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Vídeo: ‘Quebro sua cara’: reunião do Conselho de Ética arquiva ação contra Janones e termina em xingamentos e agressões

O processo, que foi arquivado por 12 votos a 5, teve como relator o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato a prefeito de São Paulo.

Em meio a empurrões, xingamentos, gritaria e ameaças de “pegar lá fora”, o Conselho de Ética arquivou nesta quarta-feira (5) o processo de cassação contra o deputado federal André Janones (Avante-MG), acusado de organizar um esquema de “rachadinha” em seu gabinete.

O processo, que foi arquivado por 12 votos a 5, teve como relator o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato a prefeito de São Paulo, que também bateu boca com o coach Pablo Marçal, também pré-candidato, e que compareceu à reunião.

No final, Janones chamou Nikolas para resolver “lá fora”. Ambos partiram um para cima do outro e foram separados por seguranças da Câmara e outros parlamentares.

Vídeos nas redes sociais mostram que a confusão se alastrou pelos corredores, com novos xingamentos e ameaças de agressão.

— Só nós dois, moleque golpista. Quebro a sua cara com um soco — disse Janones;

— Bate, rachadinha — retrucou Nikolas.

No X, Nikolas afirmou que Janones fez xingamentos contra ele, a família e a honra. “Provoca, chama para a briga e quer que a gente fique calmo? NInguém é de ferro”, escreveu. Também na plataforma, Janones chamou o adversário de “frouxo”.

Placar da votação

O placar da votação desta quarta ficou em 12 a 5 pela aprovação do parecer do relator, pelo arquivamento do pedido de cassação.

A representação contra Janones foi apresentada pelo PL, após dois ex-assessores do parlamentar afirmarem que ele cobrava funcionários lotados em seu gabinete na Câmara a repassar parte dos seus salários. O caso é investigado pela Polícia Federal.

Em entrevista ao Globo, Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira disseram que a prática envolvia até mesmo os valores recebidos como 13º e chegava a 60% dos vencimentos.

No relatório, Boulos alega que as acusações contra Janones são anteriores ao exercício do mandato dele, que se iniciou em 2023. Segundo o pré-candidato à prefeitura de São Paulo, as suspeitas já eram de conhecimento público desde 2022.

“Não há justa causa, pois não há decoro parlamentar, se não havia mandato à época — o que foge do escopo, portanto, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar — o mesmo caso visto agora”, escreveu o deputado.

Nesta quarta, Boulos voltou a argumentar que a discussão deve ser em torno do período em que o fato ocorreu.

— Nós não estamos aqui discutindo o mérito de rachadinha. Essa não é a discussão que o relatório faz e esse conselho está fazendo, essa é a discussão que a Justiça fará, e deve fazer — argumentou Boulos.

 

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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