Dia: 7 de janeiro de 2024

Ex-ouvidor das polícias de SP defende campanha por Nobel da Paz para o padre Lancellotti

O ex-ouvidor das polícias de São Paulo e atual Secretário de Segurança Pública de Diadema, Benedito Mariano, informou à CNN que iniciou uma campanha por Nobel da paz para o padre Júlio Lancellotti. Para ele, “a radicalidade com que Padre Júlio defende e valoriza as pessoas em situação de rua o santifica”

Mariano já solicitou, na última sexta-feira (05), uma reunião com o Ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, pois acredita que o ministério pode ser um patrocinador da indicação do padre ao prêmio, juntamente à comunidade internacional. Ele espera que esse encontro ocorra já nos próximos dias, segundo a CNN.

A campanha foi sugerida após a CPI das ONGs ser protocolada na Câmara de Vereadores de São Paulo. A proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito gerou repercussão nas redes sociais, depois que o autor do requerimento, o vereador Rubinho Nunes (União) declarou que o padre Júlio Lancellotti seria convocado, na eventual aprovação da CPI, a prestar esclarecimentos sobre a atuação do pároco junto à população em situação de rua no centro da cidade.

Para Benedito Mariano, a ideia de criação dessa CPI “é absurda e vergonhosa” e acredita que “a Câmara deveria, ao contrário, premiá-lo por sua ação corajosa, permanente e profética de defesa das pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo”.

O secretário de segurança, que já trabalhou na Arquidiocese de São Paulo como diretor do Centro Santos Dias de Direitos Humanos, de 1982 até 1995, afirmou ainda que o padre Júlio demonstrou agradecimento com a sugestão da campanha que pretende indicá-lo ao Prêmio Nobel.

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Astrojildo Pereira e o sionismo

Marcos Del Roio

Em novembro de 1940 a guerra já campeava na Europa, a Alemanha colhia vitória após vitória, mas ainda não havia atacado a URSS, tampouco a guerra havia alcançado os Estados Unidos na região do Pacífico. O horror de uma possível e acachapante vitória nazista no Velho continente tirava o sono de todos que prezassem a vida civilizada.

Nessa circunstância foi que Astrojildo Pereira, fundador do Partido Comunista Brasileiro, crítico literário de renome, resolveu tecer alguns estudo sobre a Bíblia, mais especificamente, sobre a guerra no Antigo Testamento. De início fez uso de um livro que acabava de aparecer, La guerra et la Bible, de Madeleine Chesles.

Seguindo a autora, Astrojildo Pereira se surpreende ao saber que Moisés, dois anos depois de iniciada a migração em direção Canaã, tinha sob seu comando um exercito de 600 mil homens, todos os machos adultos do povo escolhido por Deus. Moisés foi o último dos profetas a falar diretamente com Deus. Antes de morrer, às margens do rio Jordão, Moisés passou o comando do povo / exército para Josué, que seria então o encarregado de conquistar a terra prometida, a qual, obviamente, era habitada por outros povos que deveriam ser eliminados da face da terra.

A conquista começou com a tomada da cidade de Jericó (uma das mais antigas do mundo). Depois de alguns dias de cerco a cidade foi tomada, quando “caíram de repente os muros, e cada um [dos atacantes] subiu pelo lugar que lhe ficava defronte: e tomaram a cidade e mataram a todos os que nela encontraram, desde os homens até as mulheres; e desde as crianças até os velhos. Passaram também ao fio bois e ovelhas e jumentos” (Bíblia, Josué, VI, 20-21).

Ainda mais: “E puseram fogo à cidade, e a tudo que se achou nela, à exceção do ouro e da prata, dos vasos de bronze e de ferro, que consagraram para o tesouro do Senhor” (Bíblia, Josué, Vi, 24). A narrativa bíblica continua mostrando como Josué foi capaz de derrotar todas as 31 tribos que habitavam a terra prometida.

Na medida em que lia o livro de Madeleine Chesles, ocorreu uma ideia a Astrojildo Pereira que o fez ir diretamente ao livro sagrado. A hipótese que lhe ocorreu foi que o nazismo tem origem mosaica, que Hitler de alguma maneira tinha a pretensão de ser o Moisés do povo alemão. Aqui já poderíamos dizer que o nazismo e o sionismo têm uma mesma origem. Em 1940, o sionismo já existia como movimento e como ideologia, mas a conquista da “terra prometida” estava ainda em seus inícios, de maneira que Astrojildo Pereira não chegou ao ponto.

Ciente de quão chocante pode ser essa hipótese, sente-se desafiado a mostrar os indícios, mesmo não sendo o primeiro a notar essa analogia entre Hitler e Moisés. A mais óbvia aproximação está na ideia de “povo eleito”, que não deveria se misturar com outros povos. Astrojildo Pereira sugere que essa determinação era tão dura que poluir o sangue de Israel caberia uma punição inimaginável como conta os Números, XXV, 9, que “foram mortos 24 mil homens”.

Outra aproximação entre o hitlerismo e o mosaismo seria a ideia do “espaço vital” de um e “a terra prometida” de outro. Em ambos os casos a conquista do objetivo deveria ser alcançada a ferro e fogo. Tanto que daí vem uma terceira analogia, que é a da guerra total, essa onde não se distingue combatente e não combatente. Astrojildo Pereira lembra então, mais uma vez, que Josué jamais poupou os povos derrotados, o genocídio era a regra.

Entre outras passagens bíblicas que falam de massacres perpetrados pelo “povo escolhido”, Astrojildo Pereira transcreve mais essa sobre a tomada de Asor: “e passou à espada toda gente que ali morava: não deixou nela coisa com vida; mas destruiu tudo até às últimas, e reduziu a mesma cidade a cinzas. E tomou, feriu e devastou todas as cidades circunvizinhas, e os seus reis, com lho havia ordenado Moisés servo do Senhor” (Bíblia, Josué, XI, 11-12).

Astrojildo encontra a síntese de sua conjectura na seguinte passagem: “Quando o Senhor teu Deus te tiver introduzido na terra, que vai a possuir, e tiver exterminado à tua vista muita nações, (…), que são sete povos, muito mais numerosos do que tu és, e muito mais fortes do que tu, e o Senhor teu Deus tas tiver entregado, tu as passará a cutelo sem que fique nem um só. Não celebrarás concerto algum com elas, nem as tratará com compaixão. Nem contrairás com elas matrimonio. Não darás tua filha a seu filho, nem tomarás sua filha para teu filho” (Bíblia, Deuteronômio, VII, 1-3).

Evidente que Astrojildo Pereira, em 1940, não poderia ter antecipado o que faria o movimento sionista em todas as décadas subsequentes. Se a conquista de Canaã ocorreu aos poucos e não com o vendaval genocida perpetrado por Josué não é de grande importância; se a mitologia histórica contada no Antigo Testamento inspirou o nazismo é uma possibilidade real e é também uma imensa e chocante realidade que a inspiração genocida do “povo eleito” contra o povo, ou povos, que habitavam antes o território da “terra prometida” é um fato presente.

Assim que a analogia do nazismo com o sionismo não é mera manifestação de indignação diante do massacre que os sionistas desencadearam contra o povo palestino. As analogias são muito fortes e ambas as ideologias nascem nos albores da época imperialista, são vertentes do nacionalismo chauvinista e do racismo, são inimigos da humanidade.

(*) Marcos Del Roio é professor titular de ciência política na Unesp-Marília. Autor, entre outros livros, de Os prismas de Gramsci (Boitempo).

*Opera Mundi

Por que Bolsonaro tem que ser preso

Bolsonaro tem que ser responsabilizado por 700 mil mortes provocadas por estimular o uso da cloroquina durante a pandemia de Covid. Não só isso. Tem que ser condenado e preso por usar o cargo contra a população.

Bolsonaro, além de não comprar as vacinas, ainda satanizou a CoronaVac, da China, vacina que o Butantã credenciou.

Mas a atitude criminosa do psicopata, que ocupava a cadeira da presidência, seguia sua natureza satânica.

Assim, criminalizou o uso de máscaras a ponto de mandar seus asseclas, pagos com dinheiro público, espalharem mentiras sobre as máscaras, e fazia questão de não usar.

Os seus crimes durante a pandemia não pararam aí. Bolsonaro fazia questão de aglomerar para contaminar o máximo de pessoas e chegar a uma suposta imunidade de rebanho que mataria mais de 10 milhões de brasileiros, incluindo crianças e jovens.. Ele dizia isso, como quem toma um copo de suco.

Em linhas Gerais, esse foi o mais bárbaro dos crimes de Bolsonaro, que se mantém impune, sem falar da tentativa de golpe, roubo das joias, a compra de 4 mansões para seus filhos, corrupção em ministérios, incitação ao terrorismo de extrema direita fascista, entre outras coisas.

Qualquer coisa diferente disso, é alimentar a ascensão de criminosos ainda piores que Bolsonaro.