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Luzes que se apagaram em Porto Alegre (por Carlos Atílio Todeschini)

Porto Alegre passou, de cidade exemplo em drenagem, para cidade vítima de catástrofe causada por enchente.

Carlos Atílio Todeschini (*)

No segundo governo da Administração Popular de Porto Alegre (1992-1996), o Prefeito Tarso Genro desafiou a Diretora do DEP à época, a Arquiteta Lenora Ulrich, a fazer a imprensa ter um olhar diferente sobre a questão dos alagamentos e da drenagem urbana. Ao invés de a gestão ser pautada pela imprensa, a determinação era inverter a lógica e fazer com que a iniciativa de discussão sobre o tema fosse uma atribuição do DEP.

Foi por isso que o DEP, com a parceria do IPH/UFRGS, organizou um seminário internacional de drenagem urbana em Porto Alegre. Nesse evento, estiveram presentes algumas das maiores autoridades técnicas do mundo no tema, representantes dos EUA, da EUROPA e da AMÉRICA LATINA – tais como, dentre outras, o professor Carlos Tucci do IPH/UFRGS, e o professor Ben Ien, um sino-americano especialista em cheias do Rio Mississipi.

O seminário foi um sucesso. Serviu muito para troca de experiências e também lançou, à época, luzes sobre caminhos para o futuro. O DEP de Porto Alegre, à época, foi reconhecido como rico laboratório em termos de experiências em cuidados e manutenção de sistema de drenagem.

É de se questionar, assim, o seguinte: porque promoveu-se o sucateamento dessa estrutura da administração municipal?

Porto Alegre passou, de cidade exemplo em drenagem, para cidade vítima de catástrofe causada por enchente, caminho esse trilhado por gestões que trataram o tema com desleixo, desmonte e negacionismo.

(*) Carlos Atílio Todeschini é engenheiro agrônomo, foi Chefe de Gabinete e Assessor Especialista do DEP, de 93 à 96, Assessor Engenheiro do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, em 96, Diretor de Conservação e Diretor do DEP em 97, e Diretor-Geral do DMAE de 2001 a 2004

*ICL

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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