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Estadinho e mercadão, este é o principal fetiche neoliberal da mídia nacional.

O que o mercado, possuidor de qualidades mágicas, fará para acabar com a miséria absoluta de 33 milhões de brasileiros, número reportado pela própria mídia?

Os poderes sobrenaturais do mercado, alardeados pela mídia, encara essa fatura social? Não, não quer nem ouvir falar.

Os adoradores do mercado não perguntam ao todo-poderoso qual é sua responsabilidade nessa tragédia depois de inúmeras reformas que esmagaram os direitos dos trabalhadores e, junto, produziram uma espiral inflacionária?

Mas o deus mercado não é Onipotente e Onipresente, e o Estado é um bolostrô?

Quem vai matar essa no peito? Os banqueiros, os grandes empresários, os latifundiários, quem?

Esse fenômeno econômico, que provoca excitação nas redações, não tira de letra essa realidade que assola 33 milhões de brasileiros?

O interesse obsessivo de reduzir o tamanho do Estado não tem um coelho pra tirar da cartola numa hora dessas?

Esse fetichismo neoliberal, que a mídia carrega em seu DNA, não dá as caras numa hora dessas. Essa é a principal característica de quem ouve o galo cantar, mas não sabe aonde.

Agora seria a hora de chamar a papa fina do neoliberalismo nativo e perguntar ao convidado da GloboNews: como o mercado vai resolver a vida de 33 milhões de brasileiros que estão na mais absoluta miséria?

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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