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Resposta sobre a vida extraterreste pode estar bem próxima

Estamos sós no universo? A existência de vida extraterrestre intriga a humanidade e, agora, novos indícios podem ajudar a responder a questão.

Cientistas do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge podem ter dado um passo na busca por vida extraterrestre. Utilizando o avançado Telescópio Espacial James Webb (JWST), a equipe detectou impressões químicas de compostos orgânicos na atmosfera do exoplaneta K2-18b, localizado a 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão.

As moléculas em questão — dimetilsulfeto (DMS) e/ou dimetildissulfeto (DMDS) — são conhecidas, no ambiente terrestre, por serem produzidas quase exclusivamente por organismos vivos, especialmente algas marinhas microscópicas. A presença desses compostos em K2-18b pode ser o mais promissor indício de atividade biológica já observado fora do Sistema Solar.

Exoplaneta “hiceano” e a vida extraterrestre
K2-18b é classificado como um planeta hiceano — um tipo de exoplaneta com um vasto oceano sob uma atmosfera rica em hidrogênio. Com 8,6 vezes a massa da Terra e cerca de 2,6 vezes seu tamanho, ele orbita na chamada “zona habitável” de sua estrela, K2-18, onde a presença de água líquida é possível.

A equipe liderada pelo astrofísico Nikku Madhusudhan já havia detectado metano (CH₄) e dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera do planeta em 2023, sugerindo uma composição química compatível com ambientes propícios à vida. A recente detecção de DMS e DMDS, com níveis milhares de vezes superiores aos observados na Terra, fortalece essa hipótese.

“No nosso planeta, o DMS é produzido exclusivamente por organismos vivos. Ver esse sinal em outro mundo é, no mínimo, surpreendente”, afirmou Madhusudhan. No entanto, ele destaca que ainda é cedo para cravar a existência de vida extraterrestre: “Precisamos ser profundamente céticos. Só com observações adicionais poderemos confirmar nossas descobertas.”

James Webb em busca de vida extraterrestre
O Telescópio Espacial James Webb, lançado em 2021, representa a mais poderosa ferramenta de observação astronômica já construída. Equipado com instrumentos de espectroscopia extremamente sensíveis, o JWST consegue analisar a composição atmosférica de exoplanetas ao observar a luz de suas estrelas atravessando suas atmosferas durante trânsitos planetários.

Esse nível de detalhamento só foi possível graças ao MIRI, um espectrógrafo que opera no infravermelho médio, e permitiu a análise dos gases em K2-18b. É esse tipo de tecnologia que está revolucionando o campo da astrobiologia e nos aproximando cada vez mais de responder à pergunta: estamos sozinhos no Universo?

O legado da sonda Kepler e os exoplanetas
Antes do James Webb, o protagonismo na descoberta de planetas fora do Sistema Solar pertencia à sonda Kepler, da NASA. Entre 2009 e 2018, a missão detectou mais de 2.600 exoplanetas confirmados e mapeou possíveis milhares de outros candidatos. Entre eles, alguns chamaram a atenção por estarem na zona habitável e apresentarem tamanhos semelhantes ao da Terra.

O K2-18b, inclusive, foi inicialmente observado na missão K2, uma extensão da missão Kepler. Sua localização e características físicas o tornaram um dos principais alvos para estudos mais aprofundados com o Webb. Outros instrumentos também auxiliam nessa jornada em busca de vida extraterrestre.

O telescópio Spitzer, por exemplo, foi responsável por analisar o sistema Trappist-1, um conjunto de planetas orbitando uma estrela vermelha com 7 astros de tamanhos similares a Terra, sendo pelo menos três deles em zona habitável, ou seja, a uma distância exata de sua estrela onde a água líquida é possível. O sistema chamou a atenção pela proximidade – “apenas” 39 anos-luz da Terra – mas estudos recentes indicam a impossibilidade de vida em seus planetas, muito pela característica de suas órbitas síncronas, ou seja, que impedem o movimento de rotação no próprio eixo.

A busca por vida extraterrestre não se limita a exoplanetas distantes. Dentro do nosso próprio Sistema Solar, Titã, a maior lua de Saturno, também é objeto de estudo. Rios, lagos e mares de metano e etano líquidos, além de um oceano subterrâneo de água salgada, fazem de Titã um ambiente promissor para formas de vida alternativas.

Um estudo recente da Universidade do Arizona, baseado em dados da missão Cassini-Huygens, sugeriu que microrganismos poderiam sobreviver em Titã por meio de fermentação, processo biológico que não requer oxigênio. A energia necessária para tais reações químicas estaria disponível no ambiente, segundo simulações feitas com base na glicina, o aminoácido mais simples conhecido.

Esperança com cautela
Apesar da empolgação com as descobertas em K2-18b, os cientistas alertam que ainda há um longo caminho pela frente. Para que uma descoberta seja considerada científica, é preciso alcançar um nível de confiança estatística chamado cinco sigma, que corresponde a apenas 0,00006% de chance de erro. O estudo atual está em três sigma (99,7% de confiabilidade), o que ainda exige confirmação.

“Francamente, acredito que isso é o mais perto que já estivemos de observar uma característica que possamos atribuir à vida”, declarou Madhusudhan. A comunidade científica aguarda, com cautela e entusiasmo, as próximas observações.

Se confirmadas, essas evidências poderão reescrever o entendimento da humanidade sobre sua posição no cosmos — e abrir as portas para uma nova era de descobertas sobre vida extraterrestre. Com TVTNews.

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Mundo

China convoca ONU para denunciar tarifas de Trump e isolar EUA

Pequim reúne países no Conselho de Segurança para acusar os EUA de desestabilizar a economia global com tarifas; países do Sul Global aderem ao protesto.

Em meio à escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo chinês convocou para o dia 23 de abril uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU com o objetivo de denunciar o que classifica como “atos de intimidação e unilateralismo” por parte de Washington.

A iniciativa marca mais um passo da estratégia diplomática de Pequim para isolar internacionalmente a política tarifária da Casa Branca e projetar-se como defensora do multilateralismo e da estabilidade econômica global.

A reunião, aberta a todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas, terá como tema “o impacto do unilateralismo e das práticas de intimidação nas relações internacionais”. No conceito divulgado pela delegação chinesa, os Estados Unidos são acusados de usar tarifas como “instrumento de pressão extrema”, em flagrante violação das regras do comércio internacional.

Segundo o documento, a prática estaria “lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e o desenvolvimento”.

A ofensiva diplomática chinesa ocorre após a imposição, por parte do presidente Donald Trump, de tarifas que somam até 145% sobre importações da China – número que sobe para 245% se incluídas as taxas anteriores à atual gestão.

Em retaliação, Pequim anunciou tarifas de 125% sobre bens norte-americanos e passou a fortalecer sua articulação com países do Sul Global, que também vêm sendo afetados pelas barreiras tarifárias unilaterais de Washington.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou em entrevista coletiva que o abuso das tarifas norte-americanas “causa sérios danos aos interesses e ao bem-estar de todos os países”.

Ele acusou os EUA de ignorarem os resultados de negociações multilaterais ao recorrerem à retórica de “reciprocidade e justiça” para justificar medidas protecionistas que ameaçam o sistema multilateral. “Tais ações unilaterais criam desafios sem precedentes à ONU e ao próprio multilateralismo”, disse.

Na avaliação de Lin, é fundamental que a comunidade internacional utilize espaços como o Conselho de Segurança para aprofundar o debate sobre as consequências do unilateralismo econômico, fortalecer o papel da ONU e proteger os direitos ao desenvolvimento legítimo de todos os países.

Ele acrescentou que a reunião de 23 de abril será uma oportunidade para “construir consenso contra o protecionismo e reafirmar os princípios da Carta das Nações Unidas”.

O contexto também inclui o fortalecimento do Grupo de Amigos em Defesa da Carta da ONU, que reúne países como China, Rússia, Venezuela, Irã e Laos. Em nota conjunta divulgada nesta semana, o grupo condenou o uso de tarifas como instrumento político e acusou os EUA de promover ações “unilaterais e coercitivas para subjugar outros países”. Para o governo chinês, esse tipo de articulação reflete a crescente disposição do Sul Global de resistir coletivamente a pressões externas consideradas injustas.

Embora os Estados Unidos ainda não tenham se pronunciado oficialmente sobre a reunião convocada por Pequim, fontes diplomáticas ouvidas pela imprensa norte-americana indicam preocupação com a perda de apoio de países intermediários.

Cerca de 70 nações já teriam iniciado negociações com Washington para escapar das tarifas, mas a estratégia norte-americana de isolar a China enfrenta resistência em países que também são alvos das medidas protecionistas, de acordo com o Vermelho.

Em paralelo, o impacto das tensões comerciais já preocupa organismos internacionais. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) alertou que o crescimento econômico global pode cair para 2,3% em 2025.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, foi ainda mais enfática, prevendo uma possível contração de até 7% do PIB global caso a economia mundial se fragmente em blocos rivais. Para Pequim, o cenário atual exige uma resposta coordenada da comunidade internacional em defesa do livre comércio, da cooperação multilateral e do desenvolvimento comum.

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Hugo Motta anuncia acordo para fim da greve de fome de Glauber Braga

Deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) está em greve de fome contra processo de cassação de seu mandato.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta quinta-feira (17/4) um acordo para o fim da greve de fome do deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ).

O parlamentar passou mais de uma semana em greve de fome no plenário onde o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou a cassação de seu mandato.

O acordo foi construído por meio do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), e da esposa de Glauber, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP), segundo o Metrópoles.

“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, escreveu Motta.

Durante o período em que permaneceu nas dependências da Câmara dos Deputados, Glauber ingeria apenas água, soro e isotônicos. Teve acompanhamento médico diário para monitorar as condições de saúde.

O congressista recebeu a visita de diferentes ministros de Estado do governo Lula. São eles: Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), Macaé Evaristo (Direitos Humanos), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Cida Gonçalves (Mulheres), Sonia Guajajara (Povos Originários) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

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Política

Carluxo, o Bolsonaro paralelo

Semana passada, na encolha, Carluxo teve que depor na PF sobre a joia de sua coroa, a ABIN paralela.

O maquiavélico 02 do clã Bolsonaro é o cérebro da facada comédia e diretor de arte e de palco de Bolsonaro no quesito cirurgias. E já são 7, conta de mentiroso.

Aparelho espião de Israel era pilotado pelo Pit Bull, também morador do condomínio Vivendas da Barra e, consequentemente, vizinho do assassino de Marielle.

Carluxo, segundo Bebianno, foi o criador e maestro da farsa da facada sem sangue de Adelio que encontrou com Carluxo, junto com Eduardo, no Clube de Tiro da rainha da tiara de florzinha, a deputada Julia Zanatta, em Santa Catarina.

Ou seja, essa trama subterrânea bolsonarista já acontecia antes de Bolsonaro ocupar a cadeira da presidência na base da fraude eleitoral em parceria com Moro.

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Política

Erika Hilton: Embaixada dos EUA reafirma transfobia

Em meio a alteração transfobica do visto da deputada brasileira Erika Hilton, a Embaixada dos Estados Unidos (EUA) afirmou que só existem dois sexos.

O que disse a Embaixada dos EUA sobre o caso de Erika Hilton?
A deputada federal Erika Hilton denunciou o recebimento do visto para entrada nos EUA com o gênero masculino, ignorando sua autodeterminação de gênero e informações oficiais de documentos brasileiros.

Diante do caso, a Embaixada dos EUA informou que segue a Ordem Executiva 14168, emitida por Donald Trump no dia 20 de janeiro.

O texto sancionado exige que os departamentos federais reconheçam o gênero como um binário masculino-feminino imutável e proíbe a autoidentificação de gênero em documentos federais, como passaportes.

“A Embaixada dos Estados Unidos informa que os registros de visto são confidenciais conforme a lei americana e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento”, disse o órgão.

Erika Hilton foi convidada para palestrar em um evento realizado na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).

A viagem foi autorizada como missão oficial pela presidência da Câmara. Nestes casos, o trâmite de solicitação de visto costuma ser protocolar, feito diretamente entre o Parlamento brasileiro e a embaixada do país de destino.

No entanto, segundo a equipe da deputada, o processo foi marcado por entraves incomuns, atribuídos a novas diretrizes da gestão de Trump.

Inicialmente, representantes da deputada foram orientados por telefone a solicitar um visto de turista, o que foi posteriormente corrigido após esclarecimentos.

Ainda assim, o visto emitido em 3 de abril trazia a classificação de gênero masculino — algo que, segundo Erika, nunca foi informado ou consentido por sua equipe.

Ao mesmo tempo, Harvard trava uma briga contra o governo Trump. O presidente republicano cortou verbas da universidade por políticas de diversidade e manifestações pró-palestina e contra a guerra travada por Israel.

Transfobia como política
“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, declarou Erika Hilton. Ela classificou a situação como um ato de violência institucional, de abuso de poder e uma clara violação de um documento oficial brasileiro.

A deputada também afirmou que o episódio transcende o âmbito individual, tornando-se uma questão diplomática. “É uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano. Quando praticada nos Estados Unidos, ainda pede uma resposta das autoridades e do Poder Judiciário americano. Mas quando invade um outro país, pede também uma resposta diplomática, uma resposta do Itamaraty”, afirmou.

Posição de Erika Hilton
Diante da situação, Erika Hilton recusou-se a utilizar o documento e optou por não embarcar para os Estados Unidos, abrindo mão da participação no evento.

A decisão da embaixada americana ocorre em meio a um cenário de crescente repressão contra a população LGBTQIA+ nos EUA sob a gestão Trump, que já impôs diversas restrições a políticas de transição de gênero e determinou o banimento de termos como “gay”, “lésbica”, “transgênero” e “LGBTQ” de portais oficiais do governo.

Ela também afirma que se trata de “uma situação de violência, de desrespeito, de abuso, inclusive, do poder porque viola um documento brasileiro, que é nosso. É uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano”.

Segundo informações da CNN, a a deputada prepara uma ação internacional para questionar o governo estadunidense. Ela também tenta agendar um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.]

*TVTNews

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Política

Pior que Bolsonaro, só o Bolsonaro paralelo

Enquanto Bolsonaro faz aquele teatro no hospital, a vida real do sacripanta vai sendo descortinada.

As novas revelações de um agente da ABIN paralela, não deixam dúvidas. Pior que o monstro, só o monstro paralelo.

O canalha é muito pior no caixa 2, no por fora, na corrupção, no roubo do país.

Vai querer ter anistia paralela também junto com o Ramagem paralelo?
Ou o congresso paralelo do PL paralelo e afins vai exigir um STF e um Moraes paralelos?

É a milícia dentro de um governo miliciano.

Quando Michelle paralela anunciou que lançaria uma empresa para aproveitar o escândalo das joias, depois de ser Investigada pela PF por peculato, a pura ex-primeira-dama decidiu debochar do caso com o anúncio de que abriria a Mi joias.

Agora é esperar o que essa quadrilha, instalada no Planalto durante quatro anos de Bolsonaro, dirá sobre as denúncias de um agente da ABIN paralela que foi obrigado por Ramagem a transportar joias no paralelo.

Hoje, quinta feira, ainda tem o diretor da ABIN e ex-número 2 depondo na PF.

A conferir.

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Bloqueio de ajuda humanitária é ‘principal ferramenta’ de Israel em Gaza

Todas as passagens de fronteira para Gaza permaneceram fechadas enquanto piora uma grave crise humanitária

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse que Tel Aviv não permitirá a entrada de nenhuma ajuda humanitária na Faixa de Gaza, enfatizando que a prevenção de ajuda é uma “ferramenta principal” usada para pressionar o Hamas.

“Como mencionei na minha declaração, a política de Israel é clara e nenhuma ajuda humanitária está prestes a entrar em Gaza”, disse ele, acrescentando que a prevenção de ajuda é “uma das principais ferramentas” que Israel está usando para pressionar o Hamas, “além das outras medidas que Israel está tomando”.

“É uma pena que haja quem tente enganar. Na realidade atual, ninguém vai levar ajuda humanitária para Gaza, e ninguém está se preparando para trazer tal ajuda. Enfatizei que, em relação ao futuro, um mecanismo para o uso de empresas civis deve ser construído, para não permitir que o Hamas tenha acesso [à ajuda] no futuro”, continuou o ministro da Defesa.

Katz havia anunciado em uma declaração anterior na quarta-feira que Israel eventualmente retomaria as entregas de ajuda a Gaza, mas apenas por meio de “empresas civis”.

A declaração de Katz enfatizou “antes de mais nada, fazer todos os esforços para conseguir a libertação de todos os reféns dentro da estrutura do [enviado dos EUA Steve] Witkoff e construir uma ponte para a derrota do Hamas no futuro”.

Ele enfatizou “interromper a ajuda humanitária, que mina o controle do Hamas sobre a população, e criar uma infraestrutura para a distribuição [de ajuda] por meio de empresas civis no futuro”.

“Até agora, centenas de milhares de moradores foram evacuados e dezenas por cento do território foi adicionado às zonas de segurança”, referindo-se à recente tomada de território em Gaza. “A pressão sobre o Hamas para executar o acordo é pesada e a tensão entre ele e a população local está aumentando”, continuou.

Ele acrescentou que o Egito, pela primeira vez, estabeleceu “o desarmamento do Hamas e a desmilitarização de Gaza” como condição “para um acordo abrangente e para o fim da guerra”.

Katz enfrentou críticas significativas de membros da coalizão e das famílias dos prisioneiros israelenses mantidos na faixa.

O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, disse que fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir o “erro histórico” de permitir a entrada de ajuda em Gaza.

“É uma pena que não aprendamos com nossos erros. Enquanto nossos reféns estiverem morrendo nos túneis, não há razão para que um grama de comida ou ajuda entre em Gaza”, afirmou.

O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas chamou as declarações de Katz de “fantasia”, criticando especificamente a insistência do governo em priorizar a tomada de território em Gaza em detrimento das vidas dos reféns.

“Chegou a hora de acabar com as falsas promessas e slogans. É impossível continuar a guerra e, ao mesmo tempo, libertar todos os reféns”, afirmou o fórum.

Todas as passagens de fronteira para Gaza permaneceram fechadas, com o fluxo de ajuda para a faixa interrompido. Hospitais em Gaza estão à beira do colapso total devido à falta de suprimentos médicos desesperadamente necessários, tornando quase impossível tratar as dezenas de palestinos feridos que chegam aos centros médicos diariamente.

Desde a recente retomada e expansão das operações terrestres em Gaza, Israel assumiu o controle de pelo menos 50% do território da faixa. Katz anunciou no sábado a captura pelo exército israelense do recém-criado Corredor Morag, que isola a cidade de Rafah, no extremo sul, da cidade de Khan Yunis.

Katz também disse que o exército em breve ampliará “vigorosamente” sua ofensiva em Gaza.

Mais de 1.630 palestinos foram mortos e mais de 4.300 feridos por Israel em toda a Faixa de Gaza desde que a guerra em Gaza recomeçou em 18 de março.

Enquanto isso, os EUA aprovaram um novo carregamento de milhares de bombas para a Força Aérea Israelense.

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Militares israelenses exigem fim da guerra e expõem crise no governo

Cartas de militares da reserva, ex-chefes do Mossad e do Shin Bet denunciam uso político da guerra e cobram libertação dos reféns

Israel enfrenta um movimento crescente de oposição interna à continuidade da guerra em Gaza. Reservistas e veteranos de elite, incluindo ex-chefes de inteligência e unidades especiais, denunciam o uso político do conflito e exigem uma saída negociada com o Hamas. A reação do governo Netanyahu aprofunda o racha interno e expõe a crise de legitimidade da ofensiva militar.

Uma carta aberta publicada no dia 11 de abril e assinada por 970 reservistas da ativa e veteranos da Força Aérea Israelense teve forte repercussão nacional ao denunciar o prolongamento da guerra como uma decisão guiada por interesses pessoais e não por objetivos de segurança.

“Continuar a guerra não serve a nenhum dos seus objetivos declarados”, afirmaram os signatários na carta. “A santidade da vida é mais sagrada que o deus da vingança”, escreveram.

A iniciativa desencadeou uma mobilização em diversas frentes do aparato militar e de segurança. Cartas semelhantes foram divulgadas por 150 oficiais da Marinha, 1.525 membros do Corpo Blindado, 250 integrantes da unidade de inteligência cibernética 8200, mais de 1.500 veteranos das Forças Especiais e da Infantaria, e cerca de 500 representantes do setor de alta tecnologia israelense, segundo o Vermelho.

Também subscreveram o protesto cerca de 250 veteranos do Mossad, incluindo três ex-diretores, e 100 ex-alunos do Colégio Nacional de Segurança.

Todas as declarações convergem no apelo pelo fim da guerra, pela devolução dos reféns e pela abertura de negociações que coloquem a vida dos civis acima dos cálculos políticos de Netanyahu e da sua coalizão.

Reação do governo: repressão e ataque político

A resposta do governo foi imediata. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou os signatários como um “grupo anarquista, barulhento e desconectado de aposentados” e afirmou que a mobilização é financiada por organizações estrangeiras com o objetivo de derrubar o governo de direita.

O ministro da Defesa, Israel Katz, e o comandante da Força Aérea, Tomer Bar, ordenaram a demissão dos reservistas da ativa que assinaram a carta. Ao menos 25 recuaram e retiraram suas assinaturas após reuniões com o alto comando militar. Segundo os comandantes, as cartas abalam a coesão das unidades e comprometem a eficiência da operação militar.

A repressão não conteve o movimento, no entanto. Cartas de apoio seguiram circulando e ampliando o clamor pelo fim dos combates. O Shin Bet, serviço de segurança interna, divulgou uma nota assinada por centenas de veteranos, com apoio explícito às cartas militares e exigência de uma comissão de inquérito sobre os eventos de 7 de outubro.

“Trazer todos os reféns de volta é um mandamento ético supremo, mesmo ao custo de interromper temporariamente os combates”, afirmaram.

O racha social e político em Israel

A crise de legitimidade também se reflete nas ruas. Manifestações em Tel Aviv e Jerusalém reúnem familiares de reféns, reservistas e militantes pela paz, que exigem um cessar-fogo imediato. As manifestações incorporaram a agenda das cartas: devolução dos reféns, investigação dos erros de 7 de outubro e fim da guerra.

A isenção concedida às comunidades ultraortodoxas — que não cumprem serviço militar — também é alvo de crescente revolta entre soldados da reserva e familiares. As cartas acusam o governo de permitir uma guerra desigual, onde apenas parte da população é chamada a se sacrificar.

Guerra contestada por dentro

A dissidência militar, a pressão da sociedade civil e as divisões dentro dos aparatos de segurança indicam que a guerra em Gaza não tem mais o consenso institucional que sustentou as primeiras fases da ofensiva.

A insistência do governo Netanyahu em manter a linha dura, sem apresentar alternativas realistas para a devolução dos reféns, amplia o isolamento interno e internacional de Israel. A continuidade da guerra, longe de garantir segurança, expõe um país em ruptura com suas próprias forças armadas.

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Planalto já tem plano para acabar de vez com o PL da Anistia na Câmara

Planalto quer colocar um ponto final na gritaria dos bolsonaristas que buscam perdão aos criminosos golpistas do 8/1, que, por tabela, livraria Bolsonaro da cadeia. Entenda o método.

A tramitação do Projeto de Lei da Anistia, que busca perdoar os criminosos golpistas do 8 de Janeiro de 2023 e favorecer Jair Bolsonaro, encontra-se em uma situação delicada na Câmara dos Deputados. O governo Lula acredita que o projeto da extrema direita está fadado ao fracasso, após desenvolver um plano para bloquear sua aprovação. Os bolsonaristas conseguiram reunir 265 assinaturas para um requerimento de urgência, superando o mínimo de 257 necessário. No entanto, a inclusão do PL em pauta urgente depende da anuência do presidente da Câmara, Hugo Motta, que inicialmente era contra, mas mudou sua postura após uma postagem nas redes sociais, sugerindo que a decisão seria submetida a uma votação informal entre os líderes do Congresso, o que poderia facilitar a aprovação da anistia.

Perante isso, o governo federal analisou a situação e decidiu adotar uma estratégia para desviar o foco do projeto, que tem causado entraves desnecessários na política nacional. Essa tática envolve considerar as adesões ao requerimento de urgência do PL.

A coordenação política do governo reconhece que a votação plenária é o verdadeiro teste de apoio, não apenas a assinatura da lista. Mesmo com 265 assinaturas, sendo 146 de supostos partidos governistas, o governo considera que, se retirar entre 12 a 15 votos desses “governistas”, o projeto da anistia não será aprovado, garantindo uma vitória clara para o Planalto na votação. Assim, a articulação do governo visa minimizar os apoios ao projeto, afirmando que a legislação não deve ser discutida, dada sua natureza controversa e absurda.

A implementação do PL da anistia no Congresso pode ser alcançada através de uma estratégia simples, envolvendo ajustes nas nomeações para cargos desejados e a liberação de emendas para as bases eleitorais dos deputados. Especialistas consultados pela Fórum sugerem que muitos parlamentares que assinaram a lista de urgência do projeto fizeram isso conscientemente, prevendo que o governo usaria essa assinatura como uma moeda de troca. Essa situação não seria considerada anormal, devido à natureza comum das negociações políticas.

Fontes ligadas ao governo e ao Congresso garantem que o plano tem altas probabilidades de sucesso, uma vez que a maioria dos signatários da lista não é composta por parlamentares de visões extremistas. Além disso, muitos moderados têm sido alvo de pressão intensa por parte da bancada bolsonarista, o que pode influenciar suas decisões. A expectativa é de que, com a oferta de cargos e a liberação de emendas, um número significativo de deputados possa reconsiderar sua posição, optando por retirar seus nomes da lista e, consequentemente, votar contra o projeto no plenário.

Em resumo, a estratégia de negociações políticas em torno do PL da anistia envolve a manipulação das nomeações e a liberação de recursos para garantir apoio, aproveitando-se da vulnerabilidade de certos parlamentares diante da pressão política. Isso poderia criar um cenário onde, uma vez formalizadas as propostas, muitos se sentiriam inclinados a mudar suas posições, ajudando o governo a contornar obstáculos legislativos. A combinação de ofertas atraentes e a situação delicada de alguns deputados poderia facilitar uma reviravolta significativa na votação do projeto.

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Política

Agente da Abin afirma ter sido obrigado a trazer relógios do Qatar para Ramagem

O agente teria sido ‘constrangido’ por uma assessora de Ramagem para que trouxesse os itens.

Um funcionário da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) disse à Polícia Federal (PF) que foi obrigado a trazer três relógios de luxo do Qatar para o Brasil, para entregá-los a Alexandre Ramagem, então diretor do órgão. A informação é do jornalista Aguirre Talento, do portal UOL.

A informação é investigada no inquérito da “Abin paralela” e já está em sua fase final. Na próxima quinta-feira (17), a PF vai colher o depoimento de Luiz Fernando Corrêa, o atual diretor da agência, que está sob suspeita de ter permitido a destruição de provas.

Segundo o UOL, Ramagem disse em depoimento à PF que os relógios foram recebidos, catalogados pela Abin e encaminhados ao museu da instituição.

Transporte dos relógios
O agente que transportou os relógios disse que foi constrangido por uma das assessoras de Ramagem para trazer os relógios para o Brasil.

De acordo com sua declaração, durante uma de suas viagens, a assessora “determinou ao declarante que levasse o presente de Ramagem”. O agente, contudo, não deu detalhes sobre como entrou no Brasil com os itens. Caso tenha entrado no país sem ter declarado o material, pode ser que tenha havido uma sonegação fiscal.

Outro ponto investigado pela PF é a ligação dos funcionários da Abin nomeados por Ramagem, com uma empresa contratada pela agência. Na fase atual, a investigação tenta identificar se eles receberam pagamentos dessa empresa.

*ICL