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Não demora o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, vai criticar os índios Caetés que jantaram o Bispo Sardinha com mandioca

A reação abrupta do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, à pergunta de uma autoridade palestina, deixou perplexo todos os que tinham em conta que ele era um sujeito afável e elegante. Na verdade, o colonialismo da terrinha falou mais alto por ser uma espécie de cachaça portuguesa.

Sim, o vídeo mostra o presidente português recusando-se a aceitar a literatura dos fatos de Gaza a partir do colonizado, do explorado, do oprimido, do massacrado.

Ou seja, gritou a tradição europeia, mas sobretudo a lusitana. Aí não tem jeito de nós não recorrermos à memória insofreável do banquete feito pela tribo Caetés com o Bispo Sardinha e sua tripulação, depois que sua caravela naufragou na costa brasileira.

Foi uma churrascada de portugueses da qual os antropófagos se esbaldaram. Mas antes, o bispo Sardinha tinha duas missões, redimir os pecadores nativos a partir do dízimo e, simplesmente, dizimar todas as tribos em nome da coroa portuguesa, para que os colonizadores pudessem saquear todas as riquezas nativas, como fizeram.

Depois desse episódio em que o bispo Sardinha, primeiro bispo a chegar no Brasil, houve uma substituição por outro bispo, com o nome de Pero Leitão que, por si só já causaria água na boca de qualquer tribo antropofágica.

Certamente, a história deve ser contada em Portugal como se a tribo Caetés fosse terrorista, uma espécie de Hamas, que teve como troco a barbaridade lusitana para não ficar índio sobre índio.

Como disse o grande geólogo e intelectual Milton Santos, “o mundo é aquilo que se vê de onde se está”, do livro Por uma outra Globalização.

O rompante colonialista do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, foi de quem vê o mundo de onde ele está, no lugar do colonizador.