Dia: 22 de abril de 2024

Se não fosse o judiciário, Bolsonaro jamais seria presidente

Não fosse duas das maiores fraudes compartilhadas entre Moro e Bolsonaro, com anuência dos esquemas de justiça no Brasil, esse cínico, chamado Bolsonaro, sabe que jamais chegaria ao segundo turno da eleição presidencial de 2018.

O que o Brasil assistiu foi a um jogo de camaradagem de dois picaretas para chegar ao poder, Bolsonaro e Moro, em que as pesquisas mostravam que Lula venceria a eleição no primeiro turno, se não fosse uma das maiores falcatruas da história desse país.

E vem Bolsonaro dizer que o Brasil vive uma ditadura de toga, mesmo depois de um número sem fim de crimes que o sujeito cometeu, e segue impune. Um sujeito que sobe num caminhão de som para posar de vítima de quem deu a ele a faixa presidencial, é o absurdo dos absurdos, um nonsense total.

Mas como se trata de um cínico contumaz como Bolsonaro, isso é visto de forma normal, quando os dois, Bolsonaro e Moro, deveriam estar na cadeia pela armação que tramaram contra a democracia em 2018 para fraudar a eleição.

Não há muito o que falar, basta colocar esse crime na mesa para que os dois paguem com prisão o estupro que cometeram contra a constituição brasileira.

Após novos ataques ao STF, Malafaia precisa ser investigado, diz jurista

Terceirizando ataques de Bolsonaro, Malafaia chamou o ministro Alexandre de Moraes de “ditador de toga” e “ameaça à Nação”. Além disso, incitou comandantes militares a se insurgirem contra o Supremo.

Em ato esvaziado que reuniu bolsonaristas neste domingo (22), em Copacabana, no Rio de Janeiro, coube ao pastor Silas Malafaia a tarefa de atacar a Justiça, em especial o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que já é alvo das investigações sobre tentativa de golpe no Brasil, terceirizou ao religioso os principais ataques às instituições, como forma de se preservar.

Um dos organizadores do ato, Malafaia voltou a chamar Moraes de “ditador de toga” e “ameaça à Nação”, acusando-o de promover suposta “censura” no Brasil e chegou a pressionar pelo impeachment do ministro. Ao mesmo tempo, o pastor minimizou a chamada “minuta do golpe“.

“Há dois anos, eu chamo o ministro Alexandre de Moraes de ‘ditador da toga’. Alexandre de Moraes, quem te colocou como o censor da democracia? Quem é você para falar o que um brasileiro pode ou não falar? Todo ditador tem um ‘modus operandi’. Prende alguns para colocar medo nos outros para que ninguém o confronte”, disse o pastor.

Além disso, incitou os comandantes militares a renunciarem, em reação ao que entende como abusos cometidos pelo STF. “Se esses comandantes militares honram a farda que vestem, renunciem aos seus cargos. E que nenhum outro general de 4 estrelas assuma até que haja uma investigação profunda do Senado”, afirmou.

Malafaia nos inquéritos
Para o jurista Marcelo Uchôa, Malafaia “sonha” em ser alvo de um pedido de prisão por parte do ministro Alexandre de Moraes. Assim, poderia posar como uma espécie de “mártir” em favor da uma suposta liberdade de expressão. Ao mesmo tempo, uma ação mais dura contra ele poderia, segundo os bolsonaristas, ensejar a suspeição do ministro.

“Ele não é um pastor, ele é um político. A gente sabia que ele já era um empresário que capitalizava através da fé, mas o que ele fez ontem foi, como um político, ir para cima de um trio elétrico e atacar o STF e especificamente o ministro Alexandre de Moraes”, afirma o jurista.

Professor da pós-graduação em Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor), Uchôa afirma que uma eventual suspeição de Moraes já é questão “superada” no STF. E defende a inclusão de Malafaia no inquérito que investiga a tentativa de golpe, e também naquele que investiga a atuação das milícias digitais.

“O pastor Malafaia resolveu assumir o protagonismo, então, ele precisa ser investigado dentro de todos esses inquéritos, e havendo necessidade, precisa, sim, ser determinada medida cautelar contra ele também”, afirma o professor. “O que não cometeu de crime, ele cometeu de fake news. Então, assim, se você considerar que uma boa parte do discurso dele foi pautado em fake news, só aí ele já tá cometendo uma atitude criminosa”.

Pregação de golpe
Sobre os ataques a Moraes, Uchôa afirma que caberia o indiciamento de Malafaia por crimes contra a honra. Ou então, por calúnia, injúria ou difamação. Mais grave ainda, segundo ele, foram as palavras que dirigiu à cúpula militar.

“É muito mais grave, porque é sutil, faz de conta que é uma liberdade de expressão”, afirmou. “Mas, ao mesmo tempo, a gente sabe que ele tá estimulando a multidão a fazer, aquela balbúrdia, aquela discórdia que levou ao 8 de janeiro“.

Ao tentar deslegitimar a “minuta do golpe”, estaria atacando a credibilidade do próprio STF. “É preciso que as autoridades levem isso a sério. Afinal de contas, houve ou não uma tentativa de ruptura institucional no Brasil? Houve ou não uma ameaça a um processo eleitoral? Se houve tudo isso, então essas pessoas estão mentindo. Não podem ficar reverberando o discurso de ódio”.

Religiosidade e confusão
O jurista atenta ainda para a instrumentalização do discurso religioso. “Tem pessoas que pensam que aquele cidadão é um ser iluminado que representa Deus. Quer dizer, é um estelionatário da fé que agora resolveu fazer política abertamente. Então, deixe de ser pastor, se candidate e vá assumir as consequências das coisas que fala.”

Ele diz ainda que há limites para a liberdade de expressão. “A liberdade de expressão, ela fica condicionada também a respeitar a harmonia social. Se for pra divulgar o ódio, se for pra divulgar mentira, se for pra divulgar a mobilização social de forma injusta e usando da má fé, isto aí é claro que não é liberdade de expressão e tem que ser evidentemente repreendido”.

Nesse sentido, Uchôa afirma que inclusive Bolsonaro deveria ser alvo de um pedido de prisão preventiva. Isso porque, tanto em Copacabana, como na Avenida Paulista, em fevereiro, o ex-presidente atacou as instituições ao clamar pela inocência dos golpistas ou por ainda levantar suspeitas sobre o resultado das urnas. Soma-se a isso o fato de ter se escondido na embaixada da Hungria, durante o Carnaval, justamente após lançar a convocação para o ato em São Paulo.

“Já está demonstrado que eles são organizados, que eles sabem o que estão fazendo e que eles não estão pensando em curto prazo. Por isso que a gente tem que ficar muito atento. E por isso que eu acho que a medida judicial ela tem que ser mais efetiva. Não adianta só prender aqueles caras que fizeram o dia 8 de janeiro. Tem que prender os financiadores e os mandantes, porque esses que continuam fazendo ainda a confusão, a mobilização contrária ao processo democrático e tentando desestabilizar o país”.

*RBA

O caso Daniela Lima e o exercício do jornalismo, por Luís Nassif

Essas disputas de rede social fazem mal para o jornalismo.

A última treta foi a exploração de uma discussão tola entre Daniela Lima, Leilane Neubarth e Fernando Gabeira. Tola, devido ao primarismo de Leilane e Gabeira, de questionar a informação de Daniela, de que o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz havia impedido a liberação de Lula, após o habeas corpus concedido por seu colega Rogério Favreto.

Daniela mencionou o episódio e foi admoestada pelos dois colegas, que não era isso que estava sendo julgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no julgamento que levou ao afastamento de três desembargadores do TRF-4.

Sempre que um personagem é citado, há a necessidade de contextualizar, para que os espectadores saibam alguma coisa marcante sobre ele. E o que de mais marcante se sabe sobre Thompson Flores foi sua atitude de atropelar as prerrogativas do colega, em um fim de semana, para uma medida política. O que Leilane e Gabeira deveriam ter feito era mostrar outro episódio nacionalmente marcante na carreira de Thompson Flores. Não mostraram porque não conheciam, e porque, fora suas arbitrariedades na Lava Jato, Thompson Flores é um ilustre desconhecido do Brasil.

Logo, sua crítica à colega teve o claro intuito de patrulhamento, um processo algo sórdido de competição nas redações.

A bola fora foi as redes politizarem o fato. Daniela não agiu como atriz política, mas como jornalista, como um bom time de jornalistas da GloboNews que tentam cavar espaço para o bom jornalismo. O maior desserviço seria confundir essa ação jornalística como um ato político. Ajudaria apenas a fortalecer o patrulhamento e a prejudicar o jornalismo.

*Luis Nassif/GGN

Ao menos 180 corpos são encontrados em cova comum no hospital de Khan Yunis, na Faixa de Gaza

Em 7 de abril, as tropas israelenses se retiraram da cidade no sul da Faixa de Gaza.

Os corpos de 180 pessoas foram encontrados pelos serviços de emergência palestinos em uma cova comum no Complexo Médico Nasser na cidade sul de Gaza de Khan Yunis, relatou a emissora Al Jazeera.

Os corpos, incluindo os de mulheres idosas e crianças, foram descobertos no pátio do hospital durante o fim de semana, segundo o relatório.

7 de abril, as tropas israelenses se retiraram da cidade, com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmando que as Forças de Defesa de Israel eliminaram o movimento palestino Hamas em uma estrutura militar na cidade.

Israel lançou uma incursão terrestre na Faixa de Gaza após o Hamas atacar o estado judeu em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 240 outras. Até agora, mais de 34.000 pessoas foram mortas por ataques israelenses na Faixa de Gaza, de acordo com autoridades locais.

Vídeo: israelense chuta bandeira da Palestina, que explode

Apesar da explosão, israelense sofreu ferimentos leves e se recusou a ser encaminhado ao hospital. O incidente ocorreu na Cisjordânia

Um israelense, de identidade desconhecida, foi vítima de uma explosão após chutar uma bandeira da Palestina em uma área do assentamento de Kochav Hashahar, na Cisjordânia. Ainda não foi possível determinar quando o incidente ocorreu.

Imagens começaram a circular nas redes sociais nesse domingo (21/4) e mostram o momento em que a vítima caminha até a bandeira, que está fincada em um campo, e tenta removê-la. A informação é do jornal The Times of Israel.

Depois disso, o homem é surpreendido por um dispositivo explosivo, que, segundo a mídia israelense e palestina, estava enterrado no chão e explodiu com o chute.

Após a explosão, uma nuvem de fumaça e escombros se formou. Os passageiros no veículo, que gravavam a tentativa de retirar a bandeira, chegaram a gritar assustados.

Veja:

Ativistas de mais de 30 países navegam rumo a Gaza com toneladas de ajuda humanitária para romper o cerco

Internacionalista Thiago Ávila representa o Brasil na iniciativa da “Flotilha da Liberdade”, que desafia Israel para levar 5 mil toneladas de alimentos e medicamentos.

Partirá de Istambul na próxima quarta-feira a Flotilha da Liberdade, coalizão de organizações e ativistas de mais de 30 países que há anos realiza expedições marítimas com ajuda humanitária com o objetivo de desafiar o bloqueio ilegal israelense em curso na Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária à população palestina.

“A fome está sendo utilizada por Israel como uma arma de guerra. Já 27 crianças morreram de fome em Gaza e os índices de catástrofe estão entre os mais graves existentes no mundo. Na história recente, a situação que o povo de Gaza enfrenta só é comparável à situação que 2 regiões da Somália passaram em 2011 e em partes do Sudão do Sul em 2017, com a diferença de que em Gaza hoje toda a população está sendo submetida a esse crime contra a humanidade”, afirma Thiago Ávila, representante do Brasil na Flotilha da Liberdade.

Israel mantém Gaza sob ocupação militar desde 1967 e sob cerco total desde 2007. Isso significa que qualquer criança de 0 a 17 anos (a maioria da população de Gaza está entre essa faixa etária) nunca viveu um único dia de sua vida em liberdade. As restrições impostas por Israel mesmo antes de outubro de 2023 impediam a entrada de itens essenciais como equipamentos médicos, alimentos (que ultrapassasse um cruel cálculo de calorias para cada pessoa, mas ainda mantendo a insegurança alimentar), materiais escolares e até coisas supérfluas e chocantes como vestidos de noiva, chocolates e óculos de mergulho.

As restrições, que já faziam organizações denunciarem Israel por transformar Gaza na “maior prisão sem teto do mundo” pioraram muito após outubro de 2023, quando o ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou que os palestinos em Gaza ficariam sem água, sem comida, medicamentos ou eletricidade como punição coletiva após os ataques de 7 de outubro. “Nós estamos enfrentando animais humanos e agiremos de acordo”, afirmou o ministro quando fechou totalmente as passagens para ajuda humanitária de Israel, além do cerco marítimo e aéreo e o controle que detém sobre a fronteira de Rafah, que separa o Egito do sul de Gaza.