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Política

Cid vai à Polícia Federal e colabora com investigação nos EUA sobre joias de Bolsonaro

Cid participou de uma videoconferência com investigadores que estão nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira (26), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi conduzido à sede da Polícia Federal para contribuir com as diligências realizadas nos Estados Unidos. Na qualidade de colaborador, o tenente-coronel está fornecendo esclarecimentos fundamentais para os trabalhos dos policiais no inquérito que investiga joias e presentes recebidos e ilegalmente comercializados por Bolsonaro, informa Bela Megale, em O Globo.

Cid participou, inclusive, de uma videoconferência com investigadores que estão nos EUA, conduzindo novos depoimentos sobre o caso. Na quarta-feira, um agente e um delegado partiram para o país, onde estão sendo realizadas novas oitivas. Entre os interrogados estão pessoas envolvidas na operação de compra ou venda dos itens.

As diligências estão programadas para ocorrerem em Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova Iorque (NY).

De acordo com a investigação da PF, Cid, que ex- braço-direito de Bolsonaro, foi o principal articulador da comercialização ilegal dos presentes recebidos pelo ex-presidente. Em junho de 2022, o tenente-coronel esteve pessoalmente na loja Precision Watches, em Willow Grove, para vender um relógio Rolex, presente do regime da Arábia Saudita, além de um modelo Patek Philippe.

O montante total da venda foi de US$ 68 mil, equivalente a aproximadamente R$ 348 mil na cotação da época. Um comprovante de depósito foi armazenado no celular de Cid como evidência do negócio.

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Política

Em relatório enviado ao STF, PF afirma que Twitter está permitindo “reorganização da Milícia Digital”

Corporação também afirmou que a rede mentiu ao dizer que manteve bloqueadas as contas de pessoas investigadas.

Em relatório enviado a Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que investiga o empresário Elon Musk, a Polícia Federal (PF) afirmou que o X [ex-Twitter] está viabilizando a “reorganização da Milícia Digital” ao permitir que brasileiros possam acessar links para acompanhar lives transmitidas, de fora do país, por políticos e militantes investigados, informa o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles.

“Nesse momento, vislumbra-se uma reorganização da Milícia Digital dentro dos limites da jurisdição brasileira, com a reativação dos perfis na plataforma X, por meio da disponibilização aos usuários brasileiros de links para acompanharem lives transmitidas fora do país pelos investigados”, diz trecho do documento produzido pelo delegado da PF que toca o inquérito sob relatoria de Moraes.

A PF também afirmou que o X faltou com a verdade ao dizer que manteve bloqueadas as contas de políticos e militantes investigados.

“Ao contrário da resposta encaminhada pela empresa X, [a polícia] identificou várias contas objeto de constrição judicial, que estão ativas no Brasil, permitindo que os usuários brasileiros da plataforma sigam os perfis bloqueados.

Além disso, apesar de não disponibilizar o tweets publicados, o provedor da rede social X está viabilizando que as referidas contas disponibilizem link para que os usuários da rede social no Brasil acessem o recurso de transmissão ao vivo ‘live’, para acompanharem o conteúdo publicado pelas pessoas investigadas que tiveram suas contas bloqueadas.

A análise identificou que o acesso à plataforma ocorria de forma diversa a depender do hardware/sistema operacional utilizado
para acessá-la. Ou seja, caso um perfil específico como o do blogueiro Allan Lopes dos Santos – que mora nos EUA e é considerado foragido pela Justiça brasileira– fosse acessado a partir de um computador pessoal a mensagem que surgia na tela do operador indicava que a conta se encontrava retida

Todavia, se o acesso fosse feito por meio do aplicativo Twitter instalado em smartphone, sem o uso de VPN, era possível em 08 de abril de 2024, às 09h16, acessar informações do perfil @allanldsantos, inclusive podendo segui-lo”, anotou a Polícia Federal.

O relatório da Polícia Federal prosseguiu: “O perfil @tercalivre, também com ordem judicial de bloqueio, ficou acessível pelo aplicativo X (Twitter) em 10 de abril de 2024, conforme captura de tela abaixo. No momento em que o print do perfil foi capturado é possível observar que havia uma transmissão ao vivo”.

A PF afirmou que usuários do X estariam usando um recurso chamado “Spaces”, uma espécie de audioconferência, para viabilizar que perfis bloqueados participem das transmissões ao vivo e possam ser ouvidos no Brasil.

“Nesse ponto, cabe trazer os elementos de prova formalizados no Relatório de Análise nº 001/2022, juntado aos autos do inquérito que evidenciou o modo de agir do autointitulado GDO (“gabinete do ódio”) que, assim como nos eventos ora investigados, utilizou a plataforma Twitter (atual X) para colocar em prática suas ações criminosas, com a criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas a respeito de pessoas ou temas de interesse.”

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Investigação

Investigação da PF indica que Moro abriu processo sigiloso para repasses da Petrobras à fundação de Dallagnol

O parecer de 77 páginas será apresentado no julgamento iniciado nesta terça-feira (16) no CNJ.

A Polícia Federal (PF) constatou que o ex-juiz Sergio Moro, atual senador pelo União Brasil, juntamente com Gabriela Hardt e Deltan Dallagnol, teriam orquestrado um plano para desviar R$ 2,5 bilhões do Estado brasileiro, visando criar uma fundação com objetivos voltados para interesses privados. Os dados constam de relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Trechos do relatório foram revelados por Camila Bomfim, do g1.

De acordo com relatório da PF que apoia a investigação conduzida pelo ministro Luis Felipe Salomão, do CNJ, Moro teria aberto um processo sigiloso durante sua atuação na 13ª Vara Federal de Curitiba, com o intuito de facilitar o repasse bilionário pago pela Petrobras em um acordo nos Estados Unidos para uma fundação que seria gerida pelos procuradores da Operação Lava Jato, liderados por Deltan Dallagnol, diz o g1.

Trechos do relatório destacam que “a instauração voluntária pelo então juiz Sergio Moro de um processo sigiloso foi feita especificamente para permitir o repasse não questionado de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência para a conta da Petrobras, alimentando a empresa com dinheiro dos acordos”.

O parecer de 77 páginas, que será apresentado no julgamento iniciado nesta terça-feira (16) no CNJ, acusa Moro, Gabriela Hardt e Deltan Dallagnol de se unirem para “promover o desvio” dos R$ 2,5 bilhões do Estado brasileiro, visando criar uma fundação com interesses privados. Segundo informações da coluna Radar, da revista Veja, Salomão deve expor que “o desvio do dinheiro só não se consumou em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal”.

A investigação ressalta a gravidade das acusações, apontando para possíveis conluios entre autoridades judiciais e procuradores visando interesses particulares, em detrimento do interesse público.

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Política

PF vai indiciar consultor argentino como parte do núcleo golpista de Bolsonaro

PF acusa Cerimedo de atuar em coordenação com alguns dos principais assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro e com militares para atacar o sistema eleitoral.

Por Juliana Dal Piva (CLIP/ICL), Igor Mello (ICL), Karla Gamba (ICL), Iván Ruiz (CLIP)

Inquérito da Polícia Federal, ao qual o CLIP (Centro Latino-americano de Investigação Jornalística) e o ICL Notícias tiveram acesso, mostra que o consultor político argentino Fernando Cerimedo atuou em coordenação com alguns dos principais assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro e com militares brasileiros para atacar o sistema eleitoral e fazer falsas imputações de fraude na eleição presidencial de 2022. Os investigadores confirmaram à reportagem, sob anonimato, que vão incluir Cerimedo na lista de responsáveis pela tentativa de golpe de estado. Cerimedo será apontado pela PF como um dos integrantes da organização criminosa que tentou abolir o estado democrático do Brasil.

Os mesmos arquivos usados por Cerimedo para embasar as acusações feitas por ele em uma live após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram utilizados como fundamento em outras contestações feitas por aliados de Bolsonaro, como um relatório apresentado por seu partido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As evidências constam no relatório da PF, de mais de mil páginas, produzido para a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro deste ano. A reportagem obteve a íntegra do documento, além de termos de depoimento dos envolvidos à PF. A partir da documentação foi possível verificar uma série de descobertas sobre como Cerimedo e os aliados de Bolsonaro cooperaram. A PF chegou a escrever um tópico inteiro sobre o argentino no capítulo “Disseminação de Conteúdo Falso por Fernando Cerimedo e outros investigados”.

Em entrevista, Cerimedo e os demais envolvidos negam ter cometido quaisquer irregularidades ou mantido contato. (Veja ao final)

No relatório, o nome de Cerimedo já está listado entre os núcleos da organização criminosa que tentou dar um golpe de estado. O nome dele aparece no “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”. O grupo é descrito pelos policiais como responsável por “produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de estado”.

Além de Cerimedo nesse núcleo, estão outras nove pessoas como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-assessor especial da presidência da República Tércio Arnaud Thomaz, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Os investigadores afirmam que a live de Cerimedo fez parte de um esforço articulado pelo núcleo duro de Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral. Nesse sentido, a escolha de um estrangeiro teve como objetivo fugir da jurisdição da Justiça Eleitoral brasileira. Elementos colhidos mostram que Cerimedo atuou em conjunto com brasileiros ligados a outras frentes de ataque às urnas, como o relatório formulado a pedido do PL, partido de Bolsonaro, pelo Instituto Voto Legal, onde acusações de manipulação dos resultados similares às de Cerimedo foram elencadas.

A investigação da PF descobriu que uma pasta de compartilhamento de arquivos na nuvem no Google Drive foi criada e divulgada por Cerimedo. No mesmo local, outras pessoas ligadas ao esquema de disseminação de fake news de Bolsonaro criaram e editaram arquivos. É o caso de Eder Balbino, dono da empresa Gaia.io, que foi um dos formuladores de um relatório apresentado pelo PL, partido de Bolsonaro, ao TSE. Um militar brasileiro que ocupou cargos de destaque no governo Bolsonaro também disponibilizou arquivos na mesma pasta.

Os investigadores chamam o grupo golpista de “milícia digital” e argumentam que, após a derrota de Jair Bolsonaro, em 2022, a organização criminosa investigada “amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando seus seguidores a ‘resistirem’ na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como uma espécie de Poder Moderador”.

Além das manifestações públicas de Bolsonaro, os policiais reuniram uma série de dados apreendidos em celulares e descobriram como os investigados “utilizaram especialistas na área de tecnologia” para tentar obter elementos que pudessem desacreditar as urnas eletrônicas.

Segundo o que foi apurado pela PF, o conteúdo com informações falsas ου não lastreadas foi direcionado para influenciadores nas redes sociais e na mídia tradicional, com grande poder de influência e penetração nos públicos de interesse, inclusive, para pessoas no exterior, para burlarem as ordens judiciais de bloqueio. “Nesse sentido, identificou-se a ação coordenada dos investigados Fernando Cerimedo (…) na produção e difusão de “estudos” que teriam identificado inconsistências nas urnas eletrônicas produzidas antes de 2020, fato que, inclusive, embasou representação do Partido Liberal (PL) para anular os votos computados nas referidas urnas”, apontam os investigadores.

Como Cerimedo foi utilizado
Cerimedo se apresenta como consultor político e especialista em marketing digital. Em uma transmissão ao vivo (live) realizada em seu canal no YouTube, em 4 de novembro de 2022, ele disseminou uma série de dados falsos e notícias fraudulentas sobre o sistema eleitoral brasileiro. A live foi vista por mais de 415 mil pessoas.

Os investigadores brasileiros descrevem que a transmissão ocorreu de modo premeditado porque a “milícia digital” queria “difundir a desinformação” sobre o sistema eleitoral para alimentar teorias e fortalecer as manifestações dos seguidores do então presidente Jair Bolsonaro frente a instalações militares e, assim, “criar um falso ambiente de apoio da população a um golpe de estado, que estava sendo arquitetado”. O Brasil enfrentou mais de 230 bloqueios em estradas por cerca de dez dias após o fim do segundo turno eleitoral. Já os acampamentos golpistas em frente a quarteis se estenderam por dois meses. O que estava em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, só foi desfeito após os atos de vandalismo e violência de 8 de janeiro de 2023.

A PF reuniu provas de que Jair Bolsonaro e seus assessores tinham consciência da inexistência de fraudes nas eleições após a derrota dele em 2022. Mensagens de Mauro Cid com outros militares mostram que eles tentavam a todo custo encontrar algum dado que permitisse discutir o resultado eleitoral, mas não tiveram sucesso. Mesmo assim, um núcleo de militares e assessores dele promoveu ações para seguir desacreditando o sistema eleitoral.

Nessa linha, os policiais identificaram alguns oficiais do Exército que disseminaram “estudos” que diziam ter identificado fraudes, mas sem nenhum lastro. “Dando seguimento à execução do plano, o mesmo conteúdo falso foi utilizado pelo argentino Fernando Cerimedo”, apontam os policiais. O material também foi publicado em ‘https://derechadiario.com.ar”

Em seguida, a live foi disponibilizada no serviço nuvem Google Drive. De acordo com registros obtidos pela PF, no mesmo dia Tercio Arnaud Tomaz, ex-assessor especial de Bolsonaro e apontado como chefe do chamado Gabinete do Ódio, enviou dois arquivos de vídeo para Mauro Cid: a íntegra da transmissão ao vivo e uma versão editada, com apenas 8 minutos e 59 segundos. Na visão dos investigadores, o corte tinha como objetivo facilitar a circulação das falsas alegações por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram.

Questionado pela PF sobre suas relações com Cerimedo, Arnaud respondeu que não o conhecia. No entanto, os policiais fizeram registrar no depoimento que tinha provas documentais de que Arnaud estava no Palácio da Alvorada no momento em que ocorreu a live e ele enviou os arquivos a Mauro Cid. Ao falar disso, o ex-assessor de Bolsonaro afirmou que não se lembrava se alguém pediu que ele fizesse o download, mas que o fez porque podia “cair a qualquer momento” e que era um “tema acompanhado pelo pessoal”. O “pessoal”, segundo Arnaud, era a internet em geral. Ele, porém, enviou o arquivo a Mauro Cid por mensagem no WhatsApp.

Procurado, o advogado de Arnaud, Luiz Eduardo Kuntz, afirmou que tudo que “era de objeto da investigação foi devidamente respondido. Estamos aguardando que, em breve, ele fique absolutamente de fora desta história toda”.

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Domingos Brazão ameaçou conselheiro do TCE, diz delação: ‘Começo por neto, depois filho e, por último, ele morre’

Relatório final da PF relembra ameaças de morte Brazão a colega do Tribunal de Contas do Estado.

O relatório final da Polícia Federal que detalha a investigação sobre os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes recorda ameaças públicas de morte do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ) Domingos Brazão a José Maurício Nolasco em 2017. “Se ele fizer isso ele morre”, teria dito Domingos. Ele e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, foram citados como mentores intelectuais do assassinato de Marielle junto com o ex-chefe da polícia civil Rivaldo Barbosa.

*Extra

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PSol pede que PGR investigue Braga Netto por nomear Rivaldo Barbosa

Os deputados do PSol pedem para Gonet investigar porque Braga Netto bancou a nomeação de Rivaldo Barbosa um dia antes da morte de Marielle.

O PSol pediu nesta segunda-feira (25/3) que o Ministério Público Federal investigue o general Walter Braga por nomear o delegado Rivaldo Barbosa como chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do assassinato de Marielle Franco. Barbosa é apontado pela Polícia Federal como o “autor intelectual” da morte da vereadora e foi preso no domingo (24/3).

Em 2018, final do governo Temer, o Rio de Janeiro estava sob intervenção federal na segurança pública. Braga Netto era o interventor, ou seja, tomava todas as decisões da segurança do estado, inclusive na Polícia Civil e Militar. O general, posteriormente, foi ministro da Defesa e da Casa Civil de Jair Bolsonaro e candidato à vice-presidência na chapa do ex-presidente em 2022.

No pedido enviado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, a bancada do PSol na Câmara dos Deputados apontou que, segundo a PF, Braga Netto foi avisado pela inteligência da Polícia Civil que o nome de Rivaldo não era aconselhado para chefiar a corporação.

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AGU de Bolsonaro pode complicar ex-presidente se falar à PF

Segundo ex-comandante da Aeronáutica, Bolsonaro questionou Bruno Bianco, ex-AGU, por “ato” contra resultado da eleição de 2022.

Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União do governo Bolsonaro, pode complicar mais a situação jurídica do ex-presidente na Justiça caso tenha de prestar depoimento à Polícia Federal (PF). Bianco confirmará à PF a versão dada pelo ex-comandante da Aeronáutica Baptista Júnior de que Bolsonaro questionou Bianco por um “ato” contra o resultado da eleição, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

Segundo o ex-comandante militar, Bianco respondeu a Bolsonaro que não haveria qualquer alternativa jurídica para contestar o resultado da eleição, que transcorreu de forma legal. A conversa aconteceu no Palácio da Alvorada, em 1º de novembro de 2022, dois dias após Lula derrotar Jair Bolsonaro nas urnas.

Se for chamado a falar à PF como testemunha, Bianco confirmará a versão do brigadeiro Baptista Júnior. O ex-AGU acrescentará que, durante sua gestão, a pasta nunca recebeu consulta formal sobre uma forma para questionar as eleições.

E que, quando foi questionado em conversas, sempre defendeu a legalidade das eleições. Bianco também ressaltará que colaborou com a transição de governo, e que a AGU agiu como órgão de Estado

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Vídeo: Ida de Bolsonaro à embaixada da Hungria vai ser investigada pela PF

A Polícia Federal irá investigar qual foi a intenção do ex-presidente Jair Bolsonaro de passar dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília, após ter seu passaporte apreendido durante uma operação em que apurava uma tentativa de golpe de Estado. A ida do ex-presidente ao prédio da representação húngara, de acordo com imagens da câmera de segurança obtidas pelo jornal The New York Times, se deu quatro dias depois da operação que mirou em alvos suspeitos de participar das discussões durante o governo passado. Em nota, o ex-presidente confirma ter passado dois dias no local e que foi no local, onde “ficou hospedado” para “manter contatos”.

Segundo o jornal norte-americano, o ex-presidente permaneceu no local durante dois dias acompanhado por dois seguranças e na companhia do embaixador húngaro e de membros da equipe diplomática. Bolsonaro, alvo de diversas investigações criminais, não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira, porque o local está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.

Ainda de acordo com NYT, a estadia na embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando se valer de sua amizade com o primeiro-ministro Viktor Orbán, da Hungria, numa possível tentativa de escapar da justiça enquanto enfrenta investigações criminais no seu país.

Interlocutores da área diplomática disseram ao GLOBO que, pelo menos por enquanto, não se cogita uma convocação do embaixador da Hungria em Brasília, Miklos Tamás Halmai, para esclarecimentos sobre a ida de Bolsonaro à sede da representação do país do Leste Europeu. Um diplomata resumiu que o caso “é mais com o STF do que conosco”. Ou seja, caberá ao Supremo Tribunal Federal tomar a frente e decidir o que fazer.

Viktor Orbán já defendeu Jair Bolsonaro
Expoente da direita e aliado de primeira hora de Bolsonaro, Orbán já havia saído em defesa do ex-presidente brasileiro dias antes de ele passar as noites na embaixada do país após ter passaporte apreendido. Na ocasião, em uma rede social, Orban publicou uma foto com Bolsonaro e o incentivou a “continuar lutando”.

O NYT analisou imagens de três dias de quatro câmeras na embaixada da Hungria, mostrando que Bolsonaro chegou na noite de segunda-feira, 12 de fevereiro, e partiu na tarde de quarta-feira, 14 de fevereiro.

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PF prende Domingos e Chiquinho Brazão, suspeitos de mandar matar MarielleFranco

Também foi preso na manhã deste domingo (24) o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, terceiro suspeito de ser um dos mandantes.

Uma operação conjunta da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal neste domingo (24) levou à prisão de três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Foram presos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE); Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro (União Brasil); e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.

A operação também cumpre 12 mandados de busca e apreensão. Os policiais estão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estados.

Os esforços dos investigadores continuam no sentido de esclarecer a motivação por trás do crime. Embora ainda estejam em processo de apuração, as evidências apontam para questões relacionadas à expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro.

O desenrolar dos acontecimentos ganhou ímpeto após a aceitação de um acordo de colaboração com a Polícia Federal por parte de um dos envolvidos, Ronnie Lessa, preso por ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. Esse acordo permitiu não apenas a identificação dos mandantes, mas também a elucidação dos motivos por trás do ato criminoso.

A ação, planejada para o início deste domingo, visou pegar os suspeitos de surpresa. Segundo investigações. eles já estavam em alerta desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação premiada de Lessa.

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PF aguarda informações dos EUA para saber se Bolsonaro usou certificado falso de vacinação para entrar no país: possíveis ‘novas condutas ilícitas’

Bolsonaro e os outros investigados viajaram para os EUA em 30 de dezembro de 2022. Naquela época, os Estados Unidos exigiam prova de vacinação para entrada em seu território.

A Polícia Federal (PF) está aguardando informações das autoridades dos Estados Unidos para determinar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros investigados utilizaram certificados falsos de vacinação para entrar no país norte-americano. Segundo a PF, uma resposta positiva poderia resultar na identificação de “novas condutas ilícitas”.

O governo brasileiro estabeleceu um acordo de cooperação jurídica com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para esclarecer os acontecimentos. Bolsonaro e os outros investigados viajaram para os EUA em 30 de dezembro de 2022, um dia antes do fim de seu mandato. Naquela época, os Estados Unidos exigiam prova de vacinação para entrada em seu território.

“A investigação aguarda os dados resultantes da cooperação jurídica em matéria penal solicitada ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos – DOJ, que podem esclarecer se os investigados utilizaram certificados de vacinação ideologicamente falsos ao entrar e permanecer no território norte-americano, o que poderia caracterizar novos crimes”, afirmou o relatório da PF.

Conforme apontado pela PF, Mauro Cid, em delação premiada firmada com a corporação, alegou que Bolsonaro, ao saber que o tenente-coronel “possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares”, instruiu o auxiliar a também falsificar comprovantes para ele próprio e para sua filha, Laura Bolsonaro, então com 12 anos. Naquela época, alguns países exigiam esse documento para permitir a entrada de visitantes.

As investigações da PF também indicaram que os documentos de imunização obtidos no aplicativo ConecteSUS foram impressos em um equipamento no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência.

“O colaborador ainda afirmou que imprimiu os certificados e entregou pessoalmente ao então Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro”, destaca o relatório produzido pela PF.