “mito”. Moro, diante de tantos fatos macabros do condomínio Vivendas da Barra, de onde saíram os assassinos de Marielle para executá-la, desconfiou de quem? Do Carluxo que correu para adulterar o registro da secretária eletrônica? Do seu Jair da casa 58 que atendeu por duas vezes o telefonema do porteiro a pedido do miliciano Élcio de Queiroz? Do estelionatário que comprou sua mansão com o dinheiro roubado de um ganhador da mega-sena? Do traficante internacional de armas que também é o assassino de Marielle? Não. Para Moro, o culpado por todos os fatos macabros, é o porteiro.

E o que fez Moro, além de ter transformado o porteiro em investigado? Sumiu com ele para que ninguém mais da imprensa se aproximasse dele.

Isso explica porque Moro segue sendo o herói dos bolsominions mais aferrados. Tudo isso sem falar das falcatruas de Moro na Lava Jato reveladas pelo Intercept.

Alguém ainda duvida do fim trágico da carreira política de Moro?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Vivendas da Barra ou Vivendas da Barra Pesada? Homem preso por desviar dinheiro da Mega-Sena também mora no condomínio

André Luiz Lobo, preso essa semana após desviar grandes quantias em dinheiro de um ganhador da Mega-Sena, morava no condomínio Vivendas da Barra, o mesmo de Jair Bolsonaro e do PM miliciano apontado como o assassino de Marielle, Ronnie Lessa.

Usuários das redes sociais já inventaram um apelido para o condomínio onde morava o presidente Jair Bolsonaro e sua família na Barra da Tijuca, na capital fluminense: “Vivendas da Barra Pesada”. Isso porque descobriu-se, nesta sexta-feira (13), que o condomínio de luxo, além de residência de Bolsonaro e do PM miliciano apontado como o assassino de Marielle Franco, Ronnie Lessa, era lar de um golpista que foi preso na quinta-feira (12) sob a acusação de desviar grandes quantias de um ganhador da Mega-Sena.

O jornal Extra noticiou o caso, sem dar destaque para mais essa “coincidência” no condomínio da família Bolsonaro. “O esquema foi descoberto pelo milionário quando o homem começou a aparecer com roupas e acessórios de luxo, e iniciou uma obra de R$ 4,5 milhões num condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca”, diz a reportagem.

O homem em questão é André Luiz Lobo, que foi designado por um amigo, ganhador da Mega-Sena, como administrador de sua fortuna. Quantias milionárias foram subtraídas de sua conta e o milionário percebeu que os desvios partiam de André quando observou uma mudança repentina em seu padrão de vida.

“Após ser descoberto, André, segundo a investigação, passou a ameaçar testemunhas e pretendia fugir do país neste sábado. Ele foi preso nesta quinta-feira, através de um mandado de prisão temporária, expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital. Em sua posse, foi apreendida uma arma de fogo, que, por estar registrada, foi devolvida. Numa das diligências feitas pelos policiais, eles descobriram que, apenas numa conta bancária, onde o vencedor da Mega-sena mantinha R$ 35 milhões investidos, após o registro da ocorrência, notou-se que, agora, restavam R$ 16 milhões. O prejuízo total ainda não foi calculado”, diz a matéria do Extra.

Confira a íntegra da matéria aqui.

 

 

*Com informações da Forum

Moro diz que não aceita ser cobrado pela solução do caso Marielle

Estranha essa posição de Moro, pois foi ele que colocou os seus gorilas de confiança para forçar o coitado do porteiro a mudar a versão sobre seu depoimento que envolvia diretamente Bolsonaro no caso.

Na verdade, Moro não quer ser cobrado de nada que envolva o nome  de Bolsonaro em qualquer forma de crime ou ilegalidade. Ele não quis saber da violação de Carlos e Jair Bolsonaro na memória da secretária eletrônica da portaria do condomínio Vivendas da Barra e ainda correu para dizer que Bolsonaro não fez nada de errado, da mesma forma que achou perfeitamente natural o miliciano Queiroz depositar um cheque de R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ao passo que mostra completo desinteresse em encontrar o Queiroz e elucidar o caso de sua relação espúria com Flávio e o imenso laranjal que envolve a família Bolsonaro e os familiares de milicianos.

Moro também se mantém mudo sobre a responsabilidade da entrada de 39kg de cocaína no avião da FAB que fazia parte da comitiva de Bolsonaro, não dá um pio sobre o caso. Ele é Ministro da Justiça particular de Bolsonaro, nada que atinja o governo ou o próprio Bolsonaro, ele vai querer investigar, pois já sabe no que vai dar.

É esse sujeito que anda pelo Congresso pressionando parlamentares para, numa afronta à decisão do STF e da própria Constituição, voltar a prisão após condenação em segunda instância.

Parece que Moro está num caminho sem volta, como na mentira que construiu contra Lula, só que de forma diametralmente oposta para defender a impunidade de Bolsonaro.

Na realidade, Moro faz isso em causa própria, pois sabe que, se for desmascarada toda essa armação em torno do clã Bolsonaro, ele será tragado junto, o que acaba com seu projeto de disputar a Presidência em 2022.

O fato é que Moro tenta de alguma forma se esquivar do tsunami envolvendo Bolsonaro no caso Marielle, dizendo que, se fosse federalizado o caso, ele estaria comprometido. E sabe-se o compromisso que ele teria, o de engavetar as investigações e anunciar que o caso não tem solução ou quem sabe dizer que quem mandou matar a Marielle foi o porteiro.

Essa gente perdeu completamente a vergonha na cara e o cinismo passou a ser o modus operandi de quem tenta se agarrar ao que existe de mais imoral para seguir tocando a vida como se nada de grave envolvesse essa escória que governa o país e que o Ministro da Justiça trabalha como um leão de chácara.

Essa posição de Moro no caso Marielle diz muito sobre o envolvimento do clã.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Vídeo: Urgente! Pelo desespero dos bolsonaristas nessa madrugada no twitter, novas revelações do caso Bolsonaro e Marielle parecem bem graves

Pela gritaria do deputado do PSC, Otoni de Paula e os robôs de Bolsonaro e mais os bolsonaristas no twitter, chamando Wilson Witzel de traíra para elevar a hashtag #WitzelTraira, a coisa parece ser bem mais séria do que anunciado.

A impressão que se tem no vídeo que segue abaixo, é que bateu um barata voa generalizado no curral do gado e só se repete sem parar que a denúncia que vai estourar no Jornal Nacional ou no fantástico, foi uma armação da polícia carioca contra Bolsonaro a mando de Witzel.

Nessa acusação, os bolsonaristas dizem que a conversa interceptada entre milicianos e que compromete a família Bolsonaro na morte de Marielle é o mesmo tipo de armação que a Globo, junto com Witzel, fez sobre o porteiro, porteiro este que Moro transformou de testemunha a denunciado. Ou seja, já estão armando contra a suposta armação.

Na verdade, Bolsonaro já havia anunciado a bomba, mas parece que ela é bem maior e mais explosiva do que ele deixou transparecer, porque o desespero nas redes sociais é grande e demonstra que a coisa contra Bolsonaro é mesmo grave.

Como já se diz no twitter

#WitzelTraira é a boiada mugindo, defendendo a autarquia antes mesmo de qualquer conclusão.

 

*Da redação

Caso Marielle chega mais perto do clã Bolsonaro

Quem deu a notícia foi o próprio Bolsonaro, antecipando-se aos fatos, para justificar uma suposta perseguição.

É interessante como Bolsonaro, tão bem informado, antecipa um fato tão grave, mas não teve informantes tão eficazes para alertá-lo que morava no mesmo condomínio e a 50 passos de um miliciano assassino e traficante de armas dos mais perigosos do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, justamente o assassino de Marielle.

Não se sabe quem redigiu a estratégia de Bolsonaro que tenta ocupar a cena antes que ela ganhe dimensão.

Está clara a preocupação de Bolsonaro com as revelações que vem por aí do caso Marielle. Mais claro ainda está a constatação de que ele tem informações privilegiadas das investigações, o que por si só já é uma aberração e, diante de uma atitude como essa em que se mostra preocupado, marcando cada passo do processo, Bolsonaro amplia ainda mais o ambiente de desconfiança que recai sobre ele e seus filhos.

Por isso a necessidade de correr para os microfones e holofotes antes dos fatos. Não se importaria em saber em que pé está a investigação se não tivesse alguma coisa a ver com o que está sendo investigado. Isso é evidente.

Na realidade, não precisa ser um grande desenhista para traçar a estratégia de Bolsonaro, pois ela já vem traçada e colorida em sua fala.

Isso faz lembrar uma conversa que tive com um velho amigo, no último domingo, que acabara de chegar dos EUA. Ele me disse, saiu esse rolo de Bolsonaro e Marielle num jornal americano. Quem me mostrou a matéria foram meus vizinhos quando cheguei do trabalho. Sabendo que sou brasileiro, quando me mostraram a foto do condomínio de Bolsonaro que era o mesmo do assassino de Marielle, perguntaram gargalhando, advinha quem mandou matar a adversária política da família do presidente do seu país?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Militares se decepcionam e se revoltam com Bolsonaro

É grande a revolta dos praças e graduados das Forças Armadas – soldados, cabos, sargentos e tenentes – com Jair Bolsonaro, em que votaram maciçamente e agora chamam de traidor, por conta do projeto de reforma da previdência militar, que deve ser sancionado até a semana que vem. A nova regra favorece a alta oficialidade em detrimento das baixas patentes, afora o aumento de cinco anos no tempo para aposentadoria. Por outros motivos, é também grande, segundo fontes que ouvi, com acesso a militares graduados, a insatisfação da cúpula com os rumos do governo Bolsonaro.

Esta é uma inflexão importante, chegando mesmo a ser uma notícia boa nas circunstâncias atuais. Só não sabe quem não quer da predisposição de Bolsonaro para algum tipo de ruptura institucional que lhe confira poderes autocráticos mas sem apoio militar ele não ousará qualquer tipo de golpe. Terá que jogar nas regras do sistema, apostando na reeleição em 2022, se tiver condições para isso. Como a popularidade está em baixa, a confiança em queda livre e a econômica se recusa a reagir, a reeleição vai ficando improvável, e passa a depender muitíssimo dos resultados econômicos, especialmente da geração de emprego e renda.

A alta oficialidade, favorecida pelo projeto, está quieta à espera de que Bolsonaro sancione a nova lei sem vetos. Já a tropa está fazendo um alarido danado, inclusive nas redes sociais, onde se pode ver o seguinte acróstico com a palavra mito.

M – Mentirosa

I – Injusto

T – Traidor

O – Omisso

“Cabos e soldados estão com raiva do presidente e dos oficiais”, disse em entrevista à Agência Pública o cabo reformado do Exército Marcelo Machado, presidente da Associação Nacional dos Militares do Brasil (ANMB). Detectada a revolta, assessores de Bolsonaro cogitam consertar as coisas através de um novo projeto de lei mas nesta altura isso é difícil. Se for sancionado sem vetos, os militares terão agora que permanecer 35 anos, e não os 30 atuais, em atividade antes de se aposentarem. A maior revolta, entretanto, é com a discriminação. Estão previstos aumentos salariais até 2022 que contemplam os oficiais com até 45% de aumento, ao passado que para os de baixa patente estão previstas aumentos de apenas 4%, afora outras vantagens garantidas aos primeiros. Os generais passarão a ganhar R$ 33.900,00.

E com isso, a economia de R$ 97 bilhões que o governo esperava fazer com a reforma dos militares foi quase toda consumida. Agora o superávit conseguido será de no máximo R$ 2,29 bilhões até 2022 e R$ 10,45 bilhões em dez anos. Já com a reforma dos civis, muito mais dura e supressora de direitos, o governo economiza pelo menos R$ 800 bilhões em dez anos, dinheiro que está sendo retirado dos trabalhadores.

O projeto foi aprovado a toque de caixa na Câmara e no Senado, onde os militares de baixa patente não conseguiram apoio dos bolsonaristas para suas reivindicações. Foi no PT e no PSOL, partidos que a direita bolsonarista chama de comunistas, que encontraram apoio.

Já a insatisfação dos altos oficiais é com a pirotecnia ideológica de Bolsonaro, com a política externa irresponsável, com a postura de alguns ministros, com o entreguismo sem limites e os sinais de que o arrocho fiscal promovido por Guedes pode resultar em uma grande onda de protestos, pois o tempo está passando e a situação só piorando.

 

 

*Tereza Cruvinel/247