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Bolsonaro joga os generais golpistas aos leões

Bolsonaro joga os generais golpistas aos leões

Mesmo diante da reação de generais que se sentirem traídos e resolverem abrir o bico, dando um bico de coturno na lealdade canina que tinham com o “mito”, Bolsonaro ordena que seus advogados, não só joguem os generais ao mar, mas diga que eles, e não Bolsonaro, se beneficiariam do golpe, que sím, foi comandado pelo Primeiro Comando do Vivendas da Barra.
Ou seja, a goma alta da farda. que se rendia até aos faniquitos de

Carluxo está sendo desprezado pelo maior traíra da história da república, sem remorso, até porque a tentativa de anistia via congresso, babou.

Assim, Bolsonaro, vai tentando usar os seus aliados mais próximos como boi de piranha. E faz isso, como quem toma um suco de abacaxi gelado.

O que não pode agora, são os mesmos generais se fingirem de surpresos. Até o mundo mineral sabe que Bolsonaro não acode feridos e se preciso for, dá o tiro de misericórdia nos ex comparsas.
(Antropofagista)

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Investigados em trama golpista dizem que estratégia de Bolsonaro é ‘rifar’ militares envolvidos

Manobra, no entanto, pode estimular os militares envolvidos a fechar acordos de delação premiada.

A estratégia de defesa de Jair Bolsonaro (PL) de se distanciar da tentativa de golpe de Estado e de transferir a responsabilidade para os militares pode resultar em complicações jurídicas ainda mais graves para o ex-mandatário. De acordo com fontes militares ouvidas pela coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1, a reação de Bolsonaro reflete uma tentativa de salvar sua pele ao negar qualquer envolvimento direto nos planos golpistas.

“Bolsonaro está rifando os militares”, afirmou um dos integrantes das Forças Armadas indiciados pela tentativa de golpe, que preferiu manter anonimato. A crítica ocorre em resposta à fala de Paulo Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro, que, na sexta-feira (29), declarou ao programa Estúdio i, da GloboNews, que os principais beneficiários do golpe seriam os militares, com a criação de uma junta militar após a morte de líderes políticos, incluindo o presidente Lula (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Cunha Bueno alegou que, conforme o plano de um dos generais envolvidos, Mário Fernandes, Bolsonaro não faria parte da junta e, portanto, não se beneficiaria do golpe. “Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mário Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do Plano Punhal Verde e Amarelo, e nessa junta não estava incluído o presidente Bolsonaro”, afirmou o advogado, tentando isentar o ex-presidente da conspiração.

No entanto, fontes militares criticam essa versão, afirmando que, mesmo que Bolsonaro não estivesse formalmente incluído no gabinete de crise, o órgão, composto por generais como Braga Netto e Augusto Heleno, seria criado para assessorar uma autoridade, no caso, o próprio presidente. Eles destacam ainda que nenhum militar envolvido na trama teria interesse em derrubar Bolsonaro, já que muitos acreditavam no projeto de país que ele defendia.

Para advogados que analisam o caso, a estratégia de negar a autoria do golpe parece ser o último recurso de Bolsonaro, especialmente devido à forte evidência material que já foi coletada. Com os detalhes da trama já amplamente documentados, não restaria outra alternativa ao ex-presidente senão tentar desvincular-se do golpe. Contudo, essa postura pode acabar gerando uma reviravolta ainda mais danosa à sua defesa, uma vez que militares podem ser incentivados a fechar acordos de delação premiada.

Embora a Polícia Federal já tenha concluído seu inquérito, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não ofereceu a denúncia. Caso a denúncia seja apresentada, os militares envolvidos poderiam se tornar delatores, expondo ainda mais o ex-mandatário.

“A preocupação é maior com os generais Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, que foi comandante de Operações Terrestres entre o final de março de 2022 ao final de novembro de 2023 e colocou suas tropas à disposição do golpe, segundo a PF; e o general de brigada Mário Fernandes”, destaca a reportagem. .

 

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PGR prepara modelo controverso de denúncia conjunta em investigações contra Bolsonaro

Paulo Gonet prepara denúncia ao STF reunindo tentativa de golpe, joias sauditas e cartão de vacina.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, prepara uma denúncia conjunta ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de modo a reunir os casos da trama golpista, das joias sauditas e do cartão de vacina. Advogados ouvidos pela Folha divergem sobre a viabilidade da estratégia da PGR.

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro por suspeita de envolvimento em plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. A imputação criminal se soma a outras contra o capitão da reserva.

Além de suspeito na investigação da trama golpista, o ex-presidente também já foi indiciado pela PF em apuração sobre a venda de joias sauditas recebidas de presente pelo governo brasileiro e de falsificação de certificados de vacinas contra

Bolsonaro não é réu em nenhum dos casos nem formalmente acusado. A PGR (Procuradoria-Geral da República) vai analisá-los e definir os próximos passos conforme os elementos colhidos nas investigações. O órgão pode oferecer a denúncia, pedir o arquivamento do inquérito ou solicitar mais diligências.

A PGR confirma já ter recebido o relatório da PF sobre a trama golpista. A lei estabelece um prazo de 15 dias para ela se manifestar, mas, na prática, o prazo pode ser flexibilizado se for necessário mais tempo. A instituição não perde o direito de oferecer a denúncia caso ele seja descumprido.

O procurador-geral cogita apresentar uma acusação conjunta contra o ex-presidente, agregando os casos. A estratégia fica a critério do Ministério Público, dizem especialistas ouvidos pela reportagem.

Ao oferecer a acusação, a PGR deve observar se há prova da materialidade do crime e indícios de autoria, ou seja, elementos concretos que comprovem a existência de um delito e evidências de que ele está relacionado.

a Covid-19.

 

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Quer escapar?

Bolsonaro admite se refugiar em embaixada

O ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal por planejamento e envolvimento em golpe de Estado, segue negando sua participação nos ataques à democracia. Em entrevista às jornalistas Raquel Landim e Letícia Casado, do UOL, ele voltou a recorrer à falsa argumentação de que é “perseguido” e indica que está cogitando refúgio em embaixada.

“Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”, disse.

A seguir, fez uma ressalva: “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”.

Pois segundo a Polícia Federal, na ocasião da viagem aos Estados Unidos Bolsonaro se beneficiou justamente de um plano de fuga elaborado pelo tenente-coronel Mauro Cid para o caso de o golpe de Estado não dar certo.

O plano foi elaborado em 2021, quando Bolsonaro tensionava a relação com o STF (Supremo Tribunal Federal), mas só foi posto em prática nos últimos dias de 2022, quando ele abandonou a Presidência e foi para os Estados Unidos.

Bolsonaro deixou o país em 30 de dezembro de 2022, um dia antes do fim de seu mandato. Para que a viagem fosse viabilizada, Cid articulou a falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19 para Bolsonaro e sua filha Laura Bolsonaro. Cid, sua esposa e suas três filhas também se beneficiaram do esquema.

“Apesar de não empregada no ano de 2021, o plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado. Conforme será descrito nos próximos tópicos, JAIR BOLSONARO, após não conseguirem o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país, para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023 (“festa da Selma”)”, conclui a PF.

Na entrevista ao UOL, Bolsonaro foi perguntado sobre a possibilidade de ser preso. O ex-presidente respondeu que está vivendo “num mundo das arbitrariedades” e volta a atribuir a Alexandre de Moraes a responsabilidade pela “perseguição”. “Vivemos num mundo das arbitrariedades. (…) Corro risco, sem dever nada, corro risco. [O STF] Vai fazer a arbitrariedade, vamos ver as consequências. O que eu tenho a ver com o cara do rojão? Caiu na minha conta. O próprio Alexandre no dia seguinte: pau em mim…”.

Bolsonaro: ‘É uma grande história’
Bolsonaro disse que as investigações da Polícia Federal que revelaram o plano para sequestrar e matar o ministro do STF, são obra da “criatividade” de “suposições” do STF.

“É uma grande história. A PF faz aquilo que o senhor ministro [Alexandre de Moraes] assim deseja. Basta você ter conhecimento dos áudios do Airton Viera [juiz instrutor de Moraes] para o Tagliaferro [Eduardo Tagliaferro, funcionário do TSE]: ‘Tenha criatividade’. [expressão usada por Airton para Tagliaferro ao pedir investigação contra uma revista]. Aí o que fazem são suposições”.

Seguindo uma linha de argumentação adotada pelos seus principais apoiadores, incluindo os filhos Flávio e Eduardo, Bolsonaro tenta ridicularizar os planos de matar e envenenar as autoridades encontrados na investigação da PF, afirmando ser uma “loucura” e uma “bravata”. “Que plano era esse? Dar um golpe com um general da reserva, três ou quatro oficiais e um agente da PF? Que loucura é essa?”.

O ex-presidente refuta a possibilidade de o Judiciário usar a “teoria do domínio de fato”, linha de acusação do então juiz Sérgio Moro na Lava-Jato, em seu caso. De acordo com Bolsonaro, haveria um volume de provas em relação a Lula, quando “agora tem uma única delação, que ninguém mostra. Por que não mostra?”, referindo-se à delação do seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que está sob segredo de Justiça.

As anotações encontradas na agenda do general Augusto Heleno detalham a estratégia de desestabilização política que levariam ao golpe de Estado que beneficiaria Jair Bolsonaro (Foto: Sérgio Lima/Agência Brasil)

Confrontado com o fato de que o relatório entregue à PGR por Alexandre de Moraes na terça-feira (26), teria provas e documentos, incluindo as anotações manuscritas na agenda do general Augusto Heleno, o ex-presidente devolve simulando ignorar o plano Punhal Verde Amarelo.

“O que é esse plano [Punhal] Verde e Amarelo de que você fala? É de 2022. Não tenho a menor ideia do que seja isso. Começou a colocar em prática esse plano? Pelo que eu sei, não”.

Bolsonaro, porém, admite que chegou a discutir as possibilidades de golpe de Estado, alegando falsamente que estaria “baseada na Constituição”: “Minuta do golpe é baseada na Constituição. Para que serve a Constituição? É a nossa lei máxima.”

“Eu entendo que ali é um norte para você seguir. Se tem um remédio ali, por que não discutir? Foi discutida a hipótese de GLO, de 142, de estado de sítio, estado de defesa. Qual é o problema de discutir isso aí?”

E, apesar de todas as críticas e acusações ao processo eleitoral brasileiro, Jair Bolsonaro declara que se mantém candidato em 2026, mesmo estando inelegível: “Sou um réu sem crime. Fui condenado [tornado inelegível pelo TSE] sem crime nenhum”. Para vice, ele especula: “Talvez um nordestino, um pau de arara, um cabra da peste…”.

 

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Novo documento mostra golpe planejado em detalhes, com anuência total de Bolsonaro

“Como em 64, depois viriam as cassações de adversários, a suspensão de garantias constitucionais e um ato de força”.

O relatório do inquérito da PF sobre a tentativa de golpe desmentiu completamente Jair Bolsonaro, horas depois de ele negar participação na trama, afirmando, com base em uma profusão de provas, que ele “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” de todo o plano golpista.

Embora os golpes do tipo quartelada estejam em desuso, sendo substituídos pelas novas formas de corrosão da democracia, o golpe de Bolsonaro e seus asseclas seria à moda antiga. E fracassou exatamente porque não teve a adesão dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Diante disso, Bolsonaro tenta salvar a própria pele, salta do barco golpista e vai para os EUA. No Brasil, desesperados e sentindo-se abandonados, os golpistas foram para a cartada afinal e arriscada, levando os acampados, arregimentados em vários pontos do país, para o ataque aos centros do poder.

Os detalhes do golpe aparecem em um documento que ainda não havia sido revelado e que foi encontrado na sede do PL, na mesa do assessor do general Braga Netto, Coronel Peregrino. O documento manuscrito estava em uma pasta denominada “memorias importantes” e era intitulado “Operação 142”, por ter como pretensa base jurídica o artigo 142 da Constituição, que na interpretação equivocada da extrema direita, permite a intervenção das Forças Armadas em caso de conflito entre os poderes ou de grave perturbação da ordem

Neste documento aparece a expressão “Lula não sobe a rampa”, síntese do objetivo do golpe, impedir a posse do presidente legitimamente eleito. Nele são listadas as ações que seriam desencadeadas, sob o título “Linhas de Esforço”. Pela ordem, eram elas, tal como listadas no documento

– Enquadramento jurídico no artigo 142 (AGU e MJ).

– Comprometimento político: convocação do Conselho da República e da Defesa.

– Discurso em cadeia nacional de TV e rádio.

– Preparação (ensaios) da tropa para as ações diretas.

– Mobilização de juristas e formadores de opinião.

– Preparar releases para divulgação posterior.

– Interrupção do processo de transição.

– Anulação de atos arbitrários do STF.

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Bolsonaro articulou golpe de Estado previsto para 15 de dezembro, diz PFya

Bolsonaro discutiu teor de decreto golpista com assessor, padre e comandantes das Forças Armadas.

A PF (Polícia Federal) encontrou evidências de que o ex-presidente Jair Bolsonaro se envolveu diretamente na articulação de um golpe de Estado após perder a eleição de 2022.

A trama golpista tinha até mesmo data: 15 de dezembro de 2022, dia em que militares com treinamento em operações especiais, conhecidos como kids pretos, foram às ruas para capturar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

“De acordo com os elementos de prova colhidos, o golpe deEstado seria consumado no dia 15 de dezembro de 2022. Nesta data, uma equipe de militares Forças Especiais executaria a ordem de prisão/execuçãodo ministro ALEXANDRE DE MORAES. No dia 16 de dezembro de 2022, após aconsumação da ruptura institucional, seria criado o Gabinete Institucional deGestão de Crise, formado em quase a totalidade por militares, sob comandodos Generais HELENO e BRAGA NETTO, havendo poucos civis, dentre eles FILIPEMARTINS”, mostra trecho do relatório da PF.

Um grupo de ao menos seis oficiais do Exército de fato foi às ruas de Brasília para tentar capturar o ministro Alexandre de Moraes. Conversas em aplicativo de mensagens obtidas pelos investigadores mostram que os militares, integrantes dos chamados kids pretos, mostram que eles estiveram posicionados para o sequestro do ministro até as 21h de 15 de dezembro

O plano foi abortado porque Moraes saiu do STF antes do esperado pelos militares, frustrando o plano.

Minuta do golpe
A PF encontrou diversos elementos que ligam Bolsonaro à elaboração da chamada minuta do golpe, manobra jurídica que marcaria a ruptura institucional e determinaria a prisão de seus desafetos.

A primeira versão foi apresentada por Filipe Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais, e previa as prisões dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.

De acordo com as evidências achadas pela PF, Bolsonaro se engajou pessoalmente na elaboração da minuta do golpe por quase um mês. A primeira versão foi apresentada por Filipe Martins em novembro.
No dia 19 de novembro, Martins levou o padre José Eduardo de Oliveira e Silva –que também ajudou a elaborar a minuta– ao Palácio do Alvorada, onde Bolsonaro seguia recluso após a derrota. Os dois chegaram na residência oficial do presidente às 14h59, segundo registros de entrada encontrados pela PF.

“JAIR BOLSONARO, com apoio do núcleo jurídico da organização criminosa, elaborou um Decreto que previa uma ruptura institucional, impedindo a posse do governo legitimamente eleito, estabelecendo a Decretação do Estado de Defesa no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral e a criação da Comissão de Regularidade Eleitoral para apurar a “conformidade e legalidade do processo eleitoral”, diz trecho do relatório.

Acompanhado do ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira, Bolsonaro apresentou a minuta aos comandantes das três forças pela primeira vez em 7 de dezembro. Foi nessa reunião em que os comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Junior, se negaram a aderir ao golpe.

Diante da recusa, Bolsonaro convocou o general Estevam Theophilo, àquela altura comandante do Coter (Comando de Operações Terrestres) do Exército, para propor o golpe. Segundo a PF, Theophilo se comprometeu a colocar suas tropas a serviço do golpe, caso Bolsonaro assinasse a minuta.

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General tinha “roteiro” para deputados bolsonaristas rebaterem 8/1

A Polícia Federal encontrou em um HD do general Mário Fernandes (foto em destaque) documento que servia como roteiro a ser usado por bolsonaristas durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

O roteiro, de três páginas, foi criado no dia 16 de maio de 2023, 10 dias antes de a CPMI do 8 de Janeiro ser instalada. O arquivo revela estratégias e detalhes de como bolsonaristas tentaram criar uma narrativa em relação aos movimentos golpistas.

O que tinha no roteiro da CPMI do 8 de Janeiro
O documento traz orientações que deveriam ser exploradas pela oposição visando atacar o governo federal, o STF, o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF).

Elas foram chamadas de “ideias-forças” e tinham as seguintes finalidades:

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É bom lembrar: nem todo golpista usa farda

O momento mais simbólico da democracia é a eleição. Aquele simples movimento de esticar o dedo indicador e apertar a tecla da urna eletrônica tem algo de emocionante. Sabemos que o gesto colabora para que alguém ganhe mandato, uma carta-branca para nos representar nas grandes discussões nacionais.

Não é pouca coisa.

Ao contrário do que muitas vezes acontece, mandatos não devem ser usados como privilégio, e sim como uma enorme responsabilidade.

Políticos eleitos aceitam o compromisso de defender a democracia que permitiu aos eleitores escolhê-los. E também devem zelar pelo cumprimento das leis que regulamentam esse regime democrático.

Estamos vendo agora, em um dos momentos mais delicados da história do país, vários personagens eleitos fazerem exatamente o oposto.

São figuras que fazem malabarismos para relativizar ou negar a tentativa de golpe de Estado a que os brasileiros assistiram e cujos detalhes a Polícia Federal revelou.

A campanha de Jair Bolsonaro contra o processo eleitoral de seu próprio país; os acampamentos de bolsonaristas que pediam aos militares para tomar o poder; os ataques à sede da Polícia Federal, em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022; o atentado a bomba no aeroporto de Brasília; a invasão dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 — alguns personagens com mandato dizem que nada disso configura tentativa de golpe de Estado.

Nem mesmo agora, quando a PF torna públicos os detalhes sórdidos de um plano criado por militares “de elite” para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, eles se rendem à realidade.

Por delírio ideológico ou porque acham que engrossando o coro de bolsonaristas terão benefícios eleitorais, políticos com mandato passam pano para os golpistas.

Esse comportamento pusilânime vai do “moderado” Tarcísio de Freitas (que correu para criticar o indiciamento de Bolsonaro por falta de provas, mesmo sem conhecer o inquérito) à extremista Bia Kicis, que fala em narrativa falaciosa.

Do presidente da Câmara, Arthur Lira, que não deu um pio sobre o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, ao governador Ronaldo Caiado, que mesmo brigado com Bolsonaro manteve-se igualmente mudo para não desagradar a seus aliados do agro.

Há os ressentidos, como Sergio Moro; há os cúmplices, como Nikolas Ferreira; há os fundamentalistas, como Sóstenes Cavalcante; há os desesperados, como Flávio Bolsonaro.

A estratégia é tentar normalizar o golpismo, tratando o assunto com fala mansa e expressão serena nas entrevistas da TV. Querem fazer crer ao público que essa história de tentativa de golpe é puro delírio da esquerda ou narrativa de comunistas que perseguem Bolsonaro.

Já é hora de a imprensa e outras instâncias onde se desenrola o debate público pararem de dar espaço para essa gente. O fato de terem mandato, que é a justificativa para ouvi-los, deixa de ter sentido se eles usam essa investidura para ajudar aos que querem demolir a democracia.

É preciso entender que não são apenas os 37 indiciados pela Polícia Federal que atentaram e atentam contra o Estado de Direito.

Políticos que traem a natureza de sua função e, por palavras, ações ou omissão, colaboram para enfraquecer as instituições, são golpistas também.

Então, mesmo com mandato, que sejam tratados assim, como golpistas.

Um recado para aqueles que valorizam a democracia: olho neles.

*Chico Alves/ICL

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PT lança petição online pelo arquivamento do PL que pretende anistiar golpistas

Movimento reforça compromisso com a democracia e rejeita perdão a envolvidos em atos contra o Estado Democrático de Direito.

O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou uma campanha para arquivar o Projeto de Lei 2.858/2022, que propõe anistia aos envolvidos em atos antidemocráticos no Brasil. Em publicação oficial, o partido convocou a sociedade brasileira a aderir à petição, ressaltando que o momento exige um compromisso firme com a justiça e a preservação das instituições democráticas. A campanha foi detalhada em matéria publicada pelo site oficial do partido no dia 23 de novembro de 2024.

“A anistia aos golpistas não é apenas uma afronta à memória democrática do nosso país, mas também um precedente perigoso para futuras ameaças às nossas instituições. Não podemos permitir que a impunidade enfraqueça os alicerces de nossa República”, destaca o texto da petição, que pode ser assinada neste link.

Democracia sob ataque
O PL 2.858/2022, conhecido como “Projeto de Anistia”, foi apresentado em meio às investigações da Polícia Federal que revelaram uma série de conspirações articuladas durante o governo de Jair Bolsonaro. Essas investigações trouxeram à tona não apenas os atos golpistas realizados em 8 de janeiro de 2023, mas também planos ainda mais graves, como atentados contra figuras públicas, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Os recentes atentados contra o Supremo Tribunal Federal e a descoberta de planos de assassinato de autoridades reforçam o clima de insegurança institucional enfrentado pelo país. O indiciamento de Bolsonaro e de outros 36 envolvidos é apontado como prova de que a democracia brasileira esteve à beira de um colapso.

Rejeição à impunidade
Para o PT, o arquivamento do projeto de lei é uma questão essencial para garantir que atos de violência e subversão não se tornem rotina. “Anistiar golpistas não é reconciliar o país, mas trair a democracia”, afirma o manifesto.

A constitucionalista Vera Chemim, em declarações recentes, reforçou que iniciativas como o PL da Anistia colocam em risco a solidez institucional do Brasil: “A Constituição é clara ao repudiar crimes contra o Estado Democrático de Direito. Anistiar esses atos pode significar o enfraquecimento dos pilares republicanos.”

Além disso, a campanha aponta que medidas como essa reforçam a sensação de impunidade, alimentando futuros atos antidemocráticos e minando a confiança na justiça e nas instituições.

Ditadura nunca mais
O texto da petição é enfático ao recordar os riscos enfrentados pelo país desde o início das investigações. O movimento resgata o histórico brasileiro de resistência ao autoritarismo, com o slogan “Ditadura nunca mais” sendo reafirmado como um chamado à ação popular.

“Nossa jovem democracia não pode ser interrompida por atos de clemência equivocados. Precisamos de justiça, não de perdão a quem tentou destruir o país,” conclui o manifesto.
A petição está disponível online, e o partido incentiva os cidadãos a assinarem e compartilharem o documento para fortalecer a mobilização popular. O arquivamento do PL 2.858/2022 é visto não apenas como uma medida de justiça, mas como um ato simbólico de resistência ao autoritarismo.

A campanha se junta a outros movimentos sociais que exigem que os responsáveis pelos atos golpistas sejam responsabilizados, reforçando o compromisso do Brasil com um futuro democrático e justo.

Como participar
Brasileiros podem acessar a petição por meio do site oficial do PT, onde também estão disponíveis informações detalhadas sobre os impactos do PL da Anistia e o que está em jogo para o futuro do país.

A luta pelo arquivamento do projeto é, para muitos, uma reafirmação de que o Brasil rejeita qualquer tentativa de retrocesso autoritário. O movimento é um convite à sociedade para se posicionar e dizer, de forma clara: “Sem anistia para golpistas!”

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Golpismo pode levar Bolsonaro a 28 anos de prisão e a mais de 30 inelegívelCaso seja condenado pelo STF em 2025, o ex-presidente não poderá disputar eleições até 2061Caso seja condenado pelo STF em 2025, o ex-presidente não poderá disputar eleições até 2061

Caso seja condenado pelo STF em 2025, o ex-presidente não poderá disputar eleições até 2061.

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e organização criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ficar inelegível por mais de 30 anos. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por esses delitos na quinta-feira (21).

O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de diferentes outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Neste momento, ele não pode disputar eleições ao menos até 2030.

Agora, na hipótese de uma sentença criminal condenatória em torno de um plano de golpe, provavelmente o maior prejuízo ao ex-presidente decorreria da Lei da Ficha Limpa.

A professora de direito penal da USP Mariângela Gama de Magalhães Gomes afirma que condenados ficam inelegíveis desde a condenação por órgão colegiado até terminar o cumprimento da pena, seja regime fechado, semiaberto ou aberto.

A pena máxima do crime de tentativa de golpe de Estado é de 12 anos de reclusão, a de tentativa de abolição do Estado de Direito é de 8 anos e a de organização criminosa é de 8 anos. Ou seja, a soma chega a 28 anos de prisão. Esse total não leva em consideração eventuais pedidos de acréscimo de pena em razão de circunstâncias agravantes e combinação de condutas criminosas apontadas pela PF.

Segundo Fernando Neisser, advogado e professor de direito eleitoral da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo, depois de cumprida a pena, conta-se ainda oito anos de inelegibilidade em razão da aplicação de punição prevista na Lei da Ficha Limpa.

O ex-presidente Jair Bolsonaro faz gesto que simula arma no 7 de setembro de 2023 em São Paulo (Foto: Paulo Lopes / AFP)

Bolsonaro ficaria inelegível até 2061
Hoje Bolsonaro tem 69 anos. Portanto, na hipótese de ser condenado em definitivo nesse caso e nessas condições em 2025, por exemplo, ele ficaria inelegível até 2061.

Um dos fatos mais graves atribuídos a Bolsonaro pela PF foi a atuação na elaboração da minuta de um decreto para dar uma roupagem formal às ações golpistas e impedir a posse do presidente Lula (PT).

Segundo uma das decisões do caso, expedida em janeiro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a minuta “consubstanciava medidas de exceção, com detalhamento de “considerandos” acerca de suposta interferência no Poder Judiciário no Poder Executivo, para decretar a prisão de diversas autoridades e a realização de novas eleições em vista de supostas fraudes no pleito presidencial”.

O rascunho do decreto teria sido objeto de reuniões convocadas pelo então presidente Bolsonaro que envolveram tanto integrantes civis do governo quanto militares da ativa, de acordo com a PF.

“Quanto ao ponto, a autoridade policial destaca a ocorrência de monitoramento de diversas autoridades, inclusive do relator da presente investigação [Moraes], no sentido de assegurar o cumprimento da ordem de prisão, em caso de consumação das providências golpistas”, completa a decisão.

Na atual etapa de investigação, foi determinado apenas o recolhimento do passaporte de Bolsonaro e que ele não se comunique com outros investigados.