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Tarcísio desperdiça oferta lucrativa e vende terras públicas por 10% do preço em São Paulo

Governador nunca respondeu proposta que ofereceria ganho maior, em troca do repasse dos terrenos à reforma agrária

Por Amanda Audi – Agência Pública

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) está vendendo terras públicas griladas com descontos que chegam a 90% como uma forma de engordar os caixas do estado. Tarcísio espera receber R$ 1,6 bilhão pela venda dos terrenos. Mas o ganho poderia ser muito maior se tivesse aceitado uma proposta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do governo federal, que se ofereceu para pagar 100% do valor de mercado das mesmas áreas para destiná-las à reforma agrária.

Se a proposta do MDA tivesse sido aceita, a arrecadação prevista poderia aumentar até seis vezes e chegar a R$ 7,6 bilhões, considerando os descontos médios que vêm sendo aplicados nas transações, segundo estimativa da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O governo Tarcísio disse que não recebeu, até o momento, nenhuma proposta formal sobre transferência de áreas públicas estaduais para o governo federal. No entanto, a tratativa foi formalizada em um ofício do MDA, de novembro de 2023, em e-mails trocados ao longo de 2025 e em pelo menos cinco reuniões entre membros dos dois entes, segundo dados a que a Agência Pública teve acesso.

A administração paulista colocou à venda cerca de 600 mil hectares – o equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo – de terras devolutas, áreas públicas ocupadas irregularmente que nunca tiveram uma destinação definida pelo poder público e nem um dono particular. Boa parte dessas terras foi ocupada por grileiros há décadas, que agora têm a chance de regularizar a posse à preço de banana.

A maior parte fica no Pontal do Paranapanema, no oeste do estado, região que concentra altos índices de conflitos agrários e é pressionada pela especulação imobiliária. Ao lado das terras griladas, o local abriga a maior concentração de assentamentos rurais do estado – pelo menos 117.

Tarcísio foi procurado pelo ministro Paulo Teixeira, do MDA, pelo menos cinco vezes desde o início do ano, mas não deu uma resposta, ao passo em que os terrenos continuam a ser negociados com os descontos.

A proposta do Ministério visava abater parte da dívida do estado com a União – que hoje gira em mais de R$ 340 bilhões – por meio da transferência dos imóveis rurais, que posteriormente seriam transformados em assentamentos.

Nos locais, poderiam ser assentadas mais de 11,2 mil famílias – mais do que o número total de acampados que esperam por terra no estado, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“Nosso interesse é fazer um programa de reforma agrária em São Paulo para as famílias que estão vivendo em acampamentos. Queremos viabilizar as terras públicas do estado compensando com dívidas com a União”, afirmou Teixeira à Agência Pública.

Visualizado e não respondido
A primeira reunião sobre o tema ocorreu em 7 de novembro de 2023, entre o secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, a superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo, Sabrina Diniz, e representantes da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

A reunião foi registrada em ofício do MDA enviado a Tarcísio em 7 de dezembro daquele ano. O ofício solicitava a lista de imóveis rurais para dar andamento a “tratativas sobre oferta de terras pertencentes ao governo do estado de São Paulo como forma de pagamento de dívidas que o ente federativo possui com a União. Essas terras seriam fazendas ou hortos de propriedade do governo do estado de São Paulo, que seriam destinados para a Reforma Agrária, devido à grande demanda que temos no estado, assim como para áreas de pesquisa”, diz o texto.

A lista nunca foi enviada, segundo a superintendente do Incra, que participa das negociações desde o início, há três anos. “Só não houve mais andamento porque eles [governo estadual] pararam de nos responder”, afirma.

Já a primeira reunião diretamente do ministro com Tarcísio aconteceu em 12 de fevereiro deste ano, na sede do MDA, em Brasília. Segundo pessoas presentes, o governador demonstrou interesse pela proposta e pediu para que ela fosse discutida com secretários de áreas relacionadas, que dariam sequência ao trâmite.

Governador Tarcísio se reuniu com ministro Paulo Teixeira para tratar das terras, mas nunca respondeu proposta.

Governador se reuniu com ministro Paulo Teixeira para tratar das terras, mas nunca respondeu proposta.

Poucos dias depois, em 21 de fevereiro, houve uma segunda reunião online. Participaram os secretários indicados por Tarcísio: Guilherme Piai (Agricultura), Caio Paes de Andrade (Gestão e Governo Digital), Natália Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), e o diretor do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Lucas França Bressanin. O governador, desta vez, não compareceu.

Segundo presentes no encontro, os integrantes do governo paulista também consideraram a proposta interessante, disseram que iriam elaborar uma lista com as terras que poderiam negociar e avisaram que dariam uma resposta depois do Carnaval, na primeira semana de março.

Neste meio tempo, segundo a superintendente do Incra, o governo paulista fez uma contrapartida: pediu para que fosse incluído no acordo a questão de assentamentos geridos pelo Itesp em hortos da antiga Ferrovia Paulista (Fepasa), que passariam ao controle do governo federal. Assim, a dívida com a União teria um abatimento de cerca de R$ 300 milhões, ainda de acordo com Diniz.

O governo estadual disse que o tema chegou a ser discutido na Câmara de Conciliação da Advocacia-Geral da União, em 2017, mas o Incra teria se retirado do acordo quando “surgiu a possibilidade de abatimento do valor da dívida do Estado ou da utilização de recursos do próprio orçamento federal para solucionar a questão.”

Para Diniz, a falta de acordo se deveu ao momento político da época: era o governo Michel Temer (MDB), que reduziu as políticas de reforma agrária de forma drástica. Em 2017, ano da tentativa de acordo, o corte no orçamento da área chegou a quase 90% e não houve criação de nenhum assentamento no país. “Apenas no governo Lula 3 o interesse pela reforma agrária foi retomado”, afirma a superintendente do Incra.

“É dinheiro de pinga perto do que o estado deve para a União”, ela continua. “Para nós, não teria nenhum problema em fazer esse acerto agora”. O assunto dos hortos foi consultado com Teixeira, que deu o aval. Ainda assim, não houve mais andamento das negociações.

Depois disso, o gabinete do ministro ainda enviou três e-mails para marcar uma nova conversa com o governador. O objetivo, de acordo com as mensagens, era dar “continuidade às tratativas referentes ao interesse de compra de áreas públicas estaduais por parte do Governo Federal”.

Nos e-mails, vistos pela Pública, Teixeira disse que poderia se adequar à agenda de Tarcísio, na data de preferência, e que a reunião ainda poderia ser online. Mas os convites foram negados. “Será necessário declinar este pedido devido à extensa agenda do governador, em decorrência de obrigações que exigem a sua dedicação neste momento”, dizem as respostas, enviadas em nome de André Porto, chefe de gabinete e homem de confiança de Tarcísio.

Segundo levantamento do UOL, o preço médio aplicado pelo governo paulista foi de R$ 2,5 mil por hectare, enquanto, no mercado, o valor mínimo é de R$ 33,4 mil por hectare.

À Pública, a gestão Tarcísio disse que emitiu mais de 4,5 mil títulos pelo programa, que representam cerca de 200 mil hectares, e que 90% seriam destinados a famílias de pequenos produtores rurais. Porém, não informou os preços de comercialização e nem os nomes dos compradores.

MPF aponta risco de legalizar grilagem
A lei que permite a venda das terras com desconto – e com parcelamento em até 10 anos – foi aprovada no fim de 2022, ainda no governo Rodrigo Garcia (PSDB), e prorrogada por Tarcísio até o fim de 2026. A justificativa é regularizar títulos de terra, o que aumentaria a segurança jurídica. No entanto, opositores afirmam que a medida legitima a grilagem, favorecendo os latifundiários que ocupam as terras irregularmente há décadas.

O PT entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei. Pouco antes da sessão que iria analisar a ação, em 2023, Tarcísio fez um périplo pelos corredores do Supremo: se reuniu com os ministros Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Dias Toffoli. Logo depois, a relatora Cármen Lúcia suspendeu o julgamento – que ainda não foi remarcado.

Com a indefinição no STF e o corte na negociação pelo governo paulista, Teixeira e outros políticos petistas também procuraram ministros para falar sobre a ação, temendo que ela perca o mérito com a demora no julgamento. Já houve audiências com Gilmar, Fachin e Flávio Dino.

O Ministério Público Federal (MPF) já se posicionou favoravelmente para suspender a aplicação da lei. O parecer assinado pelo ex-procurador-geral Augusto Aras aponta que ela é inconstitucional porque a Constituição de 1988 confere apenas à União a prerrogativa de decidir sobre terras devolutas, e afirma que essas terras devem ser compatibilizadas com o plano nacional de reforma agrária.

O órgão aponta o risco de danos ambientais irreversíveis, já que a norma paulista não traz salvaguardas à fauna e à flora, e alerta que o texto pode validar práticas ilegais como a grilagem.

Secretário tem fazendas e atua com mercado imobiliário
Guilherme Piai, secretário de Agricultura de Tarcísio, é de Presidente Prudente, a maior cidade do Pontal do Paranapanema, local com maior número de terras à venda. Ele e o pai são donos de terras nas redondezas e, como a Pública já mostrou, o secretário é dono de empresas de incorporação imobiliária.

Suplente de deputado federal pelo Republicanos, Piai fez campanha por Tarcísio em 2022. Antes de assumir a secretaria, ele foi diretor do Itesp. Nesse período, foi gravado em um vídeo, incluído na ação proposta pelo PT, orientando interessados para agilizarem processos de regularização fundiária “antes que a lei caia”.

O Pontal do Paranapanema é uma das mais pobres do estado de São Paulo. Um dos motivos é o histórico conflito por terras. Grileiros e posseiros devastaram o solo com extração de madeira e monoculturas. Hoje, a principal atividade é a pecuária de corte. O perfil da região começou a mudar com a criação de assentamentos, que diversificaram a produção e o uso da terra.

“Quem quer comprar terra ali basicamente quer colocar gado”, afirma uma pessoa do Itesp que não quis se identificar por temer represálias. Segundo a fonte, o próprio Itesp passa por sucateamento e teve poder de decisão reduzido por pressão interna e externa. “Os grandes fazendeiros nunca aceitaram bem a presença dos assentamentos do Movimento Sem Terra (MST), para eles é uma afronta.”


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Favela não produz drogas e muito menos armas. Como chegam lá sem interceptação da polícia?

A imensa maioria das drogas vendidas nas favelas cariocas pelo CV vem de cartel da Colômbia.

Mais de 70% das armas pesadas que o CV usa vem dos EUA.

Ou seja, há um longo caminho a se percorrer no asfalto, ar e mar pra que armas e drogas cheguem nas favelas.

Por que isso não é interceptado antes de chegar ao destino?

O avião da FAB da comitiva presidencial de Bolsonaro a caminho do Japão foi interceptado com 39 quilos de pasta de cocaína pura na passagem da aeronave pela Espanha, em que o piloto foi preso e condenado e a droga apreendida.

O que tem na Espanha que não tem no Brasil que a droga é descoberta antes da chegada a seu destino?

Não matariam absolutamente ninguém em favela se os estados tivessem essa preocupação e eficácia.

Mas isso não se converte em votos, menos ainda interessa a quem de fato opera essa logística para a travessia da origem ao destino das drogas e armas.

Pior, ninguém toca nessa questão crucial.

Por que não Interceptam a droga antes de chegar na favela? Está claro.
menos corpos, menos votos, menos manchetes.

Por isso, ninguém toca no assunto.

Conclusão: Interceptar na origem exige combater corrupção e perder palanque. Matar na favela é mais barato e midiático. Ninguém quer mudar.


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Castro produziu a carnificina no Rio na véspera do seu julgamento no TSE por crime eleitoral em 2022

Sim, a acusação de que Cláudio Castro teria orquestrado a Operação Contenção — a ação policial mais letal da história do Rio, com 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha — como uma distração ou “cortina de fumaça” na véspera de seu julgamento no TSE por crimes eleitorais em 2022, ganhou tração em debates políticos e na mídia, como realmente tinha que ganhar.

Data da operação: A “Operação Contenção” começou na terça-feira, 28 de outubro de 2025, envolvendo cerca de 2.500 policiais para cumprir mandados contra o Comando Vermelho.
Resultou em 117 suspeitos e 4 policiais mortos, com denúncias de execuções sumárias e violações de direitos humanos.

Castro a classificou como “sucesso” e “início de um grande processo” contra o narcotráfico, mas o episódio gerou críticas internacionais da ONU e de entidades como Anistia Internacional.


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Novo rei do Rio: a dois passos da cadeia, Bolsonaro é traído por Claudio Castro

O artigo de Bela Megale, publicado no blog dela no O Globo hoje, intitulado “Cláudio Castro se vê ‘emancipado’ do clã Bolsonaro após operação no Rio”, aprofunda a esperada dinâmica de distanciamento entre Cláudio Castro e o Clã Bolsonaro, especialmente em um momento em que Jair Bolsonaro está sob forte pressão na boca do vulcão.

A coluna, com base em conversas com aliados, pinta Castro como alguém que usa o sucesso da megaoperação “Contenção” (contra o Comando Vermelho, com 121 mortes e alta aprovação popular) para se afirmar como líder supremo da milícia carioca , rompendo a dependência do clã e anunciando a segunda morte de Bolsonaro, já que sua prisão na prática já estanca sua força como principal liderança da direita nativa.

Isso ecoa o que circula em debates políticos, destacando a vulnerabilidade de Bolsonaro (preso em domiciliar, com um pé na Papuda condenado a 27 anos) e a traição percebida por bolsonaristas fundamentalistas.

Na verdade, esse é o ponto chave da chacina promovida por Claudio Castro sem paninhos e bacias em seus lava pés que fazia com todo o clã.

Agora, Castro põe um fim nessa relação de conveniência e quer ele, dar as cartas no território carioca que tem muito mais zonas dominadas pelas milícias do que pelo tráfico.

Milícias essas, diga-se de passagem, sobre as quais Castro nem comenta, que fará combatê-las.


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Presidente do STM diz, “Eu resisto” após ser atacada por pedir perdão pela morte de Herzog

“Eu sei o que é ter medo do Estado, ser perseguido, e como devemos prezar pela democracia para que ela não vá embora”

O buquê de flores sobre a mesa de centro, no gabinete da presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, não era o único sinal de apoio. Durante menos de uma hora de conversa chegou mais um. Eles acompanham as várias mensagens e telefonemas que ela recebeu desde o pronunciamento, considerado desrespeitoso, do ministro e tenente brigadeiro Carlos Augusto Amaral Oliveira, dirigido à presidente durante sessão da corte na sexta-feira (31).

Inconformado com o pedido de perdão de Maria Elizabeth à sociedade brasileira, durante a cerimônia que marcou os 50 anos da morte de Vladimir Herzog, na Catedral da Sé, em São Paulo, o ministro Amaral exigiu o registro, em ata, de um desagravo. Ele sabia que a sessão era transmitida ao vivo e fez a crítica no dia em que ela não estava no plenário. Disse que a presidente não podia falar em nome do tribunal e muito menos em nome dele.

Declarou total discordância da atitude da presidente. Disse ainda que a fala foi superficial, teve abordagem política, e declarou que não concordava com o conteúdo. Sugeriu ainda que ela deveria estudar melhor a história do tribunal.

Na terça-feira (4), ao abrir a sessão, Maria Elizabeth respondeu. “O tom misógino, travestido de conselho paternalista, não me intimida. Estou nesta Corte há quase duas décadas e conheço bem a instituição”, disse.

O debate acalorado gerou comentários, memes e muitas palavras de apoio a ela.

“Não sei se você prestou atenção, mas quando terminei a minha fala, ele virou para mim e disse: nós devíamos ter feito isso a portas fechadas, devíamos ter conversado isso em particular”, contou Elizabeth. Ela não respondeu na hora porque a situação já era tensa o suficiente. “Mas não faço nada de portas fechadas e nem em particular. Sabe por que? Porque a Constituição exige transparência. Eu não tenho segredos para ocultar da sociedade. Eu não faço nada de portas fechadas e não farei! Mas passou. A vida segue”, disse.

Apesar do burburinho que a discussão provocou, Elizabeth não ficou surpresa com a crítica. Já esperava alguma reação porque o tribunal é bem dividido. Isso ficou claro durante a eleição dela a presidente, por seis votos a cinco.

“Eu esperava uma resposta, ele tem todo o direito de divergir do que eu penso, mas a grosseria eu não esperava”, disse. A reação dos demais colegas da corte, no momento da discussão, foi o silêncio. Não houve fala alguma de apoio ao ministro Amaral. O silêncio, diz a ministra, fala alto. Especialmente entre os militares.

STM

“Conheço essa dor”
O gesto que tanto incomodou o colega não foi um impulso. Desde que foi eleita presidente do STM, Elizabeth tinha a intenção de, em algum momento, pedir desculpas à sociedade civil pelos erros cometidos pela Justiça Militar durante a ditadura. Com coragem e firmeza, além da emoção evidente, ela fez o que descreveu como uma atitude republicana.

“Eu conheço essa dor”, disse, ao contar a história da família. “Eu tenho um cunhado que é desaparecido político. Meu marido era jovem nessa época, era tenente-coronel. Meu cunhado tinha 27 anos, meu marido, no máximo 30. O pai era general e quando descobriram que o Paulo era filho de um general, depois de ser preso e torturado, jogaram o corpo no mar. Pelo menos essa é a história que nós sabemos. Não sei nem se estava vivo ou morto quando foi jogado. Eu sei o que é ter medo do Estado, ser perseguido, e como devemos prezar pela democracia para que ela não vá embora. Nós só nos damos conta de que ela partiu quando já estamos sob um regime autoritário”, afirmou.

Quando chegou à Catedral da Sé, no dia 25 de outubro, Elizabeth sentiu que era a hora. Conversou ainda com a jornalista Miriam Leitão. Pediu uma opinião. Seria o dia mais apropriado ou deveria esperar o fim do mandato e fazer o gesto na despedida? Miriam concordou que não havia momento melhor. Elizabeth então escreveu um discurso breve e histórico. Ao ser chamada ao microfone, passou pelo jornalista Juca Kfouri, que brincou: “Vai ser um discurso difícil hein?”. Mal sabia ele…

De fato, o que poderia dizer a presidente do Superior Tribunal Militar nos 50 anos do assassinato de uma vítima da ditadura? “Era só isso que eu tinha a dizer. Mais nada. Pedir perdão para a sociedade civil. Dentro de uma catedral, diante de uma presbítera, de um cardeal, de um rabino, em frente ao povo, me desculpando com a história e com a sociedade brasileira. Realmente acho que não teria ocasião mais propícia”, afirmou.

Elizabeth fez questão de ressaltar que não houve, no gesto, a menor intenção de humilhar o Tribunal Militar. Falou em nome da Justiça Militar e lembrou que o STM errou, mas também teve vários momentos de grandeza, que ela relaciona: defendeu a liberdade de imprensa, criou um substituto para o Habeas Corpus quando o AI-5 proibiu o instrumento para presos políticos e os advogados da época afirmam que a manobra salvou muitas vidas, conta.

“Mas houve muitos equívocos também. Eles tinham consciência das torturas e nada foi feito. Foi em nome dessas falhas que pedi perdão”, explicou.

20 anos de STM
E se algum colega da corte esperava silêncio da presidente, é porque não conhece a mulher miúda, de fala doce e dona de um currículo invejável no meio: mestrado em Ciência Jurídico-Política pela Universidade Católica de Lisboa, doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais, dois títulos Honoris Causa, livros publicados, aulas, e muita experiência. Na discussão em público, o ministro Amaral disse que ela deveria estudar melhor a história do tribunal.

Imediatamente Elizabeth denunciou a misoginia nas palavras do colega. Além de ser presidente, ela foi, durante muito tempo, a única mulher do tribunal e sabe bem o que isso significa. Muita dor de cabeça, claro, mas também a oportunidade de abrir espaço para as próximas gerações. E consolidar conquistas.

Por isso, não perde o bom humor. Disse ao ICL Notícias que estudar, como disse o colega, é sempre um bom conselho. Mas uma mulher se calar, nunca!

“Com 65 anos de idade, 20 de trabalho só aqui e mais os 25 na Advocacia-Geral da União, me sinto preparada para enfrentar o desafio. Pelo menos intimidada eu não me sinto. Eu resisto. Na Catedral da Sé eu me comprometi a resistir em todos os sentidos. Então eu resistirei. Sem chorar!”, garantiu.

*Heloisa Villela/ICL


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Moraes pede que PF investigue crime organizado no RJ e ligações com o poder público

O ministro Alexandre de Moraes anunciou, nesta quarta-feira (5), que a Polícia Federal abrirá um inquérito para investigar frentes ligadas ao crime organizado no Rio de Janeiro. A medida foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal e comunicada durante audiência pública sobre segurança no estado.

Segundo Moraes, a apuração terá como prioridade o rastreamento financeiro de facções e milícias. O inquérito também investigará a possível infiltração de integrantes de organizações criminosas em estruturas do poder público. A direção federal da Polícia Federal conduzirá as diligências.

Ao encerrar a audiência, o ministro informou ter requisitado imagens de operações recentes no Rio. O objetivo é verificar registros de atuação policial nas ações. A análise será integrada ao inquérito macro anunciado pelo Supremo.

Moraes citou a necessidade de autonomia operacional para a perícia oficial do estado. Hoje, a estrutura é subordinada à Polícia Civil, o que, segundo ele, pode afetar análises técnico-científicas. A observação foi incluída como ponto de atenção no debate institucional.

O ministro também mencionou a importância do controle externo da atividade policial pelo Ministério Público. De acordo com o DCM, a atuação preventiva foi indicada como instrumento de acompanhamento de casos em curso. O tema será encaminhado às instâncias competentes.

“O Estado deve entrar para ficar. Não há segurança pública duradoura sem ocupar e devolver esses espaços à população”, afirmou. A estratégia indicada inclui repressão financeira, inteligência e presença contínua de serviços públicos. Não há prazo divulgado para conclusão do inquérito.


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Empresa de Ciro Nogueira recebeu R$ 63 mil de alvo da Carbono Oculto do Piauí

Transação foi realizada por meio de conta no “Banco do PCC”, de acordo com relatório do Coaf

Por Alice Maciel, Flávio V M Costa e Leandro Demori

A empresa do senador Ciro Nogueira (PP-PI) recebeu R$ 63,9 mil de um posto de combustível localizado em Teresina (PI), que foi alvo nesta terça-feira (4) da Operação Carbono Oculto 86. A ação, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, investiga um esquema de lavagem de dinheiro do PCC no estado. Os repasses aparecem em um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ao qual o ICL Notícias teve acesso.

O posto Pima Energia Amizade — que anteriormente operava sob o nome Maranhão Petróleo — realizou duas transferências para a Ciro Nogueira Agropecuária Imóveis, incorporadora pertencente ao senador. Segundo o relatório do Coaf, foram enviados R$ 47,9 mil em 2 de maio de 2025 e R$ 15,9 mil em 17 de abril do mesmo ano.

As transferências foram feitas por meio da conta do posto na fintech BK Instituição de Pagamento, conhecida como BK Bank. A instituição financeira foi apontada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como peça-chave em um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.

A conexão entre o banco e a facção criminosa veio à tona na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que mirou empresas e fundos de investimento sediados na Avenida Faria Lima, em São Paulo.

A investigação da Polícia Civil do Piauí é um desdobramento da operação homônima, que teve o foco maior em São Paulo. Por essa razão, foi batizada com acréscimo do número 86, referente ao DDD do Piauí. A Justiça autorizou o compartilhamento de provas entre as duas operações.

Procurado pela reportagem, o senador Ciro Nogueira ainda não respondeu aos questionamentos. Se o fizer, este texto será atualizado.

Empresa de SP compra rede de postos no Piauí
A Pima Energia Amizade faz parte de uma rede de postos de combustíveis em Teresina que foram adquiridos pela Pima Energia Participações, em dezembro de 2023. A transação chamou a atenção da Polícia Civil do Piauí pela ligação do negócio com empresas investigadas por envolvimento no esquema do PCC no ramo de combustível em São Paulo.

A Pima Energia Participações foi fundada na capital paulista apenas seis dias antes de adquirir a rede de postos de gasolina piauiense “Postos HD”, dos empresários Haran Santhiago Girão Sampaio e Daniel Coelho de Souza – eles também foram alvos ontem de mandados de busca e apreensão na Operação Carbono Oculto 86.

Os investigadores suspeitam que foi uma venda de fachada, uma vez que houve uma “substituição de bandeira (de HD para Pima e Diamante) sem alteração operacional real” e que a Pima Energia “foi criada especificamente para formalizar a referida transação comercial”.

O único sócio da Pima Energia à época da transação com o grupo HD era o Jersey Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, que por sua vez, é administrado por uma empresa, também suspeita de lavar dinheiro e, igualmente, alvo da operação Carbono Oculto: a gestora de fundos Altinvest Gestão e Administração de Recursos de Terceiros.

Hub de soluções financeiras, a Altinvest é liderada pelo empresário Rogério Garcia Peres e administra 10 fundos citados pelos promotores na Operação Carbono Oculto. O MP-SP afirma que Peres é um dos responsáveis pelas “dinâmicas fraudulentas envolvendo fundos e a BK Instituição de Pagamento”.

Advogado, Peres também é apontado pela promotoria como “administrador de fundos de investimento, amplamente envolvido com o grupo Mohamad [Mohamed Hussein Mourad], sócio em postos de combustíveis”. Mourad, mais conhecido como “Primo”, é acusado de liderar o esquema de lavagem de dinheiro do PCC, junto a Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”. Ambos estão foragidos da Justiça.

Em entrevista exclusiva ao ICL Notícias, o ex-piloto da empresa Taxi Aéreo Piracicaba (TAP), Mauro Matosinhos, afirmou ter transportado em voo uma sacola de papelão que aparentava conter dinheiro vivo, na mesma data em que Beto Louco mencionou a outros passageiros que teria um encontro com o senador Ciro Nogueira.

Outros elos de Ciro Nogueira com empresas investigadas
Segundo relatório da Polícia Civil do Piauí, após a conclusão da venda dos postos de combustível da rede HD, Moisés Eduardo Soares Pereira passou a figurar como único sócio da Pima Energia Participações Ltda. Ele é um ex-funcionário de Haran Sampaio e Danilo de Souza. A suspeita é de que ele seja um laranja de seus patrões.

Após a compra pela Pima Energia, os postos de gasolina da rede “Postos HD” passaram a ser chamados de Red Diamante. De acordo com a investigação da Polícia Civil do Piauí, há evidências de uso de empresas de fachadas vinculadas às marcas “Postos HD”, “Postos Pima” e “Postos Diamante”, “que têm suspeita de ligação com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)”.

Conforme mostrou reportagem do ICL Notícias publicada nesta quarta-feira (5), os investigadores suspeitam que Victor Linhares Paiva – ex-assessor, aliado político e compadre do senador Ciro Nogueira que também foi alvo da Operação Carbono Oculto 86 – tenha intermediado a venda da rede Postos HD para a empresa Pima Energia. Isso porque, ele recebeu R$ 230 mil de Haran Santhiago Girão Sampaio, um dos antigos proprietários dos Postos HD, no mesmo mês em que a transação entre as empresas foi concluída.

O valor foi depositado em uma conta de Linhares no BK Bank, supostamente aberta apenas para essa operação, segundo alerta emitido pelo Coaf. O relatório do órgão também indica que, logo após o depósito de Sampaio, Linhares transferiu a quantia para outra conta bancária em seu nome.

O ICL Notícias também revelou nesta quarta-feita (5) que o irmão do senador Ciro Nogueira, Raimundo Nogueira, é dono de uma empresa em Teresina que já dividiu endereço com um posto de gasolina da mesma rede, a HD Petróleo Uruguai.

Conforme relatório do Coaf obtido pela reportagem, a Ciro Nogueira Agropecuária e Imóveis, da qual Raimundo também configura como sócio junto com o irmão, realizou pagamentos que somam R$ 25,1 mil à HD Petróleo Uruguai entre dezembro de 2021 e maio de 2022.

*ICL


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Carbono Oculto

Operação contra o PCC no Piauí: ‘Faria Lima investe no Nordeste para lavar dinheiro’, diz secretário.

DIGITAIS BOLSONARISTAS
Titular da Segurança Pública do estado, Chico Lucas afirmou ao GLOBO que ação é ‘marco histórico’ e demonstra ‘pela primeira vez’ ligação do maior centro financeiro do país São Paulo, de Tarcisio e Derrite, com fraudes na região.

Implicações e Repercussões
Essa operação expõe a vulnerabilidade do sistema financeiro brasileiro à infiltração criminosa, com o PCC usando ferramentas legítimas como fundos de investimento para legitimar bilhões em recursos ilícitos.
Autoridades estimam que o esquema gerou lucros bilionários para a facção, financiando mais atividades criminosas.

No Piauí, a ação reforça a necessidade de maior fiscalização em setores estratégicos como combustíveis, que movimentam economias locais.

O BK Bank, em nota, negou irregularidades e afirmou compliance rigoroso. Investigações continuam, com possibilidade de novas fases em outros estados.


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Bolsonaristas não querem tratar esse terrorista patriota” como tal. Ele é vítima da sociedade e o sistema comédia, tadin

Que bosta é esse sistema do qual os marginais do Clã Bolsonaro se dizem vítimas, se eles são 100% sabujos do sistema financeiro, que oprime a imensa maior parte do povo brasileiro.

Esse mesmo povo que Bolsonaro sempre satanizou e, em seu governo, devolveu para a mais absoluta miséria, restituindo o nome do Brasil ao mapa da fome.

Esse canalha, que serviu aos infinitamente mais ricos desse país, fala em enfrentamento ao sistema. Só se for com o cool dele e dos seus virado para a Faria Lima.

Aquela parte do país que as facções criminosas passaram a dominar e operar, sobretudo depois do ataque criminoso de Nikolas (o primo do traficante) ao PIX.

Os bonachões do sistema amam os Bolsonaro e seus pelegos. Com pneu, ET, com tudo!

Então, vão se foder com essa história ridícula de sistema decalcado do mega bolsonarista “Capitão Nascimento”

Que o monstro “patriota” nunca mais saia da Papuda,


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