Mês: abril 2024

Advogados do X no Brasil dizem a Moraes não ter o poder de interferir nas decisões da plataforma

Representantes da empresa no país se desvincularam da gestão da plataforma; Dono da rede social, Elon Musk passou a ser investigado por decisão do STF.

Os advogados que representam o X (antigo Twitter) no Brasil disseram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a empresa no país não tem “capacidade” de interferir na administração da plataforma.

Eles também afirmaram que seus representantes no Brasil não têm “autoridade” para tomar decisões relativas ao cumprimento de ordens judiciais.

Segundo os advogados, há “limites jurídicos, técnicos e físicos” do X Brasil e seu representante legal.

A informação foi enviada ao ministro na madrugada desta terça-feira (9), no inquérito das milícias digitais.

No domingo, Moraes incluiu o dono do X, Elon Musk, como investigado no inquérito e mandou abrir uma investigação para apurar as condutas do bilionário no possível cometimento de delitos como obstrução de Justiça ou incitação ao crime.

ameaçando descumprir determinações judiciais sobre suspensão de contas na plataforma.

Na manifestação ao magistrado, o X Brasil se desvinculou das atividades desempenhadas pela plataforma no exterior, dizendo que não tem relação com a gestão, operacionalização e administração da rede social.

Conforme mostrou a CNN, a Polícia Federal (PF) quer convocar representantes do X para prestar esclarecimentos. Investigadores afirmam que ainda não há data para os depoimentos.

Limites
Na manifestação enviada a Moraes, a plataforma no Brasil buscou se isentar de responsabilidade sobre a gestão da rede. Atribuiu a função a empresas sediadas nos Estados Unidos e na Irlanda.

Segundo os advogados, os negócios do X Brasil se resumem a comercializar e promover a rede e veiculação de publicidade virtual.

“Deve-se, no entanto, pontuar limites jurídicos, técnicos e físicos do X BRASIL e, notadamente de seu representante legal. Eles não detêm capacidade alguma para interferir na administração e operação da plataforma, tampouco autoridade para a tomada de decisões relativas ao cumprimento de ordens judiciais nesse sentido”, afirmaram os advogados, diz a CNN.

“Há impossibilidade física para tanto. Esta prerrogativa é exclusiva das Operadoras do X, que são as provedoras e operadoras da plataforma e que, portanto, detêm a responsabilidade integral pela sua gestão operacional ou decisória. Estas explicações são simplesmente fáticas e não jurídicas”.

Conforme o documento, o “poder decisório e a responsabilidade pelo cumprimento” de ordens judiciais “recai exclusivamente sobre as Operadoras do X, não englobando o X BRASIL. O objeto de atividade da X BRASIL é completamente distinto das Operadoras”.

Os advogados do X no Brasil disseram que a empresa no país é “autônoma e independente” e que “não possui qualquer relação com a gestão, operacionalização e administração da plataforma X”.

Segundo os representantes brasileiros, seus negócios se “restringem à comercialização, monetização e promoção da rede de informação Twitter, além da veiculação de materiais de publicidade na internet e de outros serviços e negócios relacionados”.

Os advogados disseram que a plataforma X é operada e provida pelas empresas X Corp e Twitter International Company, denominadas de “Operadoras do X” e estabelecidas nos Estados Unidos e Irlanda, respectivamente.

“O X Brasil e as Operadoras do X atuam em regime de cooperação para atender às ordens judiciais e requerimentos administrativos que lhe são destinados, sempre em observância aos limites legais”, argumentaram.

Os defensores do X Brasil ainda afirmaram que se limitam a comunicar e encaminhar decisões judiciais às Operadoras do X.

“No que se refere a ofícios, ordens e requisições de autoridades públicas e judiciárias endereçadas ao X Brasil que dizem respeito às ações das Operadoras X, sua atuação é restrita à imediata comunicação e reencaminhamento às Operadoras do X. As Operadoras do X são as exclusivas responsáveis pela tomada de qualquer decisão sobre os ofícios, ordens e requisições que venham a ser encaminhadas pela X Brasil”

Quem é Elon Musk, bilionário do Twitter que afronta Alexandre de Moraes

Processado por calote, discriminação e racismo, Musk é conhecido por ser um empresário sem empatia, violento e com questões familiares.

Neste domingo (7), o bilionário Elon Musk, dono do X e da Tesla, publicou na própria rede social que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes deveria renunciar ou ser alvo de impeachment por “violar as leis brasileiras”.

Mas é o empresário sul-africano dono de uma das maiores fortunas do mundo que acumula uma série de polêmicas, entre elas a de ser uma pessoa agressiva, sem empatia e de caráter questionável.

Musk nasceu em 1971, filho de uma modelo e de Errol Musk, engenheiro eletromecânico dono de uma mina de esmeraldas na Zâmbia, durante o período de Apartheid. Ele até tentou se desvincular da hipótese de que o dinheiro da família o ajudou, pois se mudou para o Canadá ainda jovem, contratou US$ 100 mil de dívida educacional para financiar os estudos e iniciou sua primeira empresa com um computador que ele mesmo construiu. Mas foi a fortuna dos Musk que lhe deu respaldo para iniciar seus primeiros empreendimentos.

Errol Musk seria uma pessoa agressiva, violenta e mesquinha. Mesmo rico, proporcionava à família refeições apenas com manteiga de amendoim e feijão. Chamava Elon de idiota o tempo inteiro e repreendeu o filho veementemente por sofrer agressões na escola.

Elon Musk, apesar de criticar o pai, não conseguiu ser uma pessoa melhor. Diversos funcionários o processam por demissões infundadas ou porque, simplesmente, criticaram o dono do X, da empresa de foguetes SpaceX e da Tesla.

Este ano, Elon Musk responde por uma ação judicial por promover a demissão em massa de 75% dos funcionários do Twitter, sem pagar a eles os devidos bônus. O empresário responde ainda por um processo de fraudes, violações de contrato, múltiplas violações das leis WARN estaduais e federais do X.

Já os seis mil colaboradores da Tesça em Fredmont, no Vale do Silício, nos Estados Unidos, ajuizaram uma ação coletiva por racismo e discriminação cometidas pelo empresário.

Relações pessoais
Pai de 10 filhos, Elon Musk é conhecido por não manter bons relacionamentos com as mães da sua prole e até mesmo com alguns dos filhos. Em 2022, Vivian Jenna Wilson registrou um pedido de mudança de nome para não estar relacionada com o pai biológico de qualquer forma. Mulher trans, ela teria percebido a personalidade transfóbica de Musk, que já postou nas redes sociais que pronomes neutros são péssimos.

Em outubro, o bilionário iniciou uma batalha judicial pela guarda dos três filhos caçulas, a fim de impedir a mudança das crianças ao lado da mãe, a cantora Grimes, para fora da Califórnia, onde Musk reside.

Mesmo sendo um dos homens mais ricos do mundo, Musk repete as atitudes mesquinhas do pai. A fim de economizar seus bilhões para realizar o sonho de enviar expedições para Marte, Musk não tem casa própria, costuma morar ou se hospedar em imóveis de conhecidos. “Seria problemático se eu tivesse gastado bilhões de dólares em consumo pessoal. Na verdade eu nem possuo casa própria. Estou ficando em casa de amigos. Se eu for para a baía, onde tem a engenharia da Tesla, eu percorro por quartos vagos de casas de amigos. Eu não tenho iate, eu não tiro férias”, declarou em entrevista.

*GGN

Governo convoca reunião com especialistas de energia para discutir redução da conta de luz para consumidores

Lula demonstrou preocupação pessoal com o assunto após integrantes do Planalto identificarem que o peso das contas de energia está afetando sua popularidade.

O governo convocou uma reunião com especialistas da área de energia para abordar maneiras de mitigar o aumento nas tarifas de eletricidade. Está prevista a participação do presidente Lula, que demonstrou preocupação pessoal com o assunto após membros do Palácio identificarem que o peso das contas de energia está afetando a popularidade de Lula.

Segundo esses assessores de Lula, há uma percepção de que o peso das contas de luz contribui para a sensação de que a economia do Brasil não está indo bem, apesar de melhorias em indicadores como emprego e inflação.

A reunião está marcada para a tarde desta quarta-feira (10), no Palácio do Planalto, com o objetivo de fazer um diagnóstico sobre os fatores que influenciam o custo da energia e receber sugestões para reduzir as tarifas de forma estrutural.

Conforme o cronograma divulgado pelo próprio governo, o presidente Lula abrirá a reunião, e os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Rui Costa, da Casa Civil, farão o encerramento.

No setor, não há dúvidas sobre as origens da pressão sobre as contas de luz. Vários estudos indicam que o fato não é causado apenas pelo preço da energia elétrica em si, mas também pela distribuição desorganizada de subsídios e custos adicionais, que continuam a crescer.

Muitos dos aumentos são propostos e aprovados por meio de projetos de lei no Congresso Nacional, muitas vezes com apoio político do governo federal.

Há preocupação de que o próprio governo possa aumentar o custo da energia para os consumidores residenciais na Medida Provisória (MP) que deve ser assinada nesta terça-feira (7), na presença de Lula, governadores e parlamentares.

Se mantida a redação que circulou, especialistas apontam dois problemas graves. O primeiro é uma operação que, sob o pretexto de reduzir o custo da energia no presente, aumentará no futuro.

A lei de privatização da Eletrobras estabeleceu que a empresa privatizada terá que fazer repasses para fundos regionais e para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), onde estão concentrados os subsídios e custos adicionais repassados aos consumidores.

Em mais de uma ocasião, o ministro Silveira defendeu a importância de antecipar esses repasses.

Uma alternativa analisada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), que estava em uma minuta da MP, envolve a securitização desses pagamentos futuros com um grupo de bancos. Isso permitiria que as instituições financeiras antecipassem os valores a serem recebidos pela Eletrobras, que seriam utilizados para aliviar as contas de luz de uma só vez no presente.

O governo espera uma redução de 3,5% na conta de luz com essa antecipação de recursos. No entanto, sobre essa operação incidiriam taxas de administração e juros, transformando-a essencialmente em uma operação de crédito, em vez de uma mudança estrutural. Isso traria alívio temporário, mas criaria custos adicionais que seriam repassados aos consumidores no futuro.

O segundo problema identificado é que a MP abriria caminho para a prorrogação por 36 meses de subsídios para a transmissão de energia renovável, que muitos especialistas consideram desnecessários. Parlamentares já tentaram incluir essa prorrogação em projetos de lei em tramitação legislativa sobre energia, segundo a Folha.

A inclusão desses “jabutis” foi identificada e mobilizou entidades de consumidores, que conseguiram impedir a prorrogação. Se os subsídios forem de fato retomados, desta vez pela caneta do próprio governo Lula, será visto como uma ação contraditória ao discurso oficial de redução do preço da energia.

Espera-se que a MP também traga alternativas para conter o aumento de 44% na tarifa de energia do Amapá. O aumento foi suspenso pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em uma reunião controversa.

O custo da energia tem sido especialmente alto para famílias e empresas que estão no chamado mercado regulado, onde o consumidor é atendido pela distribuidora e não pode negociar o valor da energia, ao contrário do mercado livre, que é aberto apenas para alta tensão e empresas de maior porte.

Levantamento realizado pela consultoria Volt Robotics mostra que, no ano passado, os consumidores do mercado cativo pagaram, em média, R$ 726 pelo MW/h, sem considerar os impostos. Incluindo a tributação, esse valor médio sobe para R$ 945 pelo MW/h.

Em 2023, o valor médio para os consumidores abastecidos pelas distribuidoras terminou em R$ 666 pelo MWh, considerando todas as classes de consumo e níveis de tensão.

O mercado livre, destinado a alta tensão e empresas maiores, tem contratos de energia na faixa de R$ 150 pelo MW/h. O governo precisa agir sobre esses custos adicionais se quiser de fato impedir o aumento nas contas de luz.

Brasil deve dar resposta enérgica ao bilionário do “vamos dar golpe em quem quisermos”

“O Brasil deve aproveitar ataque de Musk à democracia para banir sua plataforma de apoio à extrema direita e estimular rede social brasileira”, diz Aquiles Lins.

Em 24 de julho de 2020, o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da rede social X (antigo Twitter) mostrou os dentes contra a democracia de países latinoamericanos. Ao responder a uma provocação sobre interesse em derrubar o então presidente da Bolívia Evo Morales para ter acesso ao lítio boliviano, que abasteceria os carros da Tesla, Musk escreveu em sua conta no Twitter: “Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”.

Quase quatro anos depois, o bilionário agora se volta contra o Brasil, com ataques diretos ao Poder Judiciário, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No domingo (7), Elon Musk pediu no X a renúncia ou impeachment do ministro Alexandre de Moraes. O bilionário afirmou que em breve o X iria divulgar como as exigências do ministro violam a legislação brasileira, acusando-o de trair a Constituição e o povo brasileiro. Desde sábado (6), Elon Musk tem criticado publicamente Alexandre de Moraes acusando-o de praticar censura nas redes sociais.

Em resposta, o ministro Alexandre de Moraes incluiu Elon Musk no inquérito sobre as milícias digitais antidemocráticas. Em sua determinação, Moraes enfatizou que as redes sociais não estão isentas da lei, ressaltando a importância de cumprir as determinações judiciais. Moraes ordenou uma investigação sobre a conduta de Musk por obstrução à justiça e incitação ao crime, e estabeleceu multas para a X caso perfis sejam reativados irregularmente. Além disso, o ministro do STF estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil para cada perfil da rede social que venha a ser desbloqueado, em descumprimento da decisão judicial. E frisou a possível punição aos responsáveis legais pela empresa no Brasil caso isso ocorra.

Apesar da decisão do ministro Alexandre de Moraes, Musk removeu restrições de perfis de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro bloqueados pelo STF. Após a decisão, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos fez uma transmissão ao vivo para quase 10 mil usuários do X entre 22h e 23h deste domingo. O extremista é foragido da Justiça brasileira desde outubro de 2021 e hoje vive nos EUA.

Com seu histórico de apoio à extrema-direita e sob a puída e falsa veste da liberdade de expressão, Elon Musk agride a soberania brasileira e deve ter uma resposta firme e enérgica das instituições do país. Um bilionário não pode tentar desestabilizar o estado de direito brasileiro para beneficiar os interesses da extrema-direita, que atacam a democracia, disseminam fake news em escala monumental e minam a credibilidade do sistema democrático. Esta nova agressão da extrema-direita internacional torna o momento ainda mais propício para uma atuação conjunta do Judiciário, do Congresso Nacional e do Executivo, não só para coibir as agressões do X e de seu dono, mas principalmente para apoiar financeira e tecnologicamente o desenvolvimento de plataformas sociais brasileiras.

*Aquiles Lins/247

PF vai indiciar consultor argentino como parte do núcleo golpista de Bolsonaro

PF acusa Cerimedo de atuar em coordenação com alguns dos principais assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro e com militares para atacar o sistema eleitoral.

Por Juliana Dal Piva (CLIP/ICL), Igor Mello (ICL), Karla Gamba (ICL), Iván Ruiz (CLIP)

Inquérito da Polícia Federal, ao qual o CLIP (Centro Latino-americano de Investigação Jornalística) e o ICL Notícias tiveram acesso, mostra que o consultor político argentino Fernando Cerimedo atuou em coordenação com alguns dos principais assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro e com militares brasileiros para atacar o sistema eleitoral e fazer falsas imputações de fraude na eleição presidencial de 2022. Os investigadores confirmaram à reportagem, sob anonimato, que vão incluir Cerimedo na lista de responsáveis pela tentativa de golpe de estado. Cerimedo será apontado pela PF como um dos integrantes da organização criminosa que tentou abolir o estado democrático do Brasil.

Os mesmos arquivos usados por Cerimedo para embasar as acusações feitas por ele em uma live após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram utilizados como fundamento em outras contestações feitas por aliados de Bolsonaro, como um relatório apresentado por seu partido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As evidências constam no relatório da PF, de mais de mil páginas, produzido para a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro deste ano. A reportagem obteve a íntegra do documento, além de termos de depoimento dos envolvidos à PF. A partir da documentação foi possível verificar uma série de descobertas sobre como Cerimedo e os aliados de Bolsonaro cooperaram. A PF chegou a escrever um tópico inteiro sobre o argentino no capítulo “Disseminação de Conteúdo Falso por Fernando Cerimedo e outros investigados”.

Em entrevista, Cerimedo e os demais envolvidos negam ter cometido quaisquer irregularidades ou mantido contato. (Veja ao final)

No relatório, o nome de Cerimedo já está listado entre os núcleos da organização criminosa que tentou dar um golpe de estado. O nome dele aparece no “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”. O grupo é descrito pelos policiais como responsável por “produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de estado”.

Além de Cerimedo nesse núcleo, estão outras nove pessoas como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-assessor especial da presidência da República Tércio Arnaud Thomaz, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Os investigadores afirmam que a live de Cerimedo fez parte de um esforço articulado pelo núcleo duro de Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral. Nesse sentido, a escolha de um estrangeiro teve como objetivo fugir da jurisdição da Justiça Eleitoral brasileira. Elementos colhidos mostram que Cerimedo atuou em conjunto com brasileiros ligados a outras frentes de ataque às urnas, como o relatório formulado a pedido do PL, partido de Bolsonaro, pelo Instituto Voto Legal, onde acusações de manipulação dos resultados similares às de Cerimedo foram elencadas.

A investigação da PF descobriu que uma pasta de compartilhamento de arquivos na nuvem no Google Drive foi criada e divulgada por Cerimedo. No mesmo local, outras pessoas ligadas ao esquema de disseminação de fake news de Bolsonaro criaram e editaram arquivos. É o caso de Eder Balbino, dono da empresa Gaia.io, que foi um dos formuladores de um relatório apresentado pelo PL, partido de Bolsonaro, ao TSE. Um militar brasileiro que ocupou cargos de destaque no governo Bolsonaro também disponibilizou arquivos na mesma pasta.

Os investigadores chamam o grupo golpista de “milícia digital” e argumentam que, após a derrota de Jair Bolsonaro, em 2022, a organização criminosa investigada “amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando seus seguidores a ‘resistirem’ na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como uma espécie de Poder Moderador”.

Além das manifestações públicas de Bolsonaro, os policiais reuniram uma série de dados apreendidos em celulares e descobriram como os investigados “utilizaram especialistas na área de tecnologia” para tentar obter elementos que pudessem desacreditar as urnas eletrônicas.

Segundo o que foi apurado pela PF, o conteúdo com informações falsas ου não lastreadas foi direcionado para influenciadores nas redes sociais e na mídia tradicional, com grande poder de influência e penetração nos públicos de interesse, inclusive, para pessoas no exterior, para burlarem as ordens judiciais de bloqueio. “Nesse sentido, identificou-se a ação coordenada dos investigados Fernando Cerimedo (…) na produção e difusão de “estudos” que teriam identificado inconsistências nas urnas eletrônicas produzidas antes de 2020, fato que, inclusive, embasou representação do Partido Liberal (PL) para anular os votos computados nas referidas urnas”, apontam os investigadores.

Como Cerimedo foi utilizado
Cerimedo se apresenta como consultor político e especialista em marketing digital. Em uma transmissão ao vivo (live) realizada em seu canal no YouTube, em 4 de novembro de 2022, ele disseminou uma série de dados falsos e notícias fraudulentas sobre o sistema eleitoral brasileiro. A live foi vista por mais de 415 mil pessoas.

Os investigadores brasileiros descrevem que a transmissão ocorreu de modo premeditado porque a “milícia digital” queria “difundir a desinformação” sobre o sistema eleitoral para alimentar teorias e fortalecer as manifestações dos seguidores do então presidente Jair Bolsonaro frente a instalações militares e, assim, “criar um falso ambiente de apoio da população a um golpe de estado, que estava sendo arquitetado”. O Brasil enfrentou mais de 230 bloqueios em estradas por cerca de dez dias após o fim do segundo turno eleitoral. Já os acampamentos golpistas em frente a quarteis se estenderam por dois meses. O que estava em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, só foi desfeito após os atos de vandalismo e violência de 8 de janeiro de 2023.

A PF reuniu provas de que Jair Bolsonaro e seus assessores tinham consciência da inexistência de fraudes nas eleições após a derrota dele em 2022. Mensagens de Mauro Cid com outros militares mostram que eles tentavam a todo custo encontrar algum dado que permitisse discutir o resultado eleitoral, mas não tiveram sucesso. Mesmo assim, um núcleo de militares e assessores dele promoveu ações para seguir desacreditando o sistema eleitoral.

Nessa linha, os policiais identificaram alguns oficiais do Exército que disseminaram “estudos” que diziam ter identificado fraudes, mas sem nenhum lastro. “Dando seguimento à execução do plano, o mesmo conteúdo falso foi utilizado pelo argentino Fernando Cerimedo”, apontam os policiais. O material também foi publicado em ‘https://derechadiario.com.ar”

Em seguida, a live foi disponibilizada no serviço nuvem Google Drive. De acordo com registros obtidos pela PF, no mesmo dia Tercio Arnaud Tomaz, ex-assessor especial de Bolsonaro e apontado como chefe do chamado Gabinete do Ódio, enviou dois arquivos de vídeo para Mauro Cid: a íntegra da transmissão ao vivo e uma versão editada, com apenas 8 minutos e 59 segundos. Na visão dos investigadores, o corte tinha como objetivo facilitar a circulação das falsas alegações por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram.

Questionado pela PF sobre suas relações com Cerimedo, Arnaud respondeu que não o conhecia. No entanto, os policiais fizeram registrar no depoimento que tinha provas documentais de que Arnaud estava no Palácio da Alvorada no momento em que ocorreu a live e ele enviou os arquivos a Mauro Cid. Ao falar disso, o ex-assessor de Bolsonaro afirmou que não se lembrava se alguém pediu que ele fizesse o download, mas que o fez porque podia “cair a qualquer momento” e que era um “tema acompanhado pelo pessoal”. O “pessoal”, segundo Arnaud, era a internet em geral. Ele, porém, enviou o arquivo a Mauro Cid por mensagem no WhatsApp.

Procurado, o advogado de Arnaud, Luiz Eduardo Kuntz, afirmou que tudo que “era de objeto da investigação foi devidamente respondido. Estamos aguardando que, em breve, ele fique absolutamente de fora desta história toda”.

Tarcísio procura Moraes para defender candidatos de direita sob risco de cassação

Governador de SP citou caso de senador Jorge Seif, de Santa Catarina, acusado de abuso de poder econômico; julgamento do caso será retomado no dia 16 de abril.

O governador Tarcísio de Freitas esteve com o ministro Alexandre de Moraes na última quarta-feira (3) e fez uma defesa dos candidatos de oposição que correm o risco de cassação.

Segundo apurou a CNN, ele citou o caso de Jorge Seif, senador por Santa Catarina, cujo julgamento foi suspenso pelo ministro na quinta-feira (4) e será retomado no dia 16 de abril. Seif é acusado de abuso de poder econômico, com interferência de Luciano Hang e outros empresários. Hang teria disponibilizado a equipe da Havan para a campanha.

Segundo apurou a CNN, Tarcísio argumentou que Seif teve mais votos que o segundo e o terceiro candidato somados. Na visão do governador, as evidências de interferência não são contundentes, nem mesmo que teriam sido suficientes para mudar o resultado da eleição.

Tarcísio, o senador Ciro Nogueira e outros aliados moderados de Bolsonaro vem tentando aproximar a direita do Judiciário. Para eles, a oposição deve ser feita às ideias e ao governo de turno e não às instituições.

O caso do senador Sergio Moro não chegou a ser tratado, mas pessoas próximas ao governador paulista dizem que se trata de exemplo similar: Moro deveria ser julgado como candidato e não como ex-juiz da Lava Jato. O julgamento de Moro está empatado e será retomado nesta segunda-feira (8).

A reação de Daniel Silveira após soltura de deputado preso por Moraes

Do presídio de Bangu, no Rio de Janeiro, Daniel Silveira se manifestou após assembleia soltar deputado que estava preso por ordem de Moraes.

Preso em Bangu, no Rio de Janeiro, o ex-deputado Daniel Silveira celebrou o fato de a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) soltar Capitão Assumção, que ficou preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. E lamentou o fato de ele próprio não ter sido solto pela Câmara dos Deputados na sessão ocorrida em fevereiro de 2021.

Silveira redigiu uma carta aberta aos deputados da Ales. E a entregou à sua esposa, Paola da Silva Daniel. “Parabéns por fazerem o que a Câmara dos deputados não fez comigo e parabéns por não deixarem fazer com a família do deputado capitão Assunção o que fizeram com a minha”, diz trecho do documento.

Daniel Silveira Moraes

A Assembleia Legislativa do Espírito Santo decidiu, em 6/3, soltar Capitão Assumção. Foram 24 votos a favor da soltura, quatro pela manutenção da prisão e uma abstenção, a do presidente da Casa, Marcelo Santos [Podemos], segundo o Metrópoles.

Policial militar reformado, Capitão Assumção ficou preso preventivamente em um batalhão da corporação por descumprir determinação judicial ao usar redes sociais.

Enquanto Bolsonaro não começar a pagar pelos seus incontáveis crimes, seus comparsas avançarão sobre a constituição

Certamente, Bolsonaro entrará para a história como, se não o maior, um dos mais perigosos bandidos da história do Brasil.

Bolsonaro é psicopata, daqueles mais frios. Não foi sem motivo que o exército o excretou como furúnculo carregado de abcesso para não contaminar toda a tropa.

somente um sujeito com esse instinto e frieza, produziria a carnificina de covid contra a própria população. Por isso, ninguém entende o que está acontecendo para que esse animal não esteja numa jaula.

O que se observa com esse capítulo do Musk e do próprio Allan dos Santos, é que a demora em punir o psicopata do Vivendas da Barra está encorajando outros do seu bando a praticar ações mais ousadas e violentas.

A nítida tentativa de fuga para a embaixada da Hungria, não deixando dúvida sobre seus planos para fugir da cadeia, foi mais do que o suficiente para que Bolsonaro fosse imediatamente preso. E quanto mais tempo demorar, aparecerão mais insurgentes de comparsas bandidos.

Moro não procurou Gilmar para salvar seu mandato, e sim tentar escapar de uma iminente prisão

Moro, assim como Bolsonaro, está se borrando de medo de ser preso. Por isso foi pedir penico para Gilmar Mendes. Até porque a rede de criminosos de Curitiba vai toda em cana com ele. A coisa está feia para o ladrão de Galinha.

Sergio Moro escapou de processos, quando se elegeu senador, mudando o que sempre criticou, o foro privilegiado. Caindo de podre, terá que se ver com uma série de processos que podem sim, levá-lo à prisão.

É a percepção que se tem do intermúndio da política, da justiça e da imprensa. Se bobear, Moro e seu bando de Curitiba irão para a cadeia antes de Bolsonaro e seu clã.

A conferir.

Anatel coloca operadoras de sobreaviso para retirada do X do ar

Movimentação da Anatel acontece em contexto de ataques de Elon Musk, dono do X, a decisões do Supremo Tribunal Federal.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) entrou em contato com as operadoras de telecomunicações para informar sobre a possibilidade de retirar o X, antigo Twitter, do ar.

O contato serviu como uma espécie de sobreaviso, caso haja alguma decisão judicial para a retirada da plataforma do ar. As operadoras não têm autonomia para remover um único post na rede social, mas podem, mediante determinação de autoridades do Poder Judiciário, derrubar a plataforma inteira.

Isso acontece um dia depois de o bilionário Elon Musk, dono do X, ameaçar não cumprir as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspensão de contas que defendem golpe de estado e compartilham notícias falsas.

Vários extremistas que usavam as redes para propagar ideias golpistas já tiveram suas contas suspensas por decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Musk foi além e atacou diretamente o ministro, relator das ações que tratam de fake news, milícias digitais e da tentativa de golpe em 8 de janeiro.

O bilionário escreveu, neste domingo (7/4), que Moraes deve renunciar ou sofrer impeachment. Ele ainda afirmou que o ministro do STF “traiu descarada e repetidamente a Constituição e a população do Brasil”.

Ainda no domingo, Musk publicou mensagem no X defendendo o uso do VPN, rede privada virtual em inglês, usado para acessar a internet sem identificar o endereço do IP (protocolo de internet) do computador ou do celular.