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MP investiga se ex-mulher de Bolsonaro lavou dinheiro do gabinete de Carlos

Documentos do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mostram novos indícios de participação da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), Ana Cristina Valle, em casos de lavagem de dinheiro para prática de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). Os registros foram obtidos pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

De acordo com a reportagem, foram encontrados diversos processos nos quais ela trabalhou como advogada em indenizações de acidentes de trânsito. Entre 2007 e 2010 teriam sido 56 casos, segundo consulta feita ao site do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), sendo 54 relacionados ao seguro DPVAT. A maioria deles, no Rio Grande do Sul, apesar de o escritório dela ter sede no Rio.

Testemunhas denunciaram o envolvimento de Ana Cristina em fraudes que incluem o não pagamento de valores a vítimas.

A suspeita do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) é que a atuação das empresas dela tenham relação com a suposta “rachadinha” no gabinete do filho do presidente da República. Em outubro, uma investigação mostrou que as empresas de Ana Cristina acumulam dívidas de R$ 325,5 mil com a União.

A prática de “rachadinha” acontece quando um político desvia parte ou inteiramente os salários e benefícios de assessores parlamentares para si. No começo de setembro, uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) criou jurisprudência para futuras decisões da Justiça Eleitoral sobre o tema.

Ana Cristina foi a primeira chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, em 2001. Ela ainda era casada com Bolsonaro quando foi trabalhar com o enteado e deixou o cargo meses após a separação, em 2008. Nos últimos três anos, além de trabalhar com o vereador, Ana teve um escritório de advocacia e duas empresas de seguro, que ficavam no centro da capital fluminense, nas proximidades da Câmara – fato visto como suspeito pelo MP.

Além disso, o Ministério Público Estadual suspeita de que a ex-chefe de gabinete de Carlos seguiu recebendo os valores dos funcionários mesmo após deixar o cargo. Um levantamento a partir de registros da Câmara Municipal mostrou que essas pessoas ganharam R$ 7,5 milhões após ela sair do posto. As empresas seriam, então, segundo investigações do MP, usadas para lavar o dinheiro.

*Com informações do Uol

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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