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Brasileiro vai para solitária após ordem de deportação, diz família

Thiago Ávila foi ameaçado de passar sete dias em cela escura e isolada. Defesa considera medida ilegal e avalia acionar Corte Suprema de Israel.

O ativista brasileiro Thiago Ávila, preso por Israel durante uma tentativa de entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, foi levado para a solitária na prisão de Givon, na cidade de Ramla. A informação foi repassada por sua advogada à família na manhã desta quarta-feira (11). De acordo com a defesa, ele foi ameaçado de permanecer por sete dias em uma cela escura, pequena e sem contato com outras pessoas inclusive com seus advogados.

A defesa classificou a punição como ilegal e informou aos familiares que, caso a ameaça se concretize, o caso será levado à Corte Suprema de Israel. A medida, segundo a advogada da organização não-governametnal Adalah, uma retaliação ao fato de Thiago se recusar a assinar os termos de deportação impostos pelas autoridades israelenses e por ter iniciado uma greve de fome e sede em protesto.

Coordenador da chamada Coalizão Flotilha da Liberdade, Thiago Ávila está entre os oito ativistas pró-palestinos que rejeitaram assinar o documento de autodeportação, o que significaria admitir a entrada ilegal em território israelense. Segundo sua defesa, não há crime a ser imputado, pois a embarcação Madleen navegava em águas internacionais, era civil, desarmada e tinha autorização para operar.

Nesta manhã, como mostrou o Congresso em Foco, a advogada informou ainda à família que, após revisão de posicionamento, o governo de Israel decidiu deportar o grupo, mesmo sem a assinatura dos ativistas. De acordo com o Congresso em Foco, os quatro outros passageiros que aceitaram a deportação já retornaram aos seus países, entre eles a ativista climática sueca Greta Thunberg.

“Fotos encenadas”

O ativista francês Andre Baptiste, deportado na segunda-feira (9), enviou um relato aos advogados detalhando as condições enfrentadas pelos detidos.


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“Nenhum de nós comeu ou bebeu a comida dada pelos soldados israelenses. Fomos obrigados a aceitá-la porque havia armas apontadas para nós”, escreveu. “As fotos foram encenadas, nenhum de nós realmente riu. Rima [Hassen, deputada francesa] escolheu sorrir para os soldados como forma de rebeldia e protesto”, afirmou. “As condições de detenção são duras, tivemos privação de sono e grande dificuldade para falar com nossos advogados, mas tenho certeza de que todos nós estamos seguros. Mulheres e homens foram separados. Mas eles puderam caminhar no ‘jardim da prisão’ esta manhã”, escreveu o francês.

A ação da marinha israelense interceptou a embarcação Madleen enquanto se dirigia à Faixa de Gaza carregando ajuda humanitária. A defesa e organizações de direitos humanos, como a Adalah, que acompanha o caso, seguem atuando pela libertação do grupo e pela responsabilização de autoridades por possíveis abusos.

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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