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Lula diz que governo deve agir para pôr comida barata na mesa do trabalhador

Ao abrir a primeira reunião ministerial do ano nesta segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que um dos pontos centrais do governo, para além do lema da união e reconstrução, é baratear o preço dos alimentos. Lula também defendeu que os brasileiros não podem deixar que o “país volte ao horror que foi o mandato do nosso antecessor” e falou sobre a relação com Donald Trump, que toma posse neste mesmo dia.

A reunião acontece ao longo de todo o dia na Granja do Torto e tem a participação de todos os ministros e de líderes do governo no Congresso; da presidenta da Petrobras, Magda Chambriard; e do assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim.

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“A gente trabalhou pela reconstrução e pela união. Agora, a gente vai ter de trabalhar mais uma coisa importante: reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador porque os alimentos estão caros”, afirmou.

A inflação fechou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta, tendo os alimentos como principal alavanca dessa subida. “É uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue à mesa do povo trabalhador, da dona de casa, em condições compatíveis com o salário que ele ganha”, reforçou.

2026 começou

Outro aspecto destacado pelo presidente é que o foco em 2025 é colher os frutos semeados pelo governo ao longo dos primeiros dois anos, tendo em vista que se trata do penúltimo ano de mandato.

“Quero dizer para vocês que 2026 já começou; se não por nós — porque temos de trabalhar, de capinar, tirar todos os carrapichos que tiver nas plantas que plantamos —, pelos adversários, a eleição já começou. É só ver o que está na internet para perceber que eles já estão em campanha”, pontuou.

Lula voltou a salientar a defesa da democracia contra a possibilidade de retorno de governos alinhados à extrema-direita. “Todos nós sabemos que precisamos fazer com que este país volte a ter uma democracia plena. Todos sabemos o que foi o 8 de janeiro e o que poderia ter acontecido neste país se o 8 de janeiro tivesse dado certo”, lembrou.

Ele enfatizou que sua principal motivação é “não permitir, em hipótese alguma, que o país volte ao horror que foi o mandato do nosso antecessor; para que a gente garanta que a democracia vai prevalecer neste país”.

Disse, ainda, que o compromisso do governo deve ser, também, o de “atender as pessoas mais necessitadas, os mais pobres, o pequeno comerciante, os empreendedores, os pequenos e médios empresários, os nossos educadores e atender todas aquelas pessoas que querem trabalhar para o bem do Brasil”.

O presidente enfatizou, ainda, que deseja eleger um governo que continue o processo democrático. “Não queremos entregar este país de volta ao neofascismo, ao neonazismo, ao autoritarismo”, declarou. E acrescentou: “Estamos privilegiando a educação, o humanismo, e não os algoritmos para fazer a cabeça das pessoas”.

Relação com os EUA

Com relação à posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, Lula declarou: “Tem gente que fala que a eleição do Trump pode causar problemas na democracia mundial. O Trump foi eleito para governar os EUA e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua, para que o povo americano melhore e para que os americanos continuem a ser um parceiros históricos do Brasil”.

Defendeu, ainda, que “da nossa parte, não queremos briga, nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com China, Índia ou Rússia. Queremos paz, harmonia; queremos ter uma relação em que a diplomacia seja a coisa mais importante e não a desavença, a encrenca”.

Recuperação do país

Referindo-se aos ministros, Lula enfatizou que este será um ano de “definição para a história e a biografia de cada um na passagem pela governança deste país. É muito importante ter clareza sobre isso porque daqui para a frente, a gente não pode mais inventar nada. Daqui para a frente, temos de colher tudo o que semeamos”.

O presidente declarou, ainda, que “somos um grupo de pessoas de formação política diferenciada, de berços diferentes, mas temos uma coisa em comum: a causa de recuperar este país, fazer este país crescer, se desenvolver e, com esse crescimento e esse desenvolvimento, queremos melhorar a vida do povo dentro de casa, melhorar a educação do povo na escola, melhorar a possibilidade de trabalho desse povo”.

Neste sentido, fez um alerta: “É importante que a gente compreenda que o povo com o qual estamos trabalhando hoje não é o mesmo dos anos 1980. Não é o povo que queria apenas ter um emprego numa fábrica com carteira assinada. É um povo que está virando empreendedor e ele gosta de ser empreendedor e nós precisamos aprender a trabalhar com essa nova característica do povo brasileiro”.

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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