Filho do ex-presidente condenado foi a Jerusalém e usou o local sagrado para os judeus como “quadro de avisos”
Em mais um episódio que mistura performance política e constrangimento internacional, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está em Israel, decidiu transformar o Muro das Lamentações, em Jerusalém, um dos locais mais sagrados do judaísmo, em palco para um pedido pessoal: “Solta o Bolsonaro”.
O bilhete, deixado nas fendas do muro nesta quinta-feira (4) e exibido em vídeo, virou motivo de críticas por reduzir um espaço de oração e memória histórica a um post-it político.
O Muro das Lamentações — último vestígio do Segundo Templo e destino de peregrinação de judeus de todo o mundo — é tradicionalmente usado por fiéis para deixar orações, pedidos de saúde, paz e proteção. A escolha de Eduardo de utilizá-lo como instrumento de pressão pela libertação de Jair Bolsonaro foi vista como desrespeitosa e, para muitos, caricata, especialmente pela total desconexão entre o simbolismo do local e a agenda familiar do deputado.
Eduardo Bolsonaro, durante sua visita a Israel, visitou o Muro das Lamentações, onde deixou um bilhete com o pedido: “SOLTA O BOLSONARO”. pic.twitter.com/zadtvpD5DW
— Pri (@Pri_usabr1) December 4, 2025
O gesto surge após quase um ano em que Eduardo Bolsonaro passou a viver nos Estados Unidos, em um lobby junto a integrantes do governo de Donald Trump que visa coagir o judiciário e governo brasileiro para livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, da prisão. De acordo com a Forum, a ofensiva, no entanto, não produziu qualquer resultado concreto: Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, já começou a cumprir pena em regime fechado e os governos do EUA e Brasil já iniciaram uma reaproximação.
Eduardo e criminoso de guerra
O ainda deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) segue colecionando vexames pelo mundo. Em visita a Israel, o filho do ex-presidente condenado se reuniu com Yuval Vagdani, soldado que fugiu do Brasil, em janeiro de 2025, após a Justiça Federal determinar investigação da Polícia Federal (PF) contra ele por crimes de guerra cometidos contra palestinos em Gaza.
Segundo publicação do militar das Forças de Defesa de Israel (FDI), os dois conversaram, trocaram presentes e discutiram sobre o povo israelense.
No início do ano, documentos apresentados pela Fundação Hind Rajab (HRF) incluíram vídeos, dados de geolocalização e mensagens postadas pelo soldado nas redes sociais. Em uma delas, Vagdani teria escrito: “Que possamos continuar destruindo e esmagando este lugar imundo sem pausa, até os seus alicerces”.
Em nota, à época, o governo israelense criticou a ação judicial brasileira, acusando a HRF de explorar “de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel”. A entidade atua denunciando crimes contra a humanidade, crimes de guerra e violações de direitos humanos praticados na Palestina.
Entre as acusações, o militar das FDI foi apontado como tendo participado da demolição de um quarteirão residencial em Gaza, que servia como abrigo para palestinos deslocados durante o genocídio provocado por Israel. O caso configuraria crime de guerra.
A solicitação para que Vagdani fosse investigado quando ele estava no Brasil se baseou no Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário, e que criou o Tribunal Pena Internacional (TPI).
Porém, com ajuda da embaixada israelense no Brasil e do Mossad, o serviço secreto de Israel, o soldado fugiu do Brasil antes que qualquer providência fosse tomada pela PF. Ele estava na Bahia, de férias, e viajou rapidamente para a Argentina, onde foi recebido pela representação diplomática de seu país e enviado para Israel.
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