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Vídeos: Protesto na Câmara de Caxias do Sul contra vereador que atacou baianos

Manifestação aconteceu pouco antes da sessão que aprovou os pedidos de cassação do bolsonarista Sandro Fantinel por discurso xenófobo.

A Câmara de Caixas do Sul (RS) contou, na manhã desta quinta-feira (2), com uma manifestação histórica liderada pelo movimento negro em solidariedade ao povo baiano e em protesto contra o vereador Sandro Fantinel (sem partido).

A casa legislativa foi tomada por manifestantes pouco antes da sessão que aprovou, por unanimidade, pedidos de cassação do bolsonarista por conta da fala xenófoba que fez na última terça-feira (28) contra trabalhadores vítimas do trabalho análogo à escravidão.

Em sua discurso na terça-feira, Fantinel relativizou o escândalo dos mais de 200 trabalhadores – a maioria da Bahia – resgatados em situação análoga à escravidão em uma empresa terceirizada que oferecia mão de obra para as vinícolas Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, em Bento Gonçalves (RS), e afirmou que os nordestinos, a quem ele se referiu como os “lá de cima”, seriam “sujos”, sugerindo que as empresas gaúchas do ramo contratem apenas argentinos.

O vereador disse, ainda, que a “única cultura” dos baianos é “viver na praia tocando tambor”. A resposta da população não poderia ser mais contundente. Dezenas de pessoas lotaram o plenário da Câmara de Caixas do Sul tocando tambores e berimbaus, instrumentos típicos da música da Bahia, e entoaram palavras de ordem como “fascistas, racistas, não passarão”.

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Vereador que atacou baianos chora para se livrar da cassação: “Minha esposa quer me deixar”

Sob o risco de ser preso e cassado, Sandro Fantinel, após fala xenofóbica contra baianos vítimas do trabalho escravo, agora se diz arrependido e dá justificativa inacreditável para seu ato.

O vereador Sandro Fantinel, sob eminente rico de ser cassado e até mesmo preso após usar a tribuna da Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) na terça-feira (28) para atacar com xenofobia trabalhadores baianos vítimas do trabalho escravo, foi às redes sociais, nesta quinta-feira (5), para tentar se desculpar pela declaração. O bolsonarista chegou até mesmo a chorar e dizer que sua esposa está pensando em deixá-lo, numa tentativa de tentar comover a opinião pública.

Em sua discurso na terça-feira, Fantinel relativizou o escândalo dos mais de 200 trabalhadores – a maioria da Bahia – resgatados em situação análoga à escravidão em uma empresa terceirizada que oferecia mão de obra para as vinícolas Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, em Bento Gonçalves (RS), e afirmou que os nordestinos, a quem ele se referiu como os “lá de cima”, seriam “sujos”, sugerindo que as empresas gaúchas do ramo contratem apenas argentinos.

O caso gerou enorme repercussão e reações políticas. Nesta quinta-feira, a Câmara de Caxias do Sul aprovou por unanimidade pedidos de cassação contra o vereador e ele é alvo, ainda, de ações no Ministério Público, inclusive com pedidos de prisão.

Diante da situação, Sandro Fantinel gravou um vídeo em que aparece desesperado e afirmando que teve um “lapso mental”.

“Registro que tenho muito apreço ao povo baiano e a todos do Norte e Nordeste do país. Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam oq eu sinto pelo povo da Bahia e do Norte/Nordeste”, declarou, dizendo ainda que está “profundamente arrependido”.

Em dado momento, o vereador começa a chorar e cita até mesmo sua família. Ele disse que sua esposa está pensando em deixá-lo e que seu filho vem sofrendo ameaças: “Se as pessoas me atacassem a mim (sic), se eu pagasse pelos erros que eu cometi, a gente paga, porque quando a gente erra a gente tem que pagar. Mas o que tá acontecendo, meu povo, é que minha esposa chora noite e dia recebendo mensagens ofendendo ela com todos os pior nome que vocês pode imaginar (sic). Ela tá pensando até em me deixar”.

Pedido de prisão

O PSOL do Rio Grande do Sul anunciou que vai entrar com um pedido de prisão do vereador no Ministério Público com base na lei 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

Nesta quarta-feira (1), a Educafro e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos informaram que vão entrar com uma ação civil contra o vereador. As organizações vão pedir indenização por danos morais coletivos e a condenação do parlamentar para obrigá-lo a frequentar aulas de igualdade e combate à discriminação.

Na noite desta terça-feira, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), classificou a declaração de Fantinel como “nojenta” e disse que os nordestinos são bem vindos no estado.

“O discurso xenófobo e nojento de vereador de Caxias contra o nordeste não representa o povo do Rio Grande do Sul. Não admitiremos esse ódio, intolerância e desrespeito na política e na sociedade. Os gaúchos estão de braços abertos para todos, sempre”, escreveu Leite nas redes sociais.

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