Ano: 2024

General ligado a Villas Bôas atuou em compra de software espião pelo Exército, diz o filho do general Santos Cruz

Luiz Roberto Peret foi contratado pela Verint Systems.

Um dos conselheiros fundadores do Instituto General Villas Bôas, o general Luiz Roberto Peret atuou como intermediário da empresa Verint Systems para negociar com o Exército a compra de sistemas de inteligência, entre eles, o software First Mile. O uso da tecnologia pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é investigado.

A atuação de Peret foi relatada por Caio Santos Cruz, filho do general Santos Cruz. De acordo com informações publicadas neste sábado (13) pelo jornal Folha de S.Paulo, Peret foi contratado pela Verint Systems. Ele é general reformado do Exército. Ele se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1973, mesma turma de Villas Bôas.

Caio Santos Cruz afirmou que a ferramenta foi vendida a outros órgãos públicos, e citou o antigo Departamento Penitenciário Nacional (Senappen – Secretaria Nacional de Políticas Penais), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Aeronáutica e a Marinha.

A Senappen e a PRF negaram o uso do First Mile. A Marinha afirmou que “desenvolve a referida atividade em conformidade com a Constituição Federal e com as normas constantes no ordenamento jurídico nacional”. “No que tange às declarações do sr. Caio Cesar dos Santos Cruz, a M

A Aeronáutica também se negou a comentar o assunto e afirmou “que todas as atividades são desenvolvidas no estrito cumprimento de sua missão institucional e em conformidade com a Constituição Federal”.

Entre 1904 e 1908, o Império Alemão conduziu o primeiro genocídio do século XX no território da Namíbia

Entre 1904 e 1908, o Império Alemão conduziu o primeiro genocídio do século XX no território da Namíbia. Os soldados alemães receberam ordens para matar e expulsar todos os nativos das etnias Herera e Nama — que resistiam ao roubo de suas terras pelos colonizadores.

Em quatro anos, a Alemanha exterminou 70% de todo o povo Herera e 50% do povo Nama. Após uma série de massacres brutais, os alemães afugentaram os nativos para os desertos de Kalahari e Namibe e os impediram de retornar ou avançar rumo às nações vizinhas, matando-os de fome e sede. Outra estratégia adotada foi o envenenamento dos poços e a destruição das fontes de alimento.

Os sobreviventes foram levados para campos de concentração. Lá, eles recebiam um número de identificação e eram usados como mão de obra escrava, sendo alugados para trabalhar para as empresas alemãs que operavam na África Meridional. Eram submetidos ao tratamento extremamente brutal. A taxa de letalidade em alguns campos de concentração era superior a 80%. Os prisioneiros também foram submetidos a experimentos científicos horrendos a fim de provar teses do supremacismo racial.

O chanceler alemão advertiu ao governo do país que as ações conduzidas na Namíbia eram “contrárias aos princípios cristãos e aos direitos humanos” e que iriam prejudicar a reputação internacional da Alemanha. O Império Alemão respondeu que não havia motivo para se preocupar e que os Hereros não estavam protegidos pela Convenção de Genebra sobre os direitos humanitários, uma vez que “não eram humanos de verdade, mas sub-humanos”.

Hitler não criou nada novo. Só aplicou a novos grupos étnicos o que a Alemanha já estava acostumada a fazer em suas colônias.

*Pensar História

Numerosa, barulhenta e isolada: capitaneada por bolsonaristas, oposição revê estratégias após amargar derrotas

Segundo líderes do grupo, a ideia é reforçar as diferenças em relação à esquerda, como a posição contrária a temas como direito ao aborto e descriminalização das drogas.

Numerosa e barulhenta no Congresso, a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, liderada pelo PL, de Jair Bolsonaro, revê estratégias para evitar repetir erros do ano passado, quando amargou derrotas importantes e acabou isolada. Segundo líderes do grupo, a ideia é reforçar as diferenças em relação à esquerda, como a posição contrária a temas como direito ao aborto e descriminalização das drogas, e se preparar para ter um candidato competitivo para a sucessão na presidência da Câmara, no início de 2025.

Com 99 deputados no PL, três no Novo e nomes espalhados por partidos como União Brasil, Republicanos, PP e MDB, a oposição da Câmara viu a CPI do MST, tida como principal flanco de desgaste para os governistas no ano passado, fracassar. Já no Senado, onde reúne em torno de 30 nomes, só passou a sair vitoriosa quando o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), encampou pautas do grupo, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limitou decisões individuais de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em importantes votações, como a Reforma Tributária, a oposição conviveu com divisões — o PL, por exemplo, liberou a bancada. Além disso, Republicanos e o PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), passaram a ocupar ministérios, dividindo as suas respectivas bancadas e compondo a base do governo em pautas relevantes.

Com o desafio de retomar o protagonismo, os oposicionistas ainda convivem com incertezas para 2024, como em relação à presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Apesar de um acordo para que o PL comandasse o principal colegiado da Casa neste ano, Lira já externou a intenção de quebrar o pacto, dando a comissão a um nome que poderia sucedê-lo na presidência da Casa.

No horizonte, o grupo também dá mostras de que voltará a se dividir: não há consenso em relação a uma candidatura própria do PL à presidência da Casa em 2025, defendida pelo líder nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, mas que enfrenta resistências na bancada.

— O PL terá candidato à presidência da Câmara. Desta forma, manteremos a relevância da maior bancada do Congresso — disse Valdemar ao GLOBO. — E levantaremos as pautas da segurança pública e da saúde no Congresso, além de defendermos os nossos valores e sermos contrários às votações de pautas ideológicas.

País terminou 2023 com uma taxa de inflação anual de 211,4%, um dos maiores índices do mundo; medidas de Javier Milei explicam disparada dos preços

A Argentina terminou 2023 com uma taxa de inflação anual de 211,4%, um dos maiores índices do mundo, o que a torna o país com o maior aumento de preços da América Latina. Os dados são do Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec).

Na quinta-feira (11/01), o Indec anunciou o aumento da inflação em 25,5% durante o mês de dezembro. Isso significa que o índice de preços dobrou em relação ao mês anterior, quando foi registrado um aumento de 12,8%. Trata-se do indicador mensal mais alto desde fevereiro de 1991, quando o país estava saindo de um ciclo de hiperinflação.

Até novembro, diferentes institutos de pesquisa calculavam que o ano terminaria com uma taxa de inflação de 160%. Por si só, o número já era preocupante, uma vez que excedia o aumento de preços acumulado em 2022, de 94,8%. No entanto, as primeiras medidas econômicas adotadas pelo governo de extrema direita do presidente Javier Milei incluíram uma drástica desvalorização do peso frente ao dólar e um aumento nas tarifas, o que acarretou um novo impulso à dinâmica inflacionária.

O informe do Indec ainda mostra que os maiores aumentos ocorreram em áreas particularmente sensíveis para os setores mais vulneráveis da sociedade, como alimentos e saúde, que aumentaram 251,3% e 227,7%, respectivamente.

Nesse contexto, cidadãos argentinos de diferentes contextos sociais dizem sentir uma piora em suas condições de vida e denunciam que os planos do governo Milei devem aprofundar a vulnerabilidade.

Monica Alexander é moradora da Villa 21-24, uma das maiores favelas de Buenos Aires. Em conjunto com outros moradores, ela comanda há anos, em sua própria casa, um “comedor comunitário”, parte de um plano de restaurantes populares subsidiado pelo Estado. Ao Brasil de Fato, ela afirma que o governo parou de entregar os alimentos necessários para atender a população.

“Não conseguimos dar conta do número de pessoas que chegam. Todos os dias chegam novas pessoas, muitas delas têm trabalho, mas não é suficiente e no meio do mês não têm dinheiro suficiente para comprar comida”, diz. Este é o sexto ano consecutivo em que os trabalhadores e aposentados veem sua renda se deteriorar. De acordo com cálculos da consultora Ecolatina, somente durante o mês de dezembro de 2023, a queda nos salários do setor formal foi de 10%, a maior em mais de 20 anos.

“Todos nós sabíamos que as medidas do novo governo teriam um grande impacto, mas o que nos surpreendeu foi a velocidade com que elas aconteceram”, explica Amitai Duek. Ao Brasil de Fato, o escritor que mora na região central da capital argentina diz que as medidas ortodoxas adotadas por Milei se refletiram de maneira muito rápida na economia das pessoas. “Quando você vai aos supermercados você vê que eles estão vazios, as pessoas compram menos e fazem contas para comprar as coisas básicas e indispensáveis”, diz.

Amitai ainda aponta que um de seus maiores problemas tem sido a moradia. Isso porque os proprietários do imóvel alugado onde ele mora começaram a exigir aumentos que violam o contrato assinado, algo que, segundo ele, “já está acontecendo com muitas pessoas”.

O problema da moradia é um drama que ameaça se tornar uma verdadeira bomba-relógio. Através do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), com o qual Milei pretende revogar e modificar 366 artigos de lei, o governo removeu todos os tipos de regulamentação dos contratos de aluguel. Segundo a Federação Nacional de Inquilinos, isso possibilitou o aumento das renovações de contratos de aluguel em 300% a 600% e muitos proprietários estão exigindo que os aluguéis sejam pagos em dólares.

“O ano passado foi bastante difícil do ponto de vista econômico, mas agora, neste último mês, a incerteza aumentou muito graças à inflação”, conta Luisina Darthes. A estudante disse ao Brasil de Fato que ela e o namorado tiveram que deixar a vida em Buenos Aires por conta do aumento nos preços.

“Tem sido ultimamente impossível pagar o aluguel, por isso nos mudamos para outra cidade, onde a moradia ainda é um pouco mais acessível em termos de preços e condições contratuais. Na capital, os preços são exorbitantes, os contratos são publicados em dólares e os reajustes são trimestrais, vinculados ao índice de inflação, o que não é proporcionalmente acompanhado por um aumento nos salários, esse é o maior problema”, explica.

Futuro de Milei e greve geral

Nas próximas semanas, o governo Milei terá que navegar em um delicado espaço no qual seu destino está em jogo. Desde que assumiu o cargo no dia 10 de dezembro, o presidente vem promovendo as maiores reformas econômicas e políticas desde o retorno da democracia argentina, em 1983. Enquanto isso, o clima social parece ter cada vez menos espaço para tolerar novos ajustes.

No início desta semana, o Congresso iniciou uma sessão extraordinária para debater mais de 600 artigos que fazem parte de um projeto de lei promovido pelo Executivo intitulado “Bases e pontos de partida para a liberdade dos argentinos”, que tem como objetivo reformar quase todos os aspectos da ordem jurídica do país. Ele concede poderes extraordinários à Presidência para que ela possa legislar sem o Congresso, permite a privatização de todas as empresas públicas, remove todos os regulamentos para que o governo reestruture a dívida externa e criminaliza os protestos sociais de uma forma inédita desde o fim da ditadura militar (1976-1983).

O ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou na quarta-feira (10/01) um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para liberar US$ 4,7 bilhões que o país usará para pagar sua dívida com o próprio fundo. O anúncio foi feito depois que o FMI felicitou o governo por seu “ambicioso programa de estabilização”, mas advertiu que não continuaria produzindo os desembolsos se não conseguisse uma “implementação contínua e duradoura” do ajuste fiscal.

“Há aspectos desse projeto de lei que têm implicações fiscais significativas e, como tal, esperamos que as autoridades continuem a obter apoio político para levar esse projeto adiante”, disse a diretora de comunicações do FMI, Julie Kozack, em uma coletiva de imprensa em Washington na manhã de quinta-feira.

Por outro lado, a poderosa Central Geral de Trabalhadores (CGT), juntamente com outras centrais sindicais do país, já anunciou uma greve geral para o dia 24 de janeiro. Entre suas reivindicações, a representação dos trabalhadores exige a revogação do megaprojeto de lei e do mega decreto de necessidade e urgência. A ação sindical se junta a uma série de manifestações que vêm ocorrendo no país desde o anúncio das medidas econômicas e políticas do governo. Junto a mobilização, aproxima-se o mês de março, quando a Argentina discute atualizações salariais nos setores formais.

*Opera Mundi

Houthis realizam exercícios militares após novo ataque dos EUA no Iêmen

Ofensiva conjunta com Reino Unido aumentou as preocupações sobre a escalada do conflito no Oriente Médio.

O movimento Houthi realizou no sábado (13) exercícios militares na província de Saada, no noroeste do Iêmen, ameaçando uma “resposta forte e eficaz” depois que os Estados Unidos realizaram outro ataque noturno contra o grupo alinhado ao Irã.

Num vídeo divulgado pelos Houthis, oficiais foram filmados assistindo a uma série de exercícios militares, incluindo lançamentos de morteiros e manobras militares.

Os ataques aumentaram as preocupações sobre a escalada do conflito que se espalhou pela região desde que o grupo palestino Hamas e Israel entraram em guerra, com os aliados do Irã também entrando na briga vindos do Líbano, da Síria e do Iraque. O último ataque, que os EUA disseram ter atingido um local de radar, ocorreu um dia depois de dezenas de ataques americanos e britânicos a instalações Houthi no Iêmen.

“Este novo ataque terá uma resposta firme, forte e eficaz”, disse Nasruldeen Amer, porta-voz dos Houthi, à Al Jazeera, acrescentando que não houve feridos nem “danos materiais”.

Mohammed Abdulsalam, outro porta-voz Houthi, disse à Reuters que os ataques, incluindo o que atingiu durante a noite uma base militar em Sanaa, não tiveram impacto significativo na capacidade do grupo de impedir que navios afiliados a Israel passassem pelo Mar Vermelho e pelo Mar da Arábia.

O Pentágono disse na sexta-feira (12) que os ataques EUA-Reino Unido tiveram “bons efeitos”.

Os Houthis dizem que a sua campanha marítima visa apoiar os palestinos sob cerco e ataque israelense em Gaza, que é governada pelo Hamas, apoiado pelo Irã. Muitos dos navios atacados não tinham ligação conhecida com Israel.

O grupo, que controla Sanaa e grande parte do oeste e norte do Iêmen, também disparou drones e mísseis através do Mar Vermelho contra Israel.

 

Europa registra epidemia tripla de doenças respiratórias

Alemanha e Reino Unido têm alta nos casos de covid-19, VSR e gripe, e Espanha volta a obrigar uso de máscaras em hospitais; Além disso, Itália teme propagação da gripe suína.

Os países europeus — especialmente Espanha e Itália — estão registrando aumento expressivo no número de infecções por doenças respiratórias, e a imprensa local relata escassez de leitos hospitalares e superlotação em algumas instalações de saúde.

As infecções por gripe são uma das maiores preocupações sanitárias no continente neste momento. O impacto no sistema de saúde é agravado por um número crescente de casos de coronavírus e de vírus sincicial respiratório (VSR).

Potencial “tridemia” – além da gripe suína

Enquanto a Itália enfrenta uma ameaça adicional de propagação da gripe suína, a Espanha está adotando novos regulamentos sobre máscaras. Outras partes do continente, incluindo Alemanha e Reino Unido, registraram nas últimas semanas uma alta nos casos das três doenças: covid-19, VSR e gripe.

Diversos outros países da Europa também relataram um aumento de doenças respiratórias nas últimas semanas de 2023.

“Quase 10 mil mortes por covid-19 foram notificadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) em dezembro (principalmente na Europa e nos EUA), e houve um aumento de 42% nas hospitalizações e uma alta de 62% nas admissões [em unidades de cuidados intensivos], em comparação com novembro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) afirmou que a incidência de doenças respiratórias semelhantes à gripe continuou aumentando na maioria dos países europeus. “Após a atividade relativamente baixa de doenças respiratórias durante o período de verão, as frequências de consultas aumentaram a partir de setembro”, informou.

A incidência de casos de infecção respiratória aguda grave (Sari) vinha se situando num nível comparável ao mesmo período do ano passado, e está agora aumentando sensivelmente em alguns países.

Alta em casos de gripe no final de 2023

Entre os pacientes testados, a percentagem de pessoas com gripe aumentou de 19% em meados de dezembro para quase 25% no final do ano.

Dez países na Europa, incluindo Itália e Espanha, relataram atividade de gripe sazonal acima de 10% de taxa de testes positivos.

O ECDC ressalta que os números podem ser subestimados devido à época festiva de fim de ano, observando que menos pessoas foram testadas durante esse período.

O aumento acentuado também pode ser atribuído a grandes aglomerações durante o Natal e outros eventos festivos, comuns na Espanha. O ECDC disse que ambos os tipos de gripe A e B foram detectados.

Alerta de gripe suína na Itália

A Itália registou duas mortes relacionadas a gripe no início de janeiro na cidade de Vicenza, no nordeste do país. Os médicos suspeitaram que as mortes foram causadas por um surto de gripe suína, a gripe H1N1.

Outros três pacientes estão internados em terapia intensiva devido a complicações, como pneumonia intersticial, decorrentes da doença. As autoridades de saúde locais de Vicenza apelaram ao público para que se vacine contra a gripe suína.

A gripe suína é o acréscimo mais recente às tensões existentes no sistema de saúde pública italiano. O Instituto Nacional de Saúde italiano estimou que cerca de dois milhões de pessoas foram infectadas com covid, RSV ou influenza nas últimas duas semanas de 2023.

Em janeiro, ambulâncias foram vistas fazendo fila em frente aos hospitais de Roma. Alguns centros de saúde ficaram superlotados, com pacientes à espera de leitos em cidades como Milão e Turim.

Obrigatoriedade da máscara na Espanha

A ministra da Saúde espanhola, Mónica Garcia, tornou obrigatório o uso de máscaras nos centros de saúde do país. “Temos que proteger as pessoas mais vulneráveis”, disse Garcia aos repórteres. “É apenas bom senso.”

O governo disse que a norma pode ser revogada se as taxas de infecção caírem consistentemente durante duas semanas. Mas é importante lembrar que a Espanha foi um dos últimos países a abandonar as regulamentações sobre máscaras durante a pandemia.

Alguns hospitais na Espanha também enfrentam dificuldades para lidar com o afluxo de novos pacientes.

*Opera Mundi

Réu por corrupção, Pastor Everaldo recebe R$ 25 mil mensais do Podemos

O PSC, partido que o Pastor Everaldo presidia, foi incorporado ao Podemos por não ter atingido a cláusula de barreira na última eleição.

O Pastor Everaldo não teve alterações nos seus vencimentos de R$ 25 mil no Podemos, após a fusão da legenda com o PSC, partido que presidia. O pastor, aliado de Bolsonaro e responsável pela bênção que o ex-presidente recebeu no Rio Jordão, em Israel, é réu por corrupção na Justiça Federal.

A quantia era a mesma que o PSC desembolsava com o seu líder nacional. Hoje, Everaldo é identificado como primeiro vice-presidente do Podemos, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.

Everaldo e dois de seus filhos foram presos em agosto de 2020, na operação que determinou o afastamento do então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. O pastor era acusado de chefiar uma organização criminosa que desviava recursos públicos da Saúde e de estatais fluminenses. Ele deixou a cadeia em julho de 2021, mas só foi autorizado a retomar as atividades políticas em julho de 2022.

A ação criminal oriunda da Operação Tris in Idem tramita na 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro. O processo não teve o mérito julgado.

Ironicamente, o Podemos era considerado o “partido da Lava Jato” e teve entre os seus filiados o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil do Paraná, e o deputado cassado Deltan Dallagnol, que migrou para o Novo.

O TSE autorizou a incorporação do PSC pelo Podemos em junho de 2023. A sigla de Everaldo optou pela fusão após não atingir a cláusula de barreira.

Cuba manifesta apoio a processo que acusa Israel de genocídio contra palestinos

País socialista é o quinto latino-americano a se somar à iniciativa, junto com Brasil, Bolívia, Colômbia e Venezuela; processo na Corte de Haia é liderado pela África do Sul e também conta com o respaldo de todos os 22 membros da Liga Árabe.

O governo de Cuba anunciou nesta quinta-feira (11/01) que apoia a denúncia apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ), pela qual se acusa o Estado de Israel de cometer um genocídio contra a população palestina residente na Faixa de Gaza, através da ofensiva militar iniciada em 7 de outubro passado.

Em comunicado elaborado pelo Ministério de Relações Exteriores e difundido pelo chanceler Bruno Rodríguez Parrilla através de suas redes sociais, o país socialista manifestou sua “profunda preocupação com a contínua escalada de violência por parte de Israel nos territórios palestinianos ilegalmente ocupados, em flagrante violação da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, incluindo numerosas resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU)”.

“O Ministério condena veementemente, mais uma vez, os assassinatos de civis, especialmente mulheres, crianças e trabalhadores humanitários do sistema das Nações Unidas, bem como os bombardeamentos indiscriminados contra a população civil palestiniana e a destruição de casas, hospitais e infraestruturas civis”, acrescentou a nota.

Em outro trecho do comunicado, Cuba ressalta que “Israel continua agindo com total impunidade porque tem a proteção cúmplice dos Estados Unidos, que obstrui e veta repetidamente a ação do Conselho de Segurança, minando a paz, a segurança e a estabilidade no Médio Oriente e a nível mundial”.

Este último comentário faz alusão às diferentes resoluções rechaçadas nos últimos meses pelo principal órgão da ONU, uma delas apresentada pelo Brasil em outubro.

Prensa Latina
Apoio de Cuba se soma ao de dezenas de outros países que entregaram seu respaldo à iniciativa da África do Sul na CIJ contra Israel
Todas essas iniciativas, incluindo a brasileira, tiveram maioria de mais de três quartos dos votos entre os 15 membros do Conselho de Segurança, mas foram descartadas devido ao fato de que os Estados Unidos são um dos cinco países com poder de veto dentro dessa instância.

“A República de Cuba é Estado Parte na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio desde 1953 e, de acordo com os compromissos assumidos nesse âmbito, tem a obrigação de prevenir e punir o genocídio. Neste contexto, manifesta o seu apoio ao pedido da República da África do Sul para iniciar um processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em relação às violações por parte daquele país das suas obrigações ao abrigo da Convenção”, conclui o comunicado cubano.

Com essa declaração, Cuba se torna o quinto país da América Latina a expressar oficialmente seu apoio à ação sul-africana. Antes do país caribenho, também o fizeram nações como Brasil, Bolívia, Colômbia e Venezuela.

Dezenas de outras nações do mundo também respaldaram a ação movida por Pretória, incluindo todos os 22 dos membros da Liga Árabe (entre eles, a própria Palestina).

Apoio dos EUA a israelenses pode fazer com que Israel bombardeie até o Irã, diz analista

Para ex-funcionário do Pentágono, se não fosse o apoio norte-americano a Israel, o barril de pólvora que se encontra a região neste momento não estaria prestes a explodir, e Tel Aviv não teria coragem de expandir sua campanha militar como já prometeu algumas vezes.

Na noite de ontem (11), os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram uma operação militar contra os houthis no Iêmen. De acordo com a BBC, a maioria dos bombardeamentos aconteceram em bases aéreas e aeroportos do país, alguns perto de áreas residenciais. A ação foi uma resposta aos ataques houthis a navios no mar Vermelho, disse o governo de ambos os países.

De fato, os houthis têm atacado embarcações na região, mas também já apresentaram sua justificativa: a campanha militar de Israel na Faixa de Gaza, a qual já deixou mais de 23 mil pessoas mortas. O grupo iemenita disse que só pararia as ações no mar Vermelho quando um cessar-fogo fosse alcançado no enclave palestino.

EUA e Reino Unido lançaram uma operação militar contra os Houthi no Iêmen, informou a mídia local – Sputnik Brasil, 1920, 11.01.2024
Panorama internacional
EUA e Reino Unido lançaram uma operação militar contra os houthis no Iêmen, informa a mídia local

Para o ex-analista sênior de política de segurança do Pentágono, Michael Maloof, foi “apenas por causa do aval norte-americano que os israelenses foram encorajados” a lançar tamanha campanha militar, e que enquanto “Washington fornecer esse apoio”, as Forças de Defesa de Israel (FDI) não vão parar de atuar em Gaza.

“Estamos em uma ladeira muito escorregadia agora. Os Estados Unidos poderiam entrar em uma guerra, e até agora Joe Biden não demonstrou uma liderança forte. […] foi apenas por causa dos Estados Unidos que os israelenses foram encorajados e estão avançando. O que poderia impedi-los é se os EUA parassem todas as suas exportações de munições para Israel neste momento, porque caso contrário estariam apenas a alimentá-lo. […] estamos jogando cada vez mais gasolina no fogo. […] Israel [também] se sente encorajado e agora quer ir para o sul do Líbano. Portanto, enquanto os Estados Unidos fornecerem esse apoio, é com isso que vamos nos deparar […]”, afirmou Maloof em entrevista à Sputnik.

O ex-analista ainda destacou que “a administração Biden tem sido negligente em sua visibilidade” nas últimas semanas e, com um ano eleitoral pela frente, “precisa dar a impressão de estar novamente forte”. Em sua visão, o bombardeio no Iêmen também acontece porque “as pessoas precisam ter a imagem de um executivo-chefe forte, e Biden tem sido tudo menos isso”.

Assim como Biden, Maloof mencionou o secretário de Estado, Antony Blinken, o qual classificou como tendo “uma eficácia praticamente zero” ao sublinhar que a visita feita pelo secretário ao Oriente Médio não surtiu nenhum efeito.

“Bem, claramente, a visita de Blinken foi inútil. Os houthis continuaram atacando mesmo enquanto ele estava na região. Portanto, sua eficácia é praticamente zero. […] Ele é muito tímido e manso […] e não está fazendo nada que provoque ou demonstre qualquer capacidade de unir esses lados. E tudo o que ele está fazendo é gastar, desperdiçar dinheiro viajando por aí sem fazer nada […]”, afirmou.

Além de uma liderança enfraquecida na presidência e na política externa, Maloof citou a “desordem” do Congresso norte-americano e a resistência em aprovar pedidos da administração Biden. No entanto, ressaltou que Israel é um caso diferente da Ucrânia.

“Infelizmente, temos um Congresso que está em desordem. E há agora um enorme debate em curso sobre a possibilidade de continuar a apoiar não só a Ucrânia, mas também Israel. No entanto, Israel provavelmente venceria entre os dois, devido ao formidável lobby israelense que existe no Congresso. Isso está tornando o nosso ano eleitoral, para dizer o mínimo, muito tumultuado.”

Por fim, Maloof disse que a situação no Oriente Médio está um caos de tal forma que, continuando a campanha militar, Israel poderia até “ter a rara capacidade de unir os sunitas e os xiitas”, concluindo “que isso não vai funcionar tão bem”.

“Se os israelenses continuarem a bombardear Gaza e expandirem a guerra, como prometeram fazer no Líbano, terão a rara capacidade de unir os sunitas e os xiitas. […] Quando você fizer com que os dois pensem da mesma maneira, isso será problemático. Por enquanto, países como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que são sunitas, querem realmente reprimir tudo porque têm outras agendas. […] os sauditas têm trabalhado arduamente para pôr fim à guerra com o Iêmen. Se eventualmente houver pressão exercida até mesmo sobre esses países, se Israel quiser avançar, vão bombardear até o Irã. Portanto, enquanto os Estados Unidos lhes derem essa capacidade, as coisas não terminarão muito bem”, concluiu o ex-analista.

*Sputnik

‘Eixo da Resistência’ promete retaliação a ataques dos EUA e do Reino Unido ao Iêmen

‘Eixo da Resistência’ promete retaliação a ataques dos EUA e do Reino Unido ao Iêmen.

Integrantes do chamado “eixo da resistência” — movimentos armados e regimes do Oriente Médio que se opõem à influência do Ocidente na região e ao Estado de Israel — prometeram retaliação ao ataque lançado por Estados Unidos e Reino Unido contra os rebeldes houthis, no Iêmen, na madrugada desta sexta-feira (noite de quinta no Brasil). A liderança do grupo iemenita prometeu retaliação aos bombardeios ocidentais, enquanto aliados de primeira ordem, como o governo do Irã e o grupo terrorista Hamas, condenaram a ofensiva e alertaram que o incidente teria consequências para a região.

Porta-vozes do grupo se revezaram em declarações públicas para prometer “punição” e “retaliação” aos EUA e ao Reino Unido pelos ataques. As autoridades houthis também afirmaram que as ações do grupo no Mar Vermelho, direcionadas contra navios israelenses ou com destino a portos israelenses, continuarão, apesar do ataque, segundo O Globo.

— Não é uma opção para nós não responder a essas operações — afirmou Mohammed Abdul Salam, um dos porta-vozes do grupo, em entrevista a Al-Jazeera. — Agora, a resposta, sem dúvida, será mais ampla.

O tom das declarações é o mesmo do adotado pelo líder houthi, Abdel-Malik al-Houthi, horas antes do ataque aéreo. Em um pronunciamento transmitido na TV iemenita, al-Houthi prometeu resposta a qualquer ação americana.

— Nenhum ataque americano ficará sem resposta. E não será como a operação realizada recentemente com mais de 24 drones e vários mísseis, mas mais importante — disse.

Washington e Londres lideraram o ataque contra posições houthis nas cidades Sanaa e Hodeidah, em resposta às agressões dos rebeldes contra navios comerciais no Mar Vermelho. Autoridades do grupo iemenita falam 73 bombardeios, que mataram cinco pessoas e feriram outras seis, a quem eles se referiram como “mártires” em um comunicado. Caças e mísseis Tomahawk foram usados na ofensiva, segundo a imprensa americana.

Em um comunicado conjunto assinado por dez países que endossaram o ataque — entre eles, apenas o Bahrein fica na região —, a medida foi descrita como uma “ação defensiva”, para dissuadir o grupo rebelde a interromper os ataques a navios no Mar Vermelho. Em um discurso, o presidente americano, Joe Biden, descreveu o objetivo da missão como sendo “desanuviar as tensões e restaurar a estabilidade” na região.

A reação entre os aliados houthis e desafetos geopolíticos das potências ocidentais, no entanto, foi no sentido contrário, com condenações ao ataque e alertas de que qualquer ação agressiva acrescentaria uma nova camada de insegurança e instabilidade na região, já sob tensão em meio à guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

O grupo terrorista palestino foi um dos que saiu em defesa dos aliados. Em um comunicado, o Hamas apontou que EUA e Reino Unido deveriam assumir a responsabilidade por eventuais desdobramentos indesejáveis da ofensiva.

“Condenamos veementemente a flagrante agressão anglo-americana no Iêmen. Nós os responsabilizamos pelas repercussões na segurança regional”, dizia o comunicado.

O Irã se referiu ao ataque ocidental como “uma violação à soberania e à integridade territorial” do país árabe e como uma “flagrante violação da lei internacional”. Teerã indicou, ainda, que os bombardeios no Iêmen configuram parte do apoio à ofensiva de Israel contra Gaza.