Em uma análise crítica, o renomado economista Fabio Giambiagi, associado ao Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), manifestou preocupações consideráveis em relação à economia argentina sob a nova liderança de Javier Milei.
Com raízes profundas no país vizinho, onde passou parte de sua infância, Giambiagi examinou os desafios econômicos que a Argentina enfrenta, especialmente diante das propostas de Milei de dolarizar a economia e eliminar o Banco Central local.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Giambiagi expressou apreensão quanto à possibilidade de uma inflação superior a 200% ao ano nos próximos meses, destacando a gravidade da situação. O economista questionou as estratégias do governo Milei para combater o déficit público, sublinhando a necessidade de desindexação, além do ajuste fiscal, como um passo crucial que, em sua opinião, está sendo negligenciado.
Giambiagi também levantou preocupações sobre a dinâmica inflacionária, alertando para a possibilidade de a situação sair do controle, alimentando uma “profecia autocumprida” de inflação crescente. Em um ponto incomum, o economista destacou o reconhecimento por parte de Milei, durante sua posse, de que a economia poderia piorar antes de melhorar.
Giambiagi questionou a eficácia dessa abordagem e ponderou se ela será capaz de manter o capital político de Milei durante um período economicamente turbulento. As incertezas em torno das medidas propostas pelo novo governo argentino continuam a gerar debate e análise entre os especialistas econômicos.