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Fevereiro tem maior geração de emprego formal da história, com 432 mil vagas

Ministério do Trabalho indica que número é resultado de política públicas para estimular a economia nacional.

Fevereiro de 2025 foi o mês em que a economia nacional mais gerou empregos com carteira assinada na história. Foram 431.995 vagas de trabalho formais criadas no país, mais que o triplo das 144 mil vagas geradas em janeiro e 40% a mais do que as 307 mil vagas geradas em fevereiro de 2024.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Eles fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados do cadastro são tabulados desde 2020.

De acordo com o cadastro, em fevereiro, ocorreram 2,5 milhões de admissões no país contra 2,147 milhões de desligamentos.

Para o ministro Luiz Marinho (PT), a diferença entre admissões e demissões é fruto de políticas públicas para estímulo da economia. “Nós estamos com programa de reindustrialização, motivando a indústria a se preparar para produzir equipamentos de saúde, estamos em debate sobre a transição energética justa”, enumerou Marinho. “Essas ações têm repercussão sobre os números.”

Marinho lembrou que a indústria automotiva nacional produzia 1,6 milhões de veículos por ano em 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou à Presidência. Hoje, segundo o ministro, já são 2,8 milhões.

Por conta do aumento da produção, entre janeiro e fevereiro, o saldo de contratações menos demissões no país é de 576 mil. No mesmo período de 2024, foram 480 mil.

O maior gerador de empregos em 2025 é o setor de serviços, com a criação de 2 milhões de postos de trabalho formais, A Indústria vem em seguida, com 572 mil, de acordo com o Brasil de Fato.

Nos últimos 12 meses, o saldo de contratações é de 1,782 milhão. Nos mesmos 12 meses, há um ano, haviam sido gerados 1,592 milhão de vagas.

Apesar dos resultados positivos, o salário médio real de admissão em fevereiro de 2025 foi de R$ 2.205,25, uma redução de R$ 79,40 – ou seja, 3,48% – em comparação com o valor de janeiro de 2025 (R$ 2.284,65). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o ganho real foi de R$ 14,97 – ou seja, 0,68%.

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Economia

Raio X do Caged: A falsa comemoração de números trágicos de emprego, por Luis Nassif

A toda crise aguda se segue um processo rápido de recuperação, a menos que seja provocado por descontroles nas contas externas.

As manchetes foram vibrantes: “Brasil gera 644 mil empregos formais em 2019, melhor resultado em 6 anos”

Reflete dois fenômenos. O primeiro, a necessidade de destacar notícias positivas na economia. A segunda, a queda brutal da dimensão das expectativas no país.

Compare a euforia de Rogério Marinho, braço direito de Paulo Guedes, no Twitter. Agora, debruce-se sobre o quadro real.

A toda crise aguda se segue um processo rápido de recuperação, a menos que seja provocado por descontroles nas contas externas. No caso brasileiro, a recuperação não ocorreu até hoje. A tragédia econômica é fruto dos gênios das finanças, Joaquim Levy, Henrique Meirelles e Paulo Guedes.

Em comum, os três colocaram em prática a mesma receita econômica, de proceder a choques fiscais, tarifários, sem deixar a economia com nenhuma alavanca de crescimento.

Vamos a outras maneiras de ler os dados.

O CAGED mede o emprego formal no Brasil.

Em 2019, houve a criação de 644.029 empregos formais, daí a manchete retumbante. O setor que mais empregou foi Serviços; o que menos empregou foi a Administração Pública.

Mas se esticar a análise para 2014, percebe-se o tamanho da tragédia brasileira. De lá para cá houve a redução de 1.314.571 empregos formais. Desse total, a Indústria de Transformação – aquela com mais efeito multiplicador na economia – desempregou 1.094.1253 pessoas. Dos 8 setores da economia, 5 registraram saldo negativo e em apenas 3 a geração de empregos foi positiva.

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Mas não apenas isso. De 2014 para cá, a PEA (População Economicamente Ativa) aumentou 7,23%. Para manter o mesmo nível de 2014, o estoque de empregos formais deveria estar em 41,7 milhões de carteiras assinadas: está em apenas 39 milhões, ou 6,54% abaixo de onde deveria estar.

Medindo-se apenas o estoque total de emprego, sem o indexador de crescimento da PEA, percebe-se que houve uma recuperação do emprego formal, a partir de 2016. Mas com a nova lei trabalhista, houve queda no estoque total. A diferença foi para a informalidade.

Nessa composição negativa, o baque maior, além da Indústria de Transformação, foi na Construção Civil.

Quando se abre pelos subsetores, percebe-se que o maior dinamismo veio do comércio ou de empresas de serviços.

Mas o ponto central de comparação é quando se junta, pelo IBGE, os dados de desemprego e precarização do trabalho. Ai a tragédia se completa, e a relação sobre a Força de Trabalho salta de 23,7% em 2014 para 47,7% em 2019.

 

*Com informações do GGN