Ano: 2023

Quanto menor o número de fanáticos bolsonaristas, mais agressivos e mentirosos ficam

O retumbante pesadelo da derrota de Bolsonaro criou tal ambiente amargo de dispersão, que a luta da família Bolsonaro na operação cerca frango, no caso, gado, comove pelo desenlace que se mostra totalmente inútil.

Para compensar a falta de quórum, os caciques bolsonaristas vêm tentando de tudo, num louco heroísmo às avessas de um nada disfarçado sentimento de quarta-feira de cinzas, que eles não aceitam decretar.

O fato é que a tribo cada dia fica menor e, com isso, aqueles que sonhavam com a volta de Bolsonaro para a política num dia ou num cargo qualquer, já perceberam que o movimento é para trás, nem de lado como caranguejo o troço anda.

Então, é necessário aumentar os decibéis para dar uma visibilidade qualquer à estátua derrotada a quem estão reservados os piores dias e, certamente, Bolsonaro terá que se ver com a justiça.

Daí todo esse ataque preventivo ao STF, na tentativa de conseguir a piedade dos ministros na base da pressão. É o famoso vai que cola.

Breno Altman: a grande arma do sionismo é a mentira

Artigo de Cláudio Lottenberg é tosca manipulação para justificar o massacre contra os palestinos da Faixa de Gaza.

Espantoso o artigo mais recente de Cláudio Lottenberg, presidente da CONIB (Confederação Israelita do Brasil), publicada pelo UOL. Algum desavisado que se contentasse em bater os olhos somente no título, “A verdade sobre o genocídio”, poderia chegar à conclusão que o representante sionista estava pronto para uma análise crítica dos crimes contra a humanidade cometidos por Israel. Trata-se, no entanto, de tosca manipulação para justificar o massacre contra os palestinos da Faixa de Gaza.

O autor sequer cita as quase vinte mil mortes provocadas pelos ataques israelenses em apenas sessenta dias, na imensa maioria civis, especialmente crianças e mulheres. Quase um por cento da população local foi liquidada pelo Estado sionista, a sangue frio, mas esse fato é simplesmente ignorado no texto desse senhor.

Tudo o que está acontecendo seria responsabilidade do Hamas, como se o conflito tivesse emergido subitamente no dia 7 de outubro.

Nenhuma palavra sobre a ocupação ilegal de todos territórios palestinos, submetidos a um regime colonial desde 1967, em aberta violação ao direito internacional e a resoluções das Nações Unidas.

Nada sobre a burla dos Acordos de Oslo, com a expansão de assentamentos judaicos, com mais de 700 mil colonos, em áreas da Cisjordânia e de Jerusalém supostamente destinadas a um futuro Estado palestino.

Silêncio absoluto sobre a Faixa de Gaza estar bloqueada e cercada desde 2007, com seu povo submetido a ondas incessantes de repressão e brutalidade, com milhares de inocentes assassinados antes dos acontecimentos de outubro. Apenas entre julho e agosto de 2014, a título ilustrativo, mais de dois mil civis palestinos perderam a vida graças a bombardeios israelenses sobre o maior campo de concentração a céu aberto do planeta.

Até mesmo historiadores israelenses – como Illan Pappé e Schlomo Sand – admitem que o recurso à limpeza étnica contra palestinos, uma típica prática vinculada ao genocídio, está na origem e no desenvolvimento de Israel, estendendo-se à atualidade. Para esses estudiosos, o objetivo do sionismo sempre foi dominar a Palestina do rio ao mar, por etapas, consolidando um regime de supremacia judaica.

*Opera Mundi

Avião da FAB decola para o Egito com 11 toneladas de alimentos; vídeo

A aeronave decolou neste sábado da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Al-Arish, no Egito, próximo a Gaza.

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou, neste sábado (9/12), da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Al-Arish, cidade do Egito próxima a Gaza, levando 11 toneladas de alimentos. Os suprimentos serão doados em ações humanitárias na Faixa de Gaza. A previsão é de que a aeronave KC-390 Millennium pouse em solo egípcio na manhã da próxima terça-feira (12/12), diz o Metrópoles

O envio de alimentos não perecíveis é coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores.

A aeronave fará paradas técnicas na Base Aérea do Recife (Barf); em Cabo Verde; em Lisboa, Portugal; em Atenas, Grécia; e no Cairo, no Egito. Depois, seguirá para o destino final.

 

Com a acachapante derrota moral de Israel pelo genocídio em Gaza, o ódio mundial da direita perdeu muita musculatura

Pode-se sim dizer que aquela onda de ódio que varreu o planeta na última década e meia, está em avançada sarcopenia. Não há nessa afirmação qualquer simpleza, ingenuidade ou inconsciência. Aquela ação lenta, mas sistematizada na busca de envenenar as relações humanas, foi derrotada.

Como se formam as ondas de ódio.

Como moldar a alma de um povo cristalizado em uma tradição de paz em uma ilha de ódio e propagá-lo como se fosse algo espontâneo, já que é sabido que uma cultura não anda aos saltos, nem pra frente, nem pra trás? A resposta é: pela manipulação!

Vejam que interessante as interconexões do ódio, plantado estrategicamente pelo mesmo canal, o da grande mídia. Volta-se à farsa do mensalão que hipnotizou boa parte da sociedade brasileira, presa ao noticiário do JN. Boa parte da receita do ódio coletivo, foi exalada dali.

A Globo criou cada figurino, a seu modo e gosto, para dar funcionalidade em sua saga manipuladora na criação e no fomento da farsa do mensalão. Nunca apresentou provas de crimes dos membros do PT. Tudo foi feito com matéria cósmica, assim como formam as lendas mais prosaicas.

A mesma Globo serviu, durante décadas, como principal linha auxiliar do sionismo tropical em apoio a Israel em tudo. Isso impedia que fosse gerado debate na sociedade sobre a invasão dos sionistas nas terras palestinas. Mais que isso, a lendária terra prometida era exemplo no mundo.

O fato é que o Estado terrorista de Israel, até então, viveu de lendas velhacas milenares, cujo vulto assombrava o planeta e as próprias legiões de críticos de suas ações belicistas na Palestina. alheios a esses fatos, sionistas desfilavam arrogância de cabelos nas ventas.

A história agora é bem outra
Israel caiu do próprio galho e, de lambuja, ajudou a queimar ainda mais a imagem, já queimada, dos EUA.

No mesmo ritmo, toda a mídia ocidental, assim como a brasileira, que meteu essa mentira a seco na garganta dos povos, está com a credibilidade destruída.

Na verdade, Israel foi pego no contrapé, a sua tão propalada inteligência, não se preocupou com o óbvio, que é a revolução informacional da internet, que não respeita as fronteiras da mídia, francamente sionista.

E essa reação mundial, que assustou o Estado terrorista de Israel, está apenas começando com o azedo do refluxo.

Mas o que vem por aí, em termos de repúdio mundial, terá força suficiente para isolar Israel do resto do mundo e gerar uma tragédia econômica ao Estado terrorista.

A conferir.

Quem se importará quando pouco ou nada mais restar de Gaza?

O calvário dos palestinos e a indiferença dos supremos sacerdotes.

Uma vez, no final dos anos 1980, em Hamburgo, durante uma entrevista coletiva, perguntei ao presidente do Banco Central da Alemanha sobre as chances dos países africanos se desenvolverem. Não lembro por quê, mas a África estava na moda naquela ocasião.

Ele me olhou surpreso, e respondeu? “África? A África não tem a menor importância. Próxima pergunta”. Tinha pressa, e dali a duas horas uma reunião com diretores do banco em Berlim. Não perderia tempo a conversar sobre o continente mais pobre do mundo.

Esta é uma das vantagens do mundo globalizado e digital: há mais de 60 dias conversamos sem cessar sobre a carnificina promovida por Israel na miserável e superpovoada Faixa de Gaza. O legítimo direito de Israel à defesa escalou para o ilegítimo direito ao massacre.

O show de cinismo dos líderes das principais potências mundiais é vergonhoso e dá asco. Ante o crescente número de palestinos mortos, cerca de 18 mil a essa altura, 70% deles mulheres e crianças, renovam a todo instante seu apoio a Israel, mas sugerem moderação.

Israel agradece o apoio e continua a matar inocentes onde quer que estejam a pretexto de que os terroristas do Hamas se escondem por trás deles. É como se dissesse: sinto muito, mas vou matá-lo porque na sua cidade, no seu bairro, no seu prédio pode haver terroristas.

No mesmo dia que orientou o embaixador do seu país no Conselho de Segurança da ONU a vetar mais uma resolução que pedia um novo cessar-fogo em Gaza, o presidente americano Joe Biden voltou a pedir a Israel que proteja os civis palestinos.

Como seus apelos repetidos dia sim e outro também esbarram em ouvidos moucos, porque Biden não suspende a venda de armas de destruição em massa a Israel? Não: Biden briga com o Congresso para que libere mais uma ajuda de 14 bilhões de dólares a Israel.

Assim caminha a desumanidade.

*Blog do Noblat

Segundo grupo de brasileiros deixa Gaza

O segundo grupo de brasileiros chegou à fronteira com o Egito para deixar Gaza. O Itamaraty informou que o grupo é composto por cerca de 50 pessoas, entre brasileiros e parentes palestinos.
De acordo com o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, o grupo já está saindo da imigração do lado egípcio.

A Operação Voltando em Paz, do Governo Federal, está realizando mais uma missão de resgate dos repatriados em áreas de conflito no Oriente Médio.

A aeronave KC-30 (Airbus A330 200), da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, no início da manhã deste sábado com destino ao Aeroporto Internacional do Cairo, no Egito, onde fará o resgate de repatriados que estão na Faixa de Gaza, diz o g1.

O voo será direto, com previsão de duração de 15 horas, e pouso estimado para as 3 horas (horário local) deste domingo (10).

 

Privatização é um projeto de ladrão

O neoliberalismo, por si só, já é a institucionalização do roubo, daqueles que se armam até os dentes, via instituições, e se não der, vai na bala e na bomba mesmo.

O importante é que a riqueza, produzida por milhões, seja centrifugada por meia-dúzia, através do rentismo, da agiotagem, dos acionistas, enfim, do sistema do capital financeiro.

Nisso, não há qualquer propósito de modernização, desenvolvimento que abarque uma nação. O cidadão comum não só não é beneficiado por nada, como é extorquido como se vê em qualquer privatização de uma empresa criada pelo povo, que lhe é roubada por um discurso tecnocrata, fazendário, plantado dentro do debate público para atender os grandes tubarões da escumalha privada.

Assim, o que se assiste é a uma empresa pública que, dando ou não lucro, que, geralmente é entregue de mãos beijada a algum esperto do setor privado, ela, de imediato, vai gerar desemprego, porque cada funcionário demitido, é aumento de caixa do patrão, pois ele não tem qualquer compromisso com o que importa a um país, que é a sobrevivência do povo através do seu trabalho.

Ou seja, isso é como uma doença, é como um corpo estranho que se instala no organismo e, instalado, vai sugando e degradando aquele corpo, não permitindo que ele reaja até que o leve à falência múltipla dos órgãos.

Uma empresa de energia como a Light, que está na bacia das almas, concordatária e pedido á justiça uma redução de 50% de sua dívida, apresenta uma conta de luz que nem a palavra absurda dá contra da expropriação que recai sobre o consumidor da energia, sem falar na queda brutal de qualidade dos serviços e na precarização do trabalhador que, na maioria dos casos, é terceirizado.

Vejam só quantos intermediários vão sugando a empresa que repassa essa chaga para a sociedade para que ela assuma a responsabilidade de segurar o repuxo do tal Estado mínimo, sendo ela a principal acionista do Estado, através dos impostos que paga, o que, no final, faz com que a tarifa que o consumidor paga, dobra de valor, quando não triplica por um serviço de péssima qualidade, o que, colocado na balança, em termos reais, concretos, sai imensamente mais caro do que o que é classificado como gigantismo do Estado.

Tudo não passa de um jogo de ilusão, de uma ficção daqueles que vegetam enquanto uma nação inteira trabalha para que ele se mantenha de pé e mantenha seus ganhos a peso de ouro, enquanto o brasileiro paga cada passo na vida como quem paga um precioso grão. Essa é a nossa calamidade, fruto de uma fraude econômica que compra deputados, senadores e até presidentes, como governadores e prefeitos em troca de apoio as suas campanhas, com generosas quantias para que eles passem a tratar o pobre como lixo humano, pobre que é quem mais paga impostos nesse país.

Em regra, essa é a pilantragem neoliberal da chamada privatização, terceirização ou as duas juntas.

Está aí Paulo Guedes e também Tarcísio que o tem como guru, que não nos deixa mentir.

Se alguém mencionar privatização, pode gritar, pega ladrão!

Biden pede ao governo Lula que medie tensão entre Venezuela e Guiana

O governo dos Estados Unidos, liderado por Joe Biden, tem procurado interlocutores do presidente Lula (PT) para pedir que o governo brasileiro e o Itamaraty atuem para acalmar os ânimos entre Venezuela e Guiana. Os dois países estão em uma disputa pela região de Essequibo, reivindicada historicamente pela Venezuela mas atualmente controlada pela Guiana. Segundo Jamil Chade, do UOL, a Casa Branca está preocupada com a tensão na região e vê o Brasil como um ator “adequado” para ajudar a evitar uma escalada militar.

De acordo com a reportagem, Washington “sabe que não pode e não tem condições de lidar com a crise neste momento”. O governo estadunidense está em constante contato com autoridades brasileiras nos últimos dias, pressionando por ações específicas. O pedido envolve um alerta claro ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de que continuar com seus planos resultará na manutenção das sanções internacionais contra seu país. Além disso, a Guiana recebe um recado de que apesar de contar com o apoio diplomático e militar dos EUA, não deve se fechar ao diálogo, segundo o 247.

A proposta de sediar conversas entre as partes foi apresentada pelo presidente Lula, aguardando agora a resposta tanto de Maduro quanto do governo guianense. Diplomatas brasileiros buscam uma solução que evite uma escalada militar.

Os EUA expressam preocupações com a possibilidade de um novo foco de tensão territorial no mundo, considerando os outros conflitos em curso e patrocinado por eles, como a guerra na Ucrânia e a situação em Gaza. A administração Biden também leva em consideração sua situação doméstica, com as próximas eleições americanas dominando a agenda. O receio é que uma crise militar possa ser explorada por opositores, usando-a como prova da suposta fraqueza dos democratas.

Lula já assumiu a responsabilidade do Brasil por uma intermediação sul-americana, através da CELAC, visando obter mais respaldo do que a OEA, considerada inimiga por Caracas. A CELAC, presidida por Ralph Everard Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, é vista como uma entidade mais neutra para dialogar com ambas as partes.

 

ONU Mulheres denuncia aumento da violência contra palestinas presas em Israel

Informe de agência da ONU mostra que mulheres e meninas de Gaza e da Cisjordânia sofrem com abusos físicos e psicológicos em centros penais israelenses.

Após o início das hostilidades em Gaza no fatídico dia 7 de outubro e o bombardeamento intenso da região parte das forças militares de Israel, a agência ONU Mulheres, ligada à Organização das Nações Unidas, tem trabalhado junto com outras entidades humanitárias para analisar o impacto do conflito sobre mulheres e meninas palestinas.

Em um informe apresentado em novembro, e atualizado semanalmente, a agência apresentou dados recolhidos por coletivos feministas e de direitos humanos sobre como as mulheres e meninas residentes em Gaza têm sofrido não só com as bombas mas também com os problemas econômicos gerados pela ofensiva militar israelense.

A última atualização do informe, no dia 5 de dezembro, mostra que entre os cerca de 16 mil civis mortos até o momento, um total de 11.997 eram mulheres e crianças.

Outros dados preocupantes são as 951.490 mulheres e meninas obrigadas a deixar suas casas, e as 2.784 mulheres que se tornaram viúvas e chefes de família, após a morte de seus maridos ou companheiros.

Abusos nas prisões de Israel
Outro dado preocupante a respeito da situação das mulheres palestinas em Israel tem a ver com a situação daquelas que se encontram presas. Há vários relatos de estupro, violência sexual, abuso físico e tortura contra prisioneiras, não só entre as que eram residentes em Gaza como também entre as que viviam na Cisjordânia.

Parte desse cenário foi mais claramente exposto após a libertação de dezenas de prisioneiras a partir do acordo de trégua entre Israel e Hama, estabelecidos há uma semana graças à mediação dos governos de Egito e do Catar.

“Há 30 mulheres (palestinas) presas atualmente (em Israel). Elas são torturadas todos os dias, e sofrem por ter deixado seus filhos abandonados”, afirma a ativista Ahed Tamimi, que também chegou a ser prisioneira de Israel.

Mulher palestina sendo detida por Forças de Defesa Israelense, 2023
Uma palestina libertada de uma detenção israelense disse que mais de 15 mulheres palestinas foram estupradas por interrogadores israelenses para forçá-las a confessar as acusações feitas contra elas e colaborar com a inteligência israelense.

“Os investigadores e oficiais de inteligência israelenses mantêm fitas de vídeo dos estupros para chantagear as detentas. Fui abusada sexualmente e fotografada. Quando tentei viajar para a Jordânia após minha libertação, (um) oficial da inteligência israelense me surpreendeu com as fotos humilhantes”.

Ela afirmou que essas técnicas têm sido usadas há anos pelos interrogadores israelenses contra os detidos palestinos.

“Eles usaram essas técnicas de estupro antes da minha detenção e continuam a usá-las até hoje”, disse a palestina que passou nove anos de sua vida em detenção israelense.

Por sua vez, a jurista britânica Teresa Thornhill, membro do grupo Advogados pelos Direitos Humanos da Palestina, diz que “as mulheres detidas são rotineiramente submetidas a privação de sono, confinamento em celas semelhantes a armários, tapas, chutes, privação de higiene e ameaças sexuais”.

Em 2023 a ONU, numa comissão formada por mais de 50 países, condenou Israel por violar direitos das mulheres palestinas através de várias práticas, incluindo a violência sexual. Mesmo assim, representantes do Reino Unido e Estados Unidos criticaram o informe, alegando que as acusações tinham viés ideológico.

*Opera Mundi

Poeta palestino Refaat Alareer morre em bombardeio de Israel na Faixa de Gaza

O poeta palestino Refaat Alareer, uma figura importante de uma geração de autores de Gaza que escrevia em inglês para contar a história do território, morreu na quinta-feira em um bombardeio israelense, informaram amigos do artista.

“O assassinato de Refaat é trágico, doloroso e escandaloso. É uma perda imensa”, anunciou Ahmed Alnaoq, amigo do poeta, na rede social X.

“Meu coração está partido. Meu amigo e meu colega Refaat Alareer foi assassinado com sua família há alguns minutos”, escreveu no Facebook o poeta Mosab Abu Toha.

Professor de Literatura Inglesa na Universidade Islâmica de Gaza, Alareer foi um dos fundadores do projeto “We are not numbers” (“Nós não somos números”), que unia os autores de Gaza com “mentores” no exterior que os ajudavam a escrever em inglês sobre sua realidade.

Ele editou o livro “Gaza writes back”, uma compilação de crônicas sobre a vida no território escritas por jovens autores. Também publicou “Gaza unsilenced”.

Poucos dias após o início da ofensiva terrestre israelense, Alareer anunciou que se recusava a deixar o norte da Faixa, que era o epicentro dos combates.

Também publicou na rede social X um poema que viralizou, com o título “If I must die” (“Se eu devo morrer”): “Se eu devo morrer, que traga esperança, que seja um conto”, afirmam os últimos versos.