Mês: junho 2021

CPI da Covid: mansão de Flávio Bolsonaro é palco de encontros para orientar bolsonaristas antes dos depoimentos

Lauro Jardim, O Globo – Flávio Bolsonaro não tem atuado na CPI da Covid apenas invadindo certas sessões para provocar confusão e atrapalhar o andamento dos trabalhos.

O filho zero um de Jair Bolsonaro tem usado sua própria casa — a mansão de R$ 6 milhões que comprou recentemente no Lago Sul, em Brasília — para reuniões estratégicas de ajuda aos bolsonaristas convocados a depor.

Na noite de quinta-feira, por exemplo, uma dessas reuniões juntou dois advogados e o enrolado médico Francisco Cardoso, o defensor da cloroquina e do tratamento precoce que depôs ontem na CPI. Os advogados o orientaram sobre o que falar e o que calar diante dos senadores.

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Com Chico Buarque e Zé Dirceu, geração 1968 se une nas ruas contra Bolsonaro

Grupo de septuagenários e octogenários lança manifesto e sai vacinado às ruas.

Ricardo de Azevedo, 72, conta uma troça que sempre faz com um companheiro do campo progressista. “Brinco com o Zé Dirceu que a gente briga desde os anos 1960, mas sempre do mesmo lado.”

Ele, influente dirigente da AP (Ação Popular), e o ex-ministro lulista José Dirceu, 75, à época na dissidência paulista do PCB (Partido Comunista Brasileiro), podiam ser oposição dentro da turma que lutou contra a ditadura militar. Na hora do vamos ver, contudo, era todo mundo unido contra os milicos, lembra Azevedo.

Mais de meio século depois, os antigos amigos e rivais se esbarram no Geração 68 Sempre na Luta, movimento criado por quem, em 1968, participou da resistência contra um endurecido regime pós-Ato Institucional nº 5, o AI-5.

Na linha de frente estão septuagenários (os músicos Chico Buarque e José Miguel Wisnik, o fotógrafo Sebastião Salgado, os escritores Marilena Chauí e Fernando Moraes, o diplomata Celso Amorim, o vereador Eduardo Suplicy) e até octogenários (a deputada Luiza Erundina e o ex-governador Roberto Requião).

O inimigo agora, segundo manifesto lançado pelo grupo, é Jair Bolsonaro, “que intencionalmente tem induzido a morte de milhares de brasileiros”, na pandemia da Covid-19. “Conjugada à pandemia, pela inépcia governamental, se abateu sobre os segmentos mais fragilizados a miséria e a fome. Quantos ainda terão de morrer pelo negacionismo do governo federal?”

Para Dirceu, assim como em 1964, a democracia está a perigo agora, e menos mal que uma frente democrática antibolsonarista “já exista na prática”. “Não é o que vemos quando ex-ministros dos quatro últimos presidentes (Michel Temer, Dilma Rousseff, Lula e FHC) coassinam nota exortando as Forças Armadas a ignorar clamores por intervenção militar?”

“Ou quando Lula encontra FHC, quando há diálogo no Congresso com [o então presidente da Câmara Rodrigo] Maia, às vezes até com o centrão?”, continua o ex-dirigente petista.

Quando a carta aberta da geração 1968 foi escrita, o Brasil tinha acabado de ultrapassar o marco dos 400 mil mortos pela Covid-19. Beira hoje o meio milhão de vítimas.

Em maio, levou um signatário do manifesto. René Louis de Carvalho, filho de Apolônio de Carvalho, histórico militante da esquerda que lutou contra o nazifascismo na Segunda Guerra, tinha 76 anos.

Guerrilheiro no Araguaia preso pelo Exército, o ex-presidente do PT José Genoino, 75, ficou cinco anos na cadeia. Quando saiu, em 1977, o maior medo era saber se um companheiro caiu (foi pego pelo regime), lembra. “Agora, a gente fica apreensivo com quem tá com Covid.”

Parte do Geração 68, Genoino incluso, estará na manifestação deste sábado (19) contra Bolsonaro. “Vou com todos os cuidados para não participar de aglomerações. Até porque eu não poderia deixar de ir, como um dos sobreviventes da Geração 68. A maioria não existe, foi eliminada. Acho que é até dever cívico estar presente.”

O petista se descreve como um veterano de quarentenas. “Já é minha terceira”, diz sobre o confinamento pandêmico. A primeira, segundo ele, foi sua prisão pelos militares.

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A segunda, o um ano e meio que passou em regime semiaberto por conta de uma condenação no mensalão, escândalo que também aprisionou Dirceu. A pena de Genoino foi extinta em 2015 pelo STF (Supremo Tribunal Federal), após indulto concedido por Dilma.

Como quase todos os colegas de 1968, Genoino está vacinado contra a Covid-19. O movimento surgiu justamente por causa disso, diz Ricardo de Azevedo. Começou com o jornalista José Trajano, 74, que escreveu um artigo “lembrando que só bolsonarista ia para a rua” no primeiro trimestre do ano.

Aí a imunização engatou para valer nos grupos idosos. “Ele dizia que agora os velhinhos de 68 poderiam ir para as ruas e apontou uma data, 26 de junho.” É o aniversário de 53 anos da Passeata dos Cem Mil.

A passeata virou a das 500 mil vítimas da pandemia. Os “cabeças-brancas” farão um ato simbólico no dia 26, mas estarão também no protesto de sábado.

*Folha

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Em mais de 400 atos de protestos pelo Brasil e com meio milhão de mortos, o povo grita forte, “Fora Bolsonaro!”

Neste sábado (19), o Brasil deve alcançar a triste marca de 500 mil mortes pela Covid-19 desde o início da pandemia. A maioria delas poderia ter sido evitada se o governo de Jair Bolsonaro não tivesse apostado no negacionismo e sabotado os esforços de enfrentamento da pandemia.

Também neste sábado, milhares de brasileiros e brasileiras voltarão às ruas para protestar pelo impeachment de Jair Bolsonaro, intensificação da vacinação, auxílio emergencial de R$ 600 e várias outras reivindicações. Entre elas está o não à privatização da Eletrobras, aprovada nessa quinta-feira (17) pelo Senado.

Até a noite de sexta-feira (18), 457 atos #19JForaBolsonaro estavam confirmados em 438 cidades no Brasil e exterior. Alguns locais terão mais de uma manifestação. A expectativa dos organizadores, entre eles a Central de Movimentos Populares (CMP), partidos de esquerda, entidades estudantis, centrais sindicais, movimentos sociais e diversos coletivos e ativistas, é que o número de protestos ultrapasse os 500. Serão 500 atos pelas 500 mil vidas perdidas.

A exemplo das manifestações de 29 de maio, os organizadores reforçam a importância e a necessidade do uso de máscaras de proteção, álcool em gel e o respeito ao distanciamento social nos protestos deste #19JForaBolsonaro. “Vamos enfrentar esse governo genocida e essa política de morte. É povo na rua para derrotar um governo antidemocrático, que destrói os direitos e os sonhos do povo brasileiro”, afirma o coordenador nacional da CMP, Raimundo Bonfim.

*Com informações do 247

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Barroso, do STF, autoriza condução coercitiva de Wizard para prestar depoimento à CPI

Oitiva do empresário estava marcada para esta quinta-feira, mas ele não compareceu; Defesa alega que ele está fora do país.

O Globo – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira a condução coercitiva do empresário Carlos Wizard para prestar depoimento à CPI da Covid-19 no Senado Federal — a oitiva do empresário à CPI estava marcada para esta quinta-feira, mas ele não compareceu.

“Embora assegurado ao paciente o direito de permanecer em silêncio, o atendimento à convocação não configura mera liberalidade, mas obrigação imposta a todo cidadão”, diz o ministro na decisão.

A defesa de Wizard informou que o não comparecimento nesta quinta-feira ocorreu pelo fato de o empresário estar nos Estados Unidos, acompanhando o tratamento de saúde de um familiar.

Ao STF, os advogados do empresário pediam para que fosse determinado o “levantamento das medidas restritivas de direitos indevidamente impostas pela autoridade coatora para que o paciente possa ingressar em território nacional sem se submeter àquelas ilegais ordens exaradas e, assim, comparecer à sessão que a autoridade vier a designar para sua oitiva, caso ainda tenha interesse”.

Para Barroso, porém, as providências determinadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito, no sentido do comparecimento compulsório do paciente, “estão em harmonia com a decisão” dada por ele. “Naturalmente, se houver qualquer espécie de abuso na sua execução, poderá o impetrante voltar a peticionar. Mas, por ora, este não é o caso”, afirma.

A convocação de Wizard foi aprovada no dia 8 de junho diante da suspeita de integrantes da comissão de que ele integre o “gabinete paralelo”, que teria assessorado o presidente Jair Bolsonaro em assuntos relacionados à pandemia.

Diante do não comparecimento do empresário, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), pediu à Justiça a condução coercitiva e a retenção do passaporte do empresário. Conforme noticiado pela colunista Bela Megale, a PF chegou a comparecer à residência do empresário, mas ele não foi encontrado.

Em razão disso, a juíza Márcia Souza Silva de Oliveira, da 1ª Vara Federal de Campinas, determinou a retenção do passaporte de Wizard “tão logo ingresse em território nacional”.

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No Pará, Bolsonaro diz que ‘CPI da Mentira’ não derrubará o governo

O presidente Jair Bolsonaro voltou desafiou os membros da CPI da Covid, que acontece no Senado, e afirmou que a “comissão da mentira” não “vai derrubar o governo federal”.

“Não vai ser uma CPI da mentira, uma CPI onde não se busca a verdade, que se ilude achando que vai derrubar o governo federal”, disse, durante um evento no Pará, onde participou da cerimônia de entrega de 102 km de pavimentação da BR-230, a Rodovia Transamazônica.

Nesta sexta, após divulgar a lista de pessoas que se tornaram investigadas pela CPI – incluindo assessores presidenciais, ex-ministros, secretários do governo e o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), não afastou a possibilidade de o próprio presidente ser investigado. Segundo Renan, não há clareza legal se a CPI pode ou não investigar Bolsonaro, mas se houver essa possibilidade ele será investigado.

Segundo Renan, não há clareza legal se a CPI pode ou não investigar Bolsonaro, mas se houver essa possibilidade ele será investigado.

Durante a fala do presidente, os governadores que decretaram lockdown e medidas de distanciamento também foram atacados.

“Graças a garra, determinação e coragem do trabalhador brasileiro, estamos resistindo. O agronegócio não parou. Os homens e mulheres do DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] não pararam, assim como nossos caminhoneiros e tantos outros profissionais, em especial os de saúde. Aqueles governadores que fecharam o comércio, que decretaram toque de recolher, que impediram você de trabalhar, a história reserva um local no ostracismo para esses políticos”, disse.

“Desde o começo eu disse que tínhamos dois problemas, o vírus e o desemprego. O governo federal – eu, Jair Bolsonaro -, não fechei um botequim sequer, porque sei da necessidade de levar o sustento para dentro de casa. Mas somente neste ano, o Governo Federal dispensou mais de R$ 300 bilhões para o auxílio emergencial, o que equivale a mais de 10 anos do benefício Bolsa Família”.

Bolsonaro também defendeu novamente o chamado ‘tratamento precoce’, feito com medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, e disse que apesar das recomendações, o governo “não é conivente com a indústria farmacêutica”.

Mais cedo, em Marabá, durante a entrega de 50 mil títulos de terra a pequenos produtores do Pará, o presidente já havia criticado as medidas de isolamento.

*Reuters/Uol

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Renan abre possibilidade para, ‘se puder’, CPI investigar Bolsonaro

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou hoje que avalia incluir o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como investigado.

Os integrantes da CPI responsabilizam o chefe do Planalto pelo descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil por apostar na imunidade de rebanho, confrontar estados e municípios, incentivar tratamento com medicamentos sem eficácia comprovada e promover atos na contramão de evidências científicas.

Hoje, Renan anunciou 14 pessoas como investigadas pela CPI, a maioria delas ligadas a Bolsonaro, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

A lista poderá aumentar, disse o relator, e passar a incluir o próprio presidente da República. A CPI avalia que não pode convocar Bolsonaro para depor, mas, sim, estuda enviar perguntas por escrito em algum momento. De qualquer forma, o relator afirmou que a investigação deve responsabilizar o chefe do Planalto.

“Não podendo investigar, mas, em aparecendo, como tem aparecido, fatos óbvios, a CPI vai ter que responsabilizar porque diante de provas não há como não responsabilizar. Seria um não cumprimento do nosso papel. Mas, se puder investigar, se a competência nos permitir, nós vamos investigar, sim”, disse o relator em coletiva de imprensa no Senado.

O relator relacionou a postura de Bolsonaro à de um genocida e classificou o governo como “autoritário”. “Nós estamos numa situação difícil porque tem um louco na presidência da República que todo dia atenta contra os brasileiros”, disse Renan.

`*Com informações do Uol

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Queiroga, Pazuello, Ernesto e outros 11 passam à condição de investigados pela CPI da Covid

Renan Calheiros (MDB-AL) diz que membros da comissão já tiveram acesso a provas e indícios que justificam mudança de patamar das investigações.

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), divulgou uma lista com os nomes de 14 pessoas que passarão a partir de agora à condição de investigados pela comissão, incluindo o ministro Marcelo Queiroga (Saúde), diretores da pasta, ex-ministros e membros do gabinete paralelo.

O ofício com os nomes foi encaminhado na manhã desta sexta-feira (18) para o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

O relator também incluiu os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) na lista.

O primeiro será investigado por omissão na crise de oxigênio de Manaus no início do ano e também por suspeita de ter propagado a tese da imunidade de rebanho e por atrasos em vacinas.

Já em relação a Ernesto a CPI quer apurar se ele foi omisso na obtenção de insumos do exterior para produção de vacinas e se a linha ideológica que adotou no ministério pode ter colocado entraves nessas operações.

Renan afirmou que essa mudança na condição de algumas pessoas, passando de testemunhas para investigados acentua um “momento importante da investigação”. O relator explica que, em relação a essas pessoas, os membros da comissão já tiveram acesso a provas e indícios que justificam essa mudança de patamar das investigações.

“É bom para a investigação e para a segurança jurídica dos investigados”, disse Renan.

Os investigados, argumenta, poderão agora ter acesso à investigação, provas e indícios que estão sendo reunidos contra eles. O próprio Renan reconhece que, em relação aos depoimentos, os trabalhos da comissão podem ser dificultados, uma vez que esses agentes agora estarão desobrigados de falar a verdade e podem permanecer calados.

Renan citou em particular o caso do ministro Marcelo Queiroga. Justificou que sua inclusão afirmando que seu primeiro depoimento à comissão foi “pífio” e “ridículo”.

“Colocamos o ministro Queiroga, atual ministro, que teve uma participação pífia e ridícula na comissão parlamentar de inquérito. Em seu primeiro depoimento, tentou dizer que teria a autonomia que faltou a [Nelson] Teich e [Luiz Henrique] Mandetta. Os fatos mostraram o contrário”, afirmou.

O relator também justificou a inclusão afirmando que adquiriu lotes de vacinas 20% mais caros que contratos anteriores e, em diálogo com a Organização Mundial de Saúde, teria defendido o tratamento precoce.

Renan e o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também criticaram duramente o presidente Jair Bolsonaro, que defendeu em transmissão ao vivo que a imunização pela infecção é mais efetiva do que a vacina contra a Covid-19.

Relação de investigados:

  • Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde
  • Élcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde
  • Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência
  • Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
  • Paolo Zanoto, virologista, suspeito de fazer parte do gabinete paralelo
  • Hélio Angotti, secretário de Ciência, Tecn., Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde
  • Francielle Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI)
  • Marcelo Queiroga, ministro da Saúde
  • Carlos Wizard, empresário
  • Arthur Weintraub, ex-assessor da presidência da República
  • Nise Yamaguchi, médica defensora da hidroxicloroquina
  • Marcellus Campelo, secretário de Saúde do Amazonas
  • Luciano Dias Azevedo, médico que redigiu proposta de mudança da bula da hidroxicloroquina​
  • Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores​

*Com informações da Folha

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Senadores da tropa de choque da CPI receberam mais de meio bilhão de reais do governo Bolsonaro

Sete parlamentares – titulares e suplentes – que integram a tropa de choque bolsonarista e negacionista na CPI da Covid receberam R$ R$ 660 milhões do governo Jair Bolsonaro para obras e projetos indicados por eles.

Jair Bolsonaro vem mantendo a fidelidade da base governista na CPI da Covid por meio da liberação de recursos, aponta a Revista Crusoé. De acordo com a reportagem, já foram liberados R$ 660 milhões para obras e projetos de sete parlamentares – titulares e suplentes – que integram a comissão.

A reportagem destaca que o líder do governo Bolsonaro no Senado e integrante da tropa de choque governista na CPI, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), é um dos que encabeçam os repasses, com R$ 153,8 milhões. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) teria recebido R$ 127 milhões. Ciro Nogueira (PP-PI) é apontado como beneficiário de recursos que somam R$ 135 milhões. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) teria recebido R$ 165,9 milhões e Jorginho Mello (PL-SC), R$ 35 milhões.

Ao todo, um sexto do valor liberado foi originário de emendas individuais ou de bancada. O restante foi repassado por meio do chamado orçamento paralelo, que o governo vem utilizando para comprar apoio junto ao Congresso. O orçamento paralelo seria a fonte de repasses que somam R$ 550 milhões. O dinheiro tem saído, principalmente, dos ministérios do Turismo, da Agricultura, da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional.

*Com informações do 247

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CPI da Covid: Assista aos depoimentos dos médicos favoráveis ao tratamento precoce

Os infectologistas Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves prestam depoimento.

Renan Calheiros se irrita com os depoentes e diz que se nega a fazer perguntas a eles, tamanha a irresponsabilidade. “Precisamos dar um basta em tudo isso!”

Assista:

https://youtu.be/Xg8ottHwxfM

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Nicolelis: ‘Vamos passar os EUA em mortes por Covid apesar de termos população menor’

Em uma entrevista ao GLOBO em março deste ano, o médico, neurocientista e professor catedrático da Universidade Duke (EUA) Miguel Nicolelis previu que Brasil chegaria ao marco de 500 mil mortos pela Covid-19 em julho. Este número deve ser alcançado neste fim de semana, antes do previsto pelo cientista. Na avaliação de Nicolelis, o país já vive a terceira onda da pandemia do coronavírus que, por ocorrer no inverno, tem grandes chances de ser tão letal quanto a segunda.

O professor alerta ainda que o Brasil tem grandes chances de ultrapassar os EUA em mortos pela Covid-19 e acusa o governo federal de não ter se esforçado para evitar a tragédia causada pela pandemia.

Em uma entrevista ao Globo em março, o senhor fez uma previsão de que o Brasil chegaria a 500 mil mortes em julho. Devemos alcançar essa marca nos próximos dias, antes do prazo estimado pelo senhor. O que aconteceu com o país?

No dia 15 de junho do ano passado, nós tínhamos cerca de 50 mil mortos, e, nos próximos dias, vamos atingir 500 mil. Então, em 12 meses, tivemos um aumento de dez vezes nas mortes, algo explosivo. Isso basicamente mostra que o Brasil não olhou essa pandemia com a seriedade e a gravidade que ela deveria ter sido encarada. A segunda onda produziu a maior mortalidade da História do Brasil para os meses de março e abril. São os dois meses mais letais da nossa História. Tudo isso porque não fizemos o que países que entenderam um pouco melhor a dinâmica desse vírus fizeram. Quando houve uma queda de casos e óbitos nós achamos que era o fim da pandemia, que não era preciso manter tudo aquilo que tínhamos feito (as restrições iniciais).

O Brasil estava com 252 mil mortes em 22 de fevereiro deste ano. Nós dobramos em quatro meses. É algo assustador. E até agora nós não aprendemos as lições. O governo federal conseguiu não fazer nada eficientemente, não tomou as decisões corretas, não criou um comando central, uma mensagem nacional, não fez um lockdown nacional, não fez um bloqueio das estradas nem fechou o espaço aéreo e ainda não conseguiu vacinar nos níveis necessários.

Estamos em um cenário de uma pandemia novamente fora de controle, ocorrendo no meio de um colapso hospitalar que não foi corrigido, nós nunca saímos desse colapso hospitalar de março e abril, fomos empurrando com a barriga. E nós temos múltiplas variantes novas entrando no país, uma vez que nem as fronteiras nem o espaço aéreo foram controlados. E, no meio de tudo isso, o Brasil joga futebol. A Copa América já tem mais de 50 pessoas infectadas, só as diretamente envolvidas. Não temos a menor ideia de pessoas que trabalham em hotéis e outros serviços, que têm contato com essas delegações. É uma marca terrível sem uma luz no fim do túnel.

Qual o risco de enfrentarmos essa nova onda em pleno inverno?

A terceira onda já se iniciou e vai ocorrer novamente no inverno. Ela tem um potencial letal extraordinário, tanto que já voltamos à média de 2 mil mortes por dia. Já somos, de novo, o país com mais mortes por dia, com aproximadamente 25% das mortes (por Covid) do mundo. A pandemia do coronavírus expôs toda a nossa falta de preparo político para lidar com as catástrofes do século XXI, como questões ambientais e de saúde. Os interesses políticos e econômicos parecem ser superiores ao interesse na vida humana.

Vínhamos no último mês com uma queda na média móvel de mortes, ficando mais de um mês abaixo de 2 mil. Mas ontem voltamos ao patamar de 2 mil mortes diárias em média. O que pode explicar essa oscilação?

Essa pequena queda é esperada pela própria dinâmica do vírus e porque algumas pequenas medidas paliativas e o pequeno grau que foi atingido contribuíram para essa pequena queda, que foi mínima. Ficamos em um platô altíssimo. Por algumas semanas a Índia passou o Brasil — é difícil comparar, porque os dados da Índia são subnotificados. Mas em dados oficiais o Brasil reassumiu essa posição terrível de maior número de mortes. Em março chegamos a mais de 4 mil mortes. A expectativa é que, com o inverno, com o relaxamento do isolamento, o não crescimento adequado da aplicação da segunda dose da vacina, a gente possa voltar aos níveis que tivemos em março nas próximas semanas, ou então chegar bem perto disso. É como se o Brasil tivesse desistido de combater a pandemia neste momento.

Temos exemplos como o Chile — que vacinou mais de 60% de sua população — mas que achou que só a vacinação funcionaria. Então reabriram o país e depois tiveram que fechar. Um dos poucos bons exemplos da segunda onda que foi Araraquara, vai ter que fechar de novo, porque a taxa de ocupação das UTIs voltou a explodir e o número de óbitos voltou a aumentar. Chamo isso de estratégia sanfona: vocês espera cruzar de 80 a 90% de ocupação dos leitos de UTI — que não deveria ser assim, porque isso não é um critério epidemiológico — para começar a fazer medidas paliativas, fechar algumas coisas e interromper alguns fluxos. Por isso, você tem uma queda temporária, e depois de algumas semanas você experimenta outras subidas. E as taxas de ocupação nunca caem sensivelmente. Estamos com equipes de saúde totalmente esgotadas e sem insumos médicos suficientes. E essa terceira onda, se vier na magnitude da segunda, vai pegar o país numa situação muito pior, do ponto de vista hospitalar.

Por que o sistema de saúde estaria em uma situação pior?

Insumos e equipes médicas depauperadas, não temos mais como criar leitos porque já estamos no limite, e com um sistema hospitalar que colapsou, com várias capitais com ocupação de UTI acima de 90%. Só precisamos olhar o que aconteceu na Índia para ver o que podemos experimentar sem um sistema hospitalar funcionando.

O quanto essas novas variantes são preocupantes para o Brasil?

Vimos no Reino Unido que a variante indiana representa 90% dos casos lá e ela afetou crianças. Estamos vendo nos EUA, na Índia, em países do sudeste asiático e agora no Brasil o número muito maior de jovens e crianças sendo afetadas. Por exemplo, no Mato Grosso do Sul, não são só as UTIs adultas que estão cheias, as UTIs pediátricas também estão. Ainda lá em março eu vi as UTIs neonatais e as obstétricas lotadas. Isso mostra que estamos tendo um número muito grande de gestantes infectadas, o que já é recorde. A faixa etária indicada está sendo modificada e, com a variante indiana, esse risco ainda é maior.

Não era o momento da vacinação no Brasil estar surtindo mais efeito?

Olhando a curva de vacinação atual mostra que o ritmo de aplicação da primeira dose está crescendo muito mais rápido do que a curva da segunda dose, que está achatada. Ela mal cresce no dia a dia. Temos apenas 11% da população vacinada com as duas doses, e isso é muito pouco. Já vimos que a eficácia da vacina é comprovada quando a média de vacinação completa é alta, mas a nossa ainda está muito baixa. E a imunização com uma dose só também é muito baixa. Então, para garantir a eficácia real, é preciso ter as duas doses.

Esse é o momento do Brasil implementar um isolamento mais severo?

Sem dúvida. Nós nunca fizemos isso. Quando você começa a subir muito os casos e os óbitos, nos níveis que eles já estão, o mundo inteiro recomenda que o Brasil faça isso. Em janeiro eu alertei que se não fizéssemos um lockdown nacional, nós teríamos dificuldade de enterrar nossos mortos. E olha o que aconteceu, fomos de 250 mil para 500 mil em quatro meses. Essa métrica é algo que não dá para ser ignorada. E vamos passar os EUA e ser o país com o maior número de mortes por Covid no mundo, apesar de termos uma população menor. Só que lá, a campanha de vacinação em massa que está sendo feita desde janeiro deu resultado, eles já conseguiram alcançar cerca de 44% da população com as duas doses, e tiveram uma queda abrupta de 4 mil mortes por dia para 350, reduziram dez vezes, e reduziram mais de vinte vezes o número de casos por dia.

O que o Brasil precisa fazer para combatermos o coronavírus?

Aumentar a nossa vacinação, passando a vacinar de dois a três milhões de pessoas por dia, reduzir o fluxo de pessoas pelas rodovias, fechar o espaço aéreo para voos internacionais, principalmente de países onde novas variantes estão ocorrendo. E temos que achar uma solução política para remover um governo que se negou a fazer tudo o que era preciso ser feito. A sociedade brasileira está vivendo totalmente desprotegida, a “Deus dará”. Dezesseis meses de pandemia, 500 mil mortos, e ainda não temos um comando central criando diretrizes nacionais de como combater a pandemia. É inacreditável. Daqui a 50 anos, quando a pandemia for contada na História do Brasil, ninguém vai acreditar.

*Evelin Azevedo/O Globo

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