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Cultura

Cultura, pra quem?

Para além dos aportes governamentais, a cultura precisa de uma política sólida que contemple efetivamente a sociedade.

Ninguém do universo progressista parece disposto a enfiar a mão nessa cumbuca para debater verdadeiramente políticas públicas de cultura.

Acho mesmo que essa linha de procedimento tecnocrático de editais se transformou numa espécie de esperanto. Todos, tanto da direita quanto da esquerda falam a mesma linguagem inóspita, do ponto de vista do fomento cultural . O que diferencia uma coisa da outra é a quantidade de recursos que acabam sendo mais prejudiciais do que benéficas à saúde da cultura nacional, porque cria muito mais desequilíbrio social do que qualquer outra coisa.

Na verdade, há uma “tradição”, imposta pelo mecanismo da Lei Rouanet, que contaminou todo o sistema público de cultura. A fonética é sempre a das planilhas, nunca a de uma política que coloca a sociedade em primeiro plano.

O resultado é um deserto de ideias, tudo para evitar fazer o que tem que ser feito, que é buscar formas de convocar a sociedade para fazer parte de um processo que substitua o que aí está, que é completamente surdo na hora de lidar com o próprio povo.

Cultura sem povo não tem qualquer importância para o país, estados e municípios.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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