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Mundo Saúde

Avanço histórico na luta contra o câncer: Reino Unido inicia aplicação de vacina inédita contra até 15 tipos de câncer

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O Reino Unido acaba de iniciar a aplicação de um tratamento inédito e revolucionário contra o câncer: uma injeção subcutânea de imunoterapia com nivolumabe (Opdivo).

Essa nova abordagem tem o potencial de combater até 15 tipos diferentes da doença, oferecendo mais agilidade e conforto aos pacientes.

Diferente da versão tradicional aplicada via intravenosa, essa nova forma reduz significativamente o tempo de administração, otimizando o trabalho dos profissionais da saúde e melhorando a experiência dos pacientes.

🧬 O tratamento está sendo disponibilizado gratuitamente pelo sistema público de saúde britânico (NHS), graças a um acordo com a farmacêutica Bristol Myers Squibb.

A iniciativa faz parte dos esforços do Reino Unido para ampliar o acesso a terapias inovadoras e salvar mais vidas até 2030.

🌍 Um passo gigantesco na medicina — e um exemplo de como políticas públicas podem transformar o futuro da saúde!


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Saúde

Chico Buarque passou hoje por cirurgia no crânio

Cantor foi operado pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer para aliviar pressão intracraniana e já se recupera bem no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro.

O cantor e compositor Chico Buarque, de 80 anos, foi submetido a uma cirurgia no crânio na manhã desta terça-feira (3). O procedimento, realizado no Hospital Copa Star, em Copacabana, teve como objetivo reduzir a pressão intracraniana e já estava previamente agendado. A informação foi divulgada inicialmente pelo colunista Ancelmo Gois, de O Globo.

A operação, de acordo com o jornal, foi conduzida pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer e durou cerca de uma hora. De acordo com a reportagem, o músico já retornou ao quarto, encontra-se lúcido, falando normalmente e com previsão de alta nos próximos dois ou três dias. Ao seu lado, permanece a companheira, a jurista Carol Proner. O artista também está sendo acompanhado pelo clínico geral Antonio José Carneiro.

A necessidade da intervenção cirúrgica foi identificada durante um check-up de rotina realizado recentemente, que apontou um acúmulo de líquido na cabeça. O diagnóstico precoce evitou complicações mais graves, já que, caso não tratado, o quadro poderia comprometer a fala e locomoção do artista.

No domingo (1), Chico protagonizou um momento marcante ao fazer uma participação especial no show “Tempo rei”, de Gilberto Gil, realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Emocionado e visivelmente nervoso, ele subiu ao palco para cantar “Cálice” ao lado do amigo e chegou às lágrimas. Entrou e saiu com passos lentos, demonstrando certa dificuldade de locomoção.

Embora a apresentação tenha chamado atenção pelo estado físico do artista, o episódio pode estar relacionado não apenas ao problema diagnosticado recentemente, mas também a outros procedimentos pelos quais ele passou nos últimos anos. Em 2021, Chico foi operado da coluna para tratar uma estenose do canal vertebral e, em 2023, submeteu-se a uma artroscopia no joelho direito, devido ao desgaste da articulação, diz o 247.

Apesar das recentes intervenções médicas, o artista manteve sua rotina ativa. Na quinta-feira anterior à internação (29), Chico jogou sua tradicional pelada com o time Politheama. Ele completa 81 anos no próximo dia 19.

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Saúde

SUS passa a oferecer transplante de intestino delgado e multivisceral

Os novos métodos oferecidos pelo SUS pode ajudar pessoas com falência intestinal.

Transplante de intestino delgado e multivisceral ao SUS e passa a ofertar alternativa de tratamento definitivo, que traz maior qualidade de vida para pessoas com falência intestinal ou com outras condições raras relacionadas à insuficiência do intestino. O anunciou foi feito em fevereiro pelo Ministério da Saúde e já tem surtido impactos para os brasileiros.

Entenda os novos tratamentos do SUS
Esses transplantes são indicados para casos de falência intestinal, quando o intestino não consegue mais digerir ou absorver os nutrientes essenciais para o corpo, além de ser útil no tratamento de tumores abdominais e outras complicações graves. Tais condições raras não tinham tratamento definitivo disponível no Brasil.

Na avaliação do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), Carlos Gadelha, ao oferecer esse tipo de transplante, o SUS reforça seu compromisso em atender de forma equitativa e eficaz, proporcionando a essas pessoas uma chance real de recuperação e melhor qualidade de vida.

“Essa inclusão no SUS representa mais uma ação importante do sistema de saúde brasileiro para garantir o acesso a tratamentos de alta complexidade e que tragam qualidade de vida para a população, especialmente para pacientes com condições raras e graves”, afirma Gadelha.

Pessoas com falência intestinal contavam, até então, com tratamentos paliativos no SUS, que envolvem, entre alternativas, a nutrição parenteral – quando os nutrientes são administrados diretamente na corrente sanguínea, geralmente por meio de uma veia. Embora seja considerada fundamental para o cuidado de pacientes com essas condições, a nutrição pode trazer consequências para a saúde de pacientes, o que muitas vezes impossibilita a continuidade do tratamento.

Os dois procedimentos estavam disponíveis pelo SUS em alguns hospitais, devido a convênios estabelecidos pelo Ministério da Saúde com hospitais de excelência, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). A iniciativa possibilitou que a incorporação fosse realizada em um cenário de capacidade técnica já instalada no país, o que permitiu a ampliação.

A demanda para incorporação dos dois procedimentos é do próprio ministério e foi recomendada pela Conitec.

Mais qualidade de vida
Estudos mostram que, atualmente, cerca de 15 pacientes por ano precisam desses transplantes. Embora o processo seja complexo e a recuperação longa, ele oferece uma melhora significativa, permitindo uma rotina mais próxima da normalidade.

Além do custo do transplante em si, também foram levados em conta os gastos com a manutenção da saúde dos pacientes, que muitas vezes enfrentam complicações durante o tratamento. Um fator importante para a decisão de incluir tais procedimentos no SUS foi a necessidade de integrá-los ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT), um dos maiores e mais eficientes do mundo.

Diferenças
Confira as principais diferenças entre os dois tipos de procedimento:

Transplante de intestino delgado (TID)
Procedimento cirúrgico que envolve a substituição do intestino delgado doente por um intestino saudável de um doador;

Indicado, principalmente, em casos de com falência intestinal grave ou complicação da nutrição parenteral total (NPT).

Transplante Multivisceral (TMV)
Procedimento cirúrgico em que dois ou mais órgãos abdominais (estômago, pâncreas, intestino delgado, fígado e, às vezes, o cólon) são transplantados ao mesmo tempo;

Indicado em casos em que múltiplos órgãos do sistema digestivo estão comprometidos e não podem ser tratados de forma eficaz com terapias convencionais ou transplantes de órgãos isolados.

*Por Ministério da Saúde

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Política Saúde

E o guerreiro Mujica se despede

O ex-presidente José “Pepe” Mujica, de 89 anos, revelou que o câncer de esôfago que enfrenta desde 2024, se espalhou por todo o seu corpo. Em entrevista ao site uruguaio Búsqueda, Mujica relatou que sofre de um tumor no fígado.

“O câncer no esôfago está se espalhando em meu fígado. Não consigo impedir isso com nada. Por quê? Porque sou uma pessoa idosa e tenho duas doenças crônicas. Não posso passar por tratamento bioquímico ou cirurgia porque meu corpo não aguenta”, disse.

Na entrevista, Mujica também afirmou: “O que eu peço é que me deixem em paz. Não me peçam mais entrevistas nem nada.”

“Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo.E o guerreiro tem direito ao seu descanso”, disse Mujica.

Mujica anunciou câncer em abril de 2024
O ex-presidente divulgou o primeiro diagnóstico de câncer durante uma coletiva de imprensa em abril de 2024. Mujica foi diagnosticado ao fazer um check-up. Quando anunciou o diagnóstico de câncer, Pepe Mujica avisou que o tratamento seria ainda mais complicado por uma doença imunológica que enfrenta há mais de 20 anos.

Após passar por 32 sessões de radioterapia, Mujica disse que não faria nenhum outro tratamento e revelou que pediu aos médicos que não o fizessem “sofrer às custas da família”. Desde o diagnóstico em abril o ex-presidente passou por internações e por uma cirurgia no esôfago no final de dezembro.

Ele tem vivido recluso em seu sítio, em Rincón del Cerro, zona rural de Montevidéu, capital do Uruguai. No local tem recebidos veículo de impressa e aliados políticos.

Pepe Mujica, um herói latino-americano
José Alberto “Pepe” Mujica Cordano nasceu em Montevidéu, 20 de maio de 1935. Agricultor, Mujica é casado desde os anos 70 com a também ex-militante tupamaro Lucía Topolansky. Cultiva flores e hortaliças em sua chácara em Rincón Del Cerro, na zona rural de Montevidéu.

Aos 21 anos, começou a militar no Partido Nacional, onde chegou a ser secretário-geral da Juventude. Em 1962, foi um dos fundadores da frente Unión Popular, com o Partido Socialista uruguaio e outros agrupamentos de esquerda.

Ainda na década de 1960, integrou-se ao Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros e entrou para a luta armada. Participou de operações de guerrilha, nas quais chegou a ser ferido por tiros das forças repressivas. Preso por quatro vezes, conseguiu fugir duas vezes da prisão.

Sua última prisão, em 1972, durou até a redemocratização uruguaia em 1985. A ditadura militar uruguaia manteve Mujica, entre outros dirigentes dos Tupamaros, por 11 anos como reféns, caso a organização retomasse o enfrentamento pelas armas. Foi liberto pela Lei de Anistia de 1985.

Retomou as atividades políticas como um dos fundadores do Movimiento de Participación Popular (MPP), agrupamento que pertence à Frente Ampla e reúne partidos e movimentos de esquerda. Em 1994, foi eleito deputado por Montevidéu e, em 1999, senador. Em 2005, tornou-se ministro da Agricultura de Tabaré Vazques.

Em 25 de novembro de 2009, Mujica venceu as eleições para a Presidência do Uruguai, com uma plataforma declaradamente socialista. Na Presidência, definiu como prioridade a erradicação da miséria e a redução da pobreza em 50%.

Seu mandato se caracterizou por leis progressistas, como a da descriminalização do aborto, as leis relativas aos direitos LGBT (casamento, adoção e ingresso nas Forças Armadas) e da legalização da maconha.

Outra característica de seu mandato foi o despojamento pessoal: Mujica doava 70% de seu salário como presidente para a Frente Ampla, e também a um fundo para construção de moradias. Um dos símbolos de seu estilo de vida é seu Fusca Azul, de 1987, no qual já deu carona para seu amigo pessoal, o também presidente Lula.

Foi presidente do Mercosul 2013. Juntamente com outros líderes de esquerda da América Latina, foi um dos fundadores do Grupo de Puebla, criada no México em 12 de julho de 2019.

Recebeu um doutorado honoris causa pela Universidade Federal de Pelotas em 2024 e Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Foi tema do documentário “El Pepe, Uma Vida Suprema”, do cineasta Emir Kusturica, que ganhou prêmio no Festival de Veneza de 2018.

*ICL

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Bolsonaro Saúde

Lula vai passar por outra cirurgia no cérebro para impedir novos sangramentos

Procedimento está marcado para esta quinta (12)

Lula vai passar por outra cirurgia nesta quinta-feira (12).

O procedimento visa a interrupção do fluxo de sangue em uma região do cérebro para impedir novos sangramentos como o que ele sofreu nesta semana.

O presidente se submeterá a uma embolização das artérias meníngeas. Elas irrigam as meninges, que são membranas que revestem o sistema nervoso central.

As informações foram divulgadas pela Monica Bergamo, da Folha de São Paulo.

A técnica é usada no tratamento de hematomas subdurais crônicos, que se formam com o acúmulo de sangue entre o cérebro e o osso do crânio.Ela interrompe o fluxo de sangue do local desejado. É considerada minimamente invasiva e recomendada para pacientes neurologicamente estáveis.

Por meio de um cateter, o cirurgião injeta material que obstrui a artéria e bloqueia o fluxo sanguíneo.

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Saúde

Lula tem hemorragia cerebral e passa por cirurgia

Procedimento de craniotomia foi realizado para drenar o hematoma após o presidente relatar dores de cabeça.

“O presidente Luíz Inácio Lula da Silva esteve ontem à noite no Hospital Sírio-Libanês, unidade Brasília, para realizar exame de imagem após sentir dor de cabeça. A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19 de outubro. Foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, unidade de São Paulo, onde foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma. A cirurgia transcorreu sem intercorrências”, relatou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta. Confira o boletim do Hospital Sírio Libanês:

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Saúde

Pesquisadores descobrem novos biomarcadores de Alzheimer no sangue

Diagnóstico no momento correto é a chave para prevenir a evolução da doença, segundo autores da pesquisa.

Novos estudos publicados nesta semana revelam que a avaliação de microRNA no sangue de pacientes pode ser usada para a identificação do Alzheimer ainda no seu estado precoce.

Fornecer esse diagnóstico no momento correto é a chave, segundo os autores da pesquisa, para prevenir a evolução da doença e pode ajudar na eficácia dos tratamentos. Os trabalhos ainda estão em fases preliminares.

Atualmente, o diagnóstico é feito em diferentes etapas. Segundo Claudia Suemoto, pesquisadora e professora da USP (Universidade de São Paulo), antes de investigar a ocorrência de Alzheimer, o paciente tem que ser diagnosticado com demência pela apresentação de sinais e sintomas, como alterações de memória e linguagem ou dificuldade de tomada de decisão, que atrapalhem a autonomia da pessoa no dia a dia.

Uma vez que a demência seja confirmada por testes cognitivos, o primeiro procedimento médico é buscar causas reversíveis para essa perda de cognição por meio de exames de neuroimagem ou de sangue. Só quando descartadas essas possibilidades que o especialista irá investigar a ocorrência de Alzheimer, e os testes de biomarcadores poderão entrar em cena.

Suemoto ressalta que, no Brasil, esses testes estão disponíveis em poucos laboratórios, alguns dos quais devem enviar as amostras para serem analisadas nos Estados Unidos. Por isso, os testes de biomarcadores são ainda muito caros e indisponíveis para a maioria da população e essa prática clínica não está disseminada.

Uma alternativa para o diagnóstico cada vez mais popular é o exame de biomarcadores, dentre os quais os mais conhecidos do Alzheimer são as proteínas beta-amiloide e tau, que se proliferam no cérebro do paciente e causam a neurodegeneração. Essas substâncias podem ser identificadas em exames do tecido cerebral, de imagem ou por análises do líquido cefalorraquidiano e do plasma.

Existem, entretanto, outros sinais do desenvolvimento da doença. Um deles são os micro-RNAs plasmáticos (miRNAs). O meio ambiente e nosso estilo de vida é capaz de controlar a forma na qual nosso código genético se expressa, e essas moléculas são as responsáveis por promover esse diálogo. Assim elas estão diretamente relacionadas com a neurodegeneração, entre outros processos.

Além disso, os miRNAs se manifestam no sangue anos antes do que as proteínas do Alzheimer. Por isso, eles podem ser uma ferramenta útil para revelar a janela de tempo ideal para iniciar um tratamento ou uma intervenção preventiva. Essa janela consiste no momento em que o quadro do paciente está evoluindo de uma deficiência cognitiva leve para a demência.

Acreditando que medir os miRNAs pode levar ao surgimento de um exame para o Alzheimer mais econômico e acessível e menos invasivo, os pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha trabalharam, primeiro, para identificar quais dessas moléculas estão envolvidas na evolução da demência.

Para isso, usaram os dados da Alzheimer’s Disease Neuroimaging Initiative, um grande estudo multicêntrico destinado à coleta de dados de pacientes da doença em todo o mundo. De posse das informações de saúde de mais de 800 pacientes, os cientistas descobriram nove miRNAs associados à presença de proteínas beta-amiloides, dois associados à tau e outras oitos relacionadas com a neurodegeneração. Esses resultados foram publicados na revista científica Alzheimer’s & Dementia.

Testes para identificação do Alzheimer
A segunda fase da pesquisa consistiu em examinar amostras de plasma de mais de 800 pacientes, alguns saudáveis e outros com comprometimento cognitivo leve ou demência, na busca da presença dos miRNAs identificados anteriormente. Além disso, os pacientes foram submetidos a testes neuropsicológicos que são normalmente aplicados para a identificação do Alzheimer.

Os resultados da pesquisa, também divulgados na Alzheimer’s & Dementia, revelaram que, combinados, os exames de miRNA aumentam a precisão dos testes neuropsicológicos e conduzem a uma identificação correta do estágio de evolução da neurodegeneração. Além de fornecer uma alternativa diagnóstica, a nova técnica ajuda na compreensão da evolução da doença e pode contribuir para estudos futuros.

Ivan Okamoto, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, diz, entretanto, que novas metodologias para o diagnóstico de Alzheimer ainda precisam de validação, especialmente os exames de sangue. Em particular, é preciso também avaliar a reprodutibilidade dessas análises para a população brasileira, visto que a maior parte da pesquisa é realizada na Europa e nos Estados Unidos, segundo o ICL.

Segundo os pesquisadores, os miRNAs são biomarcadores estáveis e envolvidos em vias metabólicas múltiplas, como neuroinflamação ou disfunção de sinapse. Esses aspectos os tornam alvos ideais para estudos. Sobretudo, eles foram capazes de ajudar na previsão da evolução de pacientes com transtornos cognitivos mais leves para um cenário de demência, momento chave para implementar medidas de prevenção ou tratamento mais eficazes.

Suemoto observa que, ainda mais importante que o diagnóstico, é a prevenção da doença. A eliminação de 14 fatores de risco é capaz de reduzir os riscos da doença para quase 50% das pessoas. Entre eles estão o nível educacional, a perda auditiva, depressão, obesidade, tabagismo, hipertensão, diabetes, isolamento social e poluição do ar. Agora, em 2024, dois novos fatores, perda visual e colesterol LDL alto, foram reconhecidos pela comunidade científica internacional e publicados pela Lancet Comission.

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Saúde

Estudo identifica microplásticos em cérebro de moradores de São Paulo

Pesquisadores alertam que a presença de microplásticos no organismo pode causar desde problemas cardíacos até diminuição da fertilidade.

São Paulo — Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em parceria com a Universidade Livre de Berlim identificou fragmentos de microplásticos no cérebro de pessoas que moraram na cidade de São Paulo.

De acordo com a pesquisa liderada pela professora Thais Mauad da FMUSP, oito em 15 amostras coletadas de pessoas falecidas que viviam em São Paulo continham a presença de fibras e partículas de microplásticos. Para os especialistas, as vias olfativas são a porta de entrada para o material.

Os pesquisadores do estudo explicam que a identificação da presença desse material é preocupante porque as partículas podem ser internalizadas pelas células e interferirem no metabolismo celular. O risco é ainda maior para as crianças, que possuem o cérebro em desenvolvimento, o que pode causar alterações definitivas na vida adulta.

Além disso, problemas endócrinos, doenças cardíacas e até diminuição da fertilidade podem ser consequências desses materiais do cérebro.

Para os especialistas envolvidos no estudo, a pesquisa sugere a necessidade de se repensar o uso elevado
de plástico no dia a dia.

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Saúde

Ministério da Saúde confirma primeiro óbito fetal por febre oropouche

Transmissão da febre oropouche ocorreu de gestante para o feto, de 30 semanas, em Pernambuco.

O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de óbito fetal causado por febre oropouche, em Pernambuco. O feto, de 30 semanas, foi contaminado por transmissão vertical, ou seja, a partir da mãe, de 28 anos.

“Continuam em investigação oito casos de transmissão vertical de Oropouche. São quatro casos em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Quatro casos evoluíram para óbito fetal e quatro casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia”, informou o ministério.

Especialistas trabalham em conjunto com secretarias estaduais de Saúde, acompanhados pelo Ministério da Saúde, “para concluir se há relação entre Oropouche e casos de malformação ou abortamento”.

Entenda a doença

O vírus causador da doença, o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), foi registrado no Brasil pela primeira vez em 1960, mas os casos são mais comuns na região Amazônica. A doença é transmitida para os seres humanos principalmente pelo mosquito conhecido como maruim quando ele pica um animal ou pessoa infectados e depois pica uma pessoa sem o vírus.

No geral, os sintomas são parecidos com os da dengue, como dor muscular, náusea, dor de cabeça e diarreia.

Não existe um tratamento específico para a doença, por isso, as autoridades recomendam evitar viagens para regiões com alta incidência dos casos e se proteger contra a picada a partir de roupas que cubram a maior parte do corpo e repelentes.

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Saúde

SUS vai disponibilizar dois novos medicamentos para a doença falciforme

Enfermidade genética tem alta prevalência entre pessoas negras, principalmente mulheres.

O Ministério da Saúde vai oferecer dois novos medicamentos — a alfaepoetina e a hidroxiureia — no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar a doença falciforme, uma condição hereditária que é muito comum entre pessoas negras, especialmente em mulheres.

A alfaepoetina é para pacientes que apresentam declínio da função renal e piora do quadro de anemia. Já a hidroxiureia, na apresentação de 100 mg, é para pacientes com pelo menos de 9 meses de idade — a de 500 mg é para doentes com 9 e 24 meses, sem sintomas e complicações.

Os medicamentos devem estar disponíveis em até 180 dias após a incorporação no SUS. A doença é a enfermidade genética com maior prevalência no país e no mundo, com alta concentração de diagnósticos e óbitos em pessoas pardas e pretas.

“É um grande marco para a questão da anemia falciforme, uma doença em que cerca de 80% dos diagnósticos estão relacionados à população negra, sendo 52% desses em mulheres. E, ainda mais nesta semana em que celebramos o Dia Internacional das Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha”, destaca o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), Carlos Gadelha

Entre os anos de 2014 e 2020, nasceram 3,75 pessoas com doença falciforme a cada 10 mil nascidos vivos no Brasil. A taxa de mortalidade por doença falciforme no país é de aproximadamente 1,12 pessoas a cada 100.000 habitantes.

De 2015 a 2019, entre os indivíduos que foram a óbito em razão da doença, a maioria era parda ou negra (78,6%) e (52,2%) eram mulheres.

Em 2023, 14.620 pacientes estavam recebendo tratamento da doença por meio das Farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) do SUS.

“A alfaepoetina era um medicamento que ainda não estava disponibilizado para anemia falciforme no SUS, assim como a hidroxiureia na apresentação de 100 mg. Com isso, a assistência farmacêutica amplia o acesso e direciona o olhar de forma mais cuidadosa para essas crianças, considerando principalmente os grupos que mais precisam de uma atenção especial”, destacou o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, Marco Pereira

Sintomas
Os sintomas da doença falciforme se iniciam logo no primeiro ano de idade e podem se estender durante toda a vida do paciente, atingindo quase todos os órgãos e sistemas em diferentes graus.

Uma das manifestações clínicas mais comuns é a anemia falciforme, que apresenta a hemoglobina ‘S’ em homozigose. Esse tipo de condição muda o formato das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), o que prejudica a chegada de oxigênio e a circulação nos tecidos.

Os pacientes diagnosticados podem enfrentar crises de dor, icterícia, anemia, infecções, síndrome mão-pé, acidente vascular encefálico, priapismo, síndrome torácica aguda, complicações renais e oculares, entre outros sintomas.

Diagnóstico
O principal instrumento de detecção da doença é o teste do pezinho, que é oferecido pelo SUS. Uma vez realizado durante a triagem neonatal, o diagnóstico possibilita o início de cuidados específicos.

Considerando que se trata de uma doença degenerativa, é importante iniciar os tratamentos o mais rápido possível – fator que pode ser determinante na limitação dos agravos.

O diagnóstico tardio pode ser realizado de diversas maneiras. Crianças a partir dos 4 meses de idade, jovens e adultos que ainda não fizeram diagnóstico para detecção da doença podem realizar o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina, que é oferecido às gestantes e parceiros durante o pré-natal, e disponibilizado na rede pública para toda a população.

Além disso, a doação de sangue é também uma opção de rastreio, uma vez que a legislação prevê o rastreamento nos hemocentros e unidades de coleta nos estados e municípios.

*ICL