Categorias
Mundo

Israel mata 42 pessoas em Gaza nesta manhã; a fome segue dizimando palestinos

Principais jornais, no entanto, destacam a morte de dois funcionários da embaixada israelense em Washington.

Apenas na manhã desta quarta-feira (22/05), 42 palestinos foram mortos pelas forças militares de Israel, em meio aos ataques que ganharam escala após o anúncio do plano de “controle total” do território, pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

Apesar do elevado número de mortes e da catástrofe humanitária em curso, nesta quarta-feira, os principais jornais internacionais estampam como manchete a morte, lamentável, de dois funcionários da embaixada israelense em Washington, Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, após um evento no Museu Judaico em Washington. Eles foram baleados por Elias Rodriguez que, destacam os jornais, teria gritado ‘Palestina Livre!’ após o disparo.

As manchetes vinham num crescente de condenação a Israel, em particular, após os “tiros de advertência” dados por soldados israelenses nesta quarta-feira contra uma delegação de diplomatas estrangeiros, organizada pela Autoridade Palestina em Jenin, na Cisjordânia.

Na noite passada, 25 palestinos foram detidos na região, segundo a Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PPS). Entre outubro de 2023 e abril de 2025, o número de presos políticos palestinos dobrou na Cisjordânia, passando de 5.250 para quase 10.000.

A reação internacional contra o genocídio em Gaza ganhou fôlego após o anúncio da ONU de que 14 mil bebês morreriam em 48 horas se não entrasse ajuda humanitária no território. O Reino Unido suspendeu as negociações sobre um acordo de livre-comércio com Israel; e a União Europeia, com o apoio de 17 Estados-membros, reavaliou o seu acordo de associação com o país.

Ajuda humanitária
Após a pressão internacional, Israel flexibilizou o brutal bloqueio de ajuda humanitária que mantém, desde 2 de março, contra a população palestina. Nesta quarta-feira, as Nações Unidas confirmaram a chegada de ajuda humanitária e de suprimentos, como farinha, água e materiais médicos, na Faixa de Gaza.

Israel havia anunciado que permitiria a entrada de 100 caminhões a partir desta quarta-feira, após a liberação de 93 veículos na terça e dez na segunda. No entanto, as cargas permaneceram bloqueadas e só foram liberadas na noite de ontem, após ficarem presas em Kerem Shalom, um terminal de caminhões israelenses e veículos palestinos.

Segundo a assessoria de imprensa local, 87 caminhões entraram no território.

Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, avalia, porém, que a ajuda humanitária que “finalmente” começou a chegar “não é nem de longe suficiente para atender às necessidades” da população, que enfrenta fome extrema e destruição generalizada. Antes da guerra, aproximadamente 500 caminhões com ajuda entravam diariamente em Gaza.

Mais de 53 mil palestinos foram mortos pelo governo de Israel.

*Com Opera Mundi

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

Comente