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Saúde

SUS vai disponibilizar dois novos medicamentos para a doença falciforme

Enfermidade genética tem alta prevalência entre pessoas negras, principalmente mulheres.

O Ministério da Saúde vai oferecer dois novos medicamentos — a alfaepoetina e a hidroxiureia — no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar a doença falciforme, uma condição hereditária que é muito comum entre pessoas negras, especialmente em mulheres.

A alfaepoetina é para pacientes que apresentam declínio da função renal e piora do quadro de anemia. Já a hidroxiureia, na apresentação de 100 mg, é para pacientes com pelo menos de 9 meses de idade — a de 500 mg é para doentes com 9 e 24 meses, sem sintomas e complicações.

Os medicamentos devem estar disponíveis em até 180 dias após a incorporação no SUS. A doença é a enfermidade genética com maior prevalência no país e no mundo, com alta concentração de diagnósticos e óbitos em pessoas pardas e pretas.

“É um grande marco para a questão da anemia falciforme, uma doença em que cerca de 80% dos diagnósticos estão relacionados à população negra, sendo 52% desses em mulheres. E, ainda mais nesta semana em que celebramos o Dia Internacional das Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha”, destaca o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), Carlos Gadelha

Entre os anos de 2014 e 2020, nasceram 3,75 pessoas com doença falciforme a cada 10 mil nascidos vivos no Brasil. A taxa de mortalidade por doença falciforme no país é de aproximadamente 1,12 pessoas a cada 100.000 habitantes.

De 2015 a 2019, entre os indivíduos que foram a óbito em razão da doença, a maioria era parda ou negra (78,6%) e (52,2%) eram mulheres.

Em 2023, 14.620 pacientes estavam recebendo tratamento da doença por meio das Farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) do SUS.

“A alfaepoetina era um medicamento que ainda não estava disponibilizado para anemia falciforme no SUS, assim como a hidroxiureia na apresentação de 100 mg. Com isso, a assistência farmacêutica amplia o acesso e direciona o olhar de forma mais cuidadosa para essas crianças, considerando principalmente os grupos que mais precisam de uma atenção especial”, destacou o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, Marco Pereira

Sintomas
Os sintomas da doença falciforme se iniciam logo no primeiro ano de idade e podem se estender durante toda a vida do paciente, atingindo quase todos os órgãos e sistemas em diferentes graus.

Uma das manifestações clínicas mais comuns é a anemia falciforme, que apresenta a hemoglobina ‘S’ em homozigose. Esse tipo de condição muda o formato das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), o que prejudica a chegada de oxigênio e a circulação nos tecidos.

Os pacientes diagnosticados podem enfrentar crises de dor, icterícia, anemia, infecções, síndrome mão-pé, acidente vascular encefálico, priapismo, síndrome torácica aguda, complicações renais e oculares, entre outros sintomas.

Diagnóstico
O principal instrumento de detecção da doença é o teste do pezinho, que é oferecido pelo SUS. Uma vez realizado durante a triagem neonatal, o diagnóstico possibilita o início de cuidados específicos.

Considerando que se trata de uma doença degenerativa, é importante iniciar os tratamentos o mais rápido possível – fator que pode ser determinante na limitação dos agravos.

O diagnóstico tardio pode ser realizado de diversas maneiras. Crianças a partir dos 4 meses de idade, jovens e adultos que ainda não fizeram diagnóstico para detecção da doença podem realizar o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina, que é oferecido às gestantes e parceiros durante o pré-natal, e disponibilizado na rede pública para toda a população.

Além disso, a doação de sangue é também uma opção de rastreio, uma vez que a legislação prevê o rastreamento nos hemocentros e unidades de coleta nos estados e municípios.

*ICL

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Mundo

Olimpíadas: “ataque massivo” a trens na França assusta e afeta 800 mil

Ataque ao sistema de trens de alta velocidade prejudicou as principais linhas que conectam Paris ao resto da França e a países vizinhos.

O ataque ao sistema francês de Trens de Alta Velocidade (TGV), que prejudicou as principais linhas que conectam Paris ao resto da França e a países vizinhos nesta sexta-feira (26/7), afetou cerca de 800 mil pessoas, de acordo com o presidente da companhia ferroviária SNCF, Jean-Pierre Farandou. As investidas incluíram incêndios criminosos.

“Este ataque massivo à rede ferroviária de alta velocidade causará perturbações pelo menos até o fim do fim de semana”, informou o presidente da SNCF.

Segundo a Eurostar, o serviço ferroviário pelo Canal da Mancha, entre Londres e Paris, foi interrompido, e “os trens de alta velocidade para e de Paris estão sendo desviados pela linha clássica”.

A ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Casteram, condenou o ataque ao sistema ferroviário e pontuou que trabalha a fim de garantir transporte de delegações para os locais de competição. Em declarações à televisão BFM, disse que “jogar contra os Jogos (Olímpicos) é jogar contra a França”.

Apesar do ataque ao sistema francês de TGV, a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris está mantida, garantem as autoridades do país. A abertura será às 14h (horário de Brasília) no Rio Sena, noite em Paris.

Conforme as autoridades, são mais de 45 mil policiais, 10 mil soldados e 2 mil agentes de segurança privada destacados. Atiradores de elite estão posicionados em prédios e telhados, e drones vigiam o local.

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Brasil

Inteligência da PF monitora fronteira do Brasil com Venezuela às vésperas de eleição

Efetivo de agentes que atuam na Operação Acolhida está em alerta para eventual aumento do fluxo de venezuelanos para o Brasil.

O setor de inteligência da Polícia Federal monitora nos dias que antecedem a eleição venezuelana a situação em Pacaraima, no norte do estado de Roraima, fronteira do Brasil com a Venezuela.

Os venezuelanos vão às urnas no domingo (28). O pleito é considerado um dos mais importantes do país desde que Nicolás Maduro chegou ao poder, há mais de uma década.

A inteligência da PF vem monitorando ao longo dos últimos dias as movimentações na fronteira. O trabalho também é realizado in loco pela Superintendência Regional da PF em Roraima.

O efetivo de agentes da PF que atuam na Operação Acolhida está em alerta para um eventual aumento do fluxo de venezuelanos para o Brasil, a depender do resultado das eleições no domingo.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, todos os dias, de 350 a 600 venezuelanos acessam o Brasil pela fronteira — a maioria em situação de vulnerabilidade.

Na base, os cidadãos são cadastrados, recebem documentação e são encaminhados a abrigos ou ao encontro de familiares que já estejam vivendo no Brasil.

A atenção das autoridades brasileiras está voltada para o país diante da tensão que permeia o processo eleitoral venezuelano e das incertezas com relação ao desfecho do pleito.

Maduro afirmou na última semana, durante comício na capital, Caracas, que o país cairá num “banho de sangue fratricida” caso seu partido não vença a eleição.

“O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória no dia 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, afirmou Nicolás Maduro nesta quinta-feira (18).

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Saúde

Casos de febre oropouche no Brasil aumentam mais de 769% em 2024

Brasil investiga três mortes que podem estar relacionadas à doença; são duas na Bahia e um em Santa Catarina.

O número de casos de febre oropouche aumentou mais de 769% no Brasil em 2024, na comparação com 2023. Dados fornecidos à CNN pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (23) apontam que foram confirmadas 7.236 ocorrências em 16 estados neste ano. Durante todo o ano passado, foram 832 casos.

O Ministério da Saúde aponta que não há mortes confirmadas, mas pelo menos três óbitos estão em investigação. São dois na Bahia e um em Santa Catarina.

A pasta afirma que para se se confirmar um óbito pela doença, é preciso uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos.

A maior parte dos registros de casos ocorreu em estados da região norte. Somente o Amazonas concentra 3.224 registros neste ano; Roraima vem em segundo lugar, com 1.709. A terceira localidade com mais ocorrências é a Bahia, com 830 casos. O estado, em 2023, no entanto, não chegou a ter registros da infecção.

O que é a doença
A febre do oropouche é causada pelo vírus orthobunyavirus oropoucheense. A principal forma de transmissão é pelo mosquito pólvora, mas há outros tipos de mosquistos que também podem transmitir o microorganismo. Macacos e bichos-preguiça são os principais hospedeiros. O vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias depois de picar uma pessoa ou animal infectado. Se esse mosquisto pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus para ela.

Os principais sintomas são dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. São características similares às manifestadas em que está infectado por dengue ou chikungunya. O diagnóstico se dá por exames laboratorais e todo resultado positivo precisa ser notificados às autoridades.

Segundo o Ministério da Saúde, o microorganismo foi detectado pela primeira vez no Brasil em 1960, durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Ele foi identificado em uma amostra de um bicho-preguiça e, desde então, houve registros de casos isolados e surtos mais localizados em estados da região amazônica.

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Economia

Arrecadação federal bate mais um recorde e alcança R$ 1,2 trilhões no primeiro semestre

Em junho, a receita arrecadada atingiu R$ 208,8 bilhões, alta de 11,02% ante igual mês de 2023.

A arrecadação tributária federal atingiu mais um recorde e somou R$ 1,298 trilhão na primeira metade do ano, um crescimento de 9,08% frente ao primeiro semestre de 2023, já descontada a inflação, divulgou a Receita Federal nesta quinta-feira. O montante representa a maior entrada de recursos tributários para o período desde o início da série histórica, em 1995.

Apenas em junho, a receita alcançou R$ 208,8 bilhões, alta de 11,02% ante o sexto mês de 2023, também um recorde para o período. O melhor resultado até hoje tinha acontecido em 2022 (R$ 194,6 bilhões).

Na última segunda-feira, o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, já havia antecipado o bom resultado da arrecadação do mês passado, já incorporado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 3º bimestre. O governo conta com a receita de medidas extraordinárias, como os julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), de transações tributárias e de concessões de ferrovias para fechar as contas do ano.

A meta é de resultado primário zero, com tolerância de déficit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, a projeção do governo está exatamente no limite de tolerância, prevendo um rombo de R$ 28,8 bilhões em 2024. A estimativa não considera a compensação da desoneração da folha salarial de 17 setores e de municípios pequenos, que deveria alcançar R$ 26,2 bilhões nas contas da Receita. O assunto está sendo discutido no Congresso.

— A arrecadação vai muito bem, mas um pouco inferior à necessidade para cobrir as despesas por causa de algumas desonerações. Já tínhamos considerado a desoneração da folha salarial dos 17 setores da economia (no 2º bimestre) e agora retiramos mais R$ 5,2 bilhões (de receita) referentes aos municípios (no segundo semestre) — disse Barreirinhas, acrescentando que, no total, o Fisco calcula perda de R$ 26,2 bilhões com a medida.

Detalhamento
Em relação às receitas administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado em junho de 2024 foi de R$ 200,5 bilhões, representando um acréscimo real de 9,97%, enquanto no período acumulado de janeiro a junho de 2024, a arrecadação alcançou R$ 1,235 trilhão, um aumento de 8,93%, já desconsiderando a inflação, segundo O Globo.

Em junho, o resultado das receitas administradas pelo fisco foi devido ao bom desempenho das arrecadações dos tributos sobre comércio exterior (45,71%), do PIS/Cofins (21,95%), do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) – Capital (10,10%) e Trabalho (12,34%).

No ano, o crescimento real de 18,79% do PIS/Cofins, de 20,59% do IRPF Capital, decorrente dos fundos exclusivos, e de 21,26% do IRPF, devido à atualização de bens e direitos no exterior, foram citados pela Receita como fatores que apoiaram o avanço da arrecadação.

De maneira geral, a Receita afirmou que o desempenho da arrecadação pode ser explicado pelo comportamento da economia, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior, assim como pela calamidade ocorrida no Rio Grande do Sul.

Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 10,37% na arrecadação do período acumulado e de 10,72% na arrecadação do mês de junho.

Em junho, os fatores não recorrentes apresentaram um saldo negativo de R$ 3,130 bilhões devido às medidas para atenuar os impactos das chuvas para os gaúchos, de R$ 3,7 bilhões. Isso foi apenas marginalmente compensado pela tributação de fundos exclusivos e a atualização dos bens no exterior.

No ano, as medidas extraordinárias contribuem positivamente com R$ 14,160 bilhões, valor menor que no mesmo período de 2023 (R$ 27,750 bilhões). Nesse caso, a maior contribuição é da tributação de fundos exclusivos (R$12,730 bilhões). As ações relativas ao Rio Grande do Sul representaram perda de R$ 8,0 bilhões em recursos no primeiro semestre, conforme o fisco.

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Saúde

Injeção para prevenir HIV mostrou 100% de eficácia em estudo

Um novo medicamento injetável para a prevenção do HIV mostrou 100% de eficácia em mulheres cisgênero, segundo um grande ensaio clínico realizado na África do Sul e em Uganda. A injeção, aplicada semestralmente, demonstrou maior proteção contra o vírus em comparação com outros dois medicamentos de profilaxia pré-exposição (PrEP).

A eficácia e segurança do medicamento, chamado lenacapavir, foram testadas no ensaio clínico Purpose 1, realizado em três locais de Uganda e 25 locais da África do Sul. O estudo avaliou a eficácia da nova PrEP, injetável, e de outras duas medicações já utilizadas como prevenção da infecção por HIV, ambos comprimidos de uso diário.

Os resultados foram adiantados em junho pela Gilead Sciences, biofarmacêutica que desenvolveu o medicamento. Na quarta-feira (24), os dados foram publicados em artigo científico na revista The New England Journal of Medicine, uma das mais respeitadas no campo da medicina.

Não se trata de uma vacina. O lenacapavir é um inibidor de fusão capside, o que significa que ele interfere no capsídeo do HIV, uma capa de proteína que protege o material genético do vírus e as enzimas necessárias para a replicação. Seu uso é injetável, abaixo da pele, sendo necessária a aplicação apenas duas vezes por ano — uma a cada seis meses.

“Com zero infecções e 100% de eficácia, o lenacapavir semestral demonstrou seu potencial como uma nova ferramenta importante para ajudar a prevenir infecções por HIV”, diz Merdad Parsey, diretor médico da Gilead Sciences, em comunicado. “Estamos ansiosos por resultados adicionais do programa clínico Purpose em andamento e continuamos em direção a nossa meta de ajudar a acabar com a epidemia de HIV para todos, em todos os lugares.”

Como o estudo foi feito?
O ensaio clínico testou se a injeção semestral com lenacapavir era segura e se proporcionaria melhor proteção contra o HIV como PrEP em comparação com o Truvada F/TDF, uma pílula diária utilizada amplamente há mais de uma década como PrEP.

Em segundo lugar, o estudo também testou se o Descovy F/TAF, uma pílula diária parecida com Truvada, porém mais recente e com propriedades farmacocinéticas superiores, era menos ou mais eficaz que a injeção semestral com lenacapavir.

Para isso, mulheres entre 16 e 25 anos foram aleatoriamente designadas para receber um dos três medicamentos: lenacapavir, Truvada ou Descovy. O estudo foi feito de forma duplo-cega, ou seja, nem os participantes, nem os pesquisadores sabiam qual tratamento as mulheres estavam recebendo até o teste clínico terminar.

Segundo o estudo, nenhuma das 2.134 mulheres que receberam lenacapavir contraiu HIV. Ou seja, o medicamento obteve 100% de eficiência na prevenção da infecção. Em comparação, 16 das 1.068 mulheres que tomaram Truvada (1,5%) e 39 das 2.136 que receberam Descovy (1,8%) contraíram o vírus.

Novo medicamento pode aumentar a adesão à PrEP, diz pesquisadora
“Lenacapavir semestral para PrEP, se aprovado, pode fornecer uma nova escolha crítica para a prevenção do HIV que se encaixa nas vidas de muitas pessoas que poderiam se beneficiar da PrEP ao redor do mundo — especialmente mulheres cisgênero”, afirma Linda-Gail Bekker, diretora do Desmond Tutu HIV Center na Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, e ex-presidente da International Aids Society, em comunicado.

“Embora saibamos que as opções tradicionais de prevenção do HIV são altamente eficazes quando tomadas conforme prescrito, lenacapavir semestral para PrEP pode ajudar a lidar com o estigma e a discriminação que algumas pessoas podem enfrentar ao tomar ou armazenar pílulas orais de PrEP, bem como potencialmente ajudar a aumentar a adesão e persistência da PrEP, dado seu cronograma de dosagem semestral”, avalia.

No ano passado, houve 1,3 milhões de novas infecções por HIV no mundo, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). A taxa ainda está acima da meta para reduzir o número de novas infecções por HIV para 500 mil casos globais para 2025, estabelecida pela entidade.

A PrEP não é a única forma de prevenir o HIV: ela faz parte de um conjunto de métodos preventivos, incluindo o acesso e uso de preservativos, tratamentos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e testagem para o vírus.

Próximos passos incluem testes clínicos em homens
Os estudos clínicos do Purpose 1 serão continuados, mas, agora, em uma fase de “rótulo aberto”. Ou seja, os participantes do estudo serão informados se estiveram no grupo que recebeu o medicamento injetável ou as outras opções orais. Eles poderão escolher a PrEP de preferência à medida que o estudo avança.

Outro passo importante é o estudo Purpose 2, que está em andamento e cujos resultados deverão ser divulgados no final deste ano ou início de 2025. O trabalho avalia o lenacapavir semestral para PrEP entre homens cisgêneros que fazem sexo com homens cisgênero, homens transgêneros, mulheres transgêneros e pessoas não-binárias que fazem sexo com parceiros do sexo masculino (designado no nascimento).

O estudo Purpose 2 está em andamento no Brasil, além da Argentina, México, Peru, África do Sul, Tailândia e Estados Unidos.

Se os resultados de ambos os estudos forem positivos, eles serão incluídos no registro regulatório para o uso do lenacapavir como PreEP, para garantir que o medicamento seja aprovado para várias populações e comunidades que precisam de opções adicionais de prevenção ao HIV.

Os resultados deverão ser analisados a órgãos reguladores de cada país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também analisará os dados e poderá emitir recomendações, podendo adotar o medicamento nas suas diretrizes de prevenção ao HIV.

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Pesquisa

Boulos cresce com apoio de Lula e Nunes perde força com Bolsonaro e Tarcísio, aponta pesquisa

Pesquisa da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo também aponta força de Marta Suplicy e de Ricardo Mello como vices nas chapas.

Pesquisa realizada pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp) aponta que o apoio do presidente Lula (PT) ao deputado federal Guilherme Boulos (Psol) impulsiona suas intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo. Por outro lado, os apoios do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) enfraquecem a posição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o levantamento aponta que no cenário de simulação para o segundo turno, Nunes lidera com 43% das intenções de voto, enquanto Boulos registra 36%. Entretanto, quando Boulos é associado a Lula, suas intenções de voto sobem para 46%. O apoio de Bolsonaro e Tarcísio, por sua vez, faz com que a popularidade de Nunes caia de 43% para 38% no segundo turno.

Além disso, a sondagem destaca a influência dos vices das chapas no segundo turno. Boulos, ao ser apresentado com Marta Suplicy (PT) como vice, vê suas intenções de voto aumentarem de 36% para 46%. Em contraste, a inclusão de Ricardo Mello Araújo (PL) como vice de Nunes reduz suas intenções de voto para 36%.

No primeiro turno, Boulos e Nunes estão tecnicamente empatados, com 26% e 22% das intenções de voto, respectivamente. José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB) seguem com 12% e 11%. Tabata Amaral (PSB), Kim Kataguiri (União Brasil) e Maria Helena (Novo) aparecem com 5%, 3% e 2%, respectivamente.

Na pesquisa espontânea, Boulos lidera com 18% das intenções de voto, seguido por Nunes com 15%, Marçal com 6%, e Datena e Tabata Amaral com 3%. Kim Kataguiri e Marina Helena têm 1% das intenções cada.

A pesquisa, que ouviu 1.500 eleitores entre 16 e 19 de julho, foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-04746/2024 e possui uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

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Política

Moraes determina que PF investigue Carla Zambelli por ligação com tentativa de golpe

Deputada teria intermediado viagem de blogueira à Espanha. Influenciadora repassou dossiê apontando que narcotráfico financiaria PT.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de nova investigação contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O magistrado atendeu a um pedido da Polícia Federal (PF). A parlamentar é acusada envolvimento com a tentativa de golpe de Estado.

Segundo a PF, a investigação identificou que Zambelli teria intermediado a viagem de uma influenciadora à Espanha. O objetivo seria um encontro com o general venezuelano Hugo Carvajal. Atualmente, o ex-chefe dos serviços de Inteligência da Venezuela no governo de Hugo Chávez está preso nos Estados Unidos por narcotráfico.

De acordo com a investigação da PF, a influenciadora teria viajado para obter informações sobre um suposto financiamento, por parte do governo da Venezuela, a movimentos políticos de esquerda em países da Europa e da América Latina. Entre os beneficiados estaria o PT e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

A investigação afirma ainda que, após a viagem, a influenciadora teria entregado um dossiê ao então Ministro da Justiça, Anderson Torres. Este, por sua vez, determinou, na época, a abertura de um inquérito pela PF — o mesmo foi arquivado.

Investigação
A atual investigação da PF foi aberta após vir à tona a reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro cita o que seria uma suposta delação do general Carvajal.

“Temos informações do general Carvajal lá da Venezuela que tá preso na Espanha. Ele… já fez a delação premiada dele lá. É… Por 10 anos abasteceu com o dinheiro do narcotráfico Lula da Silva, Cristina Kirchner, Evo Morales. Né? Essa turma toda que cês conhecem”, disse Bolsonaro.

Moraes: ligação
A investigação aponta ainda que Zambelli intermediou a viagem da influenciadora um mês antes da fala de Bolsonaro na reunião ministerial.

Para a PF, há indícios de desvio de finalidade da investigação no contexto das eleições presidenciais de 2022, de participação da deputada federal Carla Zambelli nos fatos apurados e de utilização da estrutura do Estado Brasileiro para fins ilícitos e desgarrados do interesse público em 2022.

No documento, a corporação alega que o objetivo era “obter vantagem de natureza eleitoral às vésperas do pleito de 2022” e, assim, manter o ex-presidente no poder após a derrota nas urnas.

“As investigações conduzidas, portanto, estão absolutamente relacionadas com o objeto do Inq. 4.874 [Milícia Digital], especialmente com os da Pet 12100 tendo [Golpe] a Polícia Federal identificado nominalmente a deputada federal Carla Zambelli como uma das participantes nos fatos apurados ora trazidos ao conhecimento”, escreveu Moraes.

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Política

Mapa da Fome da ONU: insegurança alimentar severa cai 85% no Brasil em 2023

Em números absolutos, 14,7 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país no ano passado. Percentualmente, queda foi de 8% para 1,2% da população.

edição 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024), divulgada nesta quarta-feira, 24 de julho, no Rio de Janeiro, mostra que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023.

Os dados das Nações Unidas indicam que estamos no caminho certo. Em apenas um ano de governo, reduzimos a insegurança alimentar severa em 85%. Tiramos 14,7 milhões de brasileiros e brasileiras dessa condição”

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
Em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país. A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Percentualmente, a queda foi de 8% para 1,2% da população.

“Os dados das Nações Unidas indicam que estamos no caminho certo. Em apenas um ano de governo, reduzimos a insegurança alimentar severa em 85%. Tiramos 14,7 milhões de brasileiros e brasileiras dessa condição”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

Segundo a metodologia da FAO, a insegurança alimentar severa é quando a pessoa está de fato sem acesso a alimentos, e passa um dia inteiro ou mais sem comer. Representa a fome concreta que, se mantida regularmente, leva a prejuízos graves à saúde física e mental, sobretudo na primeira infância, no desenvolvimento e na formação cognitiva.

AVANÇOS – O relatório produzido conjuntamente por agências da ONU como FAO, FIDA, UNICEF, PMA e OMS – atualiza anualmente o “Mapa da Fome”, como o documento é mais conhecido no país. O lançamento ocorre no mesmo dia da Reunião Ministerial da Força Tarefa do G20 para a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

O relatório SOFI destaca avanços importantes no combate à fome no Brasil. Mostra que a insegurança alimentar severa caiu de 8,5%, no triênio 2020-2022, para 6,6%, no período 2021-2023, o que corresponde a uma redução de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros nesse grau de insegurança alimentar.

Em números absolutos, quatro milhões saíram da insegurança alimentar severa na comparação entre os dois períodos de três anos. No entanto, como o indicador da FAO é uma média trienal, ele não permite ver claramente o impacto de 2023 na trajetória de superação da fome no país, já que, no seu resultado, ainda pesam dados de 2021 e 2022.

O Brasil tinha saído do “Mapa da Fome” em 2014 e sustentava a posição até 2018. Entre 2019 e até 2022, contudo, vinha em tendência de crescimento da pobreza, extrema pobreza e crescimento da insegurança alimentar e nutricional. Voltou ao Mapa da Fome no triênio 2019-2021 e se manteve no triênio 2020-2022.

O dado individualizado para 2023 mostra que a escala da FAO, apesar de algumas diferenças em relação à usada pelo IBGE, se aproxima da redução na insegurança alimentar grave medida pela escala EBIA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), que foi da ordem de 24 milhões de pessoas entre 2022 e 2023, ou de 20 milhões entre 2022 e 2023, caso se ajustem os resultados da PNADc-IBGE para a escala utilizada pela Rede PENSSAN em 2022 (visto que em 2022 o IBGE não aferiu a escala).

Números com base no Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024)

*Secretaria da Comunicação Social do governo federal

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Política

A negociata da Sabesp e os outros negócios de Tarcísio

Luis Nassif

Mas não é surpresa: ele faz parte daquele contingente de concursados cooptados por interesses políticos ou econômicos.

Em outros tempos, a imprensa quatrocentona gostava de apontar desonestidades de adversários. Ademar de Barros e sua caixinha, Paulo Maluf, Orestes Quércia, Renan Calheiros, todos adversários eram fuzilados pelas balas do moralismo, tendo culpa ou não.

O quase silêncio em torno da negociata da venda da Sabesp é a prova maior de que a degradação dos negócios públicos e o negocismo migrou de Brasília para aquele que, em outros tempos, foi o mais independente e moralista estado brasileiro.

Por qualquer ângulo que se olhe, é um escândalo. É escândalo na falta de concorrência, na fixação de um preço inferior ao preço de mercado, na permissão para que uma empresa assumisse o controle da gestão da Sabesp com uma parcela minoritária do capital, a seleção dos investidores premiados com a compra das ações subavaliadas, a falta de compromissos contratuais com a universalização dos serviços, tudo isso compõem um quadro capaz de enrubescer Ademar de Barros.

Mas não é surpresa para quem acompanha o histórico de Tarcísio de Freitas no setor público. Ele faz parte daquele contingente de concursados cooptados por interesses políticos ou econômicos.

Tarcísio assumiu um cargo no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre) em uma das ingenuidades de Dilma Rousseff, que julgou que limparia o órgão com a presença de um militar, ou um ex com ligações com militares. Ainda pairava na ingenuidade nacional a ideia do militar incorruptível.

Aqui, parte do que contamos na matéria:

Provavelmente para segurar a corrupção do órgão, em 2011 Dilma Rousseff demitiu Nascimento e 28 servidores do órgão. E colocou militares no comando, na presunção de que a corporação não fora contaminada pela gana de favores da política.

Para isso, aconselhou-se com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, pois tinha sido diretor do Departamento de Engenharia e Construção do Exército.

(…) Peri indicou para presidir o órgão o general Jorge Ernesto Pito Fraxe, diretor de Obras de Cooperação do Exército. As licitações foram entregues a um funcionário da CGU (Controladoria Geral da União), Tarcísio de Freitas. Antes da CGU, Tarcísio foi engenheiro do Exército.

*GGN