Ano: 2024

Bolsonaro está apanhando como nunca

O combo de lorotas e trambiques de Bolsonaro está com os dias contados? Se essa não é a pergunta do milhão, ela é objetiva mesmo diante da dificuldade do gado abrir mão de seu pastor máximo.

Não foi sem motivos que os histéricos Allan Dos Santos e Malafaia foram acionados pelo mito.

As pedradas que Bolsonaro está levando, diuturnamente, nem os bolsonaristas mais aloprados conseguem cercar como rede de proteção ao genocida. Bolsonaro enfrenta um apocalipse pessoal.

A prisão de Bolsonaro é dada certa, assim como a de seu bando familiar. O mesmo pode se dizer da parcela que não é pequena de operadores secretos, confidenciais que operaram no intestino do bolsonarismo institucional que acabaram sendo entregues pela língua de Mauro Cid.

Bolsonaro é o gênio do caos e, tudo indica que até Jair Renan será tratorado junto com o pai e irmãos por uma possível fraude. Desclassificado, Bolsonaro enfiou várias violas no mesmo saco. Agora elas se voltam contra o próprio que não há dia 25 que o salve da cana dura.

Jura que os petequeiros dos clubes militares estão cobrando mais provas para dizer que aquele capitão expulso do exército em 1988 por conduta terrorista é, de fato, um ardiloso golpista? O tá de gozação mandou lembranças.

Bolsonaro sempre foi um fora da lei.

Qualquer um que queira ingressar no mundo do crime, é só pegar a receita com Bolsonaro. De garimpo ilegal, a parceria com miliciano em esquema de formação de quadrilha e peculato, o sujeito já fez de tudo. As mansões do clã escancaram isso.

Sofrendo com abstinência de verba da Secom, escumalha da Oeste diz que golpe do 8 de janeiro é ficção

O golpe do dia 8 de janeiro de 2023, é ficção, assim definiu a revista Oeste, que tem como sócios os piores canalhas que, durante a estadia na Jovem Pan, mamaram gulosamente nas tetas da Secom, Secretaria de Comunicação de Bolsonaro, para sabotar a vacina e apoiar Bolsonaro no genocídio de 700 mil brasileiros, que tinha como mote, a contaminação estimulada da covid, para alcançar a tal imunidade de rebanho.

A estratégia dessa gente sempre foi a de ganhar dinheiro apoiando, juntos, o verme e o vírus. Por isso, em sua estratégia, montaram uma implacável e cerrada marcação contra tudo e todos que defendessem a vacinação em massa.

Não é de se espantar que, diante da larica de uma revista pífia e com arrecadação ridícula, os saudosos papa-tudo da Secom, garantem que é mentira que Bolsonaro quis dar golpe no dia 8 de janeiro, o que simplesmente mostra que, para essa gente, é tudo ou nada, melhor dizendo, é Bolsonaro ou nada, porque não tem capacidade de construir uma identidade que cative alguém que não seja idiota e que acredita em mentiras, porque acha que esse armamento é fundamental para que Bolsonaro siga sendo o Messias deles.

Na verdade, essa revista, que é da antiga Jovem Pan, segue sendo propagandista da república da terra plana e, com esse crachá oficial dessa coisa triste que é a revista Oeste, que gente séria não leva a sério esse troço estrambótico.

Para que serve uma matéria como essa? As pessoas devem perguntar, a resposta é simples, porque Bolsonaro, que armou o golpe, não está se aguentando de medo da prisão, que ele sabe que será sua moradia, assim que for julgado.

Dia 25 será mais um blefe de Bolsonaro

O bolsonarista não se desintoxica do abismo que Bolsonaro cria entre a ficção e a realidade.

Mais uma vez, Bolsonaro apela para o blefe e mais uma vez os bolsonaristas comem esse peixe podre. É um blefe requentado, mas cola no QI deles.

Não há vida inteligente na terra plana.
Não estamos falando de pensamento complexo.
Não, nada disso. Não há, nesse vazio de ideias, uma mixaria de raciocínio de sobrevivência instintiva, tipo bicho. O bolsonarista assina qualquer tapeação de Bolsonaro que ilude os cegos e tolos.

Parece que Bolsonaro causou uma irreversível lesão cerebral nessa gente. O cara perdeu, chorou, fugiu para os EUA, enquanto os terraplanistas entravam no camburão direto para a prisão, por conta de um vendilhão que entregou seus discípulos por um tostão. Ainda assim sonham com o cagão.

É a elite da burrice, a saudação a estupidez, o talento para ser trouxa, e a irrefreável tara pelo logro mequetrefe.

Os soldados de Bolsonaro estão sempre saindo de batalhas perdidas e acreditando que sairão de uma suposta batalha final com o caneco nas mãos.

Então, fica a pergunta: quem vai salvar os bolsonaristas dos próprios?

Não há nazismo, racismo, fascismo e sionismo que dê conta de tanta letargia mental para acreditar que uma família de bandidos pode entregar a cabeça do país nas mãos deles.

Para facilitar o trabalho do MP e PF, políticos que apoiaram a tentativa de golpe, serão fotografados e revelados na Paulista no dia 25

Com uma vitória, Bolsonaro poderá contar, a de políticos que lhe farão companhia no presídio. Sim, porque só irão ao ato políticos que cerrarão fileiras com Bolsonaro no enfrentamento à institucionalidade do país, a dissolução de todas as normas democráticas e, lógico, a queima da constituição em praça pública em cima de um trio elétrico.

Um político minimamente sério, comprometido com a democracia, mesmo estando na oposição ao governo atual, não subiria num palanque, dando as caras para uma possível multidão, se não estivesse par e passo com Bolsonaro nessa quebra da ordem, flagrada nas imagens fartamente mostradas na mídia e nas redes, em que revela Bolsonaro liderando uma intentona golpista que, certamente, desembocou no dia 8 de janeiro de 2023.

Ou é muita coragem ou muita ignorância desses dinossauros da ditadura que já contam, segundo bolsonaristas, com a presença de 80 deputados federais, entre eles Gustavo Gayer, Jordy, Nikolas Ferreira, Zucco e Júlia Zanatta, para citar alguns.

Esse funeral político coletivo terá uma foro oficial, todos os golpistas, fascistas e nazistas para facilitar a vida do Ministério Público e da Polícia Federal, o que certamente agradará o próprio Supremo.

A PF nem precisará se deslocar para a residência de nenhum deles, é só colocar um cordão de isolamento e, numa só sarrafada, a pescaria será farta diante dos olhos de todos os zumbis.

Vídeo: Lula defende união de países para combater fome e desemprego no mundo e critica “extrema direita racista e xenófoba”

Presidente brasileiro discursou como convidado da 37ª Cúpula da União Africana, formada por 55 países.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as alternativas para fome e desemprego não virão da “extrema direita racista e xenófoba” ao discursar como convidado da 37ª Cúpula da União Africana, formada por 55 países.

— A alternativa das mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode continuar sendo privilégio de poucos. Só um projeto social inclusivo nos permitirá ter sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas. Não haverá estabilidade e democracia com fome e desemprego. O momento é propício para resgatar as melhores tradições humanistas dos grandes líderes da descolonização africana — afirmou Lula.

Lula citou que ser humanista implica em condenar os ataques no conflito entre Israel e Hamas e defendeu que o fim do conflito passa pela criação de um Estado Palestino “livre e soberano”:

— Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses e demandar a libertação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço a resposta desproporcional de Israel que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza, em sua ampla maioria, mulheres e crianças e provocou deslocamento forçado de mais de 80% da população. A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado Palestino livre e soberano, um Estado Palestino que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas.

O presidente reforçou importância de uma reaproximação com o continente africano e afirmou que por muito tempo o Brasil foi governado sem olhar para África:

— O Brasil sempre olhou o mundo sem enxergar o continente africano. O Brasil durante muitos séculos foi governado olhando para o Estados Unidos e olhando para a Europa, e o Brasil não via nem a América do Sul e muito menos via continente africano. Quando assumi a presidência em 2003, resolvi fazer com que o Brasil se aproximasse do continente africano. O oceano Atlântico não é um obstáculo para nossa aproximação, é uma dádiva de Deus para nossa aproximação.

Lula afirmou que já visitou 20 vezes o continente africano, que em seus mandatos foram abertos 19 embaixadas nos países africanos e voltou a falar da dívida histórica que o Brasil tem com o continente pelo período da escravidão

— Voltei a presidir o país, eu voltei e quero contribuir com o continente africano. Tudo, muito ou pouco, que o Brasil tem, quero compartilhar com o os países africanos, pois temos uma dívida histórica de 300 anos de escravidão que a única forma de pagar é com solidariedade e muito amor.

Veja no vídeo abaixo o discurso completo do presidente.

O presente de Bolsonaro ao membro do gabinete do ódio alvo da PF

Jair Bolsonaro entrou em campo para ajudar seu ex-assessor palaciano Tércio Arnaud, que foi alvo de buscas recentes da Polícia Federal. O ex-presidente contou a aliados que ele mesmo arcou com o prejuízo de repor o computador de Tércio, após a máquina ser apreendida pela PF. Foi Bolsonaro quem comprou um novo notebook para o aliado.

Apesar da ajuda, o ex-chefe do Executivo está proibido pela Justiça de ter contato com seu ex-assessor, por ambos serem investigados no inquérito que apura a tentativa de um golpe de Estado. Tércio fazia parte do chamado “gabinete do ódio”, usado para atingir reputações de inimigos políticos do governo, diz Bela Megale, O Globo.

O computador de Tércio foi levado no fim de janeiro, durante a operação que mirou Carlos Bolsonaro. O inquérito apura se o vereador tem envolvimento com a criação de uma Abin paralela que monitorou desafetos de seu pai. Na ocasião, a PF realizou buscas na casa de Angra dos Reis (RJ), da família Bolsonaro, e apreendeu computadores que estavam no local, sendo um deles de Tércio.

O ex-assessor palaciano estava hospedado na casa da família desde o Ano Novo. Na semana passada, porém, Tércio saiu do imóvel, após se tornar um dos investigados do inquérito que apura o golpe de Estado planejado por membros do governo Bolsonaro.

Dia 25 tem tudo para dar merda, e vai dar

Ninguém sabe exatamente o que Bolsonaro pretende fazer no dia 25, na sua convocação do gado golpista para um ato que, cinicamente, classifica como defesa da democracia.

Todas as sementes do fascismo, que podiam se plantadas por Bolsonaro, foram plantadas. Todas as mentiras, insultos, ataques, as calúnias e difamações contra o STF e seus ministros já foram arrotadas por Bolsonaro.

Mas ninguém duvida que Bolsonaro tem talento para mexer na merda e a coisa feder ainda mais para o seu lado, até porque, e ele não suplementar com discurso de ódio contra o STF, mas sobretudo a Alexandre de Morae4s, causará uma frustração na Paulista no dia 25 com sangue nos olhos.

Bolsonaro fez uma aposta, colocando-se entre a cruz e a caldeirinha, deve imaginar que ainda tem algum coelho na cartola, mesmo que esse, na verdade, seja um bacorinho.

Ou seja, a micareta fascista tem tudo para dar errado, como já está dando, sobre o patrocínio do trio elétrico, que Malafaia, que se colocou na linha de tiro, já deu duas versões, dizer que será um encontro pacífico, onde não serão permitidos cartazes com ofensas ao STF e seus ministros, é o mesmo que dizer que haverá baile sem música.

Todos que estão na Paulista, esperam se alimentar do fel, que manterá a unidade entre seus apoiadores mais exaltados e o próprio Bolsonaro que, a cada dia se mostra mais eficaz para se empepinar do que já está.

Não há como prever qual será a linha mestra do seu discurso, quais foram as instruções dadas por seus gurus que possam lhe favorecer debaixo de um bombardeio sem abrigo.

O rótulo de manifestação pela democracia, é a própria piada pronta. Nem toda a teatralidade que Bolsonaro, por ventura, possa tentar apresentar, tirará dele a alcunha de golpista compulsivo, porque seria Bolsonaro dizer que aquele Bolsonaro da fatídica reunião tramando golpe, não disse o que disse.

Enfim, Bolsonaro vai para a Paulista, não se saia justa, mas com a bunda de fora e, consequentemente, se lançará numa aventura que encurtará o espaço entre ele e a Papuda.

A única coisa que se pode afirmar, é que, para Bolsonaro não há nada tão ruim que não possa piorar.

Só idiotas e bolsonaristas mascarados ainda acreditam em Bolsonaro

A mais recente mentira de um mentiroso compulsivo.

Só os idiotas de verdade serão capazes de acreditar na desculpa de Bolsonaro para justificar a transferência de R$ 800 mil de sua conta em um banco no Brasil para a conta aberta por ele em um banco nos Estados Unidos. Os bolsonaristas mascarados, também.

oi por ocasião de sua fuga para Orlando, na Flórida, onde assistiu pela televisão, em doce conforto, à tentativa de derrubada de Lula em 8 de janeiro do ano passado. Dera em nada o golpe planejado por ele entre novembro e dezembro para manter-se no poder.

Descoberta a transferência, Bolsonaro agora disse ao jornal O Estado de São Paulo:

Eu mandei o dinheiro acreditando na derrocada completa da poupança no Brasil. […] O pessoal me disse que o volume de dinheiro enviado por brasileiros após as eleições multiplicou por três”.

Grossa mentira, mais uma de quem mente compulsivamente. Diz a Polícia Federal em documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal para apurar atentados à democracia:

“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de golpe de Estado que estava em andamento”.

A fuga de Bolsonaro começou a ser tramada ainda em junho de 2022, a quatro meses da eleição que perderia, quando ele e seu ajudante de ordem, o tenente-coronel Mauro Cid, embarcaram juntos no dia 8 para Los Angeles, onde haveria a Cúpula das Américas convocada pelo presidente Joe Biden.

Mauro Cid levou no avião oficial da FAB um kit de joias presenteadas por governos estrangeiros ao Estado brasileiro durante o governo Bolsonaro. Fazia parte do kit: um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico.

A comitiva de Bolsonaro voltou ao Brasil sem Mauro Cid. Ele levou as joias para a casa do seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, amigo de Bolsonaro há décadas, que chefiava em Miami o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

No dia 13 de junho, Mauro Cid viajou à Pensilvânia para vender o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe. A Polícia Federal localizou um comprovante da venda no valor de US$ 68 mil, o que correspondia a R$ 332 mil.

O dinheiro foi depositado no BB Américas, na conta do general Mauro Cid, segundo ele informou ao seu filho. De fevereiro de 2022 a maio de 2023, o general movimentou em sua conta quase R$ 4 milhões – entre valores recebidos e enviados –, destaca relatório do Coaf.

*Blog do Noblat

Difusão instantânea e milhares de views: levantamento mostra como ‘milícia digital’ obedeceu ordem de ataque a generais

Alvos de operação da Polícia Federal miraram militares como o general Tomás Paiva, escolhido por Lula para comandar o Exército.

A investigação da Polícia Federal sobre a suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados em uma tentativa de golpe de Estado revela uma teia de atuação que, segundo o inquérito, caracteriza uma “milícia digital”. O núcleo disseminava notícias falsas para desacreditar o processo eleitoral, distribuía nas redes relatórios com fake news sobre urnas e se valeu de informações oriundas de hackers. Um dos caminhos usados foi impulsionar ataques contra militares da cúpula que resistiram à trama golpista. As mensagens destinadas a desgastá-los tiveram ampla adesão entre perfis bolsonaristas, segundo levantamento do Globo.

Um dos alvos desses ataques, segundo a PF, foi o general Tomás Paiva, escolhido por Lula para comandar o Exército em fevereiro do ano passado. Mensagens revelaram que, em 17 de dezembro de 2022, o ex-ministro Braga Netto orientou que ataques a Paiva “viralizassem”. Na conversa obtida pelos policiais, Braga Netto narra ao ex-capitão Ailton Barros uma suposta visita em que Paiva teria repreendido Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, pela postura em relação à vitória de Lula. A conversa termina com uma ordem de Braga Netto para que o assunto seja compartilhado — segundo o ex-ministro, o atual comandante do Exército “nunca valeu nada” e é “PT desde pequeninho”.

Na noite da mesma data, o youtuber bolsonarista Allan Frutuozo da Silva compartilhou um vídeo intitulado “general melancia entra em desespero”. A expressão é utilizada com frequência pela direita para se referir a oficiais supostamente vinculados à esquerda, que seriam “verdes por fora e vermelhos por dentro”. Na postagem, o bolsonarista fez relato semelhante ao de Braga Netto, ao detalhar a suposta visita a Villas Bôas, e fez ataques a Tomás Paiva. A publicação teve mais de 600 mil visualizações no YouTube e foi localizada pelo Globo partir de uma base de dados da empresa Novelo Data com vídeos de teor golpista. A reportagem não conseguiu contato com Frutuozo.

Na manhã do dia seguinte à conversa de Braga Netto, o influenciador bolsonarista Ed Raposo encampou a mesma narrativa, chamando Paiva de “vergonha” que “merece desprezo eterno da tropa”. Dois minutos depois do conteúdo compartilhado por ele, outro perfil trouxe relato similar acompanhado de uma foto de Tomás Paiva com os dizeres “ele está fazendo pressão contra o presidente (Bolsonaro)” e “ele quer ser subordinado a um ladrão condenado”. Procurado, Braga Netto não se manifestou.

Estratégias de ataque de bolsonaristas nas redes — Foto: Editoria de Arte

Ex-comandante do Exército revela por que não denunciou o plano de golpe de Bolsonaro

General Freire Gomes nega omissão e prevaricação, mas ainda precisa detalhar o grau de envolvimento nas tratativas pelo golpe.

Foi publicada nesta sexta (16), na coluna do jornalista Tales Farias, a versão que o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, ventilou nos bastidores para explicar o fato de não ter denunciado às autoridades competentes a tentativa de golpe que o alto escalão do governo de Jair Bolsonaro preparou ao longo de 2022.

“A amigos, Freire Gomes tem dito que se denunciasse ao STF as intenções do então chefe do Executivo simplesmente criaria uma crise institucional no país, com chances de acabar propiciando uma ruptura, que era exatamente o que Bolsonaro pretendia. (…) É esse argumento que o ex-comandante do Exército deverá apresentar à Polícia Federal em seu depoimento: ele não foi omisso, nem prevaricou. Usou seu cargo para atuar objetivamente contra o golpe junto aos colegas do generalato”, resumiu Tales Faria.

Freire Gomes foi tratado por membros do gabinete do golpe como um oficial “cagão” – nas palavras do ex-ministro Braga Netto – por não ter embarcado na aventura golpista. Trechos de relatório da Polícia Federal que constam em despacho do ministro Alexandre de Moraes, a que o GGN teve acesso, mostram que Freire Gomes sofreu pressão de colegas militares para aderir ao golpe, mas não envergou.

“Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e do Gen FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, escreveu Braga Netto em uma mensagem capturada pela PF.

Entre outras formas de pressão, Freire Gomes teria recebido uma carta do militar Bernardo Romão Correa Neto, que operou como “braço direito” de Mauro Cid no planejamento do golpe. No relato da PF, a carta foi usada “como instrumento de pressão direcionado ao então Comandante do Exército.”

Correa Neto teve prisão preventiva solicitada pela Polícia Federal na Operação Tempus Veritatis, que apurou que o militar estava em solo americano pois fora designado para exercer missão em Washington até julho de 2025, com “total ônus para o Comando do Exército”. A saída do País foi interpretada como ação para “se furtar ao alcance de investigações e consequentemente da aplicação da lei penal”. Ele retornou ao Brasil para cumprir a prisão.

AS IMPLICAÇÕES PARA FREIRE GOMES
Apesar de não ter embarcado na aventura golpista, Freire Gomes terá de explicar à Polícia Federal por que participou de reuniões para planejamento do atentado à democracia, inclusive na presença de Jair Bolsonaro, sem nunca ter denunciado a tentativa de ruptura institucional.

No relatório da PF, consta que Freire Gomes esteve presente na reunião onde Bolsonaro apresentou aos comandantes das Forças Armadas a chamada minuta do golpe, um decreto que previa interferência em outros poderes e prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal.

A PF também aponta que Freire Gomes assinou uma nota em defesa dos acampamentos golpistas, “reputada como importante por MAURO CID, para fins de manutenção e intensificação das manifestações antidemocráticas, em vista do suposto respaldo das Forças Armadas ao movimento”.

As investigações mostram ainda que Freire Gomes possivelmente sabia que empresários do agronegócio financiavam as manifestações golpistas. “Em 16 de novembro de 2022, MAURO CID enviou um áudio, possivelmente para o General FRIERE GOMES, pelo aplicativo UNA, em que cita o financiamento das manifestações em Brasília, por empresários do ‘Agro’.”

“Mensagens encaminhadas por MAURO CID para o General FREIRE GOMES sinalizam que o então Presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO estava redigindo e ajustando o Decreto e já buscando o respaldo do General ESTEVAM THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA (há registros de que este último esteve no Palácio do Planalto em 9/12/2022, fls. 169), tudo a demonstrar que atos executórios para um golpe de Estado estavam em andamento”, aponta a PF.

A adesão do General Gaspar de Oliveira era importante porque seu destacamento era o que continha o maior contingente de militares do Exército. De acordo com a PF, Gaspar de Oliveira “teria concordado em executar as medidas que culminariam na consumação do golpe de Estado, desde que o então Presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO assinasse o decreto que vinha sendo debatido e ajustado, embora não se contasse com a adesão do General FREIRE GOMES.”

*GGN