Mês: junho 2024

Hospital de Nova York demite enfermeira que denunciou genocídio em Gaza ao receber prêmio

O trabalho da enfermeira palestina-americana Hesen Jabr de apoio às mulheres que perderam seus filhos no parto ou durante a gravidez rendeu a ela um prêmio entregue pela direção do Centro Médico NYU Langone, onde ela trabalha, porém, não foi suficiente para garantir sua liberdade de falar o que pensa sobre o que acontece na Faixa de Gaza.

Esta semana, a direção do centro médico informou a enfermeira que ela seria desligada do quadro de funcionários. O caso foi revelado por uma reportagem do jornal The New York Times.

Na matéria, Jabr afirma que a direção d NYU Langone disse que a decisão de demiti-la foi tomada em função do seu discurso durante cerimônia de premiação, realizada no começo de maio, no qual ela disse que “dói ver mulheres no meu país sofrerem perdas inimagináveis ​​durante o genocídio que está acontecendo em Gaza”.

“Mesmo que eu não possa segurar suas mãos e confortá-las enquanto choram pelos filhos ainda não nascidos e pelas crianças que perderam durante este genocídio, espero continuar a deixá-las orgulhosas enquanto continuo a representá-las aqui em Nova York”, declarou a enfermeira, em outro momento do seu discurso.

O uso do termo “genocídio” em duas ocasiões durante a cerimônia, para se referir ao massacre promovido pelas forças militares de Israel na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 foi considerado pelos superiores de Jabr como uma atitude que “ofendeu pessoas” e que “estragou a cerimônia”, razão pela qual foi decidida a sua demissão.

Um porta-voz do Centro Médico NYU Langone se pronunciou após a publicação da reportagem, afirmando que Jabr havia sido alertada em dezembro, após um “incidente semelhante” (porém não especificado), para não “trazer suas opiniões polêmicas sobre esta questão tão complexa, porque isso acaba gerando divisões no ambiente de trabalho”.

*Opera Mundi

Netanyahu diz que não haverá cessar-fogo em Gaza antes de destruição do Hamas ou dos palestinos?

Declaração vem após Biden apresentar plano para acabar com guerra e libertar reféns.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste sábado (1) que não pode haver cessar-fogo permanente em Gaza até que o Hamas seja destruído, lançando dúvidas sobre uma parte fundamental de uma proposta de trégua que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Israel fez.

Biden disse na sexta-feira (31) que Israel propôs um acordo envolvendo uma trégua inicial de seis semanas com uma retirada militar parcial israelense e a libertação de alguns reféns, enquanto os dois lados negociaram “um fim permanente às hostilidades”.

No entanto, Netanyahu deixou claro neste sábado (1) que qualquer noção de que Israel concordaria com um cessar-fogo permanente antes que “a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas” não é aceitável.

Há meses que as conversações de paz se esgotam, com Israel exigindo a libertação de todos os reféns e a destruição do Hamas, enquanto o Hamas exige um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelitas e a libertação de muitos prisioneiros palestinos.

O Hamas disse na sexta-feira (31) que está pronto para se engajar “de forma positiva e construtiva”, mas um dos altos funcionários do grupo, Mahmoud Mardawi, disse em entrevista à televisão do Catar que ainda não recebeu os detalhes da proposta.

“Nenhum acordo pode ser alcançado antes que a demanda pela retirada do exército de ocupação e um cessar-fogo seja cumprido”, disse ele. O Hamas continua comprometido com a destruição de Israel.

A guerra começou em 7 de outubro quando combatentes do grupo palestino islâmico invadiram o sul de Israel a partir de Gaza, matando mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, e apreendendo mais de 250 como reféns, de acordo com os cálculos israelenses.

A campanha terrestre e aérea de Israel em Gaza deixou o território em ruínas, levou à fome generalizada e matou mais de 36 mil pessoas, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, que dizem que a maioria dos mortos são civis.

No mês passado, Netanyahu desafiou os apelos dos líderes mundiais enviando tropas israelenses para Rafah, o último lugar na pequena e lotada Gaza onde ainda não havia entrado, deslocando mais de um milhão de palestinos que estavam abrigados lá.

Homem é o primeiro vacinado do mundo contra o câncer de intestino

O professor Elliot Phebve, de 55 anos, recebeu um imunizante personalizado para evitar a recidiva do câncer de intestino.

O professor universitário inglês Elliot Phebve, de 55 anos, foi o primeiro homem a tomar uma vacina contra o câncer de intestino. A aplicação ocorreu na sexta-feira (31/5) como parte de um ensaio médico que vai testar a eficácia deste tratamento para evitar o retorno dos tumores (recidiva) em pacientes que tiveram de lidar com quadros graves da doença.

Elliot foi diagnosticado em 2023 com um tumor de cólon extremamente agressivo. Embora não tenha tido sintomas do câncer de intestino, o quadro foi identificado em um exame de rotina e levou à necessidade de retirar 30 centímetros do intestino grosso dele em uma cirurgia de emergência. O professor fez quimioterapia até desaparecerem os sinais da doença e, em seguida, se voluntariou para participar do ensaio clínico da eficácia do imunizante.

“Ser a primeira pessoa do mundo a ter a graça de receber este imunizante foi um divisor de águas na minha vida”, disse ele. “Dediquei minha vida a ajudar as pessoas e a ciência e espero que este trabalho ajude a pessoas a não terem que viver o que eu vivi”, afirmou ele.

A expectativa no NHS, sistema de saúde pública inglês, é que mais de mil pessoas sejam encaminhadas por seus médicos para participar dos testes da vacina. Assim como na vacina recentemente testada contra o câncer de pele, o imunizante contra tumores no intestino usa uma tecnologia de mRNA, como as vacinas da Pfizer contra a Covid.

Como funciona a vacina contra o câncer de intestino?
Cada uma das doses é personalizada: o imunizante é feito com as mesmas informações genéticas do tumor da pessoa que foi retirado em uma biópsia. Por isso, ela só pode ser usada em pessoas que já tiveram a doença para evitar a recidiva.

As cópias das células que compõem o imunizante não são células de câncer, mas se parecem com elas em seu formato a ponto de permitir ao corpo estudar melhor o inimigo para não deixar ele passar despercebido caso reapareça.

As vacinas experimentais contra o câncer foram desenvolvidas em conjunto pelas biofarmacêuticas BioNTech (criador da tecnologia junto com a Pfizer) e Genentech, membro do Grupo Roche. Elas ainda estão em testes e devem ser testadas em 10 mil pacientes até 2030.

“Ainda é muito cedo para dizer se estas vacinas terão sucesso, mas estamos extremamente esperançosos. Os dados que temos até agora mostraram um aumento alto da capacidade de defesa do organismo”, afirmou a oncologista Victoria Kunene, investigadora principal do estudo.

As vacinas testadas visam ajudar pacientes com diferentes tipos de tumores e, se forem desenvolvidas e aprovadas com sucesso, poderão se tornar parte dos cuidados padrão contra o câncer.

Ex-assessor do ex-deputado bolsonarista Major Vitor Hugo é preso por assalto a ônibus

Em uma ação conjunta entre a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) e a Polícia Militar, Simão Pedro Costa Rocha Freitas, ex-assessor parlamentar do ex-deputado federal bolsonarista Major Vitor Hugo (PL-GO), foi preso no dia 25 de maio sob a suspeita de ter participado de um assalto a um ônibus de turismo na BR-153, segundo o Poder 360. Freitas, também conhecido como “Cabo Simão”, trabalhou para o ex-deputado de 2019 a 2020 e tem um histórico de candidaturas políticas não bem-sucedidas em Goiás.

O assalto ocorreu na madrugada do dia 24 de maio, quando os suspeitos, armados, abordaram o ônibus e roubaram mercadorias provenientes do Paraguai. No dia seguinte, os suspeitos foram detidos pela Delegacia de Polícia de Hidrolândia, que contou com o apoio da Polícia Militar na operação. Durante a prisão, as autoridades apreenderam dois simulacros de armas de fogo, duas armas de fogo de calibre restrito e 1,5 kg de cocaína. Parte dos produtos roubados foi recuperada.

Além de Simão Pedro Costa Rocha Freitas, foram indiciados pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) Vinicius Mariano da Silva, Taynah Tavares Nascimento Amâncio, Alberico Antônio Guimarães e Lucas de Castro Ribeiro.

“Cabo Simão”, ex-militar do Exército, tem um histórico político conturbado. Em 2018, candidatou-se a deputado estadual em Goiás pelo PSL, e em 2020, tentou uma vaga na Câmara de Vereadores de Goiânia pelo PRTB, ambas as vezes sem sucesso. Durante sua campanha para vereador, contou com o apoio do Major Vitor Hugo, porém, não conseguiu se eleger.

Mesmo após deixar o cargo de assessor parlamentar, Simão manteve conexões com figuras políticas. Em janeiro deste ano, ele apareceu em um vídeo ao lado do deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), declarando seu apoio e apreço por Gayer, afirmando que “quem é de direita, sabe que Gustavo Gayer é nosso representante em Goiás”.

Marielle: cunhado de acusado de planejar crime escreve carta a Anielle

O cunhado de Rivaldo Barbosa disse na carta que o delegado é inocente e que vem pedindo para ser ouvido pela Polícia Federal.

Cunhado do delegado Rivaldo Barbosa, Roberto Amorim enviou uma carta a Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, pedindo que a ministra da Igualdade Racial cobre à Polícia Federal que não encerre as investigações sobre o assassinato. Rivaldo Barbosa é apontado pela PF como o “mentor intelectual” do crime e está preso desde março deste ano.

Amorim escreveu na carta que o delegado é inocente e que vem pedindo, desde sua prisão, para ser ouvido pela Polícia Federal. Na última segunda-feira (27/5), o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, determinou que a PF ouça Rivaldo.

A carta reitera a tese de defesa do delegado, de que ele nunca se encontrou com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, que foram presos com Rivaldo em março. “O único encontro foi no avião a caminho de Brasília [quando foram presos]”, disse o cunhado a Anielle, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.

A Polícia Federal revelou que Rivaldo foi vizinho de Chiquinho Brazão por três meses, em um condomínio na Barra da Tijuca. A análise das quebras de dados dos celulares dos irmãos Brazão e de Rivaldo, entretanto, não revela qualquer contato entre os três.

O cunhado de Rivaldo ressaltou na carta esses pontos e pediu que Anielle Franco não aceite o fim da investigação “apenas com a delação de Ronnie Lessa”.

A coluna perguntou à ministra se ela gostaria de comentar o conteúdo da carta enviada a ela, mas não houve qualquer resposta até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto para eventuais manifestações.