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Ameaça de guerra nuclear faz Japão intensificar arsenal

China e Coreia do Norte investem em ofensivas contra os japoneses; governo constrói abrigo em estações de metrô.

A cada amanhecer, os japoneses se esmeram na dedicação ao trabalho, na organização e na gentileza que se vê por todo lado. Mas a tensão com os países vizinhos já reflete no cotidiano dos japoneses.

China e Coreia do Norte estão cada vez mais militarizadas, mas as desconfianças nessa região do planeta são antigas e mútuas.

Ultimamente, esses países têm investido mais em meio à pressão militar, e isso tem feito o Japão se preparar mais intensamente para uma possível guerra. Na capital, Tóquio, o governo estuda transformar uma estação de metrô em abrigo contra mísseis.

Além disso, promete ajudar financeiramente as cidades que fizerem algum investimento nesse sentido, deixando claro a mensagem de que a precaução é um dever de todo o país.

As ameças já chegam pela Coreia do Norte, que investe a todo vapor em mísseis e prepara mais um teste nuclear – o sétimo desde 2006. O lançamento de foguetes já foi feito por submarinos, caminhões e até sob trilhos.

A capacidade de atingir a Europa e os Estados Unidos com mísseis de longa distância preocupa o mundo. Já os de curta e média distância são facilmente lançados pela Ásia, caindo no oceano Pacífico.

A segunda ameaça vem da China, que amplia seu arsenal militar num ritmo nunca visto. Pelo menos duzentos bilhões de dólares são investidos anualmente num poderio naval e aéreo que cria um temor de uma possível ofensiva contra Taiwan.

Atualmente, exercícios militares da marina chinesa se aproximam da costa taiwanesa.

Mas há questões legais que preocupam, como a proibição imposta pelos Estados Unidos, ao fim da Segunda Guerra Mundial, de que o Japão não poderia ter tropas de ataque, diz a CNN.

Mesmo assim, o governo japonês reforça os equipamentos e tem um orçamento de US$ 56 bilhões para este ano.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida afirma que o país não deixará de ser um pacifista, apenas quer defender a ordem internacional aberta e livre.

“A tecnologia de mísseis está evoluindo ano após ano. À medida que se tornam mais sofisticados, o Japão deve considerar constantemente que tipo de tecnologia é necessária para proteger as vidas de seus cidadãos”, comenta o premiê.

O governo japonês sente a pressão também com restrições econômicas. A China suspendeu recentemente a compra de peixes e frutos-do-mar do Japão.

Enquanto isso, Estados Unidos tentam equilibrar forças com uma aliança militar desde a Austrália, passando pela Coreia do Sul e Japão.

No meio desse cenário, uma resistência, principalmente entre japoneses e sul-coreanos, gera desconfiança e mantém o alerta de segurança na região.

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Netanyahu diz que “nenhuma força no mundo” impedirá operação em Rafah

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (9) que “nenhuma força no mundo” impedirá as tropas israelenses de entrar em Rafah, no sul de Gaza, para eliminar as unidades do Hamas que supostamente estariam lá.

Falando num evento de recrutamento numa base militar, Netanyahu disse: “Completaremos a eliminação dos batalhões do Hamas, incluindo em Rafah. Não há força no mundo que nos possa deter.”

“Muitas forças estão tentando fazer isto, mas não vai ajudar, porque este inimigo, depois do que fez, não o fará novamente, deixará de existir”, acrescentou Netanyahu.

No início desta semana, Netanyahu disse que havia sido marcada uma data para a operação Rafah, mas não especificou quando ela começaria.

Netanyahu também disse no evento: “Temos três objetivos: um, devolver os sequestrados. Todos os observadores, e não só eles, todos juntos. Vamos recuperá-los todos. O segundo objetivo – eliminar o Hamas. O terceiro objetivo – garantir que Gaza não represente mais uma ameaça para Israel.”

Netanyahu prosseguiu: “Há um quarto objetivo – o Hamas faz parte do eixo do mal do Irã que pretende destruir-nos. Quando derrotamos o Hamas, não estamos apenas derrotando o Hamas – estamos derrotando o Eixo.”

A mídia israelense noticiou que o Ministério da Defesa de Israel está comprando 40 mil tendas antes do isolamento da cidade de Rafah. Não houve confirmação imediata da compra por parte do Ministério da Defesa, que o jornal Jerusalem Post, um dos vários que divulgou a notícia, disse ter vazado sem um anúncio formal.

A notícia da compra planejada das tendas, cada uma das quais pode abrigar 12 pessoas, foi um dos primeiros sinais de preparativos concretos para o isolamento de Rafah, onde mais de um milhão de palestinos estão abrigados.

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Israel retira forças terrestres de Khan Younis, no sul de Gaza

Os militares israelenses disseram que retiraram suas forças terrestres de Khan Younis no sul de Gaza após meses de combates, mas uma “força significativa” permanece em outras áreas da faixa.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram neste domingo (7) que sua 98ª divisão “concluiu sua missão” em Khan Younis. A divisão deixou a Faixa de Gaza para “se recuperar e se preparar para futuras operações”, disse.

Uma “força significativa liderada pela 162ª divisão e pela brigada Nahal continua a operar na Faixa de Gaza”, disse a IDF.

Quando perguntado pela CNN sobre os motivos da retirada, a IDF se recusou a comentar. O movimento levanta questões sobre o plano de Israel de invadir Rafah, a área densamente povoada do sul de Gaza que até agora escapou dos combates no terreno.

A emissora pública israelense e afiliada da CNN, Channel 11, informou no domingo que as forças restantes estariam localizadas ao longo do chamado Corredor Netzarim, uma rota que divide a Faixa de Gaza em duas. O corredor cruza uma das duas principais estradas norte-sul de Gaza, a Rua Salaheddin, para criar uma junção central estratégica.

A IDF disse no domingo que unidades de comando invadiram e procuraram mais de cem locais no bairro Al-Amal de Khan Younis. Ele alegou que “infraestrutura terrorista” tinha sido encontrada em todos os locais pesquisados, incluindo um túnel de cerca de 900 metros de comprimento. Os militares israelenses disseram que “eliminaram terroristas” durante sua operação. A CNN não pode verificar independentemente essas alegações.

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Dezenas de congressistas dos EUA assinam carta que pede a Biden que reduza a ajuda a Israel

Dezenas de pessoas, quase todas membros do Congresso dos EUA, exortaram a Casa Branca a mudar sua política relativamente a Israel após o recente ataque israelense que matou trabalhadores humanitários.

Quarenta membros do Congresso dos EUA, incluindo Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA (2019-2022), fizeram um apelo por meio de uma carta conjunta a Joe Biden, presidente dos EUA, e a Antony Blinken, secretário de Estado, para que interrompam a transferência de armas ofensivas para Israel.

Na segunda-feira (1º), sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen (WCK) da Austrália, Polônia, Reino Unido, Palestina e um cidadão com dupla nacionalidade dos EUA e do Canadá foram mortos em um ataque israelense na Faixa de Gaza. A WCK suspendeu suas operações na região após o incidente.

As Forças de Defesa de Israel informaram mais tarde que demitiram dois oficiais e repreenderam outros três após a conclusão da investigação sobre o ataque. O inquérito concluiu que as forças israelenses acreditaram erroneamente que estavam atacando homens armados do Hamas.

“Escrevemos para expressar nossa preocupação e indignação em relação ao recente ataque aéreo israelense que matou sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen, incluindo um cidadão americano. À luz desse incidente, pedimos seriamente que reconsidere sua recente decisão de autorizar a transferência de um novo pacote de armas para Israel e que suspenda essa e quaisquer futuras transferências de armas ofensivas até que seja concluída uma investigação completa sobre o ataque aéreo”, diz a carta.

Os membros do Congresso dos EUA também pediram na carta a Washington que garanta que as futuras entregas militares a Israel, incluindo as transferências já autorizadas, estejam “sujeitas a condições para garantir que sejam usadas em conformidade com as leis internacionais e dos EUA”.

“Também pedimos que você retenha essas transferências se Israel não mitigar suficientemente os danos a civis inocentes em Gaza, incluindo trabalhadores humanitários, e se não facilitar – ou negar ou restringir arbitrariamente – o transporte e a entrega de ajuda humanitária em Gaza”, sugere o texto.

*Sputnik

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Superávit de Milei é ‘picaretagem’, afirma economista argentino

Além dos cortes em programas sociais e congelamento das obras públicas, Ramon Garcia-Fernandez destaca que Milei vem adiando pagamentos e prevê “estouro social” no médio prazo

Na última quinta-feira (4), a porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI) Julie Kozack classificou como “impressionante” os supostos progressos que o governo de Javier Milei vem obtendo na condução da economia argentina. Ela destacou que, em janeiro e fevereiro, o país registrou superavit fiscal pela primeira vez em mais de uma década. Além disso, a inflação está caindo e as reservas internacionais, subindo.

Porém, o plano “motosserra” de corte de gastos tem cobrado alto custo da população argentina. A previsão do próprio FMI é que o PIB da Argentina registre retração de 2,8% em 2024. De acordo com a Confederação Argentina de Médias Empresas (Came), a venda de medicamentos, por exemplo, sofreu queda de 42,4% nos dois primeiros meses do ano. Já os dados do Observatório da Dívida Social, da Universidade Católica Argentina (UCA), mostram que a taxa de pobreza no país passou de 49,5% para 57,4%, atingindo seu patamar mais elevado desde 2004.

Para garantir as contas no azul, Milei suspendeu as obras públicas. Também congelou recursos destinados aos restaurantes e cozinhas comunitárias. E também já demitiu cerca de 24 mil funcionários públicos. Mas esses cortes não são suficientes. Numa espécie de maquiagem das contas públicas, o atual governo também vem adiando o pagamentos de energia e repasses para as províncias.

Nesse sentido, o professor titular do Bacharelado em Ciências Econômicas e da Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do ABC (UFABC) Ramon Garcia-Fernandez afirma que o sucesso do ajuste fiscal de Milei não é sustentável. “O superávit das contas públicas está sendo obtido adiando pagamentos. Assim até eu consigo”, ironizou o economista argentino que vive no Brasil. “Posso aumentar minha poupança, se continuo recebendo e não pago para ninguém. Se você adia todos os pagamentos, vai ter superávit, obviamente. Mas isso é uma estratégia sustentável? Pareceria mais uma picaretagem.”

Entre falsas promessas e o “estouro” social
A estratégia de Milei se resume a cortar gastos e acumular reservas, explica o economista. No discurso de posse, em dezembro, o líder ultrarradical argentino afirmou que não tem dinheiro – “No hay plata”. Contudo, o sofrimento decorrente dos cortes da motosserra conduziriam o país ao caminho do desenvolvimento. A população começaria a perceber melhora no cenário econômico entre o segundo semestre deste ano e o ano que vem.

Ainda durante a campanha, prometeu que, destruindo as instituições de Estado, os argentinos teriam um padrão de vida semelhante ao da Itália ou França em até 15 anos. “Se me derem 20, Alemanha. Se me derem 35, Estados Unidos.”

Para Garcia-Fernandez, trata-se de um lugar-comum presente em todos os planos de austeridade. Ele citou o renomado economista argentino Fabio Erber, que antes de morrer comparou o discurso neoliberal com o êxodo do povo judeu em busca da Terra Prometida. Seriam 40 dias de sacrifício caminhando pelo deserto para então viverem com abundância de leite e mel – ou doce de leite, no caso argentino.

“Esse é um lugar comum de todos os planos de austeridade. Tem a famosa frase do presidente (Carlos) Menem: ‘estamos mal, pero nos va bien’. É uma estratégia discursiva bastante frequente. Então, respondendo sua pergunta, quando vai dar certo? O que o Milei diz é que vai ser entre o segundo semestre e 2025. Eu acho que a coisa não vai ter bons resultados, em momento nenhum. Suponho que, em algum momento, pode ter assim um estouro social”.

Apesar do sofrimento imposto ao povo argentino, Milei ainda mantém apoio social, destaca o professor. “Enquanto boa parte da população estiver apoiando, a coisa pode se sustentar. Mas acho que esse apoio não pode passar. No meio do ano, a situação tende a se reverter”, prevê Garcia-Fernandez, diz a Rede Brasil Atual.

Mais inflação à vista?
A inflação de fevereiro na Argentina ficou em 13,2%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Na ocasião, Milei chegou a comemorar o respiro na alta dos preços, já que estimativas apontavam alta acima de 15%. Os números de março ainda não foram divulgados. O professor trabalha com números entre 10,5% e 13%. Mas destaca que é difícil que a inflação se mantenha nesse patamar, ainda elevado, no médio prazo.

“É difícil pensar que possa se sustentar, porque o dólar está relativamente baixo. O país está muito caro para quem vem de fora, ou para exportar qualquer coisa. Então tem uma pressão muito forte do agronegócio para ter uma nova desvalorização. O que certamente seria um combustível para o recrudescimento da inflação”.

Ele destaca que a alta dos preços vem desacelerando, mas o consumo também vem caindo. As vendas no varejo em geral retraíram cerca de 20% nos últimos meses. Assim, afirma que no curto prazo, não há vencedores com as medidas de arrocho do governo Milei.

“Se pode perguntar, por que então Milei tem apoio de industriais, que estão perdendo, com produtos encalhados nesse momento. De alguma maneira, se trata de uma redistribuição de poder na Argentina. Tudo isso reduz o poder de barganha dos trabalhadores. Obviamente vai facilitar para as grandes empresas. Por isso, todas as seis grandes câmaras empresariais argentinas manifestaram estar de acordo recentemente quanto ao rumo em geral que o governo Milei quer impor à economia.”

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Invasão do Parlamento de Israel: parentes de reféns em Gaza alegam ‘abandono’ de Netanyahu

Manifestantes jogaram tinta e criticaram inação do governo na libertação dos detidos.

Ativistas e parentes de reféns israelenses em Gaza invadiram o Knesset, nesta quarta-feira (03/04), e jogaram tinta amarela na divisória entre a galeria dos visitantes e o plenário do Parlamento israelense, em protesto contra a falta de ação do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na libertação daqueles que continuam detidos no enclave palestino pelo Hamas.

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, os manifestantes gritavam “Agora! Agora!” para os parlamentares, enquanto deixavam os vidros das janelas do plenário manchados de amarelo, simbolizando a campanha em solidariedade aos cativos. Já o jornal The Times of Israel apontou que houve confronto e intervenção de seguranças, que empurraram os cerca de 20 manifestantes presentes no local para fora da galeria.

A invasão ocorreu quando os legisladores do Knesset votavam um projeto de lei relacionado ao clima. Após o incidente, o líder da oposição, Yair Lapid, expressou solidariedade às famílias.

“Nossos corações estão com vocês, as famílias dos manifestantes. Vamos lutar com vocês”, afirmou o parlamentar, apesar de não ter descartado seu repúdio ao ato, ressaltando que a “obrigação dos manifestantes é de seguirem a lei e da polícia de manter a segurança dos manifestantes”.

O protesto ocorreu após três dias de manifestações contra o governo em Jerusalém, quando milhares de israelenses saíram às ruas pedindo mais ações para libertar os reféns, além de reivindicar novas eleições para substituir Netanyahu.

Ainda segundo o The Times of Israel, parte da população revoltada com a guerra entende que o governo abandonou os reféns israelenses, enquanto critica a falta de avanços nas negociações com o Hamas que têm como objetivo costurar um cessar-fogo no enclave e permitir a retirada daqueles que continuam detidos na região.

*Opera Mundi

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Reino Unido convoca embaixador israelense após ataque que matou trabalhadores humanitários

Ministro britânico solicitou investigação rápida e transparente

O Reino Unido convocou o embaixador israelense em Londres na terça-feira (2) por causa do assassinato de trabalhadores humanitários da World Central Kitchen em Gaza, incluindo três cidadãos britânicos.

O Ministro Britânico para o Desenvolvimento e África, Andrew Mitchell, convocou o embaixador de Israel para expor a “condenação inequívoca do governo ao terrível assassinato de sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen, incluindo três cidadãos britânicos”, disse ele num comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“Solicitei uma investigação rápida e transparente, compartilhada com a comunidade internacional, e total responsabilização”, disse Mitchell. “Reiterei a necessidade de Israel implementar imediatamente e urgentemente um mecanismo eficaz de resolução de conflitos para aumentar o acesso humanitário. Precisamos de ver uma pausa humanitária imediata, para obter ajuda e retirar os reféns, e depois progredir no sentido de um cessar-fogo sustentável.”

Na terça-feira, a World Central Kitchen anunciou que sete membros da sua equipa foram mortos num ataque israelense em Gaza e disse que iria interromper imediatamente as suas operações na região, segundo a CNN..

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que os militares “atingiram involuntariamente pessoas inocentes”, enquanto as Forças de Defesa de Israel se comprometeram a investigar o ataque “aos mais altos níveis”.

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Irã promete punir Israel por ataque ‘desumano’ contra embaixada na Síria

Bombardeio matou ao menos sete membros do Exército dos Guardiães da Revolução Iraniana.

O aiatolá iraniano Ali Khamenei prometeu nesta terça-feira (02/03) “punir” Israel pelo ataque que matou pelo menos 13 pessoas na embaixada do país persa em Damasco, capital da Síria.

Entre as vítimas estão sete membros do Exército dos Guardiães da Revolução e seis cidadãos sírios, segundo a mídia estatal do Irã.

Para Teerã, o bombardeio de segunda-feira (01/03) é responsabilidade do “regime sionista” que mirou o edifício consular da sede diplomática.

“O regime malévolo de Israel será punido pelas mãos dos nossos valentes homens. Vamos fazer com que se arrependam desse crime”, declarou Khamenei.

Já o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, afirmou que esse “crime covarde não ficará sem resposta”. O mandatário condenou o ataque, chamando de “ato desumano e desprezível”.

“Os sionistas precisam saber que não alcançarão seus objetivos atrozes por meio de atos desumanos, mas serão testemunhas do fortalecimento da resistência e do ódio das nações que buscam liberdade”, salientou.

A pedido da Rússia, o Conselho de Segurança da ONU fará nesta terça-feira uma reunião aberta sobre o ataque em Damasco, que arrisca provocar uma escalada da tensão no Oriente Médio.

“Foi um ato de agressão e uma violação da lei internacional”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enquanto a China ressaltou que “a segurança das sedes diplomáticas não pode ser violada e que a soberania da Síria deve ser respeitada”.

Já o porta-voz da União Europeia para política externa, Peter Stano, disse estar “alarmado com o suposto ataque israelense” e que é “importante mostrar moderação”. “Uma nova escalada na região não é do interesse de ninguém”, acrescentou.

Ataque contra embaixada
O ataque explosivo foi realizado nesta segunda-feira contra o edifício do consulado do Irã em Damasco, capital da Síria, e resultou na morte de um dos principais comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana, o general Mohammad Reza Zahedi.

O canal de notícias catari Al Jazeera disse que alguns edifícios anexos ao do consulado também foram afetados pela explosão.

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Comandante militar do Irã é morto em atentado na Síria; agência local atribui ação a Israel

Um dos principais generais da Guarda Revolucionária Iraniana foi uma das seis vítimas fatais de ataque explosivo contra consulado.

Um ataque explosivo realizado nesta segunda-feira (01/04) contra o edifício do consulado do Irã em Damasco, capital da Síria, resultou na morte de ao menos seis pessoas, entre elas um dos principais comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), o general Mohammad Reza Zahedi.

Segundo a SANA, agência de notícias estatal síria, o prédio inteiro foi reduzido a escombros, o que poderia levar à identificação de novas vítimas fatais nas próximas horas.

Além disso, a agência atribui a autoria do ataque a uma ação promovida pelos serviços de inteligência de Israel.

A primeira declaração oficial israelense a respeito do ocorrido não desmente nem descarta essa possibilidade. O comunicado de Tel Aviv afirma somente que “não iremos comentar relatos de meios de comunicação estrangeiros”.

O canal de notícias Al Jazeera, do Catar, afirma que alguns edifícios anexos ao do consulado também foram afetados pela explosão.

Um desses edifícios seria a residência oficial do embaixador do Irã na Síria. Entretanto, o atual embaixador iraniano em Damasco, Hossein Akbari, teria sido encontrado com vida e aparentemente sem ferimentos, assim como todos os membros da sua família.

Por essa razão, diversos meios de imprensa árabes e iranianos tem descrito o atentado como uma ação que tinha justamente o general Reza Zahedi como alvo principal.

*Opera Mundi

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Exército de Israel ‘conclui operação’ no hospital Al-Shifa em Gaza, com saldo de centenas de mortos

Operação deslocou centenas de refugiados e vitimou diversos pacientes e civis que estavam no maior hospital da Faixa de Gaza.

O exército israelense anunciou na segunda-feira (01/04), ter “concluído” as operações no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. Os soldados retiraram seus tanques e outros veículos do hospital, encerrando uma operação que durou duas semanas.

Em 18 de março, o exército israelense, que acusa os combatentes do Hamas de se esconderem em hospitais, lançou o que descreveu como uma “operação precisa” contra o Al-Shifa, no norte do território palestino.

O governo de Israel afirmou ter “eliminado cerca de 200 terroristas” na área desde então. A operação começou no momento em que centenas de pessoas deslocadas se refugiaram no complexo do hospital.

Um comunicado do exército diz que a investida “matou terroristas em confrontos”. De acordo com o Tzahal, acrônimo hebraico das Forças de Defesa de Israel, combatentes foram mortos e armas e documentos foram apreendidos.

Já o movimento islâmico palestino Hamas, pediu desculpas pela primeira vez ao povo de Gaza pelo sofrimento causado pela guerra que já dura quase seis meses, em uma longa declaração publicada em seu canal Telegram na noite de domingo (31/03).

O Hamas também reiterou seu desejo de continuar a guerra, que, segundo a declaração, deve levar à “vitória e à liberdade” dos palestinos.

Corpos em decomposição
Um jornalista da agência de notícias AFP e testemunhas no local viram tanques e veículos deixando o complexo hospitalar, cobertos por fogo de artilharia e ataques aéreos. Até o momento, o exército israelense não confirmou a retirada.

O exército israelense “se retirou do complexo médico de Al-Shifa depois de incendiar os prédios do complexo e desativá-lo completamente”, detalhou um comunicado do Ministério da Saúde do Hamas.

“Dezenas de corpos de mártires, alguns em estado de decomposição, foram encontrados dentro e ao redor do hospital Al-Shifa”, continuou. “A extensão da destruição dentro do complexo e dos prédios que o cercam é muito significativa”, acrescentou o comunicado.

Um médico disse à agência que mais de 20 corpos foram recuperados. Segundo ele, alguns deles foram atropelados pelos veículos militares durante a saída das tropas.

“Uma garrafa de água para cada 15 pessoas”
No domingo, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, disse que 21 pacientes do hospital Al-Shifa haviam morrido desde o início da operação israelense.

De acordo com ele, 107 pacientes permanecem no hospital, incluindo quatro crianças e 28 pacientes em estado crítico. “Muitos têm feridas infectadas e estão desidratados”, disse o diretor da OMS, acrescentando que, desde sábado (30/03), “há apenas uma garrafa de água para cada 15 pessoas”.

“Os alimentos são extremamente limitados, o que pode representar risco de vida para os pacientes diabéticos, cuja condição está piorando. Pedimos a Israel que facilite urgentemente o acesso e um corredor humanitário para que a OMS e seus parceiros possam realizar a transferência de pacientes que salvam vidas”, insistiu ele na rede X.

Uma fonte israelense informou que está prevista uma reunião virtual, nesta segunda-feira, entre autoridades israelenses e americanas sobre uma trégua na ofensiva em Rafah.

Ainda no domingo, Ghebreyesus disse que “um campo no complexo hospitalar de Al-Aqsa foi atingido por um ataque aéreo israelense”, matando quatro pessoas. O exército israelense alegou ter atingido “um centro de comando operacional terrorista” no pátio desse hospital em Deir al-Balah (centro).

Irmã de comandante do Hamas é presa em Israel
O exército israelense anunciou na segunda-feira que 600 de seus soldados foram mortos desde 7 de outubro, 256 deles na ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

A polícia israelense informou ter prendido Sabah Abdel Salam Haniyeh, irmã de 57 anos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que mora no Catar. A mulher é cidadã israelense e estava em sua casa em Tel-Sheva, no sul de Israel. Ela é “suspeita de incitar a prática de atos de terrorismo em Israel”.

Foi no Catar e no Egito que, nos últimos meses, ocorreram conversas indiretas entre Israel e o Hamas por meio de mediadores internacionais – Egito, Catar e Estados Unidos – com o objetivo de concluir um acordo de trégua associado à libertação dos reféns.

Mas esse acordo está longe de ser alcançado, e os dois protagonistas se acusam mutuamente de intransigência.

*Opera Mundi