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Massacre, pós-massacre e o próximo extermínio.

As polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro mataram mais de 130 pessoas nesta terça-feira, 28, numa operação contra o Comando Vermelho em dois complexos de favelas da Zona Norte da capital fluminense. O governador do Rio, Claudio Castro, chamou de “dia histórico” o da maior chacina policial da história do estado.

A imagem mais chocante do “dia histórico”, da “Operação Contenção”, apareceu no dia seguinte, na manhã desta quarta-feira, 29: dezenas e dezenas de corpos retirados da mata da Vacaria, na serra da Misericórdia, pelos próprios moradores do Complexo da Penha e dispostos lado a lado na praça São Lucas, na Vila Cruzeiro, formando um muito comprido tapete de cadáveres.

Uma advogada que acompanhou a remoção dos corpos que as polícias de Castro deixaram para trás relatou que alguns deles tinham marcas de tiros na nuca e de facadas nas costas. A mãe de um dos mortos, um jovem de 20 anos, contou que achou o filho na mata com os pulsos amarrados.

Nesta quarta, enquanto os moradores do complexo da Penha desciam cadáveres da Serra da Misericórdia, saía a notícia de que outros governadores de extrema-direita vão ao Rio nesta quinta-feira, 30, unir vozes ao cantor gospel que ocupa o Palácio Guanabara. E o que eles vão cantar? O salmo, a senha com a qual se reconhecem aqueles que têm inveja dos bombardeios do SOUTHCOM no mar do Caribe e gostariam de ver o mesmo na Baía de Guanabara: “classificar facções do Rio como narcoterroristas”.

Em coletiva dada no fim da manhã desta quarta, Claudio Castro se referiu à “Operação Contenção” como o “início de um grande processo no Brasil. Tenho convicção de que nós temos condições totais de vencer batalhas, mas sozinhos não temos condições de vencer essa guerra”.

A chacina na Penha e no Alemão e a movimentação política no imediato pós-chacina indicam decisão da extrema-direita de conflagrar de vez o Rio de Janeiro visando conflagrar o país, quem sabe com apoio de outro país, às vésperas das eleições de 2026. Ou, como disse um senador do Brasil ao secretário de “Guerra” dos EUA, “você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando?”.

*Hugo Souza/Come Ananás


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