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Ataque de Israel no Líbano revela desespero de Netanyahu e aumenta risco ao Oriente Médio

Netanyahu estica a corda no Oriente Médio como forma de garantir o apoio parlamentar; explosões de dispositivos mergulham Líbano em pânico.

Uma sucessão de notícias ruins sobre o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e sua busca por permanecer no poder põem o Oriente Médio à beira do precipício. O dia de caos no Líbano, provocado pelo ataque a pagers ao grupo xiita Hezbollah, nesta terça (17), é prenúncio de escalada para um conflito regional, em meio às intenções de Netanyahu de alterar os objetivos formais de guerra.

As últimas semanas foram o momento de maior pressão sofrido pelo premiê israelense, que só se sustenta no poder devido à proteção que partidos ortodoxos e supremacistas dão ao seu mandato, marcado por denúncias de corrupção e autoritarismo. No período, Tel Aviv testemunhou o maior protesto contra o governo desde o início do conflito ao anunciar a morte de seis reféns pelo Hamas, depois de uma incursão militar fracassada.

Israel também registrou o primeiro bombardeio bem-sucedido dos Houthis ao território do país, bem na capital financeira, Tel Aviv. Por fim, outra notícia que sacudiu Israel, aumentando a resistência da população à administração Netanyahu, foi a divulgação de uma investigação do exército em que os militares admitiam a morte de outros três reféns devido a “fogo amigo”, durante os milhares de bombardeios lançados na Faixa de Gaza.

Para se blindar dos sucessivos erros, o premiê tem esticado a corda no Oriente Médio como forma de garantir o apoio parlamentar dos grupos de extrema-direita que formam a sua coalizão.

Nesta terça (15), por exemplo, o pânico tomou conta do Líbano e lançou um temor na região depois que pequenas detonações em diversas cidades do país levaram à morte de nove pessoas e feriram outras quatro mil. As explosões simultâneas foram acionadas remotamente através de pagers utilizados por membros do Hezbollah, em uma operação de sabotagem realizada pelo Mossad, o serviço de inteligência de Israel.

O ataque sem precedentes lançou o Líbano a um caos. Imagens de câmeras por todo o país registraram cenas de pavor em mercados, estabelecimentos comerciais e outros espaços públicos, enquanto se via explosões em bolsos de pessoas presumidamente do Hezbollah atingirem uma série de pessoas no entorno dos locais.

De acordo com correspondentes internacionais, sirenes de ambulâncias foram o som predominante num determinado período do dia e os hospitais lotaram com pessoas feridas.

Apesar do grupo xiita ser considerado uma milícia terrorista pelo ocidente, o Hezbollah possui representação política no Parlamento libanês e membros do partido convivem diariamente com outros cidadãos do país.

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Naji Abi Rached, diretor médico do hospital Universitário Geitaoui, de Beirute, disse: “Recebemos casos críticos desde as explosões. O hospital está lotado, as salas de cirurgia estão sobrecarregadas e a unidade de emergência está sobrecarregada com pacientes gravemente feridos.”

O gabinete do primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, classificou o incidente como “agressão criminosa israelita” num comunicado, acrescentando que foi “uma violação grave da soberania libanesa”. A chancelaria do país descreveu as explosões como uma “perigosa e deliberada escalada israelense” que, segundo o órgão, foi “acompanhada por ameaças israelenses de expandir a guerra para o todo o Líbano”. Beirute planeja registrar uma queixa contra Israel no Conselho de Segurança da ONU.

O Hezbollah também culpou Israel, confirmou a morte de pelo menos dois militantes e prometeu retaliação. O líder Hassan Nasrallah deve discursar à nação na quinta (19).

Outros grupos e milícias de resistência armada muçulmana também expressaram repúdio ao ataque. O Hamas condenou o ataque chamando-a de “agressão terrorista sionista”.

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Ataque de Israel no Líbano mata alto comandante do Hezbollah

Vice-chefe da unidade de elite Radwan, Wissam al-Tawil foi morto por um ataque aéreo no sul do Líbano uma semana após líder do Hezbollah alertar Tel Aviv contra escalada do conflito.

Um ataque aéreo das forças israelenses no sul do Líbano matou Wissam al Tawil, um comandante sênior do Hezbollah, nesta segunda-feira (08/01. As informações foram confirmadas em um comunicado emitido pelo próprio grupo xiita libanês.

Conhecido como “Jawad”, Tawil era vice-chefe de uma unidade da força de elite Radwan e desempenhou um papel importante nos recentes confrontos do Hezbollah contra exército israelense, liderando na gestão das operações do grupo no sul do Líbano.

Um oficial de segurança local, segundo a agência de notícias AFP, classificou o ataque como “muito doloroso” e acrescentou que “as coisas vão piorar agora”.

Após o ocorrido, o vice-presidente do conselho executivo do Hezbollah, Xeque Ali Damoush, pronunciou-se, afirmando que o grupo não se envolverá em quaisquer discussões sobre confrontos transfronteiriços até que os israelenses cessem sua “agressão contra Gaza”.

O ataque acontece uma semana após o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertar Israel, por meio de dois discursos televisionados, para não lançar uma guerra em grande escala contra o Líbano.

Desde 7 de outubro, quando as ofensivas israelenses contra o território palestino passaram a ganhar proporções, o grupo xiita libanês perdeu pelo menos 130 combatentes pelos bombardeios transfronteiriços comandados por Tel Aviv.

Retaliação por Saleh al-Arouri
Na manhã de sábado (06/01), o Hezbollah disparou dezenas de mísseis na região de Meron, no norte de Israel, tendo como alvo o posto militar israelense que armazenava uma barragem de 62 foguetes.

Segundo o grupo libanês, a ofensiva foi uma “resposta preliminar” ao assassinato de Saleh al-Arouri, que foi vítima de um atentado comandado pelo Estado judeu, na terça-feira (02/01), em Beirute, capital do Líbano.

Al-Arouri era um alto funcionário do Hamas e fundador da sua ala militar, as Brigadas Al Qassam. Logo após o assassinato, o Líbano havia apresentado uma queixa formal à Organização das Nações Unidas (ONU) por violação da sua soberania e integridade territorial.

O ataque também foi classificado como uma “agressão flagrante” pelo próprio líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que acrescentou que não ficaria “sem resposta ou impune” frente às ações israelenses.

*Opera Mundi