Mês: junho 2021

Médicos chineses alertam para piora rápida de infectados com a variante delta

Estadão – A China está enfrentando uma nova onda de infecções pelo coronavírus e, à medida que a variante Delta se espalha no sudeste do país, os médicos dizem que estão descobrindo que os sintomas são diferentes e mais perigosos do que aqueles que viram quando a versão inicial do vírus começou a se espalhar no final de 2019 na cidade central de Wuhan.

Os pacientes estão ficando mais doentes e suas condições estão piorando muito mais rapidamente, disseram os médicos à televisão estatal. Nos casos sintomáticos, as concentrações de vírus detectadas em seus corpos aumentam para níveis mais altos do que os vistos anteriormente e, em seguida, diminuem lentamente, disseram os médicos.

Até 12% dos pacientes ficam gravemente ou criticamente doentes dentro de três a quatro dias do início dos sintomas, disse Guan Xiangdong, diretor de medicina intensiva da Universidade Sun Yat-sen na cidade de Guangzhou, onde o surto foi centrado. No passado, a proporção era de 2% ou 3%, embora ocasionalmente chegasse a 10%, disse ele.

Médicos no Reino Unido e no Brasil relataram tendências semelhantes com as variantes que circularam nesses países, mas a gravidade dessas variantes ainda não foi confirmada.

Identificada pela primeira vez na Índia, a Delta se tornou a variante dominante no Reino Unido, onde os médicos sugerem que é mais contagioso e pode infectar algumas pessoas que receberam apenas uma das duas doses de uma vacina contra a covid-19.

A propagação da Delta no sudeste da China concentra a atenção na eficácia das vacinas chinesas. As autoridades não indicaram quantas das infecções com a variante ocorreram em pessoas que já foram vacinadas. Em alguns outros países onde as vacinas chinesas são amplamente utilizadas, incluindo Seychelles e Mongólia, as infecções entre as pessoas vacinadas estão aumentando, embora poucos pacientes tenham desenvolvido doenças graves.

A cidade de Shenzhen teve um punhado de casos na semana passada da variante Alpha, que surgiu pela primeira vez no Reino Unido.

Guangzhou isolou e colocou em quarentena dezenas de milhares de moradores que estiveram em qualquer lugar perto dos infectados. Os testes e a quarentena parecem ter reduzido, mas não impedido o surto. A Comissão Nacional de Saúde informou que nove novos casos foram encontrados em Guangzhou na quinta-feira. / NYT

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Bolsonaro e o golpe do autogolpe

Bolsonaro quer dizer para a sociedade que é tão ou mais forte que o Estado brasileiro. Só que, no mundo real, a sua situação é bem outra.

Pode ser até que tenha seus cupinchas no exército através de uma ponte feita por generais da reserva que atuam em seu governo, mas sua relação com  o alto comando da Forças Armadas ficou mutilada depois da troca dos comandantes.

O próprio tratamento de Sergio Etchegoyen com Bolsonaro no caso de Pazuello mostra que está longe de ter essa força toda no meio militar que ele frequentemente quer demonstrar, porque Etchegoyen é alguém que tem um peso relevante dentro das quatro linhas do mundo militar.

Mas nada disse é preciso para afirmar que Bolsonaro arrota uma garantia dos militares para promover um autogolpe. Se assim fosse, não estaria nas mãos de Arthur Lira e entregando até as cuecas para o centrão, assim como não teria tomado uma sova no Senado quando tentou impedir a abertura da CPI, como também não conseguiu impor maioria na Comissão. Isso, sem falar de sua maior derrota, que foi tentar tirar Renan Calheiros da relatoria e não conseguiu sequer fazer um arranhão no relator.

O problema de Bolsonaro é outro, e ele não consegue esconder porque, junto com seus filhos, está condenado a responder na justiça se Lula lhe impuser uma derrota.

Ou seja, o futuro de todo o clã depende dos resultados das urnas, porque Bolsonaro sabe perfeitamente bem o que ele e seu clã fizeram nos carnavais passados, além do que certamente será descoberto quando o rei posto virar o rei morto sem o poder de controle das instituições necessário para respaldar sua blindagem e, com isso, não ser convocado pela justiça por diversas questões para dar explicações que desembocaram na sua causa negacionista que já custou meio milhão de vidas brasileiras.

Nada adianta Bolsonaro folclorizar sua decadência política com motociatas de pessoas ligadas a ele dentro da própria polícia.

A hostilidade que ele teve que enfrentar dentro de um avião na capital do Espírito Santo e o aumento de tom da sociedade contra seu governo, deixam isso bem claro, sobretudo a forma com que está conduzindo o combate à pandemia, aliando-se ao vírus e sabotando as vacinas, bem como o uso de máscaras, enquanto ainda pretende tratar dessa tragédia com cloroquina.

Bolsonaro, neste momento, só vê a possibilidade de produzir confusão para estabelecer a ideia de que tem como impedir a ampliação do repúdio da sociedade com os seus desmandos e a própria inércia para governar o país, já que a economia real devolveu 20 milhões de brasileiros para a miséria.

Quem seria o grande inimigo comunista que poderia colocar em risco a soberania nacional para Bolsonaro dar um golpe militar? a China? A economia brasileira é totalmente dependente da China, uma fissura que seja que interrompa as exportações para o maior parceiro comercial põe completamente todo o agronegócio contra Bolsonaro, assim como empresários como os barões do aço que exportam e lucram horrores com a China comunista.

Soma-se a isso um dos fatores mais estrambóticos de uma lambança diplomática como essa, o varejo brasileiro depende quase na totalidade das bugigangas chinesas que dão muito lucro aos varejistas. Pior, o Brasil não tem padrão para consumir quaisquer produtos americanos e europeus. Sem os produtos da China, a quebradeira no varejo brasileiro seria fatal.

Há mais uma lista enorme de motivos para afirmar que Bolsonaro blefa mais uma vez quando arrota golpe que derrubaria o país inteiro para salvar sua família. Mas basta raciocinar um pouquinho para concluir que tudo isso não passa de mais uma fraude, como foi a que lhe deu vitória com a prisão de Lula em troca de um ministério para Moro e que já foi devidamente desmascarada pelo STF quando votou pela suspeição de Moro em relação à condenação de Lula.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro não conta com apoio da Marinha e Aeronáutica para o golpe

Janio de Freitas, FolhaOs golpistas têm uma dúvida
Silêncio da Marinha e da Aeronáutica sugere não endosso a Bolsonaro.

Desde o golpe assestado em 2018 pelo general Eduardo Villas Bôas contra o processo de eleição livre e democrática, com pronta capitulação da maioria do Supremo Tribunal Federal, são diferentes as posições formais da Marinha e da Aeronáutica, idênticas, e a do Exército, ante os acontecimentos políticos, o governo e a própria Constituição. Esse tem sido e será ainda mais, se mantido, um fator decisivo para a sobrevivência atual e futura da custosa democracia à brasileira.

Faltam indícios da existência, ou não, de custo interno para a Aeronáutica e a Marinha. Se algum há, está bem contido e vale a pena. Para todos os efeitos constitucionais, políticos e de ordem, a estrita dedicação nas duas Forças ao profissionalismo militar tem sido um empecilho ao fechamento do circuito golpista.

Pela dimensão, pelo espalhamento por grande parte do território, o Exército é desde sempre a força militar preponderante. Mas, para as intervenções na vida política e nos regimes, a unidade das Forças Armadas foi o redutor de riscos excessivos aos resultados pretendidos. Na golpeada segunda metade do século passado, por uma única vez o Exército ousou agir sozinho contra o poder constituído.

Em 1955, os generais Lott e Denys derrubaram o presidente e seu sucessor que participavam do golpe iminente para impedir a posse de Juscelino. Os dois chefes do Exército fizeram de surpresa contra os comandos da Marinha e da Aeronáutica, agentes do golpismo, o que foi chamado, e era, de golpe da legalidade. O comando da Marinha reagiu, pôs em mar o seu cruzador, povoado de políticos decaídos, mas as contingências não lhe ofereceram mais do que uma rota tranquila até Santos. E, aos intranquilos civis, a refeição sempre sublime da oficialidade de Marinha.

Por menos que sejam conhecidas as ideias vigentes na Aeronáutica e na Marinha, e por mais que as práticas da política as desagradassem, o silêncio e a distância que mantêm são sugestões de não endosso a Bolsonaro.

Convém lembrar que, bem antes disso, já uma atitude incomum sinalizava a mesma rejeição: o general Villas Bôas, como disse há tempos, falou ao Alto-Comando sobre a nota (golpista) que dirigiria ao Supremo, mas não consultou os outros dois comandantes de Forças. Nem ao menos os avisou. Só poderia ser assim por previsão de discordância impeditiva. O ambiente já estava sombrio, pois.

Não há disputa, mas pode haver, se Bolsonaro e o bolsonarismo acreditarem demais em suas possibilidades de marcha ilegal. O risco de que tudo degenere é o que Bolsonaro e seu pessoal parecem supor. Risco de disputa e o seu risco.

A eleição de Biden cassou o apoio americano, em geral determinante no Brasil, com que Bolsonaro podia contar ao tempo de Trump. Ao atraso tecnológico das Forças Armadas, prejudicial e inquietante muito mais para a Marinha e a Aeronáutica que ao Exército, não convém a reação certa do mundo desenvolvido a promotores de destruição da Amazônia e de agravamento dos dramas climáticos. Ao empresariado já bastam os primeiros sinais de hostilidade no mercado externo.

Ainda assim, Bolsonaro quer tentar. É bastante tapado e envolvido por tapados para ir, irem, adiante. Além disso, outro componente de sua propensão é mais um risco: o seguimento lógico e reto da vida nacional conduz, conduzirá, conduziria os Bolsonaro e muitos coautores dos crimes bolsonaristas a julgamentos e justas condenações à prisão.

A miséria de caráter que povoa as instituições brasileiras não condiz com um final de justiça, mas Bolsonaro aprecia tratamentos preventivos tresloucados. No caso, a conquista de poder bastante para evitar o final lógico e reto em qualquer assunto, e muito mais nos seus.

Com o silêncio e a distância, Marinha e Aeronáutica estão como configurações militares do regime constitucional democrático. Nunca estiveram com a história tão depositada em seus navios, seus aviões e, comprovem-na, sua dignidade.

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Relatório sobre desvios de R$ 52 mi pelo governo chegam hoje à CPI da covid

A documentação que indica que o governo federal desviou R$ 52 milhões que deveriam ser usados para dar publicidade à campanha de combate à covid-19 será entregue hoje à CPI e amanhã ao TCU (Tribunal de Contas da União).

Segundo reportagem da Folha, os recursos foram desviados de uma medida provisória que liberou créditos extraordinários para a pandemia. O dinheiro, no entanto, acabou alocado na divulgação de ações de propaganda governamental.

Pela justificativa da MP 942, o dinheiro reservado à Secom tinha “o objetivo de informar à população e minimizar os impactos decorrentes da proliferação da doença”, mas as peças publicitárias serviram para outro tipo de divulgação.

Vídeos, áudios e informativos foram veiculados em TV aberta e fechada, rádio, internet e mídia exterior para celebrar a liberação de dinheiro para o pagamento de salários em micro e pequenas empresas e até repasses a estados e municípios.

As propagandas também tratam do Bolsa Família, auxílio emergencial, suspensão de pagamento da conta de luz e aos saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), medidas do Ministério da Economia.

“Nós, do governo federal, trabalhamos para enfrentar o seu avanço e cuidar da saúde da população. Investimos R$ 16 bilhões na compra de respiradores, ventiladores pulmonares, equipamentos de segurança e medicação”, diz uma peça.

Parlamentar responsável pelo requerimento de informações à Secom que resultaram nas evidências, Elias Vaz (PSB) entregará hoje a documentação ao presidente da CPI, Omar Aziz. Ele acusa o presidente Jair Bolsonaro de “usar dinheiro público de forma irregular para promover o governo em vez de aplicar no combate à pandemia”.

“Esse dinheiro tinha destino já definido, não poderia ser alterado”, afirma. O deputado também vai encaminhar amanhã (14) o relatório ao TCU, a quem pedirá fiscalização do que considera “desvio de finalidade”.

Em sua defesa, a Secom afirmou em nota que as campanhas de enfrentamento da pandemia, prevenção e vacinação desenvolvidas pelo órgão “são complementares aos esforços do Ministério da Saúde, a quem compete executar campanhas exclusivamente de utilidade pública”.

A pasta disse ainda que cabe à secretaria de comunicação as campanhas que “abrangem diversas áreas impactadas pela pandemia e informam sobre as medidas adotadas no âmbito do Executivo Federal para mitigar seus efeitos e reduzir os impactos na vida das pessoas”.

Essas ações incluem “beneficiários de programas sociais, trabalhadores, empresas e entre outras categorias, considerando o contexto no qual foram realizadas”.

As campanhas desenvolvidas pela Secom com recursos do crédito extraordinário da MP 942 cumprem estritamente os objetivos de informar à população e minimizar os impactos decorrentes da proliferação da doença, uma vez que dão publicidade para as ações e serviços disponíveis para as parcelas da população mais afetadas pela crise sanitária e reforçam as orientações aos cidadãos no combate da pandemia.

Como “as ações contemplam também orientações à população no combate da pandemia”, diz a pasta, “não há, portanto, que se falar em desvio de objetivos”.

Orçamento de Guerra

A medida provisória 942, de abril de 2020, foi editada para liberar créditos extraordinários para o combate à doença. Ela faz parte do Orçamento de Guerra, usado para enfrentar a calamidade pública decorrente da pandemia.

*Uol

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Exclusivo: Diálogos de inquérito da PF mostram que Secom privilegiou ‘mídia aliada’

Mensagens de WhtasApp revelam que Wajngarten defendeu a liberação de verba da Caixa para veículos de comunicação alinhados com governo.

O Globo – Mensagens de WhatsApp colhidas pela Polícia Federal ao longo do inquérito dos atos antidemocráticos revelam que Fabio Wajngarten, então chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Bolsonaro, defendeu a liberação de verba publicitária da Caixa Econômica Federal para veículos de comunicação classificados por ele como “mídia aliada”.

Segundo relatório da PF, em abril de 2019 Wajngarten assumiu o comando da Secom e se aproximou do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, dono do site Terça Livre e amigo dos filhos do presidente. Naquela ocasião, Wajngarten se apresentou para Allan dos Santos dizendo ser um empresário de mídia “muito” próximo de executivos de emissoras de TV. Afirmou ainda que poderia aproximar o blogueiro desses veículos e que, naquela semana, já havia promovido encontros de parlamentares com a cúpula do SBT, da Band e que iria se encontrar com “bispos da Record”. Em nota, Wajngarten diz que atuação na Secom foi ‘técnica e profissional’, e emissoras negam privilégio e reafirmam isenção.

No diálogo, Wagjngarten demonstrou preocupação com o atraso no pagamento de verbas de publicidade a quem classifica como “aliados”. Ele diz ter sido informado que a “Caixa”, em provável referência à Caixa Econômica Federal, estaria “devendo dinheiro” à Band e “RTV” (possível citação à Rede TV!), conforme demonstra o diálogo a seguir:

Fabio Wajngarten: “Caixa devendo dinheiro pra BAND, RTV”.

Allan dos Santos: “E como foi?”

Fabio Wanjgarten: “os aliados estão furiosos”

Fabio Wajngarten: “General sentou em cima e não paga nenhuma nota passada”

Fabio Wajngarten “provocando iminentes tumores”

Allan dos Santos: “Desnecessário”

Fabio Wajngarten: “totalmente desnecessário”.

O relatório da PF não identifica o “general” citado por Wajngarten, mas, à época das mensagens, a Secom era vinculada à Secretaria de Governo, chefiada pelo general Carlos Alberto Santos Cruz. O militar foi alvo de ataques de bolsonaristas e acabou sendo demitido pelo presidente.

Wajngarten relatou que tentou aproximar Bolsonaro da cúpula da Band — e chegou até a fazer uma ligação por meio de videoconferência entre o presidente e Johnny Saad, dono do Grupo Bandeirantes, e Paulo Saad, vice-presidente da emissora.

Em seguida, Allan dos Santos avalia a Wajngarten que era preciso trazer “esses caras” para perto do governo, com o que o então chefe da Secom concordou, conforme demonstra o diálogo:

Allan dos Santos: “É preciso trazer esses caras pra perto, não afastá-los”.

Fabio Wajngarten: “na hora convidei-os”.

Fabio Wajngarten: “óbvio”

Fabio Wajngarten: “ninguém está vendo”

Fabio Wajngarten: “uma barbaridade”

Fabio Wajngarten: “mídia aliada”

Allan: “Excelente”

Bater sem parar

Em outro momento do diálogo, Allan dos Santos compartilhou um link de uma notícia sobre a decisão do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas da União (TCU) de pedir à Corte que obrigue a Secom a distribuir verbas publicitárias do governo com base em critérios técnicos. Naquele momento, em janeiro de 2020, o jornal Folha de S. Paulo revelara que Wajngarten mantinha contratos, por meio de sua empresa FW Comunicação e Marketing, com as emissoras Record e Band, que recebiam recursos da Secom.

Contrariado, Wajngarten respondeu: “Eles querem o retorno de 80% para a Globo. Vergonhoso”. Na sequência, o blogueiro bolsonarista sugeriu: “Bora bater sem parar”. O então chefe da Secom agradeceu.

Parte dessa estratégia da Secom de retaliar os que não são considerados “mídia aliada” envolvia um canal de contato com bolsonaristas no qual foi discutida até uma proposta de criação de um departamento de contrainformação.

Segundo as mensagens analisadas pela PF, Wajngarten criou um grupo de WhatsApp chamado “Mídia Pensante — SECOM” e adicionou Allan dos Santos. Um dos integrantes chegou a sugerir em uma mensagem: “Fabio (Wajngarten), aquela ideia de comunicação estratégica e contrainformação. Na minha opinião, você deve criar um departamento para isso. Você já até concordou com a ideia. Vamos implementá-la?”. Wajngarten, sem titubear, respondeu: “Vamos implementar”.

Em outra mensagem, enviada por Allan dos Santos a um contato chamado por ele de “Eduardo”, em provável referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, ele diz: “Precisamos da Secom para implementar uma ação que desenhamos aqui”, afirma o blogueiro, que sugeriu a indicação de uma pessoa para assumir a Secretaria de Radiodifusão. “Seu pai disse que sim”, alertou Allan dos Santos.

Nessa mesma mensagem, Eduardo diz que tem o contato de Douglas Tavolaro, ex-executivo das emissoras Record e CNN. “O Douglas diz que a linha será da Record, que o que vem dos EUA é só o nome CNN”, afirma o filho do presidente.

Pagamentos a emissoras

Dados extraídos do sistema de pagamentos da Secom mostram que veículos classificados como “mídia aliada” por Wajngarten foram privilegiados na distribuição da verba.

Na comparação entre os biênios de 2017 e 2018 (sob o governo do então presidente Michel Temer) e 2019 e 2020, já no governo de Jair Bolsonaro, a verba da Secom caiu, em média, 26%, saindo de um total de R$ 409 milhões para R$ 300,5 milhões. O volume de recursos públicos destinado à Globo Comunicação e Participações, que controla a TV Globo, teve um corte maior — de 69%. A verba destinada à Record caiu 7%, saindo de R$ 36,5 milhões para R$ 33,8 milhões. O SBT teve uma queda de 16%, passando de R$ 34,5 milhões para R$ 28,9 milhões. A Bandeirantes teve uma queda de 22%, ainda abaixo da média, caindo de R$ 12 milhões para R$ 9,6 milhões. A Rede TV!, ao contrário, teve aumento no volume de verbas de 10%, saindo de R$ 1,5 milhão para R$ 4,1 milhões no período.

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Bolsonaro recorre às táticas da extrema-direita mundial para atacar máscara

Ao elevar o uso ou não da máscara a um debate político, o presidente Jair Bolsonaro repete uma narrativa e recorre às mesmas estratégias adotadas pela extrema-direita pelo mundo.

A questão não tem relação com liberdade e nem com saúde. Mas com ideologia.

Estudos em diferentes partes do mundo já revelaram que a máscara é um instrumento eficiente para impedir a transmissão do vírus e, em locais onde o distanciamento social não consegue ser realizado, ela é fundamental no arsenal da luta contra a covid-19.

Na OMS, a lógica é clara: a vacina impede a morte. Mas serão as medidas sociais, entre elas o uso da máscara, que permitirão a queda na transmissão do vírus.

Mas, nos últimos meses, grupos de extrema-direita nos EUA, Europa e em várias partes do mundo passaram a recorrer ao debate das máscaras como uma bandeira de uma suposta liberdade individual.

Nada disso é novo e a tensão entre saúde e liberdades individuais se mistura com a própria história de políticas públicas. Durante a Gripe Espanhola, uma Liga Antimáscara foi criada em São Francisco em 1919, diante da decisão das autoridades de exigir que a proteção fosse usada em locais públicos. Entre os argumentos usados, um deles dialoga com o debate atual: a máscara viola as liberdades civis.

Na Europa, décadas antes, os avanços obtidos por Louis Pasteur e Robert Koch promoveram uma verdade revolução da ciência e deram bases para o que conhecemos hoje como saúde pública. Mas suas descobertas sobre bactérias infecciosas levaram diferentes grupos a questionar se a imposição de quarentenas não significa o fim das liberdades individuais.

No começo do século 20, em Massachusetts (EUA), uma decisão judicial foi considerada como histórica, abrindo caminho para que governos pudessem agir inclusive com o uso de forças de ordem para controlar uma epidemia. O tribunal estabelecia o direito do povo, via seus representantes eleitos, para adotar leis sanitárias que “protejam o bem público”.

Mais de um século depois, o movimento de questionamento às medidas sanitárias ganha uma conotação claramente ideológica. Nos EUA, pesquisas já revelaram que grande parte dos integrantes de movimentos antimáscaras são homens brancos e republicanos. Esses são os mesmos que difundem ou são vítimas da difusão de teorias conspiratórias de que a máscara o símbolo do ataque à liberdade de expressão, que a pandemia é um exagero da imprensa e que todo o cenário é uma grande manipulação de governos para dominar suas populações.

A mesma pesquisa revela que pessoas que se identificavam como Democratas afirmaram em 70% dos casos que sempre usavam máscaras ao sair de casa. Entre os republicanos, a taxa era de apenas 37%.

Na Alemanha, o partido de extrema-direita AFD também passou a usar em sua campanha eleitoral apelos para o fim de lockdowns e a recusa de usar máscaras em certos locais. Em regiões do que era a Alemanha Oriental, a mensagem tem atraído apoio, principalmente das populações mais frustradas com a situação econômica.

Na França, um levantamento da Fundação Jean Jaures concluiu que, dentro de movimentos antimáscara, 94% dos participantes também dizem que não vão se vacinar e apenas 2% do grupo diz confiar em Emmanuel Macron.

No final de maio, um movimento antimáscara fechou um shopping center em Londres para protestar contra o uso da proteção. Em seus cartazes, os integrantes do movimento diziam: “isso é tirania”.

Ao propor não usar a máscara, o que esses partidos e movimentos fazem é exatamente perpetuar uma sociedade sem liberdades.

Milhões de trabalhadores, a cada dia, se arriscam no transporte público e não tem opção se quiserem sobreviver. A máscara, para muitos, é o escudo último numa pandemia que revelou a dimensão de injustiça social.

Autoritária, portanto, a bandeira antimáscara amplia a desigualdade, retira a única proteção para milhões de pessoas e simplesmente mata.

*Jamil Chade/Uol

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PF aponta como o ‘gabinete do ódio’ se expandiu além do Palácio do Planalto

O inquérito da Polícia Federal sobre atos antidemocráticos —cujo sigilo foi parcialmente removido neste mês— jogou nova luz sobre a estrutura de páginas e perfis nas redes sociais ligados ao chamado “gabinete do ódio”.

Para além do grupo de assessores empregados na Presidência da República, novos elementos confirmam que o grupo tinha grande capilaridade, envolvendo os três filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e políticos aliados.

Os novos elementos reforçam a tese de que o “gabinete do ódio” é coordenado diretamente pela família Bolsonaro e operacionalizado por três assessores presidenciais recrutados pelo vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) —Tércio Arnaud Tomaz, apontado como chefe do grupo; José Matheus Salles Gomes e Mateus Diniz.

À PF, eles admitiram pela primeira vez atuar na comunicação do governo federal.

“Gabinete do ódio” é o nome dado a esse grupo de assessores que trabalham no Palácio do Planalto com foco nas redes sociais, inclusive na gestão de páginas de apoio à família Bolsonaro que difundem desinformação e atacam adversários políticos do presidente.

As investigações indicam contudo que essa estrutura vai além do governo federal, envolvendo também assessores dos filhos do presidente e de outros políticos aliados.

Uma das hipóteses de crimes contra a segurança nacional investigados pela PF diz respeito a essa rede de contas.

A PF afirma que, entre 2019 e junho de 2020, agentes públicos ligados à Secom (Secretaria Especial de Comunicação) e a políticos aliados ao clã Bolsonaro usavam canais no Twitter, YouTube, Facebook que incitaram “parcela da população à subversão da ordem política ou social e à animosidade das Forças Armadas contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional.

Organograma do gabinete do odio - Arte/UOL - Arte/UOL

Filhos do presidente

Informações levantadas pela CPMI das Fake News e pelo DFRLab —organização forense digital que tem parceria com o Facebook— já sugeriam a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no comando do “gabinete do ódio”. Dois de seus então assessores parlamentares foram identificados como donos de contas ligadas à estrutura de desinformação e ataques a adversários políticos —informação referendada pela PF.

A novidade trazida pelo inquérito submetido ao STF (Supremo Tribunal Federal) envolve o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) no caso das rachadinhas, o assessor parlamentar Fernando Nascimento Pessoa, hoje nomeado no gabinete do filho 01 do presidente no Senado, foi identificado como o dono de seis contas ligadas à rede de desinformação bolsonarista, todas derrubadas pelo Facebook por comportamento inautêntico.

Os funcionários de Eduardo e Flávio Bolsonaro assim como o trio de assessores da Presidência da República compõem o que a PF chama de núcleo de Brasília.

Segundo os investigadores, há indícios de que a exclusão dessas contas pelo Facebook tem como motivo justamente o seu uso coordenado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Ao que tudo indica, as contas objeto desta análise, removidas pelo Facebook de suas redes sociais, se enquadram na tipologia ‘Operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos. Isso pode ser particularmente preocupante quando combinam técnicas enganosas com o poder de um Estado'”, diz o relatório da PF.

Ramificações nos estados

Essa análise trouxe indícios de que há movimentos coordenados entre o núcleo de assessores lotados em Brasília e de outros estados.

Isso foi notado, por exemplo, no caso do Rio de Janeiro, onde um casal de criadores de conteúdo

—Vanessa Navarro e Leonardo Rodrigues— mantinha páginas bolsonaristas enquanto estavam nomeados nos gabinetes dos deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos, ambos do PSL. As páginas foram removidas pelo Facebook em julho do ano passado.

Vanessa continua como funcionária comissionada no gabinete de Anderson, enquanto Leonardo foi exonerado em abril de 2020.

Há também um outro núcleo ligado a políticos bolsonaristas em São Paulo, mas até aqui a PF não obteve tantos elementos quanto no caso dos políticos fluminenses.

Na CPMI das Fake News, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) listou ainda seis deputados federais, dois deputados estaduais, dois deputados estaduais de São Paulo e uma de Santa Catarina como supostos integrantes do que chamou de milícia virtual.

Alguns deles foram ouvidos pela PF no inquérito, mas não constam até o momento elementos sobre sua efetiva participação.

Outro lado

O UOL questionou a Presidência da República, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, mas nenhum deles respondeu os questionamentos enviados pela reportagem até o momento.

Em depoimento à PF, Eduardo afirmou que “nunca orientou, determinou ou estimulou a atuação deles [seus assessores] em redes sociais e que qualquer tipo de atuação não possui vínculo com o gabinete”.

Já Carlos Bolsonaro negou aos interrogadores participar da “produção, publicação ou difusão de material falsos ou que veicule informações contra os chefes de poderes ou contra as instituições do Estado Democrático de Direito”. Também disse não ter nenhuma participação na elaboração da estratégia de comunicação do governo federal.

A deputada estadual Alana Passos afirmou ao UOL que Leonardo Rodrigues cuidava de suas redes sociais e que “ele tinha bastante trabalho, como todos podem ver pelo volume de publicações”. Mas disse não ter como afirmar se ele usava a estrutura do gabinete para administrar as contas citadas pela PF, definidas por ela como “páginas pessoais”.

Alana nega uma suposta participação no grupo coordenado pelo “gabinete do ódio”. “Tenho muito respeito pela democracia, e nunca iria atacar ou pedir para atacar qualquer instituição.”

O deputado estadual Anderson Moraes foi procurado, mas não respondeu às perguntas enviadas até o momento.

Os assessores da Presidência da República Tercio, José Matheus e Mateus Diniz, apontados como integrantes do “gabinete do ódio”, negaram em depoimento envolvimento no suposto esquema.

*Igor Mello/Uol

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CGU terá acesso a diálogos hackeados envolvendo Erika Marena e ex-auditor

Conjur – A Constituição Federal garante a todos o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse, ou de interesse coletivo ou geral, exceto apenas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado.

Com base nesse entendimento, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou que sejam compartilhadas com a Controladoria-Geral da União as provas apreendidas na chamada operação “spoofing” envolvendo ex-auditor fiscal da Receita Federal, Roberto Leonel de Oliveira Lima, e a delegada da Polícia Federal, Erika Mialik Marena.

A decisão foi provocada por pedido da CGU, que cita reportagem da ConJur sobre os diálogos em torno de um depoimento que teria sido forjado por Erika Marena, e outras notícias sobre a atuação de Roberto Leonel de Oliveira Lima.

Em consulta aos sistemas internos, a CGU confirmou que Roberto Leonel de Oliveira Lima de fato ocupou o cargo em comissão (DAS 101.2) de Chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação na 9ª Região Fiscal, tendo sido exonerado em 14/12/2018. Além disso, ele ocupava o cargo efetivo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil até 19/09/2019, quando se aposentou.

“Das conversas divulgadas, verifica-se que os servidores públicos mencionados podem ter praticado eventualmente infrações disciplinares no exercício de suas funções”, diz trecho do pedido em que a CGU argumenta que o compartilhamento das informações é necessário para verificar a necessidade de instauração de processo de responsabilização de servidores.

Ao analisar o pedido, o ministro afirmou que, embora o objeto da reclamação feita pelos advogados do ex-presidente Lula seja limitado à obtenção de elementos para subsidiar a sua defesa, nada impede que sejam fornecidas cópias de documentos dos autos a interessados, desde que não estejam cobertos pelo segredo de Justiça.

“Assim, considerando que a Controladoria-Geral da União encaminhou requerimento a esta Suprema Corte, no qual solicita elementos ‘especificamente quanto às provas envolvendo o ex-Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, Roberto Leonel de Oliveira Lima, e as relativas à suposta prática de forjar depoimento de delator, atribuída à Delegada de Polícia Federal Érika Mialik Marena’, com a finalidade de ‘dar continuidade a apurações empreendidas por esta CorregedoriaGeral da União’, autorizo o compartilhamento dos dados com o referido conteúdo juntados à presente reclamação”, escreveu o ministro na decisão.

A exposição dos diálogos de procuradores envolvidos na finada “lava jato” colocou em xeque a atuação desses servidores públicos. Na conversa revelada pela ConJur, os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior relatam o que contou uma delegada da Polícia Federal chamada Erika — provavelmente a delegada Erika Marena, que era a responsável pelos casos do consórcio de Curitiba.

“Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada… Dá no mínimo uma falsidade… DPFs são facilmente expostos a problemas administrativos”, disse Deltan.

Figura destacada no grupo de Curitiba, Marena foi interpretada pela atriz Flávia Alessandra no filme “Polícia Federal — A lei é para todos”. Ela também tem um episódio trágico no currículo. Após sair da capital do Paraná e da “lava jato”, foi para Santa Catarina. Lá, comandou uma operação que investigava uma suposta corrupção no núcleo de ensino à distância da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que resultou na prisão preventiva do reitor Luiz Carlos Cancellier.

Investigações clandestinas
Reportagem da ConJur também revelou que procuradores da ‘República de Curitiba’ tinham um esquema clandestino com a Receita Federal para quebrar o sigilo de seus alvos, inclusive de ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Os acertos ilegais eram feitos com Roberto Leonel de Oliveira Lima, chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação na 9ª Região Fiscal. Pela cooperação, Roberto Leonel foi premiado quando Sergio Moro tornou-se ministro da Justiça, com o comando do Coaf. Clique aqui para ver palestra de Deltan Dallagnol e Roberto Leonel.

Em julho de 2015, por exemplo, os procuradores discutiam uma anotação encontrada com Flávio Lúcio Magalhães, apontado como operador de propina da Andrade Gutierrez. A lista citava diversas pessoas, entre elas ministros do STJ.

“A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial [dos ministros], que tal?”, diz Dallagnol. Em seguida o procurador informa: “Combinamos com a Receita.”

A conversa não indica quais ministros foram investigados, mas mostra que o MPF no Paraná só tinha por honestos ministros que atendiam, incondicionalmente, os pedidos da “lava jato”. “Felix Fischer eu duvido. Eh (sic) um cara sério”, diz o procurador Diogo Castor em referência ao relator dos processos da “lava jato” no STJ.

Clique aqui para ler a decisão de Lewandowski
Rcl 43.007

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Brizolistas encontram-se com Lula: “Trabalhismo de verdade se soma à luta de Lula e do PT na defesa dos direitos do povo”

Desde (11/06), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no Rio de Janeiro para encontros políticos.

À noite, brizolistas históricos estiveram com ele.

Entre eles, o ex-deputado federal constituinte Vivaldo Barbosa, que foi secretário da Justiça de Brizola, quando governador do Rio.

Assim como, Leonel Brizola Neto, o médico sanitarista João Leonel Brizola Sobrinho e o economista Gabriel Barbosa.

“João Vicente Goulart também está conosco”, ressalta Vivaldo. “Só não veio, porque ainda não tomou a segunda dose da vacina contra covid-19”.

Para marcar o encontro, eles entregaram a Lula uma nota, cujo título é O Trabalhismo com Lula e o Partido dos Trabalhadores (na íntegra, ao final).

Conscientes de que “vivemos momentos que requerem muita luta”, afirmam na nota:

Eis que surge, do fundo da alma do nosso povo, o reconhecimento da liderança de Lula como caminho de salvação nacional.

É nosso dever estarmos ao lado do nosso povo e ajudarmos o Partido dos Trabalhadores conduzir o processo político.

O trabalhismo de verdade no Brasil de hoje se soma à luta de Lula e do Partido dos Trabalhadores na defesa dos direitos do nosso povo e de resistência a tudo que se abateu sobre o Brasil nos últimos tempos.

Atualmente, Vivaldo, Leonel Brizola Neto, João Leonel Brizola Sobrinho e Gabriel Barbosa integram o movimento O Trabalhismo.

Para Vivaldo, uma das coisas engrandecedoras dos tempos atuais é ver Lula com a consciência do dever de liderar a nação.

Segundo ele, quando um povo encontra um líder, encontra também o seu caminho, como está acontecendo agora.

“Em meio às imensas dificuldades atuais, o povo brasileiro está encontrando o seu líder e o seu caminho”, diz.

“Outra questão é a identidade das crenças de trabalhistas e brizolistas de verdade com as lutas atuais de Lula e o PT”, observa Vivaldo Barbosa.

Participaram também do encontro a presidenta do PT Gleisi Hoffmann (PR),vereador Lindberg Farias (PT-RJ), o presidente do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá e o deputado estadual Geraldo Moreira.

Em 2022, celebra-se o centenário de nascimento de Leonel Brizola. Na foto, Leonel Brizola Neto e Lula seguram um registro histórico. Foto: Ricardo Stuckert

Nota do Movimento O Trabalhismo

O TRABALHISMO COM LULA E O PARTIDO DOS TRABALHADORES

A liderança popular do Lula e sua luta política encarnam a defesa dos ideais do trabalhismo, plantados no Brasil desde a Revolução de 1930. E o Partido dos Trabalhadores é o partido político no Brasil que nos últimos tempos tem mais se jogado nesta causa.

A defesa da legislação trabalhista, da valorização do salário mínimo, da Justiça do Trabalho, da Previdência Social pública, das estatais estratégicas, do desenvolvimentismo, a construção do Estado Nacional, a edificação de nossa soberania, a causa da educação, fundamentos do trabalhismo, encontraram nos governos Lula e Dilma e na ação do Partido dos Trabalhadores, especialmente de sua aguerrida Bancada no Congresso Nacional, os maiores atores na política brasileira.

A liderança popular de Lula, hoje, e a presença do Partido dos Trabalhadores na vida brasileira como o partido mais enraizado e mais conectado com todos os segmentos do povo brasileiro e o mais espalhado no território nacional renovam as esperanças de que o povo brasileiro vai recuperar seu destino e as possibilidades de construir uma nação mais justa e de respeito.

Vivemos momentos delicados que requerem muita luta.

O conservadorismo, utilizando os meios de comunicação e o sistema judicial açularam a direita, manipularam o processo político arruinado, iludiram parte do povo e causaram três golpes duros na República: a deposição da Presidenta Dilma por um Congresso viciado, a prisão do presidente Lula por juiz proclamado incompetente para decidir e parcial, e a eleição de Bolsonaro.

E agora, eis que surge, do fundo da alma do nosso povo, o reconhecimento da liderança de Lula como caminho de salvação nacional.

É nosso dever estarmos ao lado do nosso povo e ajudarmos o Partido dos Trabalhadores conduzir o processo político.

O trabalhismo contribui com respaldo de ideias para boa inspiração da ação política.

O trabalhismo de verdade no Brasil de hoje se soma à luta de Lula e do Partido dos Trabalhadores na defesa dos direitos do nosso povo e de resistência a tudo que se abateu sobre o Brasil nos últimos tempos.

Estamos aqui para, juntos, nos devotarmos à construção da nação no avanço do conhecimento, ciência e tecnologia; que nos garanta autonomia das comunicações e domínio das fontes de energia; modernização das Forças Armadas que as vincule à vida do povo brasileiro e aos interesses da nação; devolva ao Brasil seu lugar no mundo e volte a ser ator no cenário internacional.

No mundo do trabalho, estaremos juntos para elevação da renda e sistema de Previdência Social.

Na saúde da nossa gente para o combate aguerrido a esta terrível pandemia e produção de medicamentos e equipamentos.

Na causa da educação como salvação das nossas crianças e jovens e prioridade das prioridades.

Estamos aqui, juntos, para melhor ajudar o povo brasileiro a resistir e romper a pesada herança do colonialismo e da escravidão que teima em submeter o Brasil aos interesses de grupos e a sugar o produto do trabalho da nossa gente.

*Viomundo

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Militares planejam se manter no poder ‘com ou sem Bolsonaro’, diz coronel da reserva

Um dos maiores críticos da crescente politização das Forças Armadas, Marcelo Pimentel diz que baixas patentes seguem exemplo que vem de cima, dos generais que formam um “Partido Militar”, que articulou a eleição do presidente para chegar ao governo sem ruptura institucional: ‘Eles vão estar no segundo turno’.

O coronel da reserva Marcelo Pimentel Jorge de Souza virou nos últimos anos uma das vozes mais críticas ao envolvimento das Forças Armadas na política.

Para explicar o porquê, ele conta sobre uma conversa que teve com um tenente sobre como vários dos colegas com quem tinha servido estavam no governo.

“O tenente disse: ‘É, realmente, houve um aparelhamento, mas o outro lado, quando governava, fazia o mesmo’. Na hora nem percebi, mas depois vi que ele pensa que os militares têm um lado. Isso é errado”, diz o coronel Pimentel à BBC News Brasil.

Nascido em uma família de militares e formado pela turma de 1987 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Pimentel diz que isso vai contra tudo pelo que ele trabalhou até deixar a ativa, em 2018.

“Estão destruindo a muralha que minha geração construiu entre as Forças Armadas e o governo, entre o militar e a política”, diz o coronel de 54 anos. Se os militares tomam partido, “deixam de ter representatividade para defender o Brasil inteiro”, defende ele.

Pimentel avalia que essa mentalidade é cada vez mais comum entre os militares. Mas acredita que as baixas patentes estão apenas seguindo o exemplo que vem de cima, dos generais que formam o que Pimentel chama de “Partido Militar”.

Em sua visão, esse grupo, que comanda o Exército, encontrou no presidente Jair Bolsonaro uma forma de chegar ao Planalto sem uma ruptura institucional, como no golpe de 1964.

“Dos 17 generais que formam o Alto Comando do Exército, 15 exercem cargos de primeira ordem. Há militares tanto na administração direta, que é a Esplanada dos Ministérios, quanto nas empresas estatais, autarquias, órgãos de fiscalização.”

Ele diz ser por isso que ele chama o atual governo é um governo militar. “As pessoas não enxergam porque esse grupo chegou ao poder sem uma ruptura institucional, mas eles ocupam cabeça, tronco, membros, entranhas e alma desse governo.”

De volta ao comando do país, diz Pimentel, esses militares agora estão se preparando para se manter no poder, “com ou sem Bolsonaro”.

‘A finalidade é manter o poder conquistado’

Pimentel diz que pegou emprestado de cientistas sociais o termo Partido Militar para falar desse grupo que decidiu se lançar na política.

Ele aponta que são militares formados na Aman nos anos 1970, em plena ditadura — como o próprio Bolsonaro. Tornaram-se generais no primeiro mandato de Lula, segundo Pimentel, e chegaram ao comando do Exército no governo Dilma.

“São generais da reserva em sua maioria, mas também da ativa. É um grupo bastante coeso, hierarquizado, disciplinado, com algumas características autoritárias e pretensões de poder até hegemônicas. Sua finalidade é manter o poder conquistado”, diz.

O grupo teria começado a se articular no início da década passada, segundo o coronel, em parte por causa das insatisfações com as conclusões da Comissão da Verdade sobre os crimes cometidos por militares na ditadura e o fato do país ser governado por Dilma Rousseff (PT), uma ex-guerrilheira.

Ao mesmo tempo, a missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti aproximou as Forças Armadas brasileiras e americanas.

“Estabeleceram-se relações pessoais entre os generais brasileiros e americanos. O lazer das tropas era na Flórida, em Nova York, em Washington. Esses oficiais viram como o cidadão americano tratava o militar. Olhavam para cá e não sentiam que o brasileiro valorizava, né?”, comenta Pimentel.

O coronel diz que foi esse grupo que procurou Bolsonaro e não o contrário. Não teria sido por acaso, portanto, que o presidente lançou sua candidatura na Aman, ainda em 2014.

“Nós temos que mudar o Brasil, tá ok?”, disse Bolsonaro na época, diante de um grupo de aspirantes que o chamavam de “líder” ? um registro do encontro está no canal no YouTube de Carlos Bolsonaro, filho do presidente.

“Alguns vão morrer pelo caminho, mas estou disposto em 2018, seja o que Deus quiser, a tentar jogar para a direita este país.”

“Parece até que ele estava vaticinando o que ia acontecer na presidência dele”, diz Pimentel, que é um crítico antigo do presidente.

‘Partido Militar vai estar no segundo turno do ano que vem’

O coronel diz que, em algum momento do primeiro mandato de Dilma foi fechado um acordo em torno da candidatura de Bolsonaro. Ele afirma ter acompanhado de perto a transformação da imagem do então deputado federal entre as tropas.

“Em 2015, eu fui a uma formatura na Aman, e Bolsonaro era simplesmente o maior astro. Como um camarada que tinha saído do Exército pela porta dos fundos tinha sido de repente convertido em mito?”, questiona.

“Essa candidatura foi muito bem pensada, planejada, e foi usada muita história de cobertura para disfarçar o envolvimento desse grupo, como aquela novela (da escolha) do vice. Falaram no Magno Malta, no príncipe (Luiz Phelippe de Orleans e Bragança), na Janaína Paschoal, mas a única dúvida era se seria o (general Augusto) Heleno ou o (general Hamilton) Mourão.”

A idade avançada de Heleno acabou sendo decisiva, e Mourão foi o escolhido, completa o coronel. A chapa Bolsonaro-Mourão venceu as eleições, e o Partido Militar ocupou o governo e a máquina pública, diz Pimentel.

*Rafael Barifouse – Da BBC News Brasil em São Paulo/Uol

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