Dia: 12 de julho de 2023

Na mira da PF, Bolsonaro troca ‘conhecereis a verdade’ por ‘esculacho’

Bolsonaro voltou a chamar, nesta quarta (12), de “esculacho” a ação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal em sua casa em meio a uma investigação sobre fraude em cartões de vacina. Uma grande mudança para quem dizia que o Evangelho de João capítulo 8, versículo 32 (“Conhecerei a verdade, e ela vos libertará”) era seu lema de vida.

“Fazer uma busca e apreensão na minha casa, contra a orientação do Ministério Público, atrás de cartão de vacina, ao meu entender, é um ato de esculacho”, afirmou em entrevista à imprensa após depor sobre uma suposta articulação golpista entre ele, o senador Marcos ‘Coisa de Maluco’ Do Val e o então deputado Daniel ‘Surra de Gato Morto’ Silveira. A operação ocorreu em maio e levou também à prisão do seu ex-faz-tudo, Mauro Cid.

“Não roubei nada, nunca conspirei nada! É para esculachar, gerar constrangimento perante a opinião pública, me desgastar. Se eu não tivesse nenhum capital político, não estariam fazendo tudo isso contra mim”, completou.

Detalhe é que nenhum colega jornalista havia perguntado se ele havia roubado joias dadas pela Arábia Saudita à Presidência da República, tampouco se ele havia conspirado contra a democracia ao fomentar o golpismo entre seus seguidores, o que culminou em rodovias trancadas, carros incendiados, bomba colocada em caminhão de combustível e na depredação das sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro. Ele que levantou a lebre sozinho.

Atos falhos envolvem a emergência de uma palavra ou expressão no discurso, seguida de uma correção ou negação do ocorrido. Isso ocorre porque há uma cadeia de pensamentos, inconsciente, que se encontra suprimida e emerge revelando um fragmento da verdade queremos suprimir a nós mesmos, como já me explicou o psicanalista Christian Dunker, nosso colega no UOL.

Tem um golpistinha dentro de Jair com uma vontade louca de sair, mas que segue contido pelo medo da cadeia. Não à toa, ele tirou o corpo fora no depoimento sobre a articulação golpista entre ele, Do Val e Silveira para fazer uma pegadinha do tipo Ivo Holanda com o ministro Alexandre de Moraes e, com isso, tentar melar a eleição.

Mas se ele não disse nada de comprometedor, e evitou comprometer os outros dois, em seu curto depoimento de 35 minutos, o celular de Marcos Do Val continua falando pelos cotovelos. Além disso, o que dirá Daniel Silveira, preso em Bangu, por atacar o STF? Alguém condenado e sem nada a perder vai ficar em silêncio para proteger quem o esqueceu?

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Haddad desbunda o Chicago Boy

Seguindo a ancestralidade do neoliberalismo pinochetista, Paulo Guedes fez o que sonhava fazer, ser o Chicago boy para os ricos e o bad boy para os pobres, e explicou para Bolsonaro, “temos que governar para os ricos e não para os pobres. São os ricos que mandam no país”.

E assim o carnavalizado Posto Ipiranga produziu um dos enredos mais macabros que o delírio neoliberal pôde produzir.

É fato que Guedes nunca esteve diante de uma encruzilhada, Sua história começou e terminou no governo Bolsonaro como um folião de salão, sem enfrentar qualquer resistência de uma imensa massa de 33 milhões que ele devolveu à miséria.

No entanto, aquele, que se achava o último imperador do mercado, teve um encontro com a realidade, a celebração de 65% que canta hoje o nome de Haddad pelos quatro cantos do mercado.

Os ventos delirantes de Guedes, que vendia para os ricos um país encantado e que levou o país rumo ao precipício, não existe mais. Os barões do mercado já haviam entendido isso e, se assim seguissem nessa roda, seus ganhos virariam cinzas.

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Que ironia! Lula entrega prêmio a Merval Pereira em homenagem à ABL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu nesta quarta-feira (12) a Ordem Nacional do Mérito Científico à Academia Brasileira de Letras (ABL), presidida atualmente pelo jornalista Merval Pereira, comentarista da GloboNews e colunista do jornal “O Globo”. Fundada em 1897, a ABL nasceu com o objetivo de cultivar a língua e a literatura nacional.

De acordo com o jornalista, a condecoração “mostra um governo preocupado com o desenvolvimento da ciência” e que reconhece a cultura como parte deste processo. “Esse prêmio é a ciência reconhecendo a cultura como parte integrante do desenvolvimento brasileiro, o que é muito importante e mostra o caminho que o governo está tomando”, disse.

Escritores conhecidos ocuparam cadeiras na ABL, entre os quais, Machado de Assis, considerado um dos maiores autores em língua portuguesa.

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Ministério Público e TCU pedem apuração de irregularidade e suspensão da remuneração que Bolsonaro recebe do PL

Peça diz que usar recursos públicos para pagar pessoa que foi declarada inelegível fere moralidade administrativa.

O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) protocolou nesta quarta-feira (12) representação para que a corte apure irregularidades na remuneração concedida pelo PL ao ex-presidente Jair Bolsonaro após a recente decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de declará-lo inelegível, diz o Painel da Folha.

O pedido, assinado pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, pede ainda que, como medida cautelar, seja suspensa a remuneração do ex-presidente.

Na representação, Furtado cita o salário superior a R$ 40 mil pago pelo partido a Bolsonaro. “É possível verificar que a estrutura de um partido político está sendo utilizada para remunerar pessoa que foi declarada inelegível pela maior instância da justiça eleitoral”, escreve.

“Sabendo-se que as siglas partidárias recebem recursos do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário), que é constituído, dentre outras fontes, por dotações orçamentárias da União, o que se tem é a destinação de recursos públicos ao ex-presidente da República declarado inelegível.”

O subprocurador-geral afirma ainda que usar recursos públicos para remunerar condenado pelo Judiciário, no âmbito do TSE, é “violação direta e mortal do princípio da moralidade administrativa.”

“Entende-se cabível, também, a atuação cautelatória deste Tribunal, no sentido de adotar medida para que seja suspensa a remuneração do ex-presidente da República Jair Bolsonaro pelo Partido Liberal”.

A representação afirma ainda que, caso a corte entenda que não pode deliberar sobre o tema, os autos poderiam ser encaminhados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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Lula homenageia o reitor Cancellier: ‘Nunca mais essa insanidade’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de seu discurso ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, prestou uma homenagem ao reitor Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou após ser alvo, em 2017, de uma ação injusta da Lava Jato sobre supostos desvios na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O trabalho da PF na ocasião foi alvo de críticas, e Cancellier cometeu suicídio 15 dias após ser preso. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou ser “improcedente” a representação da Lava Jato.

“Sempre que a gente puder temos que lembrar das pessoas que foram vítimas do arbítrio para que essa insanidade nunca mais aconteça no nosso país”, disse o presidente Lula, nesta quarta-feira (12). O presidente Lula também foi alvo da Lava Jato, tendo sido preso injustamente por 580 dias. O ex-juiz suspeito da Lava Jato, Sergio Moro, foi declarado parcial e suspeito pelo STF e o ex-procurador Deltan Dallagnol teve o seu mandato de deputado federal cassado este ano pelo TSE.

A operação que levou à morte de Cancellier foi conduzida pela delegada federal Erika Marena, que não apenas prendeu o reitor, mas também deteve outros seis funcionários da universidade e 23 indivíduos indiciados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato.

O presidente Lula discursou na solenidade de entrega da Ordem Nacional do Mérito Científico e de reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Também assina decreto que convoca a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, prevista para o primeiro semestre de 2024. O evento acontece no Palácio do Planalto, em Brasília/DF

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Campos Neto, o Marcos do Val do Banco Central

Campos Neto agiu criminosamente para beneficiar a campanha de Bolsonaro.

O notável presidente do Banco Central, segundo informações da Agência Sportlight, é uma espécie de Marcos do Val do BC.

Documentos do próprio Banco Central mostram um erro de R$ 14,5 bilhões, já estava identificado o fluxo cambial por Campos Neto durante o período eleitoral, mas para não atrapalhar a campanha de Jair Bolsonaro, para quem Campos Neto segue estendendo tapete vermelho, o presidente do BC manteve essa informação ebaixo do tapete.

A melancolia bolsonarista de Campos Neto, que já causa uma angustiante aflição em todos os setores da economia brasileira, tem atrapalhado enormemente os setores produtivos, seja pela indústria, seja pelo comércio, segundo o presidente do Sebrae, porque não há mágica possível para se tomar crédito com essa visão totalmente desafinada do Banco Central, que se baseia numa realidade paralela  a partir de um único personagem e a sinopse do seu enredo, que é Roberto Campos Neto.

Não é possível que, diante dessa revelação de que Bolsonaro ainda tem seu guardião de falcatruas no mais alto posto do Banco Central, ele se mantenha no comando do coração financeiro do país.

Basta de Campos Neto! Que ele responda na justiça essa manipulação grosseira para beneficiar Bolsonaro.

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O bolsonarismo vai ladeira abaixo, e o país só tem a ganhar com isso

Fatos são fatos, opiniões à parte

Escolha o fato recente e mais bizarro que expresse melhor a decadência do bolsonarismo que muitos teimam em não ver – seja porque torcem para que ele se recupere, seja por pura cegueira.

Fato 1: o fracasso da tentativa de golpe em 8 de janeiro. Ora, alguns dirão: Bolsonaro estava fora do país, os chefes militares não se meteram, foi coisa de um bando de fanáticos sem comando.

Concordo que foi obra de amadores, mas os chefes militares não se opuseram a eles, ficaram observando para ver no que iria dar. E acolheram gentilmente os fanáticos à porta dos seus quartéis.

Dariam abrigo e proteção a militantes de esquerda que tivessem desembarcado em Brasília para festejar a posse e as primeiras semanas do governo Lula? Teriam sido tolerantes com eles?

Fato 2: a aposta dos bolsonaristas na instalação de uma CPI sobre o 8 de janeiro. Por mais inacreditável, eles imaginaram possível provar que os golpistas eram de esquerda, e não de direita.

De extrema direita seria a massa que invadiu a Praça dos Três Poderes só para protestar. Mas aí, esquerdistas infiltrados provocaram a destruição que se viu para culpar a massa inocente.

Não foi presa nem denunciada uma única pessoa de esquerda que tenha participado do golpe de 8 de janeiro. Acólitos de Bolsonaro estão presos, e ele corre o risco de ser condenado e preso.

Se arrependimento matasse, os idealizadores da CPI já estariam mortos e enterrados. A CPI arrasta-se sem comando e sem rumo. O governo, que era contra a CPI, assiste satisfeito e celebra.

Fato 3: a aprovação da reforma tributária na Câmara. O líder do time dos derrotados em 2022, sim, o próprio Bolsonaro, foi contra a reforma e orientou seus seguidores a rejeitá-la.

A reforma foi aprovada na Câmara com votos do PL. A essa altura, não convidem para o mesmo grupo de WhatsApp os deputados bolsonaristas. Eles se acusam de radicais e de comunistas.

Não convidem para o grupo, mas por outra razão, a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que na véspera do segundo turno da eleição passada perseguiu um homem com arma na mão.

A pistoleira dos Jardins, bairro nobre da capital paulista onde o inusitado ocorreu, é acusada de ter encomendado a um hacker a invasão das contas do ministro Alexandre de Moraes.

Zambelli não só encomendou, segundo depoimento prestado pelo hacker à Polícia Federal: fez questão de apresentá-lo a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que o contratasse.

Fato 4: a decisão do ministro Gilmar Mendes de desarquivar o processo que apura a omissão de Bolsonaro na gestão da pandemia de Covid-19. O vírus matou no Brasil mais de 700 mil pessoas.

Há provas e evidências no relatório final da CPI da Covid de que Bolsonaro associou-se ao vírus para que morresse quem tivesse de morrer, desde que a economia e o seu governo fossem salvos.

A extrema direita sempre existiu por aqui. Apenas tinha vergonha de mostrar a face. Até 2030, à falta de um candidato para chamar de seu, votará no candidato da direita, seja ele quem for.

Está para nascer um candidato à semelhança de Bolsonaro, capaz de fazer tanto mal ao país. Da noite para o dia, não nasce. Bolsonaro levou mais de 30 anos para ganhar relevância.

E apenas sete meses para perdê-la.

*Blog do Noblat

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Miriam Leitão: Confiança de donos de pequenos negócios em junho é a maior do governo Lula

Pesquisa feita pelo Sebrae e FGV mostra que índice teve maior incremento do ano.

Os bons ventos da economia animaram os pequenos empresários em junho, mostra a pesquisa do Sebrae em parceria com a FGV, antecipada pelo blog. Em junho, a confiança dos pequenos negócios apresentou o maior incremento do ano: o Índice de Confiança das Micros e Pequenas Empresas (IC-MPE) avançou 5,8 pontos se comparado a maio e atingiu o patamar de 93,7 pontos, o maior do governo Lula.

Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, os donos de pequenos negócios estão percebendo a melhora na economia, o que reduz o pessimismo futuro. Ao comentar o índice, ele aproveita para criticar os altos juros mantidos pelo Banco Central.

– Para que o horizonte favorável seja mantido, é preciso que o Banco Central faça a sua parte. Os donos dos pequenos negócios acreditam que o Banco Central terá sensibilidade e reduzirá a taxa de juros, que está sendo mantida em um patamar injustificável. Caso os juros não caiam, a confiança pode apresentar queda novamente. Alguns dos reflexos de como a taxa básica de juros afeta diretamente as micro e pequenas empresas são aumento na dificuldades no acesso a crédito, menos consumo e dinheiro circulando na economia e redução de empregos.

O IC-MPE é a composição dos três índices de confiança dos principais setores da economia: Comércio, Serviços e Indústria de Transformação. Nesse mês de junho, todos apresentaram incremento. O setor que mais contabilizou aumento na confiança foi a Indústria, que saiu de uma sequência de três quedas consecutivas para um incremento de 11,9 pontos. Seguido pelo Comércio, com 9,6 pontos, e Serviços, com 2,5.

*O Globo

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Se Mauro Cid “cumpria missão” no golpe, cúpulas militares foram mandantes

Conforme noticiado, oficiais das Forças Armadas justificam que o tenente coronel Mauro Cid compareceu com farda do Exército no depoimento à CPMI porque, como ajudante de ordens do Bolsonaro, “cumpria missão” atribuída a ele pelos comandantes.

Hierarquia e disciplina são pilares estruturantes das Forças Armadas.

São princípios tão caros para a organização militar que “devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados”, como estabelece o Estatuto dos Militares [Lei 6880/1980].

O Código Penal Militar, no artigo 163, prevê pena de prisão de até dois anos para o militar que “recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço”.

Se, portanto, oficiais militares justificam que Mauro Cid compareceu fardado à CMPI porque cumpria missão militar, isso significa que as próprias cúpulas militares reconhecem e assumem a responsabilidade direta pelos atos ilegais do seu subordinado.

Ou seja, as cúpulas fardadas admitem claramente o papel central que desempenharam na concepção e no engendramento permanente dos atentados antidemocráticos e nos ataques sistemáticos às instituições da República. O tenente coronel era apenas um operador – um operador relevante, é verdade – do empreendimento golpista dos chefes militares.

Numa estratégia presumivelmente estabelecida em entendimento com o comando do Exército, na abertura do seu depoimento à CPMI Mauro Cid fez questão de ressaltar que cumpriu ordens do comando do Exército.

Ele relatou que “em 2018 eu havia sido selecionado para participar de um curso de Estado-Maior do Exército americano. Entretanto, fui redesignado pelo então comandante do Exército para assumir a função de chefe da ajudância de ordens da Presidência da República”.

Cid ainda destacou que “a minha nomeação jamais teve ingerência política. Minha vinculação administrativa era estabelecida pelo Gabinete de Segurança Institucional, inclusive por meio de onde provinha minha remuneração”. O general conspirador Augusto Heleno, seu chefe direto, era o ministro do GSI.

Como diria o general da Morte Eduardo Pazuello, “é simples assim”: se o tenente coronel Mauro Cid “cumpria missão” a ele atribuída, os seus superiores imediatos – os generais do partido militar – foram os mandantes da missão cumprida por ele.

Não é por outra razão que até o presente momento o Exército ainda não tenha instaurado investigações e procedimentos disciplinares em relação a Mauro Cid, a despeito dos inúmeros ilícitos cometidos por ele. Se prevalecesse no Exército o mínimo de legalidade e de profissionalismo, o tenente coronel Mauro Cid já teria sido expulso da corporação.

Não fosse por decisão do STF, a depender do MP militar, da justiça militar e do comando do Exército, o faz-tudo de Bolsonaro e das cúpulas militares sequer estaria preso por falsificar carteiras de vacinação e adulterar documentos públicos – apenas um dos inúmeros crimes pelos quais, se justiça for feita, ele ainda deverá cumprir muitos anos de prisão.

Combinada com as próprias cúpulas militares, a estratégia de Mauro Cid de arrastar as Forças Armadas para o foco central da CPMI tem como objetivo central, além de eximir sua responsabilidade individual, amedrontar a Comissão Parlamentar com a ameaça militar.

A CPMI, como expressão do poder político e da representação popular, tem diante de si uma extraordinária oportunidade de trazer para o banco dos réus os artífices centrais do projeto golpista, que são as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas.

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