Ano: 2024

O fascismo no Brasil passa pela grande mídia

Não é sem motivos que a grande mídia, integralmente, apoia o genocídio promovido pelo exército de Israel em Gaza, onde milhares de crianças e mulheres são esmagadas pelos sionistas.

Ou seja, a extrema direita israelense tem total apoio das redações de extrema direita da grande mídia brasileira. Não há como negar essa interfecundação.

Tanto lá, quanto cá, o que impera é a ganância e o extermínio do mais fraco é a pratica número um.

A mídia brasileira de banco pensa exatamente igual ao clero sionista de Israel, que tem total apoio de Bolsonaro, de Sergio Moro, de tudo o que é mais satânico no Brasil.

A leitura que essa gente faz do mundo é a mesma, todos trabalhando em prol do roubo, do rentismo e, como se nota, todos fazem parte de uma mesma engrenagem, daí a total falta de espaço para alguém que fale em defesa dos palestinos. Não há ética, não há nada que pareça civilizado, é nós contra eles.

No caso do Brasil, é uma meia-dúzia de milionários, agiotas, rentistas, acionistas que querem a população escravizada por um sistema, imagina isso, que Bolsonaro diz que combateu. Na realidade, essa gente nunca viu tanto dinheiro em suas contas, extraídos da população brasileira, quanto o que receberam de barbada do governo Bolsonaro.

Quando o jornalista é o banqueiro, que é extremamente afável com o pastor bandido, que tem relação, inclusive com o crime organizado, o ciclo todo se fecha, ou dominam as instituições do Estado, criando regras e leis para o interesse de meia-dúzia, ou pior, partem para o tudo ou nada, como ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023 em função da derrota de Bolsonaro para Lula.

Não é por acaso que esses jornalões apoiaram o golpe e a ditadura.

Vítima de estupro que abortar pode ser condenada a pena maior do que estuprador por PL bolsonarista

Punição mais dura do que é prevista para o crime de estupro está pautada em projeto de Lei, em análise na Câmara dos Deputados, que equipara o aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio.

O projeto de lei que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), prevê uma pena muito mais dura à mulher que fizer o procedimento, hoje protegido por lei, do que para o homem que a estuprou.

Segundo o texto, o aborto será igualado ao artigo 121 do Código Penal, de homicídio simples, que estabelece pena de prisão de seis a 20 anos. Enquanto que o crime de estupro, previsto no artigo 213 do Código Penal, tem como pena mínima seis anos e máxima que pode chegar a apenas 10 anos, quando a vítima é adulta. Mesmo no caso de vítimas menores de idade, a pena, apesar de subir para oito anos a mínima, chega a no máximo 12 anos.

No caso do estupro de vulnerável, quando a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de oferecer resistência, a pena mínima é de oito anos de reclusão e o tempo máximo passa para 15 anos. Somente quando o crime é praticado contra vulnerável e resulta em lesão corporal grave que a pena pode chegar a 20 anos, como está sendo prevista pelo PL do parlamentar bolsonarista. Uma reportagem do portal g1 mostra que, caso o projeto seja aprovado, uma mulher adulta vítima de estupro que interrompa a gestação após a 22ª semana, pode ser condenada a 20 anos de prisão, enquanto seu estuprador pode ficar seis anos preso.

Julgamento no STF reacende debate sobre a legalização do aborto
PL equipara aborto a homicídio
Além da discrepância, o Projeto de Lei 1904/2024 altera uma garantia já conquistada. Isso porque atualmente, o Código Penal garante às brasileiras o direito de interromper a gestação em caso de estupro e risco à vida. E em 2012, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) estendeu a permissão para casos de anencefalia fetal. Em todos os casos não há limite de tempo para interromper voluntariamente a gestação.

O texto bolsonarista, porém, estabelece que o aborto seja equiparado ao homicídio tanto quando a pessoa provocar aborto em si mesma ou consentir que um terceiro provoque; quanto nos casos em que o aborto for provocado por outra pessoa com ou sem seu consentimento. No primeiro caso a pena de prisão pode passar de um a três para seis a 20 anos. Já no seu segundo, o PL altera a detenção de um a quatro anos para seis a 20 anos. A mesma pena fixada para quem realizar aborto sem consentimentos, hoje fixada de três a 10 anos.

Votação nesta quarta
A proposta estabelece que mesmo nos casos previstos em lei, como gestação resultante de estupro, o aborto será criminalizado após a 22ª semana. O projeto de Sóstenes Cavalcante é assinado por outros 31 deputados, como o presidente da Bancada Evangélica, Eli Borges (PL-TO). As bancadas bolsonarista e evangélica apontam que a medida, em análise na Casa Legislativa, deve passar com “mais de 300 votos”. A previsão é que o texto seja votado nesta quarta (12) com urgência.

Organizações da sociedade civil, contudo, vêm se opondo ao PL. Nesta terça-feira (11), grupos feministas e em defesa da vida lançaram a campanha Criança Não é Mãe. Os movimentos sociais avaliam que as meninas serão as “principais afetadas” pelo projeto.

‘PL da Gravidez infantil’: reação
“No Brasil, a gente tem dados alarmantes de estupros de meninas nessa faixa etária, e que é uma população que tem uma maior dificuldade para identificar a gestação ou até mesmo comunicar sobre ela à sua cuidadora, ao seu cuidador, porque dentro das famílias que ocorrem os principais casos de estupro”, explicou a assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Clara Wardi.

Em nota, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que não é por acaso que o projeto tem sido chamado de “PL da Gravidez infantil”. A titular da pasta destaca dados do Sistema Único de Saúde (SUS) que indicam que, em média, 38 meninas de até 14 anos se tornam mães a cada dia no Brasil. “(Isso) mostra o desafio que é para uma menina acessar o direito ao aborto legal no país”. Esse cenário se agrava ainda com o PL do deputado bolsonarista. “Visto que o país vive uma epidemia de abuso sexual infantil”, ressaltou.

“Não podemos revitimizar mais uma vez meninas e mulheres vítimas de um dos crimes mais cruéis contra as mulheres, que é o estupro, impondo ainda mais barreiras ao acesso ao aborto legal, como propõe o PL 1.904/2024. (…) Criança não é para ser mãe, é para ter infância, é para ser criança, estar na escola”, acrescentou a ministra.

*RBA

Casa grande coloca seus capitães do mato na caça ao governo Lula

Como no primeiro governo Lula, o intuito da mídia brasileira, que é integralmente formada por banqueiros e rentistas, despertou no mesmo tempo os cães de guarda para fazer um jornalismo de jagunço contra o governo Lula, em substituição a uma oposição que não tem a menor condição de ser oposição.

A mesma vilania saída da Folha com a farsa do mensalão para encher as burras da elite brasileira, na tentativa, na época, de um golpe de Estado, repete a mesma tática oposicionista que utilizaram para, senão destituir Lula do comando do Brasil, fazer com que ele coma na mão dos grandes tubarões e abutres desse país.

É bom a esquerda, sobretudo a militante, mobilizar-se nas redes, porque o jogo da mídia promete ser pesado, não simplesmente contra o governo Lula, mas contra a população brasileira, mais especificamente parcela que precisa do investimento do Estado para ser incluída na distribuição de riqueza.

Ou seja, Estadão e Folha já declararam guerra à população. Primeiro, criando um clima hostil 24 horas por dia para tentar devolver Bolsonaro e Paulo Guedes ao poder, que operaram como pai e mãe dos ricos durante quatro anos de governo miliciano para, então, devolver o país ao mapa da fome e 33 milhões de brasileiros não terem mais o que comer.

A verdade é que a elite brasileira, incluindo os barões da comunicação querem viver à sombra dos juros mais altos do mundo para execrar qualquer tentativa do governo de produzir desenvolvimento.

É hora dos verdadeiros progressistas do campo da esquerda reagirem contra a milícia midiática que fará um inferno com todo o tipo possível de especulação para derrubar ou subjugar o presidente Lula.

“Vão ter que me tirar morto da Casa Rosada”, diz Milei em defesa do déficit fiscal, em dia de votação e repressão policial

Senado argentino debate a Lei de Bases sob fortes protestos e pressão contra o presidente ultradireitista.

O presidente argentino Javier Milei entende que esta quarta-feira é decisiva para seus planos de governo – e governabilidade. O Senado debate a Lei Bases, que prevê a redução do papel do Estado e que gera protestos do lado de fora do Congresso Nacional.

A polícia reprimiu manifestantes com gás pimenta e três deputados da oposição, que participavam das manifestações, foram levados para o hospital com queimaduras nos olhos. As cenas levaram a senadora opositora de Milei, Anabel Fernández Sagasti, do Partido Justicialista (peronista), a declarar no plenário da casa: “Quero denunciar a repressão que está sendo realizada na Praça dos Dois Congressos (em frente ao parlamento). Três deputados estão internados e vários manifestantes estão sendo atendidos nas emergências dos hospitais”, disse.

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, determinou que as forças de segurança cercassem o Congresso, gerando empurrões entre policiais e manifestantes – em uma ‘nuvem’ de gás lacrimogêneo por parte das tropas de choque e pedradas dos manifestantes contra a repressão policial.

Em alguns pontos, na tarde desta quarta-feira, há até mais policiais e tanques, além de caminhões hidrantes, do que manifestantes. Enquanto isso, por sua vez, Milei discursou, também nesta quarta-feira, dizendo que “só morto” abriria mão da sua meta de déficit zero nas contas do Estado. “Vão ter que me tirar morto da Casa Rosada”, disse. Ele criticou a oposição pela “lentidão” na aprovação da Lei Bases.

Lula critica mercado financeiro em evento de investimentos: ‘Parece que os problemas sociais não existem’

O presidente frisou a importância de integrar os debates econômicos às questões sociais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quarta-feira (12) na abertura do FII Priority Summit, um fórum internacional de investimentos organizado pelo Future Investment Initiative Institute, no Rio de Janeiro. O evento visa atrair a atenção global para discussões focadas em sustentabilidade e inclusão social.

Durante seu discurso, Lula criticou os agentes do mercado financeiro, destacando a importância de integrar os debates econômicos às questões sociais. “Eu não consigo falar de economia sem colocar a questão social na ordem do dia. Em todos os debates que tratam de economia, falamos de várias coisas, mas parece que os problemas sociais não existem. E eles existem, estão nas nossas portas, nas ruas. É por isso que, neste mundo extraordinário e digitalizado, 735 milhões de pessoas ainda vão dormir todas as noites sem ter o que comer, enquanto temos conhecimento genético para produzir alimento de sobra para todos. Alguma coisa está faltando”, afirmou o presidente.

Lula também criticou os gastos globais com conflitos bélicos, apontando que esses recursos poderiam ser utilizados para promover a paz, investimentos, e a redução da miséria, desigualdade e pobreza. “Nos últimos anos, foram gastos quase US$ 3 trilhões em guerra, quando esse dinheiro poderia ser gasto em paz, investimento, em reduzir a miséria, a desigualdade e a pobreza no mundo. Eu tenho um compromisso de fé, não de mandato. Só faz sentido um governante governar se ele tiver o compromisso de cuidar do seu povo, de dar oportunidades a todos, de permitir que todos, sem distinção, tenham a chance de se desenvolver, viver uma vida digna e ser respeitados”, acrescentou Lula.

O FII Priority Summit reúne líderes globais, investidores e especialistas para discutir estratégias que promovam um desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo. Lula, em seu discurso, reforçou a necessidade de uma abordagem econômica que não ignore as questões sociais, sublinhando a urgência de ações concretas para enfrentar a pobreza e a fome em escala global.

Lula: Brasil não vai “jogar fora” chance de ser “uma grande economia”

Lula ressaltou ser preciso “pensar grande” para fazer o país crescer e citou os “megaeventos” internacionais, como o G20 e a COP30.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou, nesta quarta-feira (12/6), a intenção de tornar o Brasil “um país grande” e destacou a recepção de eventos internacionais relevantes, como o G20, neste ano, e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em 2025.

“O Brasil está determinado a se tornar um país grande, e temos de pensar grande. Quando se fala da questão climática, energética, eu posso assegurar, com todo o respeito ao planeta, não tem nenhum país que pode oferecer a qualidade das coisas que podemos oferecer, se aqui quiserem investir, produzir energia e fazer as empresas crescerem. O Brasil não vai jogar fora oportunidade de se tornar uma grande economia”, discursou.

A fala ocorreu no fórum FII Priority Summit, organizada pelo Future Investment Initiative Institute. A edição é a primeira na América Latina, sediada no Rio de Janeiro.

O presidente ainda citou que os “megaeventos” internacionais “podem mostrar a cara do Brasil. Não somos apenas o Brasil do carnaval, futebol, violência. Somos compostos por homens e mulheres que querem crescer, trabalhar, estudar. Não consigo falar de economia sem colocar a questão social”.

Lula falou também sobre explorar a Margem Equatorial, uma fonte petrolífera ainda não utilizada e com extensão pelo Norte do país.

As mentiras de Bolsonaro mataram mais de 700 mil brasileiros por covid, mas o Estadão insiste em fabricar o gabinete do ódio petista

A quem interessa essa patética maquinação infantiloide do jornal dos Mesquita para produzir fábulas contra o governo Lula? Ao Brasil é que não é.

O que fica cada vez mais claro é a tentativa do Estadão de relativizar ou até mesmo docilizar a cruzada que todos nós vimos e que está ampla e explicitamente registrado na internet, em que Bolsonaro, além de não comprar a vacina, rodou o país e botou seus cachorros magros, pagos pela Secom, para propagar a Cloroquina e a Ivermectina, pior, a tal imunidade de rebanho.

Lembrando que tudo o que foi dito pela OMS, o super, mega gabinete do ódio contra os brasileiros, montado por Bolsonaro, não só desmentia, como ridicularizava, quando não satanizava as vacinas, como se a OMS fosse um partido de esquerda ou comunista, como os mercenários, que recebiam altas somas da Secom do seu governo, espalhavam com gosto, com os argumentos mais estúpidos, sombrios, macabros e perversos.

Mas o Estadão acha por bem fazer um corta luz para isso, com mentirinhas brejeiras.

O fato é que, durante a pandemia, toda aquela campanha contra o distanciamento social, uso de máscara em nome de interesses de grandes empresários e do próprio Bolsonaro, que comandava o mais corrupto, o ministério da Saúde, dentro de um governo cravejado de corrupção, para que seus interesses, ainda sob uma névoa turva fossem plenamente alcançados.

Portanto, ninguém precisa descobrir o que Bolsonaro fez de criminoso, nós vimos as famílias de mais de 700 mil brasileiros, que choram até hoje por seus entes queridos, vítimas daquela cruzada de horror, liderada por um demoníaco presidente da República, coisa sem paralelo na história da humanidade, mas o Estadão acha por bem martelar, de forma idiota, a mentira ridícula de que há um direcionamento do governo Lula na produção de ataques aos opositores.

O nome disso é falência moral total do jornalão panfletário dos Mesquita para laurear um clã de criminosos que, cedo ou tarde, terá que prestar contas à justiça, não só por esse crime, que custou centenas de milhares de vidas brasileiras, mas por inúmeros outros.

Pimenta rebate Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis: ‘sei do que vocês são capazes. Não tenho medo de bandido, nem de miliciano’

Investigados por fake news, os parlamentares bolsonaristas acusaram o governo Lula de censurar informações da tragédia no RS

Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) resolveram atacar o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, após o dirigente ter feito alertas à Polícia Federal sobre fake news em relação às ações do governo Lula (PT) para ajudar o estado. Pimenta disse não ter medo de “bandido” e de “miliciano”. Os parlamentares acusaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) censurar informações da tragédia no RS.

“Quem vai analisar se há crime, se deve ser indiciado, é a polícia. Depois o Ministério Público”, afirmou Pimenta. “Comuniquei a autoridades para que avaliem a possibilidade de inquérito. Aqueles que não cometerem crimes, não têm o que temer”, disse. “Eu sei do que vocês são capazes. Se não tem alguém que não se intimida com miliciano, com bandido sou eu”.

O deputado da extrema-direita é filho de Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível por espalhar notícias falsas do sistema eleitoral brasileiro. “Os senhores sabem que a popularidade de vocês caiu. Tanto que escalaram um secretário de Comunicação para gerir a reconstrução de uma cidade e não um engenheiro, administrador, gestor”, afirmou Eduardo Bolsonaro, acrescentando que a Globo News é “assessoria de comunicação dos senhores”.

A parlamentar é investigada por fake news. “Queremos mostrar a verdade”, disse Bia Kicis na Câmara. “Não se combate desinformação com censura. O governo quer cercear. Acusou a existência de gabinete de ódio no governo Bolsonaro. Nunca foi apresentado um crime sequer cometido pelo tal gabinete, tampouco uma conceituação concreta sobre o que este seria”.

Deltan disse que Moro poderia dar dinheiro à Transparência Internacional Brasil, revela interrogatório

“Havia espaço para arbitrariedades na eleição dos possíveis beneficiários de valores” na Lava Jato.

A Corregedoria Nacional de Justiça encontrou no depoimento de Bruno Brandão, um dos diretores-executivos da Transparência Internacional Brasil no auge da Lava Jato, uma prova ilustrativa de como Sergio Moro e Deltan Dallagnol – entre outros membros do Ministério Público Federal -, supostamente distribuíram indevidamente os recursos angariados a partir do trabalho da própria força-tarefa. O interrogatório de Brandão admite que “havia espaço para arbitrariedades na eleição dos possíveis beneficiários de valores nesses acordos” firmados na Lava Jato, apontou a Polícia Federal.

No relatório da correição extraordinária feita na Lava Jato do Paraná – que serviu de base para o corregedor nacional de Justiça abrir uma representação disciplinar contra Sergio Moro -, consta o depoimento de Bruno Brandão afirmando que foi procurado por Deltan Dallagnol, logo no “início” da operação, para falar sobre a possibilidade de repasses pela 13ª Vara Federal de Curitiba à TIB.

No interrogatório, Brandão ressalva que não se recorda se o dinheiro oferecido seria fruto dos acordos de leniência e delação premiada fechados na Lava Jato. A Corregedoria identificou uma “gestão caótica” dos recursos, com distribuições sem critérios técnicos aparentes e sem transparência e prestação de contas, ou seja, ao sabor dos interesses lavajatistas.

“Indagado se a TI [Transparência Internacional brasil] foi, em algum momento, sondada sobre a possibilidade de recursos oriundos de acordos de colaboração ou de leniência sob controle da 13ª Vara Federal de Curitiba fossem dirigidos para projetos da TI Brasil, [Bruno Brandão] respondeu QUE não sabe dizer se especificamente sobre acordos de colaboração ou de leniência, mas o depoente se recorda que foi sondado pelo então procurador da república DELTAN DALLAGNOL, salvo engano no início da operação, informando que haveria possibilidade de a 13ª Vara Federal de Curitiba destinar recursos para a TI”, aponta o depoimento de Bruno Brandão.

Ex-juiz e hoje senador, Moro entrou na mira do Conselho Nacional de Justiça por, entre outros fatores, ter criado um procedimento ultra secreto justamente para movimentar recursos bilionários levantados pela Lava Jato ao longo de vários anos. Somente a Petrobras e o MPF estavam envolvidos no procedimento secreto, que foi tornado público por Gabriela Hardt em 2019, depois que o escândalo da Fundação Lava Jato veio à tona.

O depoimento de Brandão sinaliza que a própria TIB admitiu haver problemas no modus operandi da Lava Jato em gerir os recursos. Moro movimentava o dinheiro das contas judiciais sem participação ou conhecimento da União, sem controle dos órgãos competentes, sem ciência dos réus que pagavam as multas estabelecidas nos acordos, sem aguardar o trânsito em julgado das ações. Na prática, a Lava Jato teve o poder de decidir sozinha onde aplicar ou a quem beneficiar com milhões de reais.

“QUE a partir desse contato, a TI realizou estudos buscando entender como funcionaria essa prática, e pode afirmar que nunca pleitearam tais recursos; QUE o motivo dessa postura é o fato de que identificaram problemas e fragilidades no modelo que isso se desenvolve no Brasil, com poucos controles, muita discricionariedade e pouca transparência nas decisões entre ministério público e poder judiciário, bem como na governança do Fundo de Direitos Difusos (FDD)”, resumiu a Polícia Federal a respeito do depoimento de Brandão.

Governo anula leilão de arroz após questionamentos sobre empresas vencedoras

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, informou nesta terça-feira (11) que o governo federal decidiu anular o leilão para a compra de arroz importado. Além do cancelamento, foi anunciada a saída do secretário de Política Agrícola, Neri Geller.

Segundo Pretto, a decisão de anular o pregão foi tomada depois das empresas vencedoras demonstrarem “fragilidades” para efetuar a importação do cereal. No leilão, que aconteceu na quinta-feira (6) passada, foram compradas 263 mil toneladas de arroz.

“Pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter garantia que vamos contratar empresa com capacidade técnica e financeira […]. A decisão é anular este leilão e proceder um novo mais ajustado”, disse Pretto em entrevista no Palácio do Planalto.

Segundo Pretto, houve diversos questionamentos sobre a capacidade técnica e financeira das empresas em honrar os compromissos firmados no leilão. Ele acrescentou ainda que não há nova data para um novo pregão.

“Não pode colocar dinheiro público se tiver qualquer fragilidade ou dúvida”, disse o presidente da Conab.

Governo recebe pedido de demissão
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, pediu demissão na manhã desta terça-feira (11).

Segundo Fávaro, pesou na decisão o fato do filho de Gueller, Marcelo Piccini Geller, possuir uma empresa com Robson Luiz de Almeida França.

França é ex-assessor de Neri Geller e a empresa com o filho do agora ex-secretário de Política Agrícola — a Foco Corretora de Grãos — foi uma das vencedoras do leilão.

“Não há fato que desabone ou que gere qualquer tipo de suspeita, mas que de fato gerou transtorno, e, por isso, [Geller] colocou o cargo à disposição”, afirmou Fávaro.

Leilão
Na última quinta-feira (6), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou leilão para a importação 300 mil toneladas de arroz. Foram adquiridas 263 mil toneladas.

O certame ocorreu após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) suspender a liminar do juiz Bruno Risch, da 4ª Vara Federal de Porto Alegre, que tinha barrado a compra.

A decisão de realizar leilão para a compra de arroz ocorreu após a tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, um dos principais produtores do cereal do país. O estado é responsável por 70% da produção nacional.