Mês: fevereiro 2024

Número de mortos na Faixa de Gaza sobe para 29.606

Hamas disse neste sábado que as forças israelenses atacaram mais de 70 casas de civis em Gaza nas últimas 24 horas.

Subiu para 29.606 o número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da reação de Israel ao ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, segundo um balanço atualizado pelo Ministério da Saúde palestino.

O porta-voz militar de Israel informou neste sábado (24/02) que as forças israelenses estão envolvidas em “combates intensos” contra o Hamas no centro e sul da Faixa de Gaza.

Os dois lados do conflito seguem em negociações para a libertação dos reféns israelenses. Segundo o canal saudita A-Sharq, o Hamas teria concordado em retirar a condição de um cessar-fogo total e em reduzir o número de presos palestinos libertados.

Agora, o grupo pede uma trégua inicial de seis semanas, que os israelenses saiam dos principais centros populacionais do enclave palestino e que entre 200 e 300 prisioneiros sejam libertados.

Em troca, o Hamas devolveria todos os reféns em seu poder.

As negociações acontecem depois que um plano para Gaza no pós-guerra, revelado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, levantou críticas do principal aliado, os Estados Unidos, e foi rejeitado pelo Hamas e pela Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada por Israel.

As negociações também acompanham o aprofundamento do medo dos civis de Gaza diante do risco de morrer de fome. O principal órgão de ajuda da ONU aos palestinos, a UNRWA, disse que os habitantes de Gaza estavam “em perigo extremo enquanto o mundo assiste”.

No território sitiado, onde 2,2 milhões de palestinos, estão ameaçados de “fome em massa” devido à falta de abastecimento suficiente de água e comida, segundo a ONU.

A ajuda humanitária, cuja entrada através da passagem de Rafah, no extremo sul de Gaza, está sujeita a aprovação de Israel, ainda é insuficiente e a sua entrega ao norte é difícil devido à destruição e ao bombardeio incessante.

Preocupação em Rafah

O Ministério da Saúde palestino disse neste sábado que uma criança de dois meses, Mahmoud Fatouh, morreu de desnutrição no hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza.

Na sexta-feira (23/02), o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou o “bloqueio e cerco imposto a Gaza” por Israel que poderia “representar o uso da fome como método de guerra” que é, lembrou ele, um “crime de guerra”.

A preocupação também cresce em Rafah, fronteira fechada com o Egito, onde pelo menos 1,4 milhão de pessoas, a maioria delas deslocadas, estão concentradas em condições precárias e ameaçadas por uma operação militar israelense em grande escala.

Antes do amanhecer deste sábado, os bombardeios israelenses custaram a vida a pelo menos 103 palestinos, informou o Ministério da Saúde palestino, que reporta diariamente cerca de 100 mortes em Gaza, naquela que é a maior ofensiva da história de Israel.

Não há lugar seguro

Israel prometeu aniquilar o Hamas, que assumiu o poder em Gaza em 2007 e que considera, tal como os Estados Unidos e a União Europeia, uma organização terrorista.

Depois de levar a cabo uma campanha de bombardeios terrestres, marítimos e aéreos contra o apertado território, o exército israelense lançou uma ofensiva terrestre no norte da Faixa de Gaza em 27 de outubro. As operações militares contra as guerrilhas urbanas lideradas pelo Hamas estão agora concentradas em Khan Younis, no sul.

As Forças Armadas de Israel anunciou ainda neste sábado que os seus soldados eliminaram “dezenas de terroristas”, apreenderam armas e destruíram um túnel em Khan Younis, transformada em ruínas.

*Opera Mundi

Bolsonaro na mira: alvos disseram à PF que querem colaborar

Interesse foi manifestado na última quinta-feira, quando ex-presidente e vários aliados tiveram que comparecer à Polícia Federal.

Como a coluna informou neste sábado, entre os figurões do entorno de Jair Bolsonaro que acompanham de perto as investigações da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal que envolvem o ex-presidente há quem aposte que há outros delatores além de Mauro Cesar Cid, diz o Metrópoles.

Um investigador com amplo acesso ao caso jura que, até o momento, não há outros colaboradores. Mas faz uma importante revelação: nos depoimentos da chamada superquinta, quando o próprio Bolsonaro e um batalhão de aliados dele tiveram que comparecer à PF para serem interrogados, houve investigados que manifestaram interesse em virar colaboradores.

Os nomes deles, por óbvio, são mantidos em segredo.

PF identifica e detém suspeito de tentar invadir Alvorada com carro

Por volta das 6h deste sábado (24/2), Ford Focus preto desobedeceu à ordem de parada, furou pneus em cama de faquir e seguiu rumo ao Jaburu.

A Polícia Federal (PF) identificou e deteve o homem suspeito de tentar invadir o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. A tentativa ocorreu na madrugada deste sábado (24/2).

A tentativa de invasão foi revelada em primeira mão pela coluna Na Mira, do Metrópoles.

Segundo a PF, o indivíduo foi localizado em um condomínio nas proximidades do Alvorada. Ele, que seria morador da região, foi conduzido para a Superintendência de Polícia Federal no Distrito Federal para prestar esclarecimentos.

“O veículo que teria sido usado na tentativa de invasão foi apreendido. A PF realiza perícias no automóvel e no local da ocorrência. As investigações seguem em curso”, informou a corporação, em nota.

Tentativa de invasão
Por volta das 6h, o motorista de um Ford Focus preto seguiu em direção ao palácio, na Zona Cívico-Administrativa de Brasília. Ao ser visto na área do bloqueio de acesso, porém, o condutor desobedeceu à ordem de parada.

Tiros foram disparados e o carro foi alvejado.

Em seguida, o veículo furou os pneus na “cama de faquir” – dispositivo com perfuradores em metal para evitar a fuga de veículos – e escapou em direção ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.

Globo acusa Lula do que ele não disse para tentar sobrepor o que ele disse sobre o genocídio em Gaza

Quando vejo os comentaristas da Globo atacando Lula de forma cretina e criminosa por algo que ele não falou, quando na Etiópia, na tentativa de abafar o genocídio em Gaza, praticado pelos sionistas de Israel, vem-me à lembrança uma fala do grande Henfil sobre o perigo da informação como produto tóxico, presente na receita manipuladora da Globo, que diz o seguinte: se algo não acontecer, e a Globo diz que aconteceu, então, é verdade.

Mas se algo acontecer e a Globo não diz que aconteceu, então, é mentira.

Essa é uma técnica muito utilizada pelos sionistas, que estão até o intestino na manipulação da Globo, e não é de agora.

No auge da indústria cultural de massa, em que a cultura era um mero produto nas mãos da nefasta prática cultural, Nelson Mota, o mais destacado propagandista de quinquilharias musicais no Brasil, sobretudo do lixo musical importado ou copiado dos EUA e Europa, tinha como mantra a seguinte canalhice para justificar a segregação da música brasileira de qualidade, segregados pela Globo que é a principal representante do lixo cultural que ganha holofotes no país.

Então, a frase era, quem não fez sucesso até hoje, é porque é ruim. Ou seja, quem não está na agenda de emburrecimento e idiotização das massas, é por culpa do próprio artista.

Pois bem, é esse tipo de canalhice que Demétrio Magnoli e, em parte, Eliane Cantanhêde utilizaram para propagar mentiras sobre a fala de Lula para omitirem a fala contundente do presidente contra o genocídio repudiado no mundo todo.

o Estado de Israel pratica em Gaza e que, cinicamente, o monstruoso sionista, Benjamin Netanyahu, confessou, dizendo que não reconhece qualquer possibilidade de um Estado da Palestina independente e que a ocupação por Israel territorial de Gaza e Cisjordânia, é o projeto real de limpeza étnica, um massacre inominável, indescritível, que ocorre em tempo real para os olhos aterrorizados da comunidade internacional.

Nunca foi, nem antes, nem depois da criação do Hamas, que as práticas nazifascistas já denunciadas pelo célebre judeu, Albert Eisntein foram publicadas em 1948 pelo jornal The New York Times.

O que essa gente precisa é entender que o mundo hoje é outro e que as próprias vítimas dessa monstruosidade, usam seus celulares para espalhar nas redes, sem edição, seu próprio suplício.

Foi-se o tempo em que a Globo e seus Demetrios e Cantanhêdes ganhavam no bico a guerra da narrativa.

General Heleno já entregou Bolsonaro

Só o fato de Augusto Heleno, naquela reunião fatídica, dizer com todas as letras que estava usando a ABIN para se infiltrar na campanha de Lula, e Bolsonaro mandar ele calar a boca porque aquilo era segredo deles, e só poderia falar isso em sua sala, já estregou a rapadura. Nós vimos!

Ou seja, ali naquela reunião, o general Augusto Heleno, com sua já conhecida língua de trapo, entregou a cabeça de Bolsonaro na bandeja.

É estranha a expectativa de que, no depoimento à PF, ele tenha dado com a língua de trapo para Bolsonaro ganhar uma pulseira da Federal.

Naquela reunião, Bolsonaro quase enfarta quando Heleno, contando vantagem, diz que essa espécie de Mossad nativa, já estava produzindo, em várias frentes, um cabedal de crimes de fazer inveja aos sionistas. Daí a contundência de Bolsonaro no seu, pare de falar general! Ou seja, cale essa boca, imbecil!

Moral da história, aquilo que foi dito pelo general aos presentes na reunião, foi usado como uma arma química que caiu na cabeça de Bolsonaro para todo o Brasil assistir. No entanto, aquilo, que já era venda proibida até mesmo para uma reunião interna dos golpistas, acabou por se transformar no produto mais tóxico que Bolsonaro teve que engolir e que, certamente, será usada contra o genocida tropical.

Criado por Damares, programa ‘Abrace o Marajó’ acumula denúncias por irregularidades e fake news

Música gospel reacendeu tema e mobilizou extrema direita nas redes sociais, porém programa já foi substituído por outro.

Alvo de uma nova mobilização da extrema direita nas redes sociais e na mídia tradicional nesta semana, o programa “Abrace o Marajó”, lançado pela então ministra dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro, Damares Alves, foi alvo de uma série de denúncias de órgãos de controle antes de ser revogado pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro de 2023.

A suspensão da iniciativa foi usada como arma para críticas ao atual governo depois que uma cantora gospel apresentou, em um programa de calouros, uma música que faz denúncias a problemas sociais e ambientais na ilha paraense. Foi o gatilho para uma mobilização que envolveu parlamentares bolsonaristas, influencers e robôs.

Em relatório apresentado em julho de 2022, ainda com Bolsonaro no poder, a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados apontou que “as populações diretamente interessadas no programa não foram previamente consultadas, não participaram de sua elaboração e que o programa está à serviço de interesses outros que não os das populações locais”.

A Comissão da Câmara, na ocasião, propôs a revogação do programa, destacando que Damares e Bolsonaro entregaram o poder de decisão aos órgãos públicos e garantiram “voz e influência apenas a fazendeiros e empresários”.

A denúncia de falta de diálogo foi reforçada pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), que participou de visita técnica junto à comissão da Câmara que elaborou o relatório. “Era um projeto que não beneficiava ninguém que estava no Marajó, mas beneficiava quem vinha se aproveitar das riquezas do Marajó. É um programa que não ajuda o Marajó, então o que a gente quer é uma profunda revisão deste projeto”, disse o presidente da Repam, Dom Evaristo Spengler.

Em agosto de 2023, a Agência Pública noticiou que a Controladoria Geral da União (CGU) apontou irregularidades em ações do programa, com possíveis prejuízos aos cofres públicos. Segundo a CGU, as perdas poderiam ser de cerca de R$ 2,5 milhões.

Hoje senadora pelo Republicanos-DF, Damares foi às redes sociais tentar justificar o fracasso do programa, criado, segundo ela, para “unir governos e a sociedade civil para a melhoria do IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] da região”. Segundo Damares, a pandemia de covid-19 fez com que os recursos previstos para a região fossem transferidos para o combate à doença. “Ficou essa sensação de missão não cumprida. E que só aumentou quando o Lula e o ministro cancelaram o programa”, disse.

“O ministro” citado por Damares é Silvio Almeida, atual titular do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Passou pela pasta a decisão do governo Lula de encerrar o programa após análises de indicadores que mostram o fracasso da iniciativa. Como exemplo, a cobertura vacinal nos municípios da ilha, que caiu de 59,20% em 2019 para 42,20% em 2022; e a taxa de mortalidade infantil, que passou de 7,54 em 2018 para 7,89 em 2022.

Ainda em 2022, no contexto da campanha eleitoral, Damares foi denunciada por espalhar notícias falsas sobre torturas e abusos contra crianças marajoaras. Ela chegou a dizer que crianças tinham os dentes extraídos para não morderem durante a prática de sexo oral. A ex-ministra foi denunciada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), que pede indenização de R$ 5 milhões à população da ilha.

Novo programa tem ações concretas

O ministério hoje chefiado por Almeida lançou, ainda em maio de 2023, o programa “Cidadania Marajó”, com foco no enfrentamento de situações de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e na promoção de direitos humanos e garantia de acesso a políticas públicas.

Em uma das primeiras ações, forças de segurança federais (como Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal) foram acionadas para dar apoio a ações de desarticulação das redes de exploração, abuso e violência sexual na região. A Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, vinculada ao MDHC, iniciou, ainda em 2023, tratativas com o governo paraense para formalizar convênios que garantirão investimentos na criação de dois Centros de Atendimento Integrados de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violências.

“A realidade de exploração sexual na região sabe-se preocupante e histórica, mas não autoriza sua utilização de forma irresponsável e descontextualizada. Isso apenas serve ao estigma das populações e ao agravamento de riscos sociais. As vivências das populações tradicionais do Marajó não podem ser reduzidas à exploração sexual, já que é uma população diversa, potente em termos socioambientais e que necessita sobretudo de políticas públicas estruturantes e eficientes, com a inversão da lógica assistencialista e alienante de sua realidade e modos de vida”, destacou o Ministério ao apresentar o programa.

*BdF

“Não é guerra, é genocídio”, reforça Lula sobre ação de Israel em Gaza

O presidente Lula participou do lançamento de um edital da Petrobras que vai investir R$ 250 milhões na cultura e voltou a falar de Israel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (23/2), do lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, edital destinado ao patrocínio de projetos na área de cultura, no Rio de Janeiro.

Durante o evento, o chefe do Executivo reafirmou que a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza é um genocídio e voltou a defender a criação do estado palestino.

“Da mesma forma que eu disse, quando estava preso, que não aceitava acordo para sair da cadeia porque eu não trocava a minha dignidade pela minha liberdade, quero dizer para vocês: ‘eu não troco minha dignidade pela falsidade’”, afirmou o presidente.

“E quero dizer para vocês que sou favorável à criação do estado palestino livre e soberano. Que possa esse estado palestino viver em harmonia com Israel. O que o governo de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”, defendeu.

Veja a fala do presidente:

VÍDEO: ‘Não se engane com o silêncio de Bolsonaro na PF. Calado, ele não quer que você saiba disso’, diz o senador Contarato

Não se engane com o silêncio de Bolsonaro à PF. O ex-presidente descredibilizou as instituições, incentivou ataques a autoridades, enalteceu torturadores e ditadores e planejou um golpe de Estado. Também não esqueça: GOLPISTAS NÃO DEFENDEM DEMOCRACIA, em nenhuma hipótese!

STF manda recado a Bolsonaro: “se falar um ai do Supremo, vai preso”

Colunista afirma que ministros do STF formaram consenso sobre a prisão em flagrante de Bolsonaro em ato na Av. Paulista.

O ato organizado por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, neste domingo (25), promete momentos de tensão. Segundo informações do colunista Lauro Jardim, ministros do Supremo Tribunal Federal já formaram consenso sobre a prisão em flagrante do ex-presidente, caso ele decida atacar a instituição ou qualquer um de seus magistrados.

“Diz um ministro do Supremo, com mais rigor ainda: ‘Se ele falar um ‘ai’ do Supremo, vai preso’”, publicou Jardim nesta sexta (23).

A edição da revista Veja desta semana publica uma entrevista com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que diz expressamente que o atentado de 8 de Janeiro de 2023 não foi “baderna”, ao contrário do que alguns militares tentaram colocar, mas sim “golpe”.

A Polícia Federal já recolheu provas de que o núcleo duro do governo Bolsonaro trabalhou em cima de um decreto golpista, que previa a prisão de ministros de cortes superiores e a anulação das eleições 2022, com o intuito de manter Bolsonaro no poder. O gabinete do golpe também usou serviços de inteligência para monitorar os passos de Moraes, que seria preso.

Ato de Bolsonaro na Paulista
Financiada pelo pastor Silas Malafaia, a manifestação organizada a favor de Bolsonaro será concentrada exclusivamente no coração da capital paulista. Os apoiadores do ex-presidente foram orientados a não gerar aglomerações em outros locais do País, nem ostentar cartazes com ataques às instituições ou figuras públicas.

A aposta de Bolsonaro – que nega tentativa de golpe – com o ato é demonstrar força em meio aos avanços da Polícia Federal. O encontro na Paulista ocorrerá somente três dias após Bolsonaro ter ido prestar depoimento à PF no âmbito da operação Tempus Veritatis, ocasião em que decidiu ficar calado, exercendo seu direito de não produzir provas contra si mesmo.

Em entrevista à BBC Brasil, o cientista político Sergio Praça apostou que o ato a favor Bolsonaro, desta vez, será mais fraco do que os anteriores. Mas para além de juntar populares, Bolsonaro – que está inelegível – pretende desfilar apoio de políticos com mandatos, com quem deve compartilhar o palanque no domingo.

*GGN

Bolsonaro teme ter sido traído por Valdemar Costa Neto, mas não foi

O que o presidente do PL quis dizer com a decisão de falar à Polícia Federal.

No início desta semana, Bolsonaro não escondia sua preocupação com a decisão de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido onde ele se abriga, de responder a todas as perguntas que a Polícia Federal lhe fizesse no depoimento marcado para ontem.

E se Costa Neto pisasse sem querer na bola e entregasse algo que pudesse incriminar ainda mais Bolsonaro? Ou pior: e se Costa Neto viesse a colaborar de fato com as investigações sobre o golpe planejado por Bolsonaro para manter-se no poder?

Costa Neto ajudou, sim, a criar o clima para que o golpe acontecesse. Terminada a eleição de 2022, derrotado Bolsonaro, o PL pediu ao Tribunal Superior Eleitoral a recontagem dos votos no segundo turno. Com isso, sugeria que poderia ter havido fraude.

O tribunal negou o pedido, mas Costa Neto fizera sua parte para ajudar a trama golpista. A trama estendeu-se do início de novembro daquele ano até o fim de dezembro, quando Bolsonaro concluiu que não tinha apoio suficiente para dar o golpe e fugiu.

Tão cedo se saberá o que Costa Neto disse em mais de três horas de depoimento à Polícia Federal. Mas é improvável que ele tenha jogado mais lenha na fogueira onde Bolsonaro está sendo frito. Bolsonaro é um ativo político no qual Costa Neto investiu uma fortuna.

Um ativo político que, mesmo debilitado, poderá ser muito útil para que o PL eleja este ano um gigantesco número de prefeitos e vereadores. Por que estragá-lo? Costa Neto quis apenas se diferenciar do bloco dos depoentes de farda que preferiram o silêncio.

No tribunal da opinião pública, quem cala é porque tem muito a esconder e quase sempre é culpado pelo que lhe acusam. Costa Neto quis dizer com seu gesto: me incluam fora dessa. Ou: aproximem-se para longe. E assim tirar alguma vantagem. Esperto, o rapaz.

*Blog do Noblat