Bebê é resgatada de escombros com cordão umbilical ligado à mãe morta

A recém-nascida é a única sobrevivente de uma família em que todos os membros morreram quando seu prédio de quatro andares desabou.

Jindires, Síria – Entre as ruínas de um prédio em Jindires, uma cidade no noroeste da Síria duramente atingida pelo terremoto, equipes de resgate encontraram uma bebê, nascida sob os escombros e ainda ligado à mãe falecida pelo cordão umbilical.

Esta menina é a única sobrevivente de uma família em que todos os membros morreram quando seu prédio de quatro andares desabou.

Nesta cidade perto da fronteira com a Turquia, as equipes de emergência encontraram os corpos de seu pai, Abdalá Mleihan, sua mãe, Aafra, suas três irmãs, seu irmão e sua tia na segunda-feira (6).

“Estávamos procurando por Abu Rudayna (apelido de Abdalá) e sua família. Primeiro encontramos sua irmã, depois sua esposa, depois Abu Rudayna, eles estavam juntos uns contra os outros”, disse à AFP um parente da família, Khalil Sawadi, ainda em choque.

“Aí ouvimos um barulho e cavamos (…), limpamos o local e encontramos essa menininha, graças a Deus”, conta.

A recém-nascida ainda tinha o cordão umbilical preso à mãe. “Cortamos, e minha prima levou o bebê para o hospital”, continua.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, um homem é visto carregando um bebê nu e coberto de poeira pelos escombros, com o cordão umbilical ainda pendurado.

No frio gelado, outro joga um cobertor sobre a menina.

– “O tempo se esgota” –

A bebê foi levada para um hospital na cidade vizinha de Afrin, onde foi colocada em uma incubadora e recebeu vitaminas.

“Ela chegou com os membros dormentes por causa do frio, sua pressão arterial estava baixa. Prestamos os primeiros socorros e a colocamos sob perfusão, porque ela ficou muito tempo sem ser alimentada”, explicou o doutor Hani Maaruf à AFP.

O terremoto deixou mais de 5.000 mortos na Turquia e na Síria, segundo os últimos números, que não param de aumentar.

De acordo com os Capacetes Brancos, serviço de emergência que atua nas áreas rebeldes sírias, mais de 200 prédios foram destruídos neste setor.

Nesta terça, este grupo implorou às organizações internacionais que ajudem essas regiões devastadas e esquecidas.

“O tempo urge. Centenas de pessoas estão presas entre os escombros”, alertou.

*Com Correio Braziliense

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