Mês: março 2020

Agropecuária tem pior desempenho no PIB desde 2016, aponta IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária encerrou 2019 com alta de 1,3%, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Conforme o levantamento, o aumento na atividade agropecuária no período, além de ter sido mais fraco do que o de 2018 (1,4%), foi o pior desempenho anual do setor desde 2016 (-5,2%).

Somente quarto trimestre de 2019, o setor agropecuário mostrou recuo de 0,4% em relação aos três meses anteriores, pior resultado desde primeiro trimestre de 2019 (-1,2%) neste tipo de comparação.

Já na comparação com quarto trimestre de 2018, o PIB da agropecuária subiu 0,4% entre outubro e dezembro de 2019.

Foi o resultado mais fraco, na comparação de trimestre ante igual trimestre de ano anterior, desde primeiro trimestre de 2018 (-2,7%).

 

*Com informações do Valor Econômico

Comentarista de economia da Globonews sobre o PIB de 1,1: nosso pão caiu com a manteiga pra baixo

Não importa qual palhaço deu banana para os jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, o que importa é que o PIB foi de 1,1 e o dólar na 11ª alta consecutiva, encerrou esta quarta-feira batendo mais uma vez seu recorde nominal de fechamento.

A moeda americana terminou a sessão em alta de 1,54%, cotada a R$ 4,581 na venda.

Alta acumulada do dólar neste ano já chega a 14,15%.

Solução: Bolsonaro usa um humorista ridículo para tentar esconder o PIB ridículo e dólar em disparada.

O comentário do economista da Globonews, acompanhado de uma classificação de PIB mixuruca, retrata bem o humor do mercado com o ator pateta que representou o presidente pateta.

 

*Da redação

Por Olavo de Carvalho, Bolsonaro trai Regina Duarte

Seis aspones Bolsonaristas indicados por Olavo de Carvalho foram demitidos da Secretaria de Cultura na véspera da posse de Regina Duarte.

Agora, os bolsominions, sob o comando de Eduardo Bolsonaro com aval do pai e aplauso de Olavão, foram para o twitter chamar Regina Duarte de comunista, socialista e esquerdista.

Toda essa violência vem das centrais ligadas a Eduardo Bolsonaro, como mostrou nesta quarta-feira, reportagem do Uol, que a quebra de sigilo revelou conexão direta entre o gabinete de Eduardo com uma das centrais da fake news.

Essa mudança de Bolsonaro em relação à Regina Duarte é somente mais uma de suas inúmeras conhecidas traições, mostrando que há um núcleo fechado no poder restrito a cinco personagens, Bolsonaro e os três delinquentes do clã e Olavo de Carvalho.

Trocando em miúdos, Olavo é o Queiroz de Bolsonaro na fase presidencial, é dele a ordem de contratar aspones, geralmente panfleteiros da campanha, com a cômica desculpa de que fazem parte do tal núcleo ideológico. Isso mesmo, aspone no Brasil agora se transformou em ideólogo de extrema direita.

Essa é a maior vigarice do charlatão que não nem astrólogo, nem filósofo, é um punguista muquirana do tipo que bate a carteira e sai gritando, pega ladrão! Mas espertamente ganhou a máscara de ala ideológica do governo.

Pergunta-se: e lá miliciano tem ideologia? Porque o foco central dessa turma da cúpula restrita de Bolsonaro é a contravenção, tanto que Adriano, o miliciano de Rio das Pedras, chefe do escritório do crime e medalhado por Flávio a mando de Bolsonaro, foi capanga de Maninho, o bicheiro e, depois, do irmão que foi assassinado dias atrás na Barra da Tijuca, morte esta investigada pela polícia com suposta ligação com a morte do miliciano Adriano da Nóbrega.

Temos que dar razão a FHC, que disse que Regina Duarte não tinha ideia de onde está se enfiando e que não precisava passar por isso a essa altura da vida.

Bolsonaro quis usar a popularidade de Regina depois da repercussão negativa do discurso nazista de Roberto Alvim. Prometeu a ela liberdade de escolha e ela acreditou.

Olavo de Carvalho, enfurecido com a demissão de seus aspones “ideológicos”, não economizou bala para metralhar Regina.

Bolsonaro posou ao lado de Sergio Nascimento, novo presidente da Fundação Palmares e aproveitou para mandar um recado para Regina, de que estava contra ela e do lado de Olavo de Carvalho. Sergio Nascimento é desafeto de Regina por ela dizer que quer conversar com o movimento negro que ele odeia, assim como o Dia da Consciência Negra. ele mandou um recado para Regina Duarte.

Por isso, hoje, na posse de Regina Duarte, que não teve presença de praticamente de artistas convidados por ela, Bolsonaro sapecou que pode exercer “poder de veto” a alguns nomes na Cultura.

Emendou de prima: “Você não está vendo um brucutu na sua frente, não”.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

 

Urgente!: Quebra de sigilo liga gabinete de Eduardo Bolsonaro à conta de ataques virtuais

Uma das páginas utilizadas para ataques virtuais e para estimular o ódio contra supostos adversários do presidente Jair Bolsonaro foi criada a partir de um computador localizado na Câmara dos Deputados.

A página, chamada Bolsofeios, também foi registrada a partir de um telefone utilizado pelo secretário parlamentar do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Eduardo Guimarães.

O email do registro da conta da página é “[email protected]”— endereço utilizado pela assessoria do filho do presidente para a compra de passagens e reserva de hotéis, através da cota parlamentar, como mostra a prestação de contas disponível no site da Câmara dos Deputados.

As informações foram enviadas pelo Facebook à CPMI das Fake News no Congresso, a partir de um pedido de quebra de sigilo referente a contas no Instagram feito pela comissão.

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O documento, obtido pelo UOL, mostra que a conta bolso_feios foi feita no IP de um computador localizado dentro na Câmara. Ele foi enviado à comissão depois de um requerimento feito pelo deputado Túlio Gadelha (PDT-PE), com base em denúncias da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

Joice já havia dito, em depoimento à CPMI das Fake News, no dia 4 de dezembro, que a página bolsofeios pertencia ao assessor de Eduardo, Eduardo Guimarães. Ela também apresentou um grupo secreto que reunia páginas ligadas ao “gabinete do ódio”, com a presença de Guimarães e o perfil bolsofeios. O grupo organizava um cronograma de ataques a pessoas consideradas inimigas da família.

Túlio Gadelha pediu à empresa mantenedora do Instagram o acesso ao conteúdo de todas as mensagens trocadas no grupo intitulado “Gabinete do Ódio”, desde o período da campanha eleitoral de 2018, com base no depoimento de Joice. A página bolsofeios fazia parte do grupo.

“Conforme tal depoimento, os participantes do grupo “Gabinete do Ódio” não apenas articulavam sistematicamente a divulgação de Fake News no período eleitoral de 2018, mas também elaboram um “cronograma de ataques” para “assassinato de reputações”, o que configura a prática de cyberbullying até a presente data”, afirmou o deputado.

O Bolsofeios contém ataques contra jornalistas, Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e adversários políticos da família. Também há publicações convocando para as manifestações de março a favor do presidente e contra o Congresso e o STF.

Uma delas tem um vídeo com imagens de Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ministros do STF e diversos políticos sendo comparados com doenças contagiosas.

Outra publicação na página mostra a jornalista da Folha Patrícia Campos Mello, com a legenda de que a repórter “tentou destruir a campanha” de Bolsonaro, o que não é verdade.

Contatado pela reportagem, o próprio gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro confirmou que utiliza o e-mail “[email protected]” de forma oficial, como para atender demandas da imprensa, por exemplo. Procurado, o deputado Eduardo Bolsonaro não se manifestou até a publicação desta reportagem.

 

 

*Constança Rezende/Uol

Chapa esquenta: Maia afasta Eduardo Bolsonaro e mais 11 bolsonaristas de funções da Câmara

Atendendo à decisão do presidente do PSL, Luciano Bivar, que suspendeu por um ano 12 deputados bolsonaristas do partido, Rodrigo Maia mandou afastar os parlamentares de qualquer função partidária na Câmara.

Entre os deputados, está Eduardo Bolsonaro, o 03. Além dele, também foram alvo da sanção Bibo Nunes, Carlos Jordy, Carol de Toni, Daniel Silveira, General Girão, Filipe Barros, Cabo Junio Amaral, Hélio Lopes, Márcio Labre, Sanderson e Vitor Hugo, atual líder do governo na Câmara.

Segundo a determinação, os deputados ficam “afastados de qualquer função de liderança ou vice-liderança, bem como ficam impedidos de orientar a bancada em nome do partido, representar a agremiação e de participar da escolha do líder”.

Com a decisão de Maia, na prática, a bancada do PSL na Câmara diminui de 53 para 41 deputados.

 

*Da redação

Vídeo: Bebianno sugere que a farsa da facada foi armada por Carlos Bolsonaro e o pai

Comecemos pelo começo. Por que Vera Magalhães, em plena guerra pública com Bolsonaro, resolveu chamar para entrevista no Roda Viva o ex-homem de seus sete segredos de Bolsonaro, Gustavo Bebianno? Do nada é que não foi.

Vera Magalhães pode ser tudo, menos tola e sabe, principalmente, mostrar os dentes e dizer ao ex-aliado na guerra antipetista, que ela nunca escondeu de ninguém, para mostrar os dentes e mandar um sinal de fumaça lembrando a Bolsonaro que ela sabe o que ele fez no verão passado.

Certamente, Vera não é a única que esconde o que sabe sobre a eleição que levou Bolsonaro à Presidência da República. As lacunas dessa trama macabra, que deram a faixa presidencial a um sujeito inclassificável, mas perigoso são maiores que as crateras que se abriram com as grandes chuvas que vêm acontecendo no Sudeste. E a mídia industrial nunca quis investigar ou, pelo menos, se investigou, não abriu para o seu público. Mas que sabe, sabe.

Pois bem, Bebianno não é um boboca qualquer, é um sujeito muito bem articulado que assa suas presas em fogo brando como quem assa uma picanha no final de semana, entre uma conversa agradável e umas atitudes negadas pelo próprio, que foi o cabeça da campanha de Bolsonaro. Bebianno é um indivíduo completo para tratar do submundo da política diante da hipocrisia que assola a imprensa nacional.

Por isso não se vê um cara com essa especialidade gaguejar, propor nada além do que está estabelecido pelo moto perpétuo. Bebianno é daqueles sujeitos tão oportunistas, mas também tão polido, que não coloca questões delicadas de forma escancarada, ele apenas sugere, destilando seu veneno, a priori, para provocar dor e não a morte de sua presa.

E assim foi Bebianno em tabelinha com Vera Magalhães no Roda Viva. Quando, por exemplo, ele diz que um dia antes da “facada”, Bolsonaro lhe fez uma espécie de confidência profética quando, segundo Bebianno, disse a Bolsonaro que a forma com que ele se atirava para seus fãs, uma hora receberia uma estocada.

Isso mesmo, uma estocada, dizendo que não era só ele que utilizava este termo, mas toda a equipe de segurança do então candidato. Bebianno praticamente declara que a facada foi uma armação quando diz, “quando alertei ao presidente que ele corria risco de levar uma estocada, ele não me respondeu nada, manteve-se em silêncio de olho no seu celular, achei até que ele não tinha me ouvido e, de repente, ele me respondeu, é, mas nós temos que continuar”. Bebianno “interpretou” que ali Bolsonaro fazia uma profecia do que aconteceria com ele no dia seguinte em Juiz de Fora.

Duas coisas chamam a atenção, primeiro, por que todos da equipe de segurança de Bolsonaro utilizavam o termo “estocada” e não tiro ou bomba, já que 99% dos assassinatos políticos no país, sobretudo em período eleitoral, acontecem com tiro e não com facada.

Segundo, até o mundo mineral sabe que Adélio Bispo frequentou o mesmo clube de tiro de Carlos e Eduardo Bolsonaro em Florianópolis, Santa Catarina.

“Adélio Bispo vivia na cidade de Montes Claros (MG) até 2017, mas em 2018 ele começou a viajar pelo Brasil e chegou até a cidade de São José (SC), Região Metropolitana de Florianópolis.

No dia 5 de julho de 2018, Adélio praticou uma hora de tiro esportivo no clube .38. Dois dias depois Carlos Bolsonaro desembarcou na mesma cidade e passou um final de semana inteiro confinado no mesmo clube de tiro, conforme postado pelo próprio vereador em seu Instagram.

Foi neste mesmo clube, inclusive, que Carlos se refugiou quando brigou com o pai depois que foi obrigado a retirar do canal do YouTube oficial da presidência um vídeo de Olavo de Carvalho.

A imprensa tradicional já havia noticiado, timidamente, que os filhos de Bolsonaro, como Carlos e Eduardo, frequentavam o mesmo clube de tiro que Adélio treinou. A mídia não revelou, porém, que Carlos e Adélio estiveram no mesmo local durante o mesmo período.” (Pragmatismo Político)

Mas a coisa não para aí. Perguntado por que Bolsonaro não utilizou, no dia da facada, o colete à prova de balas, Bebianno contou a seguinte história: Carlos Bolsonaro nunca participou da campanha do pai nas ruas, não foi a comício nenhum, ficava no sofá de casa tuitando e fazendo campanha para o pai. Mas nesse dia de Juiz de Fora, ele decidiu ir e levou um drone com ele, o que impediu que o próprio Bebianno e dois seguranças viajassem no carro de Bolsonaro e que, por um motivo que ele diz desconhecer, Carlos e Bolsonaro decidiram ir para o comício sem colete, porque Carlos não sabia colocar, o que é uma piada tosca.

Em outras palavras, Vera Magalhães sabe que Bebianno sabe muito mais do que diz. O dois, no entanto, formaram um circo de meia lona para abrir novamente o debate sobre a farsa da facada e dizer a Bolsonaro que eles têm munição suficiente para detonar o miliciano e os três filhos delinquentes.

Como se diz por aí, para quem sabe ler, pingo é letra. Foi isso que Vera Magalhães e Gustavo Bebianno deixaram explícito.

Assista:

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Olavo de Carvalho, que indicou Regina Duarte, abre fogo contra a namoradinha do Brasil: comunista!

Guerra é guerra.

E a milícia digital de Olavo de Carvalho, certamente autorizada por Bolsonaro e filhos, parte com tudo pra cima de Regina Duarte.

Tudo indica que essa será a pior viagem ao inferno que Regina Duarte já experimentou.

Se, antes, ela, por afinidade “ideológica”, tinha a simpatia do capeta, agora sente o cheiro de enxofre aumentar por ter demitido seis aspones de Olavo e a baixaria contra ela começou hoje e não tem hora para acabar e nem limite para os insultos e xingamentos baixos.

O furdunço da “guerra cultural” autofágica é porque Regina Duarte demitiu seis mamadores indicados pelo astrólogo punguista. Olavo é um velho vigarista que utiliza o surrado discurso anticomunista como tática para marcar território dentro do Rio das Pedras.

Por outro lado, Regina Duarte se agarrou aos militares, imagina isso, trocando um capeta pelo outro. Se para assumir a pasta, vendeu a alma ao diabo, agora ela rescinde contrato com este e fecha com outro. Ou seja, o mundo no inferno da milícia é movimentado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

No Brasil, não são as chuvas que causam tragédias, mas a pobreza com a maior concentração de renda do mundo

Nossos parasitas são mais vorazes que os parasitas dos outros.

Foi essa a conclusão que chegaram as jornalistas internacionais que debateram o enredo do premiadíssimo filme Sul-coreano “Parasita”.

A elite brasileira, em nome da ganância, parece ter perdido completamente a vergonha, deu um bico nos biombos cordiais e, hoje, nem a filantropia dos sábados, a burguesia quer mais praticar tal a mentalidade selvagem adotada pela casta tropical. Tudo rigorosamente abonado pelas famosas instituições que “estão funcionando”, capturadas por privilégios e balangandãs que a elite, através de seus comandados dentro dos corredores políticos lhe oferece, sobretudo militares da alta patente e os mais graduados togados do aparelho judiciário do Estado brasileiro.

O que se viu depois do golpe em Dilma foi um acelerado processo de decomposição de um mínimo de civilidade que o Brasil mantinha por conta das políticas sociais de Lula e Dilma, que herdaram um país ainda pautado pela visão civilizatória da escravidão.

É certo que o que Lula fez na história recente do país foi absolutamente revolucionário, pois não só incluiu os pobres no orçamento do governo, como expôs ao mundo o tamanho da miséria que o Brasil ostentava até 2002.

É bom lembrar a estrondosa histeria das classes dominantes com a primeira entrevista de Zé Dirceu no Canal Livre, na Bandeirantes, quando expôs um projeto de poder de 20 anos do PT em que se pretendia zerar o déficit habitacional dos mais pobres, erradicar a miséria e a fome, chegar ao pleno emprego, valorizar os salários, entre outras medidas de transferência de renda para dar um mínimo possível de equilíbrio ao país.

Ali ficou claro, pelo ódio das palavras contra Zé Dirceu que a tragédia da miséria no país é um projeto da elite, não um acaso.

A elite brasileira nunca foi sequer liberal como se classifica. A nossa história mostra que o capitalismo brasileiro sempre foi patrimonialista, ou seja, sempre se apoderou do Estado e de sua arrecadação, sempre foi extrativista e, principalmente especulativo, como vemos agora.

Quando a elite fala em desenvolvimento do Brasil, o faz de forma lacônica e não desenvolve qualquer raciocínio no sentido do aumento das atividades produtivas. Ela passa a vida inteira choramingando impostos que normalmente surrupia do erário. Impostos pagos, na maioria das vezes, pelo povo através do consumo cotidiano.

O resultado das imagens trágicas que nos aparecem com as chuvas, mostram que 99,9% dos atingidos pelos desastres são pobres, miseráveis, subcidadãos que, como tal, sobrevivem de um trabalho precarizado, tendo que morar em lugares de extremo risco, sem a menor estrutura para a sobrevivência de um ser humano, o que revela que as tragédias trazidas pelas chuvas, que não atingem as classes média e alta, são, na verdade, promovidas pela ganância e pelo desprezo humano.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

O problema de Bolsonaro não são os R$ 30 bilhões do orçamento, mas os 13 celulares de Adriano da Nóbrega

O problema de Bolsonaro não é falta de dinheiro, mas de caráter.

Soa idiota a mídia entrar de cabeça na pantomima dos R$ 30 bilhões em disputa no Congresso.

O Brasil, atualmente, tem 50 milhões de desempregados e precarizados.

A fome voltou.

Mais e mais brasileiros dormem nas calçadas.

No entanto, duzentos homens opulentos engordam ainda mais suas imensas fortunas, sem nada produzir.

Ou seja, o problema do Brasil não é falta de dinheiro.

O problema é achar um único rico hoje no país que produza alguma coisa.

Todos os grandes milionários vivem de especulação financeira nesse mundo bolsonarista.

Mas é nesse país, onde tem os maiores parasitas do mundo, que tudo se ajeita para que Bolsonaro não caia por envolvimento com a milícia e a plutocracia continue não produzindo e sugando o país.

Enquanto isso, militares, policiais militares e juízes ganham vultuosos aumentos com apoio de Bolsonaro. Já a ciência, cultura e educação são esmagadas pelo neoliberalismo corrente.

Na verdade, só existe austeridade e Estado mínimo para a sustentação do Estado máximo para compor a base de blindagem que suma da mídia com os assuntos ligados à milícia e ao clã Bolsonaro, como os treze celulares de Adriano da Nóbrega.

Fosse Lula a forjar um facada, ter um braço direito como Queiroz, empregar a família do miliciano Adriano em seu gabinete, ser vizinho de porta do assassino de Marielle, os Marinho e afins já tinham comprado os mais caros cães farejadores do planeta para apurar o que tem nos celulares de Adriano, aonde se esconde Queiroz, por que Adélio Bispo agora foi transferido e segue incomunicável, e principalmente quem mandou matar Marielle.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Aressa Rios: A Folia de Reis no Vale do Paraíba

A origem histórica da Folia de Reis brasileira, e as que se manifestam e se apresentam no estado do Rio de Janeiro não se diferem nesse aspecto, é basicamente a origem da Festa de Reis difundida pela América Latina.

No Brasil adquire algumas especificidades, como em cada um dos países em que esse festejo se mantém vivo, não só por se tratar de um país distinto que, assim como os outros países, carrega suas especificidades culturais, mas porque dentro de nossa formação cultural, passamos por um processo de colonização basicamente português, diferente do restante da América Latina em que a presença espanhola foi mais marcante.

A História

A Folia de Reis foi trazida para o Brasil no século XVI através dos portugueses e já naquele tempo, reuniam-se grupos de homens, cancioneiros do catolicismo ibérico inspirados na jornada natalina das pastorinhas dentro da qual aparecem as figuras dos Reis Magos e que também pertence ao ciclo natalino. Aqui chegando, mesclou-se à cultura indígena (nativos) e africana (dos negros trazidos da África no período da escravidão – século XVI), o que hoje se reflete claramente dentro da Jornada através da figura do palhaço. Tornou-se aqui uma manifestação popular que pode ser considerada uma forma de expressão do teatro popular.

No estado do Rio de Janeiro, principalmente no Vale do Paraíba, a história das Folias de Reis se relaciona diretamente com nosso passado colonial. Por ser o Vale do Paraíba, formado por parte dos municípios dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, esta região apresenta-se como testemunho e sede de fatos que mudaram o curso da história de nosso país e é como uma síntese, que ilustra o processo de colonização ocorrido no Brasil.

O Vale do Paraíba, que engloba parte do estado do Rio de Janeiro, região eixo no processo de transição de uma economia agropastoril para uma economia de base industrial, deste ponto de vista, pode ser lido como uma síntese da formação cultural brasileira. É justamente nessa região que vão emergir as diversas manifestações da cultura popular, entre elas a Folia de Reis, que são o testemunho vivo, performando a cada dia pelas ruas, a síntese do processo da formação cultural brasileira.

O ritual

A Folia de Reis é uma manifestação da cultura popular brasileira que a cada ano reconstrói a passagem bíblica que narra a jornada dos Reis Magos, guiados pela estrela de Belém, rumo ao Menino Jesus nascido. Nas mãos do povo, os textos bíblicos adquirem novas feições. São interpretados, relidos e adaptados pela sabedoria e religiosidade popular, que opera constantes transformações.

Encontrada, principalmente, nos estados da região sudeste, entre eles o Rio de Janeiro, mas ocorrendo também em outras regiões do país, a Folia de Reis inicia seu ciclo ritual no dia 24 de dezembro (véspera de Natal), quando sai à meia-noite para só retornar no dia 6 de janeiro, Dia de Reis.

No estado do Rio de Janeiro, as jornadas costumam sair novamente no dia 7 de janeiro ou permanecer direto no giro, para cumprir a jornada de São Sebastião, retornando somente no dia 20 de janeiro, dia do santo padroeiro da cidade. Há indícios de que esta data teria sido incluída no calendário da Folia por influência da charola, uma dança de origem portuguesa com estrutura ritual semelhante a da Folia de Reis e que no Brasil adquiriu uma variante, a “Charola de São Sebastião”.

Tradicionalmente, os integrantes da Folia de Reis são chamados de “foliões” ou de “foliões de Santos Reis” e cada membro da Folia exerce uma função dentro do grupo e durante o processo ritual. Com exceção do palhaço, vestem-se com fardas similares aos fardamentos militares. Entre eles estão o mestre, o contramestre, o bandeireiro, os instrumentistas e os palhaços, considerado os representantes dos soldados de Herodes, perseguidores do Menino Jesus. É o elemento comumente tratado como profano dentro da Folia. Dançam a chula, composta de dança e versos de tom satírico, moral e/ou religioso.

Durante sua apresentação a Folia de Reis segue um percurso ao qual se dá o nome de giro ou jornada. A trajetória ganha este nome pelo fato de que o ponto de partida coincide com o ponto de chegada. Durante essa jornada a Folia vai fazendo suas paradas de um pouso a outro e visitando as casas para anunciar a palavra dos Santos Reis e para pedir donativos ou contribuições.

No decorrer da jornada, a Folia realiza uma série de cantorias ou toadas. A primeira delas é a cantoria de saída que dá início ao giro; este é momento em que a Folia se concentra e as recomendações e rezas são proclamadas pelo mestre. Dentro e fora das casas visitadas pela Folia, também são realizados cantos, entre eles os cantos de chegada e pedido de licença, através dos quais a Folia é recebida pelo dono da casa, realizando assim a saudação e a reza, chamada de profecia, já dentro da casa; por último, a cantoria de despedida, em que a Folia se despede da casa e de seu dono.

Essa sequência se repete em todas as casas visitadas. No momento em que a Folia encerra sua jornada, há o canto de chegada, na maioria das vezes realizado na casa do festeiro, do dono ou mesmo do mestre, diante do presépio ou da própria bandeira da Folia.

O palhaço da Folia

Além das cantorias, realizadas em cada casa visitada, existe a chula do palhaço, que ocorre sempre após a cantoria de despedida, fora da casa, normalmente no quintal ou na rua. Ao som dos instrumentos, em sua maioria, neste momento, de percussão, acompanhados da sanfona (acordeom), executados em ritmo acelerado, ou seja, “música-de-pancadaria”, dançam os palhaços mascarados com extrema velocidade, executando passos e acrobacias caracterizados por um elevado grau de dificuldade em sua execução.

Além da dança, o palhaço declama versos, tentando estabelecer um diálogo jocoso com o morador, na maioria das vezes como uma forma de persuadi-lo, para que este lhe atenda um pedido (geralmente dinheiro, comida ou bebida). No que tange às funções e restrições do palhaço, ao longo da jornada, este está impedido de passar à frente da bandeira, que geralmente fica oculta sob um véu ou pelas fitas, permanecendo sempre atrás e escoltando-a, semelhante ao movimento realizado pelos mestres-salas das escolas de samba.

Como um representante dos soldados do rei Herodes e sendo a bandeira o símbolo máximo da Folia, carrega consigo uma simbologia do sagrado, que não condiz com o papel por ele representado. Outro aspecto que poderia explicar este fato é pensar na bandeira como um símbolo de proteção, como a materialização dos Santos Reis, funcionando como um escudo para a Folia e, ao mesmo tempo, como o estandarte que a identifica. Passar à sua frente significaria não só um desrespeito àquilo que ela representa, mas também uma exposição, na medida em que se extrapola sua área de proteção, ou seja, sair do raio de sua atuação significaria estar desprotegido.

É interessante observar, em relação ao posicionamento do palhaço e sua circulação que, ao mesmo tempo em que o palhaço não pode passar à frente da bandeira ou aproximar-se muito dela, guardados alguns momentos específicos do ritual, é recomendado a ele também que não se afaste muito da bandeira enquanto a Folia realiza seu giro, principalmente à noite.

O palhaço, pela ambiguidade que guarda, por representar o guardião e ao mesmo tempo o soldado de Herodes, figura muitas vezes associada ao diabo, acaba por carregar consigo um aspecto de impureza. Por isso o impedimento em relação ao ato de entrar na casa ou na igreja. Ao longo dos anos de pesquisa, pude ouvir de diversos foliões. Entre eles, principalmente o mestre Luizinho, que já exerceu o ofício de palhaço, que existem situações em que ao final do canto de despedida da Folia, quando esta encerra sua visita, o palhaço é chamado pelo dono da casa e conduzido cômodo por cômodo para realizar uma espécie de limpeza, retirando desses ambientes os elementos, negativos e impuros que possam existir ali, absorvendo em si essas impurezas.

Palhaço e foliões unem-se no corpo ritual da Folia de Reis de forma uníssona, sendo cada parte necessária uma à outra, como um organismo vivo, cujo corpo e estrutura ritual revela-se rico e complexo, estando sujeito a nuances e singularidades conforme a localidade. Podendo variar a cada região, estado, cidade ou até mesmo bairro ou comunidade, o que confere a cada uma delas uma forma única, somada às mudanças que o próprio tempo tem dado cabo, numa tradição que, por ser fruto e agente das dinâmicas sociais, apresenta-se em constante transformação.

No dia 6, eles, os magos, chegaram onde queriam, fizeram o que tinha quer ser feito pra ver um tal menino chamado “Jesus”. Eles, que não sabemos bem se eram três, que não sabemos bem se eram Reis, mas isso não importa.

Abre a janela que eles ainda estão aí, a andar pelas ruas narrando seu feito. Abre a porta que eles vieram anunciar que a fé leva você onde você quiser. Vem pra rua ver passar diante dos seus olhos a mensagem na forma mais linda de que você só precisa acreditar. A Folia de Reis passou na minha porta e eu não me contive e não me satisfiz em ver. Eu fui atrás. Fui ver de perto e aprender com eles um dos maiores ensinamentos que pude ter na vida: FÉ.

A Jornada, a Folia não passou por mim, ela entrou sem bater na minha porta e me levou pro giro! Viva Santos Reis!

Aressa Rios/ http://aressarios.com.br/arte-educacao-e-politica/a-folia-de-reis-no-vale-do-paraiba/

Esse texto foi produzido para o site do Fórum para as Culturas Populares e tradicionais onde encontra-se publicado:

https://fcptsite.wixsite.com/fcpt/single-post/2020/01/20/A-Folia-de-Reis-no-Rio-de-Janeiro?fbclid=IwAR0_LNhAh69Dw5LkN8COTwIrNoXmPgwhtG5FVLMoHiDWacqIl485cssxYCQ