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Secretário-geral da ONU pede pausa humanitária para vacinação contra poliomielite em Gaza

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, pediu nesta sexta-feira (16) para que as partes envolvidas no massacre em Gaza deem garantias concretas de pausas humanitárias de 7 dias, para que seja realizada uma campanha de vacinação contra a poliomielite.

O genocídio palestino cometido por Israel já matou praticamente 2% da população palestina de Gaza e destruiu infra-estrutura, incluindo o sistema de água e esgoto, tornando a região mais propensa a doenças contagiosas.

Guterres alerta que a prevenção e contenção de propagação da doença na Faixa de Gaza será um esforço coordenado e urgente. “Uma pausa [humanitária] é obrigatória. É impossível conduzir uma campanha de vacinação contra a pólio com ataques por todo o lugar”, disse Guterres. O sistema de saúde do território entrou em colapso com os ataques constantes desde outubro.

Por conta da devastação em Gaza, pelo menos 95% de cobertura vacinal será necessária para reduzir a emergência de propagação do vírus, informou o secretário-geral. Para isso, a campanha deve contar com o transporte de vacinas e refrigeração de equipamentos, entrada segura de especialistas na doença, internet estável e serviços telefônicos durante todas as etapas.

Epidemia em Gaza

Desde julho, o ministro da Saúde de Gaza vem alertando para uma possível epidemia de poliomielite no território palestino, culpando as ofensivas militares contínuas de Israel. Ainda nesta sexta-feira, o ministério palestino confirmou o primeiro caso da doença na região em 25 anos.

O vírus foi detectado na rede de esgoto das cidades de Khan Younis e Deir Al-Balah, segundo o especialista em pólio da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hamid Jafari.

A poliomielite é um vírus altamente transmissível através de contato direto com fezes e secreções bucais, que pode invadir o sistema nervoso e causar paralisia. Desde que campanhas contra a doença foram interrompidas desde o conflito em outubro do ano passado, as crianças abaixo de 5 anos de idade, especialmente até os 2 anos, são as mais vulneráveis.

Sem serviços de saúde adequados, a população de Gaza é especialmente vulnerável a surtos da doença, dizem oficiais de saúde e grupos de ajuda humanitária. Dos 40 mil palestinos mortos por Israel desde outubro, mais de 16 mil foram crianças.

A ameaça da doença não está confinada somente a Gaza. Quando o período de chuvas começar, no final do outono, o esgoto contaminado pode ser “empurrado” para um aquífero no qual Israel, Egito e Jordânia retiram sua fonte de água.

*Com Monitor do Oriente Médio e AFP

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