Metrópoles teve acesso ao levantamento com as patentes e os crimes cometidos por militares das três forças nos últimos sete anos.
De 2018 a 2024, o Superior Tribunal Militar (STM) condenou 2.140 militares das Forças Armadas. Nesses sete anos, foram declarados culpados de crimes praças e oficiais de diversas patentes, exceto ocupantes das posições mais altas da carreira nas três forças.
Em levantamento obtido pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI), nenhuma das condenações envolveu generais, brigadeiros e almirantes.
Nesse mesmo intervalo, apenas um general de divisão chegou a ser réu em processos finalizados de ação penal militar ou apelação criminal, mas ele acabou absolvido. A sondagem refere-se aos dados atualizados pelo STM até 10 de dezembro de 2024.
Após esse período, o STM condenou um general de brigada a 2 anos de reclusão por corrupção passiva. O oficial é médico, mas já estava na reserva remunerada.
Segundo a denúncia, o general recebeu dinheiro, em três momentos de 2008, de uma empresa que comercializava materiais médicos com o Hospital Central do Exército (HCE), no Rio de Janeiro. Na época, o oficial era tenente-coronel e embolsou R$ 290 mil em valores não atualizados.
Pelo levantamento, foram 1.615 militares do Exército Brasileiro, 281 da Força Aérea Brasileira e 244 da Marinha do Brasil condenados de 2018 a 2024,
Coronéis e outras patentes
Dezessete coronéis formam a mais alta patente a receber condenação, sendo 15 do Exército e dois da Aeronáutica.
Os militares foram considerados culpados por estelionato, corrupção passiva, crimes da lei das licitações, peculato, maus-tratos, falso testemunho ou falsa perícia, violência contra inferior e injúria.
Na Marinha, o cargo correspondente é o de capitão de mar e guerra, mas nenhum com a equivalência teve julgamento resultando em condenação.