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Trégua entre Israel e Hamas começa com ajuda humanitária e liberação de presos e reféns

Domingo, 19 de janeiro de 2025, começa a entrar para a história como o dia em que foi colocada em prática a trégua tão esperada após 15 meses de ferozes ataques de Israel contra a população da Faixa de Gaza, que resultou num verdadeiro massacre. Nesta data, entra em vigor o cessar-fogo negociado entre Israel e Hamas, com a ajuda de mediadores internacionais.

É aguardada para este domingo a libertação de três mulheres israelenses — Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damar —, de um total de 33 reféns a serem soltos nesses primeiros dias, em troca da liberação de 30 prisioneiros palestinos e do recuo das tropas israelenses.

Também já está acontecendo a entrada de caminhões com suprimentos, 200 ao todo, para ajuda humanitária à população de Gaza, que sofre graves problemas de saúde, desnutrição e miséria desde que o Exército de Benjamin Netanyahu iniciou os ataques, em 7 outubro de 2023, após ação do Hamas que deixou 1,2 mil israelense mortos.

Desde então, ao menos 48 mil pessoas já foram mortas em Gaza — número que é tido como subestimado por especialistas —, a maioria, crianças, mulheres e idosos, e mais de 110 mil foram feridas.

Na região, agências internacionais já mostram também o deslocamento de centenas de palestinos, que voltam aos seus locais de moradia para tentar retomar a vida, mesmo após a destruição quase completa da região.

Os ataques israelenses deixaram um rastro de sangue e escombros e, como resultado, a infraestrutura de Gaza, bem como equipamentos de serviços básicos, como hospitais e escolas, foram devastados.

O Papa Francisco se manifestou sobre a trégua e disse que “tanto israelenses quanto palestinos precisam de sinais claros de esperança. Espero que as autoridades políticas de ambos, com a ajuda da comunidade internacional, possam chegar à solução correta de dois estados. Que todos digam sim ao diálogo, sim à reconciliação, sim à paz”.

Ao longo do dia, o Portal Vermelho irá atualizar a situação dos primeiros passos do cessar-fogo.

*Com agências

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Israel e Hamas chegam a acordo de cessar-fogo e libertação de reféns

Após intensas negociações mediadas pelo Catar, Israel e o Hamas fecharam um acordo de cessar-fogo, que inclui a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A notícia foi confirmada nesta quarta-feira (15) pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O acordo ocorre 15 meses após o início do conflito em outubro de 2023, que resultou na captura de 251 reféns pelo Hamas. Destes, 94 permanecem em Gaza; acredita-se que 60 estejam vivos.

A data de início foi definida para o dia 19, domingo próximo, de acordo com uma alta autoridade de um dos países mediadores e duas altas autoridades israelenses. O acordo precisa ser formalmente ratificado pelo gabinete israelense, de acordo com as autoridades. Também há detalhes técnicos que precisam ser trabalhados. Duas outras autoridades disseram que houve uma disputa de última hora sobre a fronteira Egito-Gaza, que atualmente é controlada por forças israelenses, segundo o Vermelho.

O gabinete de Netanyahu deve votar o acordo nesta quinta-feira (16), sob pressão contrária da ultradireita do governo. A primeira fase da libertação de reféns está prevista para começar no domingo, enquanto negociações para uma segunda rodada, incluindo a libertação de homens em idade militar, devem ocorrer após 16 dias.

Para implementar o acordo, a equipe de negociação do Hamas nas negociações em Doha, no Catar, precisa obter o consentimento dos comandantes do grupo em Gaza, incluindo Muhammad Sinwar, cujo irmão Yahya liderou o grupo antes de ser morto por Israel em outubro.

Os termos do acordo

Embora os detalhes finais ainda estejam em negociação, as principais cláusulas incluem:

Libertação de reféns: O Hamas libertará 33 reféns, incluindo mulheres, crianças, idosos e feridos, em troca da liberação de cerca de 1.000 prisioneiros palestinos por Israel.
Cessar-fogo inicial de seis semanas: Um período de trégua permitirá a entrada de 600 caminhões diários com ajuda humanitária, incluindo alimentos, medicamentos e combustível.
Retirada de tropas israelenses: Israel começará a se retirar das áreas densamente povoadas de Gaza, mantendo uma zona de segurança ao leste da Faixa.
Reabertura da passagem de Rafah: A fronteira entre Gaza e o Egito será gradualmente reaberta para civis desarmados e ajuda humanitária.

Impactos humanitários

O acordo promete aliviar a crise humanitária em Gaza, onde 2 milhões de pessoas enfrentam deslocamento, escassez de alimentos e colapso dos serviços básicos. Com o envio de combustível, hospitais poderão retomar operações e sistemas de água e esgoto serão reparados.

A notícia foi recebida com celebrações nas ruas de Gaza e de cidades israelenses. No entanto, tanto o Hamas quanto o governo de Israel destacaram que questões importantes, como a governança futura de Gaza, ainda precisam ser negociadas.

Organizações humanitárias da ONU, já se mobilizam para implementar o plano de ajuda, enquanto diplomatas afirmam que o acordo representa um avanço crucial, mas frágil, para a resolução do conflito.

Com 45 mil mortos desde outubro de 2023, a esperança é de que o cessar-fogo marque o início de um caminho para a paz duradoura, apesar da intransigência de Israel. O acordo na mesa vem depois que meses de diplomacia de vaivém falharam em acabar com a guerra em Gaza, que começou depois que o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e fez 250 reféns. Cerca de 105 cativos foram libertados posteriormente em um cessar-fogo de uma semana em novembro de 2023 em troca de 240 prisioneiros palestinos.