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Sindicato dos Jornalistas critica ida de profissionais a Israel por convite do lobby sionista

Delegação de comunicadores aceitou ter sua visita custeada por entidade vinculada ao Estado judeu, apesar do assassinato de 205 jornalistas pelas forças armadas israelenses.

Seis jornalistas brasileiros chegaram a Israel no dia 5 de fevereiro, para uma temporada de oito dias, com todas as despesas de viagem e hospedagem pagas pelo Instituto Brasil-Israel (IBI), uma das principais entidades sionistas com inscrição nacional. O objetivo, segundo nota dos dirigentes dessa organização, é “desexcepcionalizar Israel, isto é, mostrar que se trata de um país complexo, como todos os outros, com pessoas diversas, opiniões distintas e nuances que, muitas vezes, só podem ser compreendidas quando vistas de perto”.

Os profissionais de imprensa que integram a delegação são: Pedro Doria, fundador e editor do Canal Meio; Tatiana Vasconcellos, âncora da Rádio CBN; Filipe Figueiredo, criador do podcast Xadrez Verbal; Leila Sterenberg, que atua semanalmente nos programas do canal do IBI; Janaina Figueiredo, repórter especial do jornal O Globo; e Marcos Guterman, diretor de Opinião no jornal O Estado de S. Paulo.

A iniciativa ocorreu em paralelo com a excursão da delegação de acadêmicos brasileiros, organizada pela Stand With Us Brasil, que desembarcou em 2 de fevereiro e ficou até o dia 9. De acordo com o vice-presidente do IBI, Eduardo Wurzmann, em declaração ao boletim da associação, os participantes “terão oportunidade de conhecer e conversar com atores importantes de todo o espectro da política e da sociedade israelense”.

No comunicado emitido pelo IBI, consta um itinerário que prevê uma visita à região atacada pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, além da Praça dos Reféns “em um dia em que há a expectativa de retorno de sequestrados”. Opera Mundi entrou em contato com o instituto para obter mais informações referentes à excursão dos jornalistas, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), Thiago Tanji, participação nas chamadas press trips sempre foi um ponto de debate, sendo que alguns veículos de comunicação tendem a proibir convites de empresas que financiam esses roteiros. Segundo o líder da categoria, a cobertura jornalística referente ao massacre na Faixa de Gaza já apresenta problemas em si, ainda mais quando há tentativa do governo israelense em utilizar “estratégia de relações públicas e lobby” para se manter próximo à imprensa.

“Os jornalistas terão liberdade e coragem de questionar as autoridades israelenses pelos mais de duzentos jornalistas assassinados desde outubro de 2023? Poderão realizar entrevistas e circular livremente pelos territórios que desejarem, conversando com a população palestina, que poderia relatar os horrores que viveram por decisões tomadas pelo Estado de Israel?”, questionou o sindicalista.

De acordo com o jornalista, sociólogo e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Laurindo Lalo Leal Filho, o governo israelense faz uso da tática do soft power, por meio de entidades alinhadas a Israel, como o IBI, para amenizar a repulsa global contra o país pelas denúncias de crimes contra a humanidade.

“É parte dessa política a viagem que jornalistas e professores brasileiros fazem a Israel. São convites feitos em meio a uma das agressões mais violentas da história recente, que deveriam merecer um mínimo de ponderação antes de serem aceitos. Não se pode admitir ingenuidade a essas pessoas com o tipo de formação que possuem. Ao aceitar o convite, tomaram implicitamente partido do lado agressor”, afirmou.

*Opera Mundi

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Bolsonaro

Gaza roubada: Trump diz que palestinos não poderão retornar a Gaza após reassentamento forçado

Presidente dos EUA sugeriu uma realocação forçada em massa de palestinos para outros países, como Egito ou Jordânia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os palestinos não teriam permissão para retornar a Gaza após serem realocados para novas comunidades em outros países da região, de acordo com um trecho de entrevista divulgado pela Fox News nesta segunda-feira (10).

“Não, eles não voltariam, porque terão moradias muito melhores, ou seja, estou falando em construir um lugar permanente para eles”, disse Trump na entrevista, quando questionado se os palestinos teriam o direito de retornar a Gaza.

Na semana passada, Trump chamou Gaza, enclave palestino destruído por uma campanha militar genocida de Israel, um dos principais aliados de Washington, de “local de demolição” que os EUA deveriam assumir para desenvolver. Ele também sugeriu uma realocação forçada em massa de palestinos para outros países, como Egito ou Jordânia, como parte de seu plano para transformar a Faixa de Gaza na “Riviera do Oriente Médio”.

O movimento palestino Hamas, que governa Gaza, as Nações Unidas, o Brasil e uma série de outras nações condenaram o plano de Trump, segundo o Sputnil, via Leonardo Sobreira.

Além disso, a própria opinião pública dos EUA se divide sobre a questão. Quase metade dos americanos desaprova o plano do presidente dos EUA de assumir o controle da Faixa de Gaza, revelou uma pesquisa da CBS e YouGov publicada no domingo.

O levantamento, realizado entre 5 e 7 de fevereiro com 2.175 adultos norte-americanos, mostrou que 47% dos entrevistados consideraram a ideia “ruim”, enquanto apenas 13% disseram que seria uma “boa ideia”. Outros 40% afirmaram não ter certeza.

Apesar disso, a maioria (54%) disse aprovar a forma como Trump tem lidado com o conflito palestino-israelense, enquanto 46% disseram desaprovar.

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Política

Esquema de deputados dp PL para desviar verbas envolvia até ameaça com armas, diz PF

Investigação aponta que os deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa pegavam dinheiro com agiota e indicavam emendas para município a fim de pagar as dívidas.

De acordo com Camila Bomfim, do g1, investigação da Polícia Federal aponta que o esquema de venda de emendas parlamentares de três deputados federais do PL contava com divisão de tarefas e utilização de armas em ameaças a gestores municipais.

As informações estão em um relatório da PF sobre a investigação ao qual o blog teve acesso.

Segundo o documento, a organização criminosa – que contava com a participação dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE), de lobistas e até de um agiota – exigia a devolução de 25% dos valores de emendas destinadas a ações na área de saúde na cidade de São José de Ribamar (MA).

Entenda como funcionava o esquema de venda de emendas
De acordo com a PF, os deputados pegavam dinheiro emprestado com um agiota – identificado como Josival Cavalcanti da Silva, o “Pacovan” – e direcionavam emendas parlamentares para a cidade maranhense.

Quando as verbas federais chegavam ao caixa da prefeitura, a organização criminosa ameaçava o prefeito para que repassasse um “pedágio”, ou seja, parte do dinheiro das emendas que deveria ser totalmente destinado à saúde de São José de Ribamar.

O recurso desviado deveria ser utilizado para pagar, ao agiota, os empréstimos tomados pelos parlamentares.

“O agiota Pacovan empresta dinheiro para os parlamentares investigados, os quais se comprometem a devolvê-lo por meio do desvio de parte dos valores oriundos das emendas parlamentares que tinham como destino municípios do interior do Maranhão”, diz o relatório da PF.

Segundo os investigadores, o deputado Josimar Maranhãozinho “capitaneava” o esquema, e o grupo fazia ameaças com armas para tentar obter o dinheiro de forma ilegal.

“O deputado Josimar Maranhãozinho é quem está à frente da estrutura criminosa, capitaneando não somente a destinação dos recursos públicos federais oriundos de emendas (próprias e de outros parlamentares comparsas) para os municípios, mas também orientando a cobrança (utilizando, inclusive, de estrutura operacional armada), ao exigir dos gestores municipais a devolução de parte dessas verbas”, destacam os policiais federais.

Troca de mensagens mostra irritação de agiota com prefeito que teria denunciado esquema com emendas — Foto: Reprodução

O esquema foi denunciado em 2020 por Eudes Sampaio, então prefeito de São José de Ribamar MA), que diz ter se recusado a fazer os pagamentos indevidos. Ele afirma ter sido extorquido pelo grupo, que também teria feito ameaças contra familiares do gestor municipal.

Diante das ameaças, Eudes Sampaio apresentou uma notícia-crime à Justiça Federal do Maranhão. Como o caso envolve deputados federais, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PF, o prefeito “denunciou um esquema de agiotagem envolvendo recursos federais”. Após a denúncia, a Justiça Federal mandou prender o agiota e outros integrantes da quadrilha que não são deputados.

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Política

O império se autodestrói

Compartilhamos as patologias de todos os impérios moribundos, com a sua mistura de bufonaria, corrupção desenfreada, fiascos militares e colapso econômico.

Os bilionários, fascistas cristãos, vigaristas, psicopatas, imbecis, narcisistas e desviantes que tomaram o controle do Congresso dos EUA, da Casa Branca e dos tribunais estão canibalizando a máquina do

Estado. Essas feridas autoinfligidas, características de todos os impérios em decadência, irão incapacitar e destruir os tentáculos do poder. E então, como um castelo de cartas, o império entrará em colapso.

Cegos pela arrogância, incapazes de compreender o poder em declínio do império, os mandarins do governo Trump se refugiaram em um mundo de fantasia onde fatos duros e desagradáveis não mais os perturbam. Eles balbuciam absurdos incoerentes enquanto usurpam a Constituição e substituem a diplomacia, o multilateralismo e a política por ameaças e juramentos de lealdade. Agências e departamento criados e financiados por atos do Congresso, estão sendo reduzidos a cinzas.

Eles estão removendo relatórios e dados governamentais sobre mudanças climáticas e se retirando do Acordo de Paris sobre o Clima.

Estão saindo da Organização Mundial da Saúde. Estão sancionando funcionários do Tribunal Penal Internacional — que emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da defesa Yoav Gallant por crimes de guerra em Gaza.

Eles sugeriram que o Canadá se tornasse o 51º estado dos EUA. Formaram uma força-tarefa para “erradicar o viés anticristão”. Pedem a anexação da Groenlândia e a tomada do Canal do Panamá. Propõem a construção de resorts de luxo na costa de uma Gaza despovoada sob controle dos EUA, o que, se ocorrer, derrubaria os regimes árabes sustentados pelos EUA.Os governantes de todos os impérios decadentes, incluindo os imperadores romanos Calígula e Nero ou Carlos I, o último governante dos Habsburgo, são tão incoerentes quanto o Chapeleiro Maluco [de Alice no País das Maravilhas], pronunciando observações sem sentido, formulando enigmas sem resposta e recitando saladas de palavras de trivialidades.

Eles, assim como Donald Trump, são um reflexo da podridão moral, intelectual e física que assola uma sociedade doente.

Passei dois anos pesquisando e escrevendo sobre os ideólogos distorcidos que agora tomaram o poder em meu livro American Fascists: The Christian Right and the War on America [Os Fascistas Estadunidenses: A Direita Fascista e a Guerra Contra os EUA]. Leia enquanto ainda puder. Sério.

Esses fascistas cristãos, que definem o núcleo ideológico do governo Trump, não se desculpam pelo ódio às democracias pluralistas e seculares. Eles buscam, como detalham exaustivamente em inúmeros livros “cristãos” e documentos como o Project 2025 da Heritage Foundation, deformar os poderes judiciário e legislativo, junto com a mídia e a academia, para transformá-los em apêndices de um Estado “cristianizado” liderado por um governante ungido divinamente.Os fascistas cristãos vêm de uma seita teocrática chamada Dominionismo.

Essa seita ensina que os cristãos estadunidenses têm a missão divina de tornar os EUA um estado cristão e um agente de Deus.

A espiral de morte está acelerando e inimigos fantasmas, tanto internos quanto externos, serão culpados pela derrocada, perseguidos e designados para a destruição. Quando os destroços estiverem completos, assegurando a miséria da população e o colapso dos serviços públicos, restará apenas o instrumento bruto da violência estatal. Muitas pessoas sofrerão, especialmente à medida que a crise climática impuser com intensidade cada vez maior a sua retribuição letal.

O colapso quase total do nosso sistema constitucional de freios e contrapesos [nos EUA] aconteceu muito antes da chegada de Trump.

O retorno de Trump ao poder representa o estertor final da Pax Americana. Não está distante o dia em que, como o Senado Romano em 27 a.C., o Congresso dará o seu último voto significativo e entregará o poder a um ditador. O Partido Democrata, cuja estratégia parece ser não fazer nada e torcer para que Trump imploda, já se resignou ao inevitável.

A questão não é se vamos cair, mas quantos milhões de inocentes levaremos conosco. Dado o poder de violência industrial que o nosso império exerce, pode ser um número enorme — especialmente se os que estão no comando decidirem recorrer às armas nucleares.

A desmantelação da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) — que Elon Musk afirma ser operada por um “ninho de víboras marxistas radicais de esquerda que odeiam os EUA” — é um exemplo de como esses incendiários são incapazes de compreender o funcionamento dos impérios.

A ajuda externa não é benevolente. Ela é uma arma usada para manter a primazia sobre as Nações Unidas e remover governos que o império considera hostis.

Quando os EUA ofereceram construir o aeroporto na capital do Haiti, Porto Príncipe, o jornalista investigativo Matt Kennard relata que exigiram que o Haiti se opusesse à admissão de Cuba na Organização dos Estados Americanos — o que foi feito.

A ajuda externa financia projetos de infraestrutura para que corporações possam operar fábricas exploradoras e extrair recursos. Também sustenta a “promoção da democracia” e a “reforma judicial” que sabotam os líderes e governos que tentam permanecer independentes do império.

A USAID, por exemplo, financiou um “projeto de reforma de partidos políticos” que foi projetado “como um contrapeso” ao “radical” Movimento ao Socialismo (Movimiento al Socialismo) e buscava impedir que socialistas como Evo Morales fossem eleitos na Bolívia.

Em seguida, financiou organizações e iniciativas, incluindo programas de treinamento para que os jovens bolivianos pudessem aprender as práticas empresariais estadunidenses, uma vez que Morales assumisse a presidência, para enfraquecer o seu controle sobre o poder.

Kennard, em seu livro “The Racket: A Rogue Reporter vs The American Empire” [A Extorsão: Um Reporter Trapaceiro Contra o Império dos EUA], documenta como instituições dos EUA – como o National Endowment for Democracy, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a USAID e a Drug Enforcement Administration – atuam em conjunto com o Pentágono e a CIA para subjugar e oprimir o Sul Global.

Os estados clientes que recebem ajuda devem quebrar sindicatos, impor medidas de austeridade, manter salários baixos e sustentar governos fantoches. Os programas de ajuda, amplamente financiados e projetados para derrubar Morales, levaram eventualmente o presidente boliviano a expulsar a USAID do país.

A mentira vendida ao público é que essa ajuda beneficia tanto os necessitados no exterior quanto nós aqui em casa [nos EUA]. Mas a desigualdade que esses programas facilitam no exterior replica a desigualdade imposta internamente. A riqueza extraída do Sul Global não é distribuída de forma equitativa. Ela acaba nas mãos da classe bilionária, muitas vezes guardada em contas bancárias no exterior para evitar a tributação.

Enquanto isso, os nossos impostos financiam desproporcionalmente o militarismo, que é o braço de ferro que sustenta o sistema de exploração. Os 30 milhões de estadunidenses que foram vítimas de demissões em massa e da desindustrialização perderam os seus empregos para trabalhadores em fábricas no exterior. Como Kennard observa, tanto no país quanto no exterior, essa é uma vasta “transferência de riqueza dos pobres para os ricos, global e internamente.”

“As mesmas pessoas que criam os mitos sobre o que fazemos no exterior também construíram um sistema ideológico semelhante que legitima o roubo aqui dentro; roubo dos mais pobres pelos mais ricos”, ele escreve: “Os pobres e trabalhadores do Harlem [em New York] têm mais em comum com os pobres e trabalhadores do Haiti do que com as suas elites, mas isso tem que ser obscurecido para que o esquema funcione.”

A ajuda externa mantém fábricas ou “zonas econômicas especiais” em países como o Haiti, onde os trabalhadores labutam por centavos por hora e muitas vezes em condições insalubres para corporações globais.
“Uma das facetas das zonas econômicas especiais, e um dos incentivos para as corporações nos EUA, é que as zonas econômicas especiais têm ainda menos regulamentações do que o estado nacional sobre como você pode tratar o trabalho e os impostos e a alfândega,”

Kennard me disse em uma entrevista. “Você abre essas fábricas nas zonas econômicas especiais. Paga-se uma miséria aos trabalhadores.

Você tira todos os recursos sem precisar pagar a alfândega ou os impostos. O estado no México ou Haiti ou onde quer que seja, onde estão transferindo essa produção, não se beneficia de forma alguma.

Isso é planejado. Os cofres do estado são sempre os que nunca são aumentados. São as corporações que se beneficiam.”

Essas mesmas instituições dos EUA e mecanismos de controle, Kennard escreve em seu livro, foram usados para sabotar a campanha eleitoral de Jeremy Corbyn, um feroz crítico do império dos EUA, para o cargo de primeiro-ministro na Grã-Bretanha.

Os EUA desembolsaram quase 72 bilhões de dólares em ajuda externa no ano fiscal de 2023. Financiaram iniciativas de água potável, tratamentos para HIV/AIDS, segurança energética e trabalho contra a corrupção. Em 2024, forneceram 42% de toda a ajuda humanitária registrada pelas Nações Unidas.

A ajuda humanitária, muitas vezes descrita como o “poder suave”, é projetada para mascarar o roubo de recursos no Sul Global por corporações dos EUA, a expansão da presença militar dos EUA, o controle rígido de governos estrangeiros, a devastação causada pela extração de combustíveis fósseis, o abuso sistêmico de trabalhadores nas fábricas globais e o envenenamento de crianças trabalhadoras em lugares como o Congo, onde são usadas para minerar lítio.

Duvido que Musk e seu exército de jovens minions no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) — que não é um departamento oficial dentro do governo federal — tenham ideia de como as organizações que estão destruindo funcionam, por que existem ou o que isso significará para a queda do poder estadunidense.

A apreensão de registros de pessoal do governo e material confidencial, o esforço para encerrar centenas de milhões de dólares em contratos governamentais — principalmente os relacionados à Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), as ofertas de indenizações para “drenar o pântano” incluindo uma oferta de indenização para toda a força de trabalho da CIA — agora temporariamente bloqueada por um juiz — a demissão de 17 ou 18 inspetores gerais e promotores federais, a interrupção de financiamentos e subsídios governamentais, os fazem canibalizar o leviatã que adoram.

Eles planejam desmontar a Agência de Proteção Ambiental, o Departamento de Educação e o Serviço Postal dos EUA, parte da maquinaria interna do império. Quanto mais disfuncional o estado se torna, mais cria oportunidades de negócios para corporações predatórias e empresas de private equity. Esses bilionários farão uma fortuna “colhendo” os restos do império. Mas, no final, estão matando a besta que criou a riqueza e o poder dos EUA.

Uma vez que o dólar não seja mais a moeda de reserva mundial, algo que o desmantelamento do império garante, os EUA não poderão pagar seus enormes déficits vendendo títulos do Tesouro. A economia estadunidense cairá em uma depressão devastadora. Isso desencadeará uma quebra da sociedade civil, com preços disparando, especialmente para produtos importados, salários estagnados e altas taxas de desemprego. O financiamento de pelo menos 750 bases militares no exterior e o nosso exército inchado se tornará impossível de sustentar.

O império se contrairá instantaneamente. Será uma sombra de si mesmo. O hiper-nacionalismo, alimentado por uma raiva incipiente e a desesperança generalizada, se transformará em um fascismo estadunidense cheio de ódio.

“A queda dos Estados Unidos como a principal potência global pode ocorrer muito mais rapidamente do que qualquer um imagina,” escreve o historiador Alfred W. McCoy em seu livro “In the Shadows of the American Century: The Rise and Decline of US Global Power” [Nas Sombras do Século Americano: Ascensão e Queda do Poder Global dos EUA].

Apesar da aura de onipotência que os impérios frequentemente projetam, a maioria é surpreendentemente frágil, sem a força inerente de um Estado-nação modesto. De fato, uma olhada em sua história deve nos lembrar que os maiores deles são suscetíveis ao colapso por diversas causas, sendo as pressões fiscais geralmente um fator primário.

Por mais de dois séculos, a segurança e a prosperidade da pátria foram o principal objetivo para a maioria dos estados estáveis, tornando as aventuras externas ou imperiais uma opção descartável, geralmente alocada em no máximo 5% do orçamento doméstico. Sem o financiamento que surge quase organicamente dentro de uma nação soberana, os impérios são notoriamente predatórios em sua busca incessante por pilhagem ou lucro — como testemunham o comércio de escravos no Oceano Atlântico, a ganância da Bélgica pela borracha no Congo, o comércio de ópio na Índia Britânica, o estupro da Europa pelo Terceiro Reich, ou a exploração da Europa Oriental pela União Soviética.

Quando as receitas encolhem ou colapsam, McCoy aponta, “os impérios se tornam frágeis.”
“Tão delicada é a sua ecologia de poder que, quando as coisas começam a dar errado de verdade, os impérios se desmoronam com uma velocidade impiedosa: em apenas um ano para Portugal, dois anos para a União Soviética, oito anos para a França, onze anos para os otomanos, dezessete para a Grã-Bretanha e, provavelmente, apenas vinte e sete anos para os Estados Unidos, contando a partir do ano crucial de 2003 [quando os EUA invadiram o Iraque],” ele escreve.

A gama de ferramentas usadas para a dominação global — vigilância em massa, destruição das liberdades civis, incluindo o devido processo legal, tortura, polícias militarizadas, o sistema massivo de prisões, drones militarizados e satélites — será usada contra uma população inquieta e enfurecida.

O devorar do cadáver do império para alimentar a ganância desmesurada e os egos desses predadores prenuncia uma nova Idade das Trevas.

Por Chris Hedges (Jornalista vencedor do Pulitzer Prize (maior prêmio do jornalismo nos EUA), foi correspondente estrangeiro do New York Times).

Originalmente publicado no Substack do autor

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A direita tucana acabou sem saber explicar por que golpeou Dilma

Lógico que golpe não se explica. Golpe é golpe e ponto.

Mas para quem tem a cara dura de não assumir até hoje que Dilma sofreu um brutal e covarde golpe, sendo a primeira mulher a presidir o Brasil, isso é uma espinha de pirarucu atravessada na própria goela da direita “civilizada”.

As justificativas são de um ridículo inacreditável.

Mas um “economista” de banco, que tinha a cabeça coroada na cúpula tucana, mostrou porque o tucano voa baixo e caga mole e sapecou, sem corar, que Dilma jogou os juros e, consequentemente o spread bancario no chão de forma artificial.

Então, pergunta-se, o que são juros artificiais?

De onde esse idiota tirou a ideia de que agiotagem tem tal regra?

Não é porque a agiotagem consentida dos bancos tem seus métodos. Juros não são uma doença só contra a economia do país. A gravidade pode ser maior ou menor, mas é uma chaga que mata aos poucos ou de estalão.

Pergunte a qualquer micro e médio empresário o que significa o custo dos juros em seu modesto negócio, que é a principal atividade na economia global.

No caso do Brasil, não tem graça comentar. É a maior e mais imoral taxa de juros do planeta.

Mas o banqueiro, dada a sua própria origem estelionatária, contrata os estelionatários midiáticos para defender seus interesses culpando, imagine isso, os pobres pelo assombroso e covarde sistema neoliberal que, no Brasil, é sinônimo de roubo covarde e descarado.

Dilma enfrentou muita adversidade com sua coragem revolucionária, mas a sua grande batalha foi contra os bancos que perderam para ela e apelaram para o jogo sujo do golpe de Estado, patrocinando os sacripantas tucanos e afins,
Simples assim.

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Mundo

Trump quer desglobalizar a economia confessando a decadência do império

A economia dos EUA está prostrada diante da dinâmica chinesa.

Trump só está adicionando um cadico de carvão na queima do que resta do império.

Multilateralismo virou palavrão nos EUA de Trump.

É a velha história de culpar os sapatos confortáveis dos outros pelos próprios calos.

Louros, todos querem.

Duro é pegar pela proa um choque de ventos contrários e não saber como lidar com ele.

Isso é a síntese, até então, do carnaval de bêbados que marca a atual gestão aloprada do grandalhão de topete artificial.

Trump quer refundar uma nova ordem mundial.

É o rabo balançando o cachorro.

Trump quer mais, quer refundar o planeta pela cartilha da Ku Klux Klan, com ideais de supremacistas brancos que são contrários às leis universais, sobretudo as de direitos humanos.

O fato é que o grupo de ódio terrorista que cerca a administração Trump vai impulsionar os EUA a uma decadência já sentida no país em várias cidades fantasmas que um dia foram referência de avanço civilizatório, promovido pelo capitalismo hegemônico do império.

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Política

PF liga senador do PL a desvios em emendas e pede investigação

Relatório da corporação cita indícios de envolvimento do senador Eduardo Gomes em suposto esquema de rateio de emendas.

A Polícia Federal (PF) pediu a abertura de inquérito para apurar suspeita de desvios relacionados a emendas parlamentares do senador Eduardo Gomes (PL-TO).

Gomes é o atual 1º vice-presidente do Senado e foi líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional. Em 2019, foi um dos senadores que atuou na relatoria do orçamento do ano seguinte.

O pedido da PF se deu dentro do inquérito da Operação Emendário, que mirou três deputados do PL denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ao analisar aparelhos eletrônicos apreendidos durante a investigação, a PF encontrou mensagens em que um ex-assessor de Eduardo Gomes cobra o pagamento de valores de Carlos Lopes, secretário parlamentar do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA).

Carlos Lopes é identificado pela PF como o responsável pela elaboração de ofício e planilhas, bem como pela articulação de emendas com outros parlamentares sob o comando de Josimar Maranhãozinho.

Na troca de mensagens, de fevereiro de 2022, Carlos Lopes fala com uma pessoa identificada como “Lizoel Assessor” e é cobrado a respeito de um pagamento. Eduardo Gomes tem um ex-assessor chamado Lizoel Bezerra, segundo Fabio Serapião, Metrópoles.

“Eles aparentemente tratavam sobre porcentagens de emendas destinadas pelo Senador, sob a gestão do dep. federal Maranhãozinho. Trata-se exatamente do mesmo modus operandi ora investigado, somente trocando quem eram os parlamentares dirigidos pelo dep. federal Maranhãozinho”, diz a PF sobre as mensagens.

Segundo a PF, a cobrança feita por Lizoel Bezerra é de um “saldo devedor” de R$ 1,3 milhão, dos quais o ex-assessor do senador pedia que fossem pagos ao menos R$ 150 mil naquele momento por causa de uma suposta viagem.

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Política

Vídeos – Desta vez, no jogo do Palmeiras: Bolsonaro ouve o coro ‘uh, vai ser preso!’

Uma semana antes, Bolsonaro tinha ido ao estádio Mané Garrincha, onde ouviu o mesmo coro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para acompanhar a partida entre Água Santa x Palmeiras, pela 8ª rodada do Paulistão. Antes de começar o jogo, a torcida se dividiu entre vaias e gritos de apoio ao político.

Parte da torcida saudou o expresidente com gritos de “mito”, mas nos vídeos que circulam nas redes sociais predominam as vaias e o refrão

“uh, vai ser preso”.

Uma semana antes, Bolsonaro tinha ido ao mesmo estádio para ver o jogo entre Vasco e Fluminense.

Também foi vaiado e ouviu o mesmo coro: “vai ser preso”.

Veja os vídeos:

 

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Acordo de Bolsonaro permite humilhação a brasileiros deportados dos EUA

Modelo de deportação que permite às autoridades dos EUA tratar brasileiros deportados com humilhação, racismo e maus-tratos foi anulado em 2006, mas retomado por Bolsonaro.

Muitos discutiram o caso dos brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegaram ao Brasil algemados nos pulsos e nos tornozelos, além de terem denunciado humilhações, racismo e maus-tratos pelas autoridades americanas. Mas poucos se questionaram o porquê desse tratamento humilhante.

Alguns argumentaram que isso já era sintoma do fascismo implantado por Donald Trump em seu novo governo. Mas os agentes que algemaram e transportaram os brasileiros como escravos já estavam nas mesmas funções muito antes de Trump tomar posse. Além disso, Joe Biden deportou mais brasileiros do que Trump, inclusive sob as mesmas condições desumanas.

Também se poderia dizer que os americanos são supremacistas e consideram os latino-americanos seres inferiores. Isso já está mais próximo da verdade.

Mas o principal motivo é que o Brasil deixa os Estados Unidos tratarem os brasileiros como lixo. As deportações em voos fretados eram um procedimento comum e legal até 2006, quando o Brasil decidiu que não permitiria mais essa modalidade. Tal decisão dificultou a deportação de brasileiros dos EUA.

7,5 mil deportados sob Bolsonaro
Contudo, a paixão de Jair Bolsonaro pelos Estados Unidos fez com que o Brasil voltasse a aceitar essa humilhação. O primeiro voo fretado de brasileiros deportados dos EUA em 13 anos chegou em outubro de 2019, com 60 imigrantes. O segundo, em janeiro de 2020, com 80. Depois, em março. As denúncias de maus-tratos, assim, também voltaram. Até mesmo um menor de idade relatou ter sido acorrentado nos braços e pés.

Bolsonaro recebeu mais de 7,5 mil brasileiros deportados dos EUA, após concordar com a vinda de dois voos por mês – uma média de mais de 200 a cada mês retornaram ao Brasil. Em geral, sob essas condições subumanas. Segundo a imprensa, o Itamaraty teria tentado, tanto durante o primeiro mandato de Trump quanto no governo Biden, um acordo para liberar os brasileiros do uso humilhante de algemas pelo corpo. Mas outros relatos mostram que o aparato diplomático brasileiro nos EUA atuou contra os direitos de seus cidadãos para favorecer as autoridades norte-americanas.

O acordo de Bolsonaro para retomar as deportações humilhantes passou despercebido, ao contrário do escândalo que gerou a medida que acabou com a necessidade de visto para turistas americanos, sem a tradicional reciprocidade. Uma decisão, complementando a outra, evidencia a que o Brasil foi reduzido: uma colônia de onde bancos e indústrias dos EUA recolhem as riquezas, desgraçando o país, gerando miséria e êxodo, e cujos cidadãos são tratados como animais por tentarem uma nova vida na metrópole. Já os superiores estadunidenses vêm ao Brasil desfrutar de prostitutas e água de coco.

Fulgencio Batista sentiria inveja de Bolsonaro.

*Eduardo Vasco/Diálogos do Sul

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Grande fornecedor dos EUA: Trump vai taxar em 25% todo aço e alumínio do Brasil

De acordo com o presidente Donald Trump, anúncio sobre as novas tarifas será feito na segunda-feira (10/2).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que vai aplicar taxas de 25% sobre todas as exportações norte-americanas de aço e alumínio. A declaração foi realizada neste domingo (9/2), enquanto o republicano viajava para Nova Orleans, onde deve acompanhar o Super Bowl.

Guerra tarifária de Trump

  • Desde quando assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, Trump iniciou uma guerra tarifária como forma de impor os interesses dos EUA.
  • Até o momento, México, Canadá e China já tiveram seus produtos taxados pelo novo presidente norte-americano.
  • As medidas levaram os governos do México e do Canadá a recuar, aceitando os termos de Trump para que as medidas fossem suspensas temporariamente.

De acordo com o presidente dos EUA, a medida vai atingir importações de metal de todos os países. Trump afirmou que deve anunciar formalmente a decisão nesta segunda-feira (10/2).

“Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”, declarou o presidente republicano, sem deixar claro quando a medida entrará em vigor.

Caso confirmada, a decisão de Trump pode afetar diretamente o Brasil, que atualmente é um dos principais fornecedores de aço para os EUA.

Durante seu primeiro mandato presidencial, entre 2017 e 2021, Trump chegou a adotar a mesma medida e anunciou tarifas compra importações de aço e alumínio.

Na conversa com os jornalistas à bordo do avião presidencial norte-americano, o líder norte-americano ainda revelou que deve anunciar “tarifas recíprocas” contra países que taxam as importações dos EUA.