Com 154 mortos por fome e 320 mil crianças em risco, Pequim pressiona por cessar-fogo e solução de dois Estados
O governo chinês manifestou nesta quarta-feira (30/07) “profunda preocupação” com a situação na Faixa de Gaza, classificando a crise como uma “catástrofe humanitária sem precedentes”. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, exigiu que Israel “cesse imediatamente as operações militares” e suspenda o bloqueio que impede a entrada de ajuda humanitária no território palestino.
“Instamos todas as partes, especialmente Israel, a interromper as hostilidades, levantar o cerco e restaurar totalmente o acesso humanitário para evitar uma crise ainda maior“, declarou Jiakun. O diplomata citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que registrou 74 mortes por desnutrição em 2025 – 63 apenas em julho, incluindo 25 crianças.
“Esses números são a evidência mais recente da catástrofe humanitária em Gaza”, enfatizou, reiterando que a comunidade internacional “não pode permanecer impassível” diante da magnitude do sofrimento civil.
Jiakun destacou que a comunidade internacional “não pode permanecer indiferente” ao sofrimento em Gaza e reforçou o apoio da China à “solução de dois Estados”, defendendo a criação de um Estado palestino independente como único caminho para uma paz “abrangente, justa e duradoura”. O porta-voz ainda elogiou os esforços de países como Canadá, França, Reino Unido e Arábia Saudita para avançar nessa direção.
Fome em Gaza
O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou nesta terça-feira (29/07) que o consumo de alimentos e os indicadores nutricionais da população palestina na Faixa de Gaza “atingiram seus piores níveis desde o início do conflito”, em outubro de 2023.
“Mais de uma em cada três pessoas (39%) agora passa dias seguidos sem comer. Mais de 500.000 pessoas – quase um quarto da população de Gaza [de dois milhões de pessoas] – estão enfrentando condições semelhantes à fome, enquanto a população restante enfrenta níveis emergenciais de fome”, informa.
Em julho de 2025, mais de 320.000 crianças, número correspondente à população total com menos de cinco anos em Gaza, estavam em risco de desnutrição aguda. Dentre desta realidade, há outras milhares sofrendo de desnutrição aguda grave, a forma mais mortal de desnutrição, de acordo com o PAM.
Além disso, em junho, 6.500 crianças foram internadas para tratamento de desnutrição, também o maior número desde o início do conflito. Já julho está registrando um número ainda maior, com 5.000 crianças internadas apenas nas duas primeiras semanas.
*Opera Mundi
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