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Sem novas trocas de reféns, familiares israelenses tentam impedir ajuda humanitária a Gaza

Em protesto, manifestantes procuraram bloquear passagem de Kerem Shalom e exigiram que governo negasse entrada de recursos básicos a palestinos até que seus parentes fossem libertados pelo Hamas.

Familiares de reféns israelenses se mobilizaram, nesta terça-feira (09/01), para acessar a passagem de Kerem Shalom em uma tentativa de impedir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A medida foi tida como uma forma de protesto contra o “fracasso” na libertação de seus parentes, que seria possível por meio de uma negociação entre as autoridades de Tel Aviv com o grupo de resistência palestina Hamas.

Os manifestantes exigiram que Israel negasse toda a ajuda humanitária aos palestinos, enquanto os “136 israelenses em Gaza permanecessem em cativeiro”.

No entanto, as próprias forças de segurança do Estado judeu acabaram intervindo o protesto e bloqueando o comboio que transportava esses familiares. De acordo com a polícia, o veículo foi detido porque estava em uma “zona militar fechada” já designada.

Ao portal de notícias israelense Ynet, uma das manifestantes que tentou fechar o acesso de uma das únicas fronteiras que possibilitam o transporte de recursos básicos aos palestinos, afirmou que os reféns israelenses “também precisam de ajuda humanitária”: “É hora de acabar com essa piada”, concluiu.

Ainda de acordo com o Ynet, as famílias estão planejando uma segunda tentativa de chegar a Kerem Shalom nos próximos dias.

À medida que a crise humanitária entre os palestinos se agrava, Israel é cada vez mais pressionado pela comunidade internacional para permitir a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.

Nesta terça-feira, o próprio representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) para os palestinos expressou preocupação com relação aos recursos limitados que chegam em Gaza, afirmando que “é muito pouco” e que “é tarde demais, especificamente no norte”.

Já o coordenador das equipes médicas de emergência do organismo, Sean Casey, declarou que há fome em Gaza, e que a assistência humanitária, principalmente a de alimentos, é “desesperadamente necessária”.

Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza mais de 23 mil palestinos mortos pelas ofensivas israelenses, sendo que a grande maioria desse número é composta por mulheres e crianças. Além disso, pelo menos 59 mil estão feridos, o que representa aproximadamente 2,7% da população total de Gaza.

Já as autoridades israelenses contabilizam cerca de 1.200 de seus civis mortos. De acordo com o Estado judeu, 240 foram tomados como reféns, dos quais, oficialmente, 132 permanecem em cativeiro após uma trégua humanitária de sete dias negociada entre as autoridades israelenses e o Hamas, que resultou na libertação de 105.

Enquanto outros foram libertados fora do acordo temporário entre as partes do conflito, três morreram por engano pelos próprios soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF).

*Opera Mundi

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