Relatório da Human Rights Watch (HRW) afirma que migrantes foram acorrentados, com mãos amarradas nas costas e forçados a se alimentar em pratos de isopor, de joelhos
Um relatório divulgado na segunda-feira (21/07) pela Human Rights Watch (HRW) alega abusos em três centros de detenção do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA no estado deda Flórida, no sul do país.
Na prisão de Miami-Dade, migrantes eram acorrentados, com as mãos amarradas nas costas e forçados a comer em pratos de isopor, de joelhos, segundo testemunhas. “Tínhamos que comer como animais”, disse Pedro, um detento, citado pela imprensa britânica.
No centro de processamento de Krome North, a oeste da cidade, as condições incluem superlotação extrema e falta de privacidade, e há relatos de que mulheres usaram banheiros à vista dos homens, sem acesso a cuidados médicos adequados, chuveiros ou comida suficiente.
Alguns migrantes permaneceram no ônibus, no estacionamento, por até 24 horas, com o banheiro saturado, o que gerava odores insalubres. “O ônibus tinha um cheiro forte de fezes”, disse outro detento.
O mesmo aconteceu com a “hielera” de Krome North, uma sala de admissão fria onde os presos dormiam no chão de concreto, sem roupa de cama, por até 12 dias.
No Centro de Transição de Broward, em Pompano Beach, a morte de Marie Ange Blaise, de 44 anos, foi relatada em abril passado. Lá, os detentos relataram atrasos no tratamento médico e respostas hostis da equipe.
Também em abril, guardas de uma prisão de Miami desligaram uma câmera de vigilância para agredir migrantes que protestavam contra a falta de atendimento a um detento que tossia sangue. Um homem sofreu uma fratura no dedo.
Todas as três unidades enfrentam superlotação grave, com uma média nacional de 56.400 prisões por dia no mês de julho, recentemente concluído, 72% das quais não tinham antecedentes criminais.
O relatório atribui a deterioração das condições às políticas de imigração implementadas desde janeiro deste ano sob o governo Trump, que intensificaram as detenções e deportações. Isso levou a Flórida a construir a prisão “Alligator Alcatraz” nos Everglades, projetada para 5.000 migrantes. Thomas Kennedy, porta-voz da Coalizão de Imigrantes da Flórida, descreveu esta última como um campo de concentração.
Enquanto isso, Katie Blankenship, advogada do Santuário do Sul, enfatizou que “a escalada anti-imigrante está aterrorizando comunidades e destruindo famílias”. As organizações pedem uma revisão das condições nos centros de detenção do ICE, citando uma crise de direitos humanos na Flórida. O ICE não ofereceu respostas para tudo isso.
*Opera Mundi
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