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Estou sendo ameaçado, diz organizador de motociatas que criticou Bolsonaro

A grande repercussão do vídeo que gravou com críticas ao ex-ministro Paulo Guedes e ao ex-presidente Jair Bolsonaro rendeu ameaças a Jackson Villar, conhecido por organizar motociatas de bolsonaristas em São Paulo. A gravação foi feita em um supermercado, onde ele mostra que os preços dos alimentos estão muito mais baratos hoje do que na gestão de Bolsonaro.

“Tenho recebido xingamentos e ameaças de vários tipos nas redes sociais. Não falam de morte diretamente, mas que querem me encontrar na rua”, disse ele à coluna, depois de exibir o áudio de uma mulher que o xinga. “Não pretendo dar queixa na polícia, deixa eles desabafarem”.

Empresário do ramo de móveis, Villar também tem formação como pastor, apesar de não conduzir cultos há oito anos na Igreja Shekinah. Ele criou o evento “Acelera para Cristo”, que reúne uma multidão de motoqueiros. Por duas vezes, o encontro contou com a presença de Bolsonaro.

“Hoje, a maioria dos motociclistas não quer mais participar de motociatas com Bolsonaro, não quer se envolver em política”, afirma. “Presidentes de motoclubes me dizem isso”.

Ele avalia que o ex-presidente deixou o povo adoecido e admite que estava cego também: “Felizmente, abri os olhos. Tem muita gente me chamando de traidor, mas em compensação tem muitos que estão acordando”.

Vilar se candidatou a deputado pelo Republicanos nas últimas eleições, mas não conseguiu se eleger. Nas redes sociais, muitos comentaram que sua intenção, ao divulgar vídeo com críticas à política econômica de Bolsonaro e Guedes, era desvincular sua imagem do ex-presidente, para tentar se candidatar novamente por outra corrente política. Ele desmente.

“Não penso mais em ser candidato, quero gravar outros vídeos para abrir a mente de algumas pessoas, especialmente os cristãos”, alega. “Uma coisa sei que Bolsonaro não é: cristão”.

O empresário chegou a ser investigado pela Polícia Federal por dizer que a urna eletrônica deveria ser quebrada. Ele diz que tudo não passou de figura de linguagem e que o assunto já foi esclarecido com as autoridades.

*Chico Alves/Uol

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