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Depois do bolsonarismo moderado, vem aí o bolsonarismo “inteligente”

Dizem por aí que, no Brasil, ninguém morre de tédio, mas eu acho o oposto quando vejo a mídia e a direita, dita tradicional, reproduzir sempre o mesmo ramerrão, legalista na garganta e golpista na ação. Na economia, juros pornográficos e privatização. Reduzir o tamanho em “benefício da nação”.

Sei lá há quantos anos se assiste essa gente do andar de cima reproduzindo o mesmo discurso como remédio, sabe-se Deus lá para o quê.

O fato é que eles não se conformam com a quinta vitória do PT, logo após uma das maiores cascatas econômicas de que se tem notícia nesse país, o propalado Plano Cruzado, sobre o qual a mídia, sem qualquer base técnica, diz que equilibrou a economia brasileira.

Mas sabe como é, mesmo diante de cinco derrotas em consequência da lambança privatista, a direita se agarra às hastes flexíveis e macias para tentar segurar um conto econômico que, para a vida real dos brasileiros, não passou de um gigantesco pesadelo.

A direita não tem nada, nem Bolsonaro é de direita, ele é um ornitorrinco político e social, o resultado de um lixo cultural que mistura milícia, esquadrão da morte, muita corrupção e um militarismo colonial.

Tudo isso junto, dá no que dá, mas a ex-direita demotucana, totalmente órfã de eleitores, depende politicamente de uma gambiarra com fios soltos para todos os lados, chamada bolsonarismo.

Pior, longe de querer ler a realidade que amarga pela ausência de bons exemplos de gestão pública, bancar a avestruz com cara de tucano, é ainda o grande legado deixado pelo governo FHC. E o povo não perdoa.

Assim, numa tentativa de esvaziar o arco de alianças que Lula construiu para vencer a eleição e governar o país, a direita tenta fazer dessa choldra bolsonarista um troço qualquer que ao menos decore a embalagem, mas segue tirando a calça pela cabeça.

Não se espantem que, depois da anedota do bolsonarismo moderado, essa turma da velha direita vier com o bolsonarismo inteligente.