O contraste é gritante entre o estilo de Lula, sindicalista, que circula em meio aos trabalhadores e favelados como se fosse um vizinho, e o de Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo que, apesar de jovem e tech-savvy, parece mais à vontade em reuniões de gabinete ou eventos formais do que nas ruas poeirentas da periferia.
Lula segue sendo um fenômeno das massas, como bem descreveu a economista, Maria da Conceição Tavares, em 2010: “Lula é um gênio do povo”.
Tarcísio é um tecnocrata de ar condicionado.
Lula sempre foi o cara da entrega em meio ao povo. É dele, é natural, é de quem nunca negou suas raízes mesmo depois de três mandatos como Presidente da República.
Tarcísio não tem essa embocadura. Tanto que foi fazer piadinha de salão sobre as mortes por bebidas batizadas com metanol e teve que pedir desculpas públicas de tanto que tomou na cara.
Em junho de 2025, Lula foi à Favela do Moinho (SP), uma das áreas mais vulneráveis da Cracolândia, para lançar um programa habitacional para 900 famílias.
Ele andou pelo meio da galera, assinou portarias na hora e criticou abertamente a ausência de Tarcísio: “Foi convidado e não veio. Há muito tempo eu sei como o povo pobre é tratado nesse país”.
Foi um show de empatia, com abraços, fotos e promessas de moradia digna.
Em março de 2025, em Minas Gerais, Lula entregou 12 mil lotes de terra para assentamentos rurais, dizendo: “A terra tem que estar na mão do povo para que ele produza”.
Ele discursou no meio dos agricultores, reforçando sua imagem de parte do povo.
Tarcísio, engenheiro militar, parece perdido sem o asfalto liso.
Ou seja, Lula surfa na multidão, Tarcísio tropeça em salto alto.
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