Zema nomeia advogado de mineradoras para chefiar órgão ambiental alvo da PF em Minas.
O escândalo da nomeação de Edson Resende na Feam. Esse, certamente, é um dos episódios mais imorais da gestão do governador Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais, envolvendo conflito de interesses no setor ambiental, logo após uma grande operação policial contra corrupção na mineração.
Tudo começou em setembro de 2025, com a Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em Minas Gerais.
A ação investigou um esquema bilionário de corrupção no licenciamento ambiental de mineradoras, com fraudes que permitiam a exploração irregular de minério em áreas de preservação ambiental, incluindo locais tombados como a Serra do Curral (cartão-postal de Belo Horizonte).
Principais alvos
Servidores da Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente), da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) foram acusados de receber propinas para agilizar ou fraudar licenças.
Entre os presos estava Rodrigo Franco, presidente da Feam nomeado por Zema em 2023, que exercia influência direta nos processos em favor de empresas.
Outros detidos incluíam o diretor da ANM, Caio Mário Seabra, e o ex-diretor da PF em Minas, Rodrigo de Melo Teixeira.
Impactos estimados: A PF calcula que o esquema movimentou mais de R$ 1,5 bilhão em propinas, fraudes e lavagem de dinheiro, gerando riscos ambientais graves, como desastres semelhantes ao rompimento de Brumadinho (2019), que matou 272 pessoas.
A operação expôs como a mineração, que representa cerca de 25% do PIB mineiro, tem sido palco de lobby e corrupção, beneficiando grandes empresas às custas do meio ambiente e de comunidades locais.
Menos de um mês após a operação (em 15 de outubro de 2025), Zema nomeou Edson de Resende Castro (ou simplesmente Edson Resende), um ex-promotor de Justiça aposentado do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), para presidir a Feam.
O órgão é responsável por fiscalizar barragens, conceder licenças ambientais e monitorar atividades de alto impacto, como a mineração, exatamente o foco da investigação da PF.
Por que é um escândalo?
A nomeação é vista como um conflito gritante de interesses porque:Coloca um ex-advogado de mineradoras, setor diretamente implicado na Operação Rejeito, no comando do órgão que deveria fiscalizá-las e puni-las.
Acontece em um momento sensível, logo após prisões que revelaram como a Feam foi infiltrada por corrupção.
Críticos, incluindo ambientalistas e opositores políticos, argumentam que isso sinaliza leniência com o lobby minerário, enfraquecendo a fiscalização ambiental em um estado com histórico de tragédias como Mariana (2015) e Brumadinho.
Minas Gerais, sob Zema, já enfrenta críticas por alta rotatividade em cargos ambientais (11 trocas na chefia de fiscalização desde 2021) e aumento no desmatamento da Mata Atlântica, o maior do país no período.
Esse caso reforça o debate sobre a influência do setor minerário na política mineira, especialmente em um estado dependente economicamente da atividade, mas vulnerável a desastres ambientais.
A PF continua as investigações, e há pressão por auditorias independentes na Feam.
Se houver novas revelações, pode escalar para um escândalo maior, afetando a imagem de Zema, que se reelegeu em 2022 prometendo eficiência e combate à corrupção.
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