A crise humanitária em Gaza, documentada pela BBC, The Guardian e ONU, é inegável, com crianças sofrendo um impacto terrível do genocídio planejado pelo governo terrorista de Israel.
Elas, as crianças, são a maiores vítimas fatais e as mais mutiladas.
Lógico que o mundo todo sente a dor dessas crianças, pois são crianças como qualquer criança de qualquer país, raça, credo e etnia.
A monstruosidade de Israel, com seu exército de bárbaros, cada dia que passa, é mais criticada pela comunidade internacional em uma pulsação única contra o terrorismo sionista.
A cegueira de alguns diante de relatórios que destacam a escassez de alimentos, água potável, medicamentos e infraestrutura básica, com milhares de mortos e feridos, além de deslocamentos em massa, é doentia.
A situação é agravada por conflitos contínuos, bloqueios e restrições de acesso à ajuda humanitária.
Crianças, as maiores vítimas fatais, quando não morrem, são mutiladas e muitas totalmente órfãs, enfrentam desnutrição aguda, traumas psicológicos e falta de acesso à educação e saúde.
Dados da ONU indicam que mais de 1,9 milhão de pessoas (quase 90% da população de Gaza) estão deslocadas, com números alarmantes de vítimas infantis.
Mas a Conib, aqui no Brasil, resolveu atacar Lula por ele levar a sério todos esses dados e denunciar internacionalmente os racistas sionistas. Israel, é sim, um Estado assassino de crianças!
Reuters – O ex-presidente do Uruguai José Mujica morreu, disse o atual líder do país sul-americano, Yamandu Orsi, em um post no X.
Mujica, que era frequentemente chamado pelo apelido de Pepe e foi presidente de 2010 a 2015, tinha 89 anos de idade.
“Obrigado por tudo o que você nos deu e por seu profundo amor por seu povo”, disse Orsi na publicação.
“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, referência e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”, escreveu Orsi.
Em abril de 2024, Mujica anunciou que estava com um tumor no esôfago, com o órgão “muito comprometido”. E, em janeiro, disse que o câncer havia se espalhado.
A retomada das negociações é um falso passo positivo.
A imprevisibilidade das políticas de Trump e as tensões geopolíticas sugerem que a guerra comercial está longe de um desfecho definitivo e positivo para os EUA.
A trégua comercial entre Estados Unidos e China, anunciada nessa segunda, 12 de maio de 2025, trouxe alívio temporário, mas não solução da crise que se agravou nos EUA.
Analistas sérios alertam que a trégua não elimina a incerteza de longo prazo, já que o acordo é temporário e não aborda questões estruturais, como desequilíbrios comerciais ou cambiais.
Especialistas, nos EUA, destacam que a falta de compromissos concretos da China e a possibilidade de retomada das tarifas após 90 dias mantêm a instabilidade.
Além disso, o impacto das tarifas já aplicadas pode elevar a inflação nos EUA em até 1,5 ponto percentual e pressionar cadeias de suprimentos globais.
O nome disso é jogo de cena. Ninguém sabe ao certo o que vai acontecer nos EUA.
Trump acabou ligando uma luz amarela para algo que o mundo não tinha ideia da gravidade.
A imprevisibilidade das políticas de Trump e as tensões geopolíticas sugerem que a guerra comercial está longe de encerrar.
Pior que isso, é saber que existe um problema grave na economia norte-americana que o mundo não sabe exatamente o tamanho.
Em visita de Estado à China, o presidente Lula (PT) e sua comitiva firmaram, nesta terça-feira (13), um conjunto de 20 atos bilaterais com o governo chinês. Os acordos abrangem áreas estratégicas como infraestrutura, ciência e tecnologia, agricultura, energia, meio ambiente, finanças, inteligência artificial, saúde, cultura e comércio internacional.
A assinatura dos documentos ocorreu paralelamente à 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC, da qual Lula participou como convidado especial, ao lado de outros chefes de Estado e ministros da América Latina e do Caribe. Em declaração conjunta emitida pelas duas partes, Brasil e China se comprometeram a fortalecer a chamada “Comunidade de Futuro Compartilhado” e defender um mundo mais justo, sustentável e multilateral.
VEJA A LISTA COMPLETA DOS ATOS ASSINADOS ABAIXO:
1) Memorando de Entendimento entre a Casa Civil da Presidência da República Federativa do Brasil e a Comissão de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China sobre a Cooperação para a Primeira Etapa do Plano de Cooperação para o Estabelecimento de Sinergias entre o Programa de Aceleração do Crescimento, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-Americana; e a Iniciativa Cinturão e Rota
2) Declaração Conjunta de Intenções entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a Administração Espacial Nacional da China sobre o Compartilhamento de Dados Espaciais om os Países da América Latina e do Caribe
3) Memorando de Entendimento entre Banco Central do Brasil e Banco Popular da China sobre Cooperação Estratégica no Campo Financeiro
4) Memorando de Entendimento entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Florestas e Pastagens da República Popular da China sobre Cooperação em Restauração de Vegetações e Sumidouros de Carbono
5) Memorando de Entendimento para o Estabelecimento Conjunto de um Centro de Transferência de Tecnologia entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China
6) Memorando de Entendimento sobre o Reforço da Cooperação em Inteligência Artificial entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
7) Memorando de Entendimento (2025–2030) sobre Cooperação em Agricultura Familiar Moderna e Mecanização Agrícola entre o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais da República Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar da República Federativa do Brasil
8) Carta de Intenções sobre a Promoção do Desenvolvimento de Alta Qualidade da Cooperação em Investimentos na Economia Digital entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China
9) Plano de Ação de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Mineração (2025–2026) entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
10) Acordo de Swap de Moedas Locais entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China
11) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China na Área de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
12) Protocolo de Requisitos Sanitários e Fitossanitários para a Exportação de Proteínas e Grãos Derivados da Indústria do Etanol de Milho e Farelo de Amendoim, da República Federativa do Brasil para a República Popular da China, entre a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China e o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil
13) Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China sobre Inspeção, Quarentena e Requisitos de Segurança de Alimentos para a Exportação de Carne de Aves do Brasil para a China
14) Memorando de Entendimento entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Autoridade de Energia Atômica da China para Cooperação no Desenvolvimento Sustentável da Energia Nuclear
15) Memorando de Entendimento no Campo da Comunicação em Saúde entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e a Agência de Notícias Xinhua da República Popular da China
16) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o China Media Group
17) Protocolo de Intenções de Cooperação entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China
18) Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China sobre Cooperação em Etanol e Mobilidade Sustentável
19) Memorando de Entendimento para a Cooperação no Setor Postal entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil e o State Post Bureau da República Popular da China
20) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional.
Alquimistas sonham em transformar chumbo em ouro por milênios, e essa ideia foi realizada, ao menos por um breve instante, em um dos mais ambiciosos experimentos científicos da atualidade. Pesquisadores do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) conseguiram transmutar átomos de chumbo em ouro durante colisões de altíssima energia no Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, localizado na fronteira entre a Suíça e a França.
A proeza foi registrada pelo experimento ALICE, um dos detectores do LHC dedicado ao estudo de colisões entre íons pesados. Quando feixes de chumbo são acelerados a velocidades próximas à da luz e colidem, os campos eletromagnéticos intensos gerados nessas interações podem remover prótons dos núcleos atômicos.
“Esta é a primeira vez que detectamos e analisamos sistematicamente a produção de ouro no LHC”, afirmou Uliana Dmitrieva, física da colaboração ALICE.
Ela destacou que, apesar da insignificância prática da quantidade produzida, o experimento fornece dados valiosos para a compreensão das interações entre fótons (partículas de luz) e núcleos atômicos.
A transmutação de elementos não é inédita na física nuclear. O fenômeno já havia sido observado entre 2002 e 2004, em níveis de energia mais baixos, no acelerador SPS, também operado pelo CERN. No entanto, o uso do LHC trouxe precisão sem precedentes à observação e análise desses processos.
Apesar de seu caráter simbólico e histórico, os cientistas deixam claro que não há qualquer intenção de transformar a produção de ouro em algo economicamente viável. O custo energético e tecnológico do processo torna qualquer aplicação prática inviável. Ainda assim, o feito representa um avanço notável no campo da física de partículas e da compreensão da estrutura da matéria. Com ICL.
Greve de 12 de maio de 1978 na empresa sueca foi estopim de um ciclo de outros movimentos que marcariam definitivamente o curso do país.
A Scania será sempre lembrada pela greve de 12 de maio de 1978, quando os metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema iniciaram uma greve em plena ditadura militar (1964-1985) por reajuste salarial e melhores condições de trabalho que mudaria para sempre o rumo da história brasileira. A paralisação na empresa sueca foi o estopim de um ciclo de outros movimentos que marcariam definitivamente o curso do país e, para além da reivindicação salarial, abriria caminho para uma longa jornada rumo à volta da democracia. E escancarou também a colaboração da empresa para com a repressão militar e a perseguição aos trabalhadores.
A empresa, que desde 1964 apoiara a ditadura, oferecendo seus caminhões para a campanha “Ouro para o Bem do Brasil” e teve em sua presidência um dos fundadores do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), entidade articuladora do movimento que culminou no golpe de 1964. Era João Baptista Leopoldo de Figueiredo, irmão do último presidente da República durante a ditadura civil-militar, João Baptista de Figueiredo, e conhecido como “Primo Rico”, conforme detalha o livro reportagem Repressão Sociedade Anônima, que mostra a estreita colaboração de empresas metalúrgicas multinacionais e bancos com a ditadura civil-militar. A obra de Eduardo Reina e Maria Angélica Ferrasoli será lançada nas próximas semanas pela Alameda Editorial.
Naquele ano de 1978, a empresa era vista como vanguarda do movimento operário e considerada elite da indústria automobilística. A categoria registrava média de 25% de trabalhadores sindicalizados, mas a Scania, com aproximadamente 3 mil pessoas, ostentava uma taxa de sindicalização de 50%. Com a inflação do ano a 39,9%, o Sindicato dos Metalúrgicos articulava com os operários um movimento interno para exigir aumento real no salário. Pediam 3% a mais do que a reposição da inflação.
Chegou haver um acerto entre os trabalhadores e a direção da empresa, com o sueco Inge Lunnerdal à frente, que pagaria os 3%, além dos 39,9% da inflação. Mas quando foi feito o pagamento, os 3% não estavam incluídos. Insatisfeitos, os trabalhadores na Scania cruzaram os braços no dia 12 de maio de 1978.
Greve deflagrada A notícia que correu na fábrica foi a de que Lennerdal levara uma dura do delegado regional do trabalho: se desse um tostão de aumento acima dos 39,9% oficiais, a Scania seria submetida a pesadas multas e punições pelo governo, de acordo com o escritor Fernando Morais, no livro Lula – Biografia, Volume 1.
“[A greve na Scania] Foi a certidão de batismo [da redemocratização brasileira]. Somos de uma geração vitoriosa porque a volta da democracia foi um fruto daquele movimento”, afirmou Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos (2005 a 2010) e preso político entre 1971 e 1976 por seu envolvimento na resistência ao governo militar, durante solenidade que celebrou os 30 anos da paralisação.
Quem doava para campanha ‘Ouro para o Bem do Brasil’ recebia uma aliança de latão com a inscrição ‘Dei ouro para o bem do Brasil’ Reprodução
Com a greve deflagrada em maio de 1978, a Scania recorreu à Delegacia Regional do Trabalho. Mas paralelamente havia fechado um acordo verbal com os metalúrgicos, o que levou à suspensão da paralisação.
Entre os representantes da Delegacia Regional do Trabalho de São Bernardo presentes à reunião que instaurou o dissídio pedido pela empresa, segundo processo do Tribunal Regional do Trabalho, estavam Guaraci Horta (que seria interventor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo em março de 1979, na gestão do ministro do Trabalho Murillo Macêdo) e Guaracy Sousa Sampaio (interventor no sindicato dos Metalúrgicos de Santo André em 1981, também no período de Macedo no ministério).
O processo, que foi às instâncias superiores da Justiça do Trabalho, tem 201 páginas e pode ser consultado na íntegra no Centro de Memória Virtual da Justiça do Trabalho da 2ª Região. O direito irrestrito de greve só viria 10 anos depois, quando a Constituição Federal sacramentou a conquista em agosto de 1988.
Imprensa censurada Por outro lado, a própria empresa desenvolveu uma ação para evitar que repórteres brasileiros pudessem cobrir o movimento e expusessem a situação dentro da fábrica. Mas para a imprensa sueca não houve censura.
Gunnar Lindquist, diretor-superintendente da empresa, disse em entrevista ao jornalista sueco Bjorn Kumm que a greve era ilegal e “surpreendeu” [a direção da fábrica]. “O Sr Lindquist lembrou que ‘o salário médio do metalúrgico da Scania é de Cr$ 6 mil 200 por mês’, incluindo o 13º salário. Acrescentou que a empresa paga ‘melhor que as outras fábricas do setor, isso não é segredo’”, relatou Kumm. Este texto foi publicado em 16 de maio de 1978 pelo Jornal do Brasil.
A fúria da empresa sueca também se voltou contra os jornalistas brasileiros. Lindquist foi acusado de “discriminação étnica” pelo Jornal do Brasil, pois “expulsou os jornalistas brasileiros das instalações de sua empresa e só deixou entrar um jornalista sueco”. Eles foram expulsos pelo segurança da empresa, de nome David, segundo outra reportagem, do jornal Última Hora, da mesma data.
“Eu não quero nem aventar a hipótese de que o movimento deflagrado na última sexta-feira tenha alguma relação com o fato de o futuro presidente da República ser meu primo”, desconversava Leopoldo de Figueiredo, presidente brasileiro da fabricante sueca de veículos, na mesma edição do jornal Última Hora, de acordo com o livro Repressão Sociedade Anônima. Ele evitava o uso da palavra greve e alegava desconhecer “o motivo ou motivos” da “suspensão de atividades”.
Repressão e perseguição Dentro da Scania, João Baptista Leopoldo de Figueiredo reagiu com mais vigilância, repressão e perseguição a seus trabalhadores em greve.
“Por ocasião da greve dos metalúrgicos na região do ABC, iniciada dia 15 de maio último pela SAAR SCANIA-VABIS (sic), foi desenvolvida uma ação em conjunto com o setor de Segurança da fábrica visando identificar possíveis elementos ligados a causas estranhas”, relata o informe 014 do Serviço Nacional de Informações (SNI) de 8 de junho de 1978. O documento não esclarece o que seriam essas causas estranhas. A ação implementada pelos seguranças da montadora de veículos incluiu a violação aos bens pessoais dos trabalhadores, a partir da vistoria nos armários de cada um dentro das dependências onde trabalhavam. A violação dos armários foi autorizada pela chefia das seções.scania – sni documento com timbre da montadora e indicação de vigilante espião 1
Gilson Menezes, à época diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e funcionário da firma sueca, era uma das lideranças da greve de 1978. Relatou que antes mesmo de se reunir com os representantes da empresa para tentar negociar “eles perguntavam se eu não tinha medo de ser jogado em alto mar, assassinado, porque vivíamos na ditadura militar. Depois do encontro, vieram diretores da Secretaria de Estado do Trabalho e diretores do DOPS [a polícia política] para perguntar sobre lideranças. Mantive minha posição e não apontei ninguém”, contou, anos depois. Gilson, que faleceu em 2020, foi o primeiro prefeito eleito pelo Partido dos Trabalhadores, na cidade de Diadema, em 1982.
Em depoimento à Comissão da Verdade de Diadema, no ano de 2014, Gilson contou que a repressão era intensa dentro da fábrica: “naquele tempo não se podia nem falar a palavra ‘greve’. Se um grupo de pessoas se reunisse na rua para conversar, já era motivo de perseguição”, lembrou.
Ele chegou a ser preso em 1980, quando passou um mês no DOPS na capital paulista, mas não foi torturado, ao contrário de tantos outros opositores aos militares. “Fui convocado para me apresentar [ao DOPS] porque era presidente do fundo de greve do Sindicato dos Metalúrgicos [de São Bernardo e Diadema]”, ressaltou.
Um bilhete manuscrito pelo então chefe do SNI, o general João Baptista Figueiredo, enviado a Heitor Aquino Ferreira, capitão da cavalaria em 1964, e que foi secretário particular de Golbery do Couto e Silva, de Ernesto Geisel e do próprio Figueiredo, informava que a “greve é super organizada, sem violência”, registrou Elio Gasparii no livro A ditadura acabada.
O bilhete data de 19 de maio de 1978 e consta de relatório do SNI classificado como secreto e rubricado pelo general Sebastião Ramos de Castro, de acordo com Gaspari. A informação contida no bilhete viera do “Primo Rico” de Figueiredo, João Baptista Leopoldo de Figueiredo, presidente do Conselho Administrativo da Scania.
Lista Suja De acordo com levantamento apresentado no livro A Ditadura Acabada, de Elio Gaspari, a Scania demitiu 450 operários nos dois meses seguintes à greve e entregou ao DOPS uma lista de 344 nomes. Na “Lista Suja” cadastrada no DOPS em 21 de janeiro de 1981, produzida pelo Setor de Análise, Operações e Informações (SOI), inclui 17 de seus trabalhadores. Uma vez nessa lista, distribuída aos setores de relações humanas (RH) de outras empresas, o trabalhador não conseguia mais emprego.
Documentos do DOPS consultados no Arquivo Nacional mostram também a perseguição a metalúrgicos como João Bosco Arcanjo e José Henrique Mendes, trabalhadores da montadora e dirigentes sindicais. Há registros entre 1982 e 1985 relacionados a ações naquela ou em outras montadoras.
Outras comunicações, dentro dos arquivos do DOPS, comprovam a cooperação da direção da Scania com a polícia política. Um deles, que cita Mendes, foi feito em 1984, período em que ele já não trabalhava na fábrica: “Ref ao relatório fornecido pela Scania do Brasil S/A, anexo ao of 188/84 da DEL.SEC.POL ABCD, no qual consta que o epigrafado esteve presente nesta data, C/demais membros da ex-diretoria do Sind. dos Metalúrgicos de SBCampo e pediu que todos fizessem Operação Tartaruga, falando dos resultados do movimento da Ford”, registra a ficha nos itens 13-S-2-16/ 13-S-2-.185. Falecido em 1999, Mendes nem era mais operário nessa época do relatório da polícia política. Ele já atuava como assessor da Secretaria de Governo da Prefeitura de Diadema.
Outro documento a destacar é o acordo coletivo firmado entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos, reproduzido no informe 1546 do Serviço Nacional de Informações de 4 de julho de 1983. Ele registra a implantação de uma comissão de representantes dos empregados, a comissão de fábrica. Segundo o informe, o acordo celebrado seria “decorrente da interferência da Svenska
Metallindustriarbetareförbundet”, o sindicato dos metalúrgicos da Suécia. Outra montadora representada pelo Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, a Ford, já havia conquistado sua comissão de fábrica em 1981.
Espiões No ano de 1985, no informe 172 da Divisão de Segurança e Informações do Ministério do Trabalho, um documento com o carimbo da própria Scania – “Confidencial – Saab-Scania – Seção de Vig. e Segurança” – relata que a empresa mandava espiões às assembleias do Sindicato dos Metalúrgicos.
“Na data de hoje, por volta das 14h30min., designamos o vigilante Antonio Carlos Lemos Martins para acompanhar a assembleia que seria realizada no Sindicato dos Metalúrgicos do São Bernardo do Campo às 15h00 (…) Chegando ao sindicato, o vigilante entrou no auditório de palestras, onde seria realizada a primeira assembleia”. A data dessa assembleia é 22 de março de 1985, e estão nominados no relatório do araponga todos os participantes que se pronunciaram e os temas em debates.
O relato é apenas uma pequena parte de um amplo material de espionagem do período, incluindo nomes de trabalhadores e atividades de mobilização na fábrica, no sindicato, no Paço Municipal de São Bernardo, entre outros locais.
A Scania informou através de nota enviada por sua assessoria de comunicação que “a empresa repudia qualquer tipo de violação aos Direitos Humanos e reforça que atua alinhada às melhores práticas globais de governança corporativa”
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou em Pequim a aceleração de parcerias em medicamentos
“Certamente teremos o maior programa de vacinação pública contra a dengue, com a nova vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (12) em Pequim, onde acompanha a visita ao país do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Padilha se refere à primeira vacina contra a dengue, totalmente brasileira, desenvolvida numa parceria entre o Instituto Butantan e a chinesa WuXi Biologics, como parte do Programa de Desenvolvimento Local e Inovação (PDIL) do Ministério da Saúde.
“O Butantã resolveu a tecnologia, mas não tinha a capacidade de produção de escala para atingir rapidamente o público brasileiro”, explicou.
Essa foi uma das três parcerias que já estavam em andamento, mas que, segundo o ministro, foram aceleradas. Outra foi a produção no Brasil de insulina glargina, que deve garantir ainda este ano 20 milhões de unidades do medicamento, numa parceria entre a Fiocruz, a brasileira Biomm e a chinesa Gan & Lee.
Uma terceira tem a ver com “a instalação de ‘hospitais inteligentes’em diversas regiões do Brasil, que usam inteligência artificial, praticam cirurgias robóticas e promovem o apoio ao desenvolvimento dessas tecnologias”.
Novos memorandums Um acordo novo será a criação do iBRID — Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas, uma parceria entre as empresas Eurofarma, uma multinacional biofarmacêutica brasileira e a chinesa Sinovac Biotech.
O ministro afirmou que a parceria cria uma “possibilidade muito ampla de desenvolvimento, não só tecnológico, mas de escala de produção para essa empresa nacional brasileira, podendo contribuir muito para o Ministério da Saúde”.
“Inclusive é uma plataforma de exportação a partir do Brasil para a região das Américas, continente africano, mercados muito importantes para os produtos brasileiros”, argumentou Padilha.
Um segundo acordo na área de saúde assinado nesta segunda-feira visa reduzir a dependência de importação e garantir autonomia do SUS em relação à produção de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), substâncias químicas utilizadas na fabricação de medicamentos.
A parceria será entre a Nortec Química S.A., envolve transferência de tecnologia das chinesas Aurisco, Acebright e Goto Biopharm. O projeto aumentar a capacidade de produção de IFAs sintéticos para até 500 toneladas por ano,
Um último acordo foi para atualização dos equipamentos de raios-X no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a parceria que envolve Careray, Shantou Institute of Ultrasonic Instruments, entre outras empresas chinesas, visa fabricar equipamentos de ultrassom que permtirão exames mais baratos e de melhor qualidade.
Na China, Lula anuncia investimento bilionário em carros, semicondutores e muito mais.
Lula também participou de quatro audiências com executivos de empresas chinesas e discursou no Fórum Empresarial Brasil-China.
O governo também anunciou investimentos chineses no Brasil na casa dos R$ 27 bilhões.
Entre as áreas de aplicação do aporte, estão os setores de comércio, com redes de fast food e delivery, semicondutores, carros e saúde.
É natural o destaque que a mídia dá a uma trégua na guerra comercial entre EUA e China, até porque dá um respiro para o sufocado dilema que os EUA enfrentam com a pirotecnia tarifária de Trump que só deu errado.
Mas a mídia brasileira, tradicionalmente antilulista, não dá qualquer pio sobre essa importante parceria do Brasil com a China que está cada vez mais consolidada e vantajosa para o Brasil
O acordo firmado por 90 dias entre Estados Unidos e China sobre a guerra comercial é uma boa notícia para o Brasil e investidores estrangeiros.
A equipe do presidente Lula espera que uma volta da “normalidade” nas relações comerciais entre os dois países tenha repercussão positiva para a economia mundial – evitando uma recessão nos Estados Unidos e uma desaceleração na China, e beneficiando o Brasil nos dois casos.
Os Estados Unidos concordaram em reduzir alíquotas de importação de 145% para 30%, enquanto China as reduziu de 125% para 10%.
O Brasil espera também conseguir reduzir a alíquota sobre a exportação de aço e alumínio, hoje em 25%, para pelo menos 10%.
No caso da tarifa recíproca geral de 10%, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já sinalizou que não vai recuar. O Brasil já começa a trabalhar em abrir exceções para a regra imposta pelo norte-americano, segundo o g1.
Na China, depois de uma passagem pela Rússia, o presidente Lula voltou a defender o multilateralismo e classificou a visita ao país asiático como a mais importante do ponto de vista comercial e geopolítico do seu terceiro mandato.
Lula está acompanhado de ministros e empresários brasileiros de olho no fortalecimento dos laços comerciais com a China. Trump tem uma relação hostil com os dois países, que podem aproveitar esse momento para uma aliança mais intensa.
Por sinal, a reunião prevista para esta terça (13) deve ser o terceiro encontro entre Lula e Xi Jinping no atual mandato do brasilero. Enquanto isso, até agora, Lula e Trump não conversaram.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reunirá com empresários em Pequim nesta segunda-feira (12/5). Segundo o Palácio do Planalto, o presidente se reunirá com os diretores executivos de duas grandes empresas chinesas. Lula segue em visita oficial à China pelos próximos dias.
O primeiro encontro será com Lei Zhang, CEO da Envision Energy, produtora de turbinas eólicas, e a depois será com Cheng Fubo, CEO da Norinco, uma corporação industrial que atua em setores como defesa, automotivo, fabricação de máquinas, produtos químicos, eletrônicos.
As reuniões serão realizadas no hotel em que Lula está hospedado ao longo da manhã de segunda-feira (no horário da China). Pela tarde, o presidente se reúne com empresários da saúde e assinará acordos. Por fim, Lula marcará presença no encerramento do seminário Brasil-China, evento que reune empresários brasileiros e chineses.
Na terça-feira (13/4), a agenda oficial continua com Lula participando da cúpula de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) com o governo da China. Então, se encontrar com demais autoridades chinesas, como o presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji, e o primeiro-ministro da China, Li Qiang.
E no fim da terça, Lula e o presidente da China, Xi Jinping, se reunirão no Palácio do povo. É esperado que, pelo menos, 16 acordos sejam assinados entre Brasil e China nesse encontro.