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Justiça manda PF investigar aporte de R$ 18 milhões de Sheik dos Bitcoins em empresa com Malafaia

PF vai investigar aporte de ao menos R$ 18 milhões feito pelo Francisley Valdevino da Silva em sociedade com pastor

A Justiça Federal do Paraná determinou que a PF (Polícia Federal) abra um inquérito para investigar um aporte de ao menos R$ 18 milhõse feito pelo Francisley Valdevino da Silva –o Sheik dos Bitcoins, acusado de movimentar bilhões em um esquema de pirâmide financeira– em uma sociedade com o pastor Silas Malafaia.

A decisão da 23ª Vara Federal de Curitiba, de outubro de 2024, condenou o Sheik dos Bitcoins a mais de 56 anos de prisão. Depoimentos de várias testemunhas ligadas a Francisley trataram da sociedade com Malafaia.

De acordo com Igor Melo, ICL, a sentença, o juiz federal Nivaldo Brunoni ordenou que a PF investigue as supostas denúncias relacionando o envio de recursos de Francisley para a sociedade com o pastor Silas Malafaia.

“Oficie-se à Autoridade Policial, independentemente do trânsito em julgado, para que instaure os respectivos inquéritos policiais visando à apurar as circunstâncias dos seguintes fatos noticiados nos autos do presente processo”, ordena o magistrado, antes de citar as informações sobre Malafaia.

Aporte de R$ 18 milhões
Contadora das empresas de Francisley, Alessandra Morais Bach afirmou que o Sheik dos Bitcoins investiu R$ 18 milhões “em um malfadado negócio com o pastor Silas Mafalaia, no ramo de venda de artigos religiosos, via marketplace”. Segundo o portal Metropoles, o pastor confirnou que o aporte foi ainda maior, de R$ 30 milhões.

O negócio em questão é a empresa Alvox, fundada em 2021. Na prática, era uma união entre o Sheik dos Bitcoins com a Editora Central Gospel, principal empresa de Malafaia. A editora enfrentava um processo de recuperação judicial na época e corria sério risco de ir à falência.

A Alvox vendia, por meio da modalidade de marketing multinível, livros e bíblias produzidas pela Editora Central Gospel, além de roupas, perfumes e outros produtos fornecidos por empresas também ligadas a Francisley.

De acordo com Tassio Gil Maia Viana, ex diretor da Intergalaxy, uma das principais empresas do Sheik dos Bitcoins, o empresário usava a imagem de Malafaia para trazer novas vítimas para sua pirâmide financeira –publicamente tratada por ele como um investimento baseado no aluguel de criptomoedas.

“FRANCISLEY e as franquias usavam a imagem de SILAS MALAFAIA para vender planos de aluguel de criptoativos Após Francisley ser alvo de uma operação da Polícia Federal, Malafaia foi a público se desvincular”, diz a sentença, em referência ao depoimento de Viana.

O documento não esclarece, entretanto, se o uso da imagem de Silas Malafaia tinha a anuência do pastor.

Império Malafaia
A recuperação judicial da Editora Central Gospel foi detalhada com documentos exclusivos em Império Malafaia, primeira temporada de No Alvo, o podcast investigativo do ICL. A série analisou mais de 60 mil páginas de documentos para trazer detalhes inéditos sobre a vida financeira e as relações políticas do pastor.

Durante o processo de recuperação judicial, iniciado em 2019 e finalizado apenas em 2024, a Central Gospel declarou dívidas de mais de R$ 30 milhões na praça –entre passivos trabalhistas, com fornecedores, instituições financeiras e impostos.

O processo tramitou em uma vara empresarial do Rio de Janeiro. Na ação, Malafaia declarou uma renda de mais de R$ 1,35 milhão no ano de 2018 — dos quais R$ 962 mil vieram da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, igreja evangélica da qual Malafaia é dono.

A coluna enviou perguntas sobre as informações contidas na sentença para o pastor Silas Malafaia e para o advogado dele, Jorge Vacite Neto. Não houve retorno até o momento.


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